O TIME DA ESCOLA tinha chegado às finais do Estadual e pela primeira vez Josie era a líder de torcida principal.
Esse é o meu momento de glória e vou aproveitar cada instante...
- Passei... passei – apareceu ela gritando quando Mark e Anthony estavam no refeitório matando aula discutindo como havia sido o jogo.
- Parabéns – disse Anthony sem saber sobre o que estava falando, na verdade, nunca se interessava por nada que ela falava, fingia se interessar, ganhava alguns beijos e amassos e seguia o barco como se nada tivesse
- Passou em quê? – perguntou Mark com a mais absoluta honestidade e interesse, característicos dele, o que fazia dele quase uma melhor amiga de Josie, o que gerava críticas severas de Anthony dizendo para parar com aquilo, pois o obrigava a ficar ouvindo-a falar sem
- Sou a nova líder de torcida da escola, eu tinha falado para vocês, não se lembram não?
Anthony olhou para Mark e existia um ponto de interrogação entre eles, claro que jamais falariam isso na frente dela, mas eles nem sonhavam do ela estava falando.
- Claro... – disse Tony com a maior desfaçatez do mundo. Mark assentiu com o amigo.
- Como vocês são
Mark levantou os ombros fazendo cara de desentendido.
- Não dá para lembrar de tudo o que conversamos, me desculpe.
- Não .. agora sou uma Cheerleader... Os três se abraçaram.
- Parece que as coisas começaram bem esse ano para você, meus parabéns, precisamos comemorar. – Anthony
- Nem me fala, estava precisando ouvir alguma boa notícia, às vezes parecia que nunca iria chegar a minha vez de sorrir um pouco na vida, não é possível que ao menos um dia eu não seja
- E na sua casa, as coisas melhoraram?
Tony olhou feio novamente para Mark pelas costas de Josie e falou silenciosamente...
Mark apenas fez leitura labial.
Agora ela não vai parar de falar e vai chorar, cara, vê se acorda...
- Cada dia pior.
Tony colocou a mão na testa, balançou a cabeça contrariado com o rumo que a conversa estava tendo.
Era para a gente estar comemorando e não chorando...
- Igual em minha casa – disse Mark solícito.
- Podemos falar de coisa boa? – interviu Tony – Não vamos ficar disputando quem tem a pior vida, não é mesmo? Hoje é dia de comemorar.
Tony tem razão, hoje é dia de comemorar, não quero estragar tudo... – pensava Mark
Anthony puxou Josie em seus braços e disse sorridente como se aquela conversa jamais tivesse acontecido.
- Toca a música, maestro.
Mark assentiu, pegou o violino e começou a tocar enquanto os dois dançavam juntos.
—Vamos comemorar, Baby, em uma vida repleta de adversidades, toda boa notícia, por menor que seja deve ser celebrada, é assim que quero viver, de boa em boa notícia para sempre, de preferência abraçado a você com nosso amigo fazendo a sonoplastia.
- Concordo.
Josie deitou o rosto no peito de Tony se sentindo confortada e deixou a música fluir entre eles, ela sabia que por mais que Tony quisesse ser ator, não podia negar que era um excelente dançarino.
- Queria que momentos assim não terminassem nunca – disse ela – nós três sempre juntos, curtindo momentos únicos, vocês dois me fazem tão bem, não sei o que seria da minha vida sem vocês.
- Só depende de nós continuarmos a ter momentos como esse, gata
Tony a conduziu levando-a até Mark, puxando-o também e os três ficaram abraçados em uma roda.
- Vamos fazer um pacto – começou Tony animado como se tivesse a maior e melhor ideia de todos os
- Como assim? – questionou
- Independentemente do que aconteça em nossas vidas, vamos ser amigos até o fim, sei que temos caminhos diferentes a seguir, porém, não importa onde estivermos, seremos sempre o que somos agora, três pessoas que sonham grande, mas acima de tudo, sonhamos juntos. É isso que devemos
- Concordo – afirmou Josie – vocês mudaram minha vida, quero levar isso por toda a minha vida como um bom sinal de que tudo no fim das contas dará certo, principalmente se estivermos
Tony soltou a mão direita do abraço e estendeu no centro da roda, os dois seguiram o exemplo e montaram um sanduíche de mãos.
- Para sempre
- Para sempre amigos – disseram em uníssono.
O sinal tocou anunciando o início do intervalo, quinze segundos depois o refeitório foi invadido por uma multidão de alunos.
DIVERSAS GAROTAS rodearam Josie e Tony enquanto Mark ficou de lado olhando, se sentindo um sortudo por tê-los como amigos, em nenhum momento sentia inveja pela fama que tinham, não ligava a mínima para isso, sua alegria era a amizade que nutria com eles.
Tony sempre disfarçava quando tinha que dar um gelo nele para se dar bem com as garotas, queria que fosse mais descolado, assim poderia sair com diversas garotas ao mesmo tempo, muitas delas queriam sair com ele e perguntavam se tinha algum amigo para acompanhar a amiga, mas a primeira experiência foi desastrosa, Mark só falava sobre música e escalas harmônicas.
Quando deixaram as garotas em casa, Tony explodiu:
- O que você tem na cabeça, Mark?
- Do que está falando, cara? Foi uma noite
- Só para você que ficou falando grego, não percebeu que a garota não entendia bulhufas do que falava? Está na hora de sair desse casulo musical, vê se eu fico falando sobre interpretação e literatura, no máximo uma citaçãozinha de Shakespeare para amolecer a gata, e não ficar de
- Não sei onde quer levar essa conversa, não pedi para sair, você me convidou, esqueceu? Deveria saber que sou
- Cara... só queria que fosse do jeito que é comigo e com a Josie com as outras pessoas, só que você é todo esquisitão quando sai do nosso círculo, falo isso porque gosto de ti, sabe disso.
- Sei sim, por isso
- Então faz o que estou
- Às vezes você pede demais, sabia?
- Só peço o que as pessoas podem dar e sei que você pode dar mais.
ANTHONY ERA O QUE TODOS conheciam como um showman, desde criança estava no centro de toda a atenção que podia, era um garoto lindo, tinha uma voz doce e um olhar sedutor. Apesar de não conhecer seu pai, sua mãe o criou completamente largado no mundo enquanto tentava ganhar a vida.Desde que se conhecia por gente, nunca soube o que era amor materno, paterno ou qualquer tipo de amor familiar, certa vez enquanto aprontava pela rua, um padre passou por ele enquanto falava um palavrão.- Olha a boca, menino!- Vai se foder, homem com saia.- Sou um sacerdote de Deus, mais respeito comigo, garoto, sua mãe não te deu educação não?Caroline observava o filho de longe.Esse maldito está aqui.- Qual é o problema, padre? – Gritou- Esse garoto é seu filho?- Sim, qual o problema?- O menino n&atild
MESMO SENDO uma criança feia – talvez por causa dos óculos fundo de garrafa que usava para acertar seus olhos para que quando crescesse não fosse estrábica –, com o passar do tempo, Josie se tornou uma das garotas mais lindas da cidade, líder de torcida e a pessoa mais conhecida da escola, juntamente com Anthony, seu par em todas as festas.Ninguém conseguia entender porque ela insistia em andar com aquele perdedor do Mark Conely.Mas ela sabia por que andava com ele, e era isso que importava, a pessoa extraordinária que ele era para ela, simples assim.E por mais que tentasse esconder, tinha um carinho muito especial por aquele garoto estranho desde o primeiro momento em que o viu, ele era sensível, talentoso, um amigo fiel...Além de ser uma pessoa atraente.DA PRIMEIRA VEZ que o tinha visto, ela estava chorando po
QUANDO JOSIE FEZ QUINZE anos de idade, algo muito especial aconteceu bem no dia em que o time jogou as finais.Após a apresentação, uma mulher de aparentemente quarenta anos de idade, de uma beleza arrebatadora, com sotaque arrastado chegou até ela e falou:- Qual o seu nome, garota?- Josie... Josie McMillan- Tem um nome forte, garota, gostei, e dança muito bem também. É preciso muito treino para fazer o que faz.- Eu amo dançar.- Eu também. Fui a primeira bailarina do ballet de Moscou.Josie sabia que os bailarinos russos eram os melhores do mundo- Uau! Qual o seu nome?- Ivana Baryshnikov.Os olhos de Josie brilharam naquele momento.- Sei que é um tanto quanto inesperado, mas gostaria de fazer uma audição com você. Tem uma escola aqui perto que uma amiga minha é a proprietária e professora
A NOTÍCIA DE JOSIE veio como uma bomba na relação deles, porém Anthony já sabia que mais dia, menos dia, aquilo aconteceria, pois os três eram talentosos, mas tinham caminhos diferentes a seguir e por mais que entristecia ter que se separar das pessoas que fizeram sua vida ter sentido, aquele era o momento ideal.Anthony sabia que se não fizessem isso naquele momento, talvez se moldassem ao que a vida lhes obrigaria, teriam que escolher uma profissão qualquer e ter uma vida qualquer...E isso era tudo o que Anthony acreditava que não era, uma pessoa qualquer... ele nasceu para ser a grande estrela e Hollywood o esperava de braços abertos.E era nisso que Anthony acreditava.Sua mãe tinha conseguido também uma audição em uma peça de teatro para ele e ao ver a atuação de Anthony, tinha parecido perfeita, poré
MARK CHEGOU NA CASA de Tony e o chamou, seu padrasto saiu e disse com sua habitual rudeza:- Tony não mora mais aqui garoto, vai embora e não enche mais o meu saco. Está me entendendo?Mark se desculpou e foi embora.O caminho para casa naquele dia foi mais longo do que era, ele sentou-se na praça em que normalmente os três se reuniam e ficou digitando aleatoriamente as escalas, não importava que música tocasse, a solidão tinha chegado em estágio terminal e da forma mais cruel que alguém a pode sentir.Perdendo seus amigos mais preciosos.AO CONTRÁRIO DE JOSIE, Anthony foi embora sem se despedir, Mark sabia que algo assim aconteceria, não era muito do feitio dele despedidas, simplesmente fazia o que lhe dava na telha e não estava nem aí para o que acontecesse ou o que falassem dele.Qualquer hora aparece aqui com aquele
JOSIE FICOU MARAVILHADA ao pisar na Praça Vermelha em Moscou, ela sabia que teria uma vida extremamente regrada e não muito divertida, muito pelo contrário, sentiria muito mais dor do que poderia imaginar ou sonhar, iriam massacrar seu corpo franzino até que fosse puro músculo para suportar as mais diversas manobras que uma bailarina conseguiria suportar.Cara... é muita loucura... eu realmente estou aqui.Ela percebeu que tinha canhões enterrados no chão e passou graciosamente o pé sobre eles e sentiu que possuíam uma história oculta, estavam ali por algum motivo e Ivana percebendo que a garota tinha reparado neles tratou de contar a história que eram de Napoleão Bonaparte e estavam ali como um símbolo da grandiosa vitória sobre o maior general do mundo.Ao contrário do que imaginava, a praça era extremamente linda, c
MÃE DE ANTHONY, Caroline J. Melthow, deixou as malas no chão e se jogou na cama King Size que tinha naquele quarto quase luxuoso, se não fosse uma espelunca, que a companhia de teatro estava bancando para o seu jovem talento.- Nem acredito que nos livramos daquele desgraçado – declarou Caroline sorrindo de volta.Anthony sabia que mais dia ou menos dia arranjaria outro traste desgraçado igualzinho ao anterior para colocar em sua cama, por incrível que pareça, ela tinha o dom de arranjar os piores homens disponíveis ao seu redor, quiçá da Terra.Sua mãe era uma mulher de 35 anos de idade com um corpo de 18 anos, agora que ele era adolescente, quase adulto, não era difícil entender porque arranjava tantos homens assim, só não entendia como a natureza tinha sido tão gentil com ela se ficava desperdiçando tudo aquil
MARK COMEÇOU A COMPOR músicas freneticamente para suprir a falta que Josie fazia em sua vida, depois de compor mais de oitenta músicas, decidiu gravar um despretensioso CD instrumental e mandou para ela, da qual rasgou elogios sobre as melodias compostas por ele, disse ainda que utilizaria duas delas, as suas favoritas, em sua primeira apresentação solo.O CD SE INTITULAVA “J”, e levou Mark para os maiores palcos do mundo, abrindo os shows dos grandes nomes da música, além das participações especiais que fazia em shows e filmes de diversos artistas.COM O SUCESSO REPENTINO de Mark, um violinista inexperiente e tímido, porém, com uma inspiração que ia além do entendimento humano, ele provou para todos que era possível fazer sucesso sem precisar se expor com letras agressivas ou promiscuas.Com tudo isso surgiu muitas portas p