Início / Romance / UM DEZEMBRO INESQUECÍVEL / 3 “A viagem dos sonhos...”
3 “A viagem dos sonhos...”

3

“A viagem dos sonhos...”

— OH!!! GENTE, não sei nem como agradecer todo carinho que vocês tiveram comigo, e por me acompanhar até aqui no aeroporto, obrigada mesmo por todo esse amor, jamais poderei retribuir tanto carinho, e tanto amor.

— Não precisa agradecer – falou o pai, feliz por poder realizar o sonho de sua filha tão querida.

— Vamos sentir saudades, filha, mas não volte antes de se divertir e descansar bastante, merece mais do que ninguém essa férias, por isso aproveite.

— Obrigada, mãe, cuide bem do Mark, beijos gente, amo todos vocês – e entrou no portão de embarque de passageiros.

ERA A SUA QUINQUAGÉSIMA viagem de avião, segundo ela, então não estava tão apreensiva, pois quando criança, Daiana e sua irmã Mikaela ganharam uma viagem para a Florida, jamais esqueceram daquela viagem, pois elas sempre foram mais rivais do que irmãs, mas depois daquela viagem, viraram irmãs de verdade, pois foram sozinhas, e tiveram que aprender a compartilhar tudo o que viviam juntas.

O caminho do hall de embarque até o avião era mais longo do que Daiana se lembrava, ela não imaginava que faziam anos que não entrava em um avião e desfrutaria de uma loucura, a última vez tinha sido em sua lua-de-mel, quando foram para as Bahamas e no fim dos dois meses de férias e lua-de-mel ela se descobriu grávida.

Ela nunca soube ao certo como tudo aconteceu e o pior, como tudo terminou entre ela e seu ex marido, ela só entendia que tudo foi acontecendo na mais pura nostalgia que quando viram a realidade entenderam que um não era para o outro.

Ambos se achavam os melhores ex um do outro do mundo, pois continuaram amigos e sempre fizeram de tudo pela felicidade do filho, indiferente do resultado negativo que o casamento tomou, a conta positiva ainda era algo relevante a ser considerada.

Para Daiana um casamento não era baseado sobre o que acontecia na cama, ela era sexualmente realizada, o que não era é pessoalmente realizada, era como se algo importante naquela máquina

DAIANA SE SENTOU ao lado de um senhor muito gentil, Sr. Harrison, já era de idade avançada, mas era muito inteligente e de uma conversa agradável.

 — Olá! Prazer, me chamo Dorian Harrison – cumprimentou-a com um sorriso aberto e feliz.

 — Prazer, Sr. Harrison, me chamo Daiana... Daiana Pearson.

 — Oh! Pearson? Esse sobrenome não me é estranho, estudei com um Pearson no colégio, fazia bastante sucesso entre as mulheres, se não me engano, se chamava Bastian Pearson, loiro de olhos verdes escuros, muito inteligente...

 — Bastian Pearson? Você conheceu Bastian Pearson?

 — Sim.

 — Bastian Pearson era meu avô, ele morreu quando eu estava ainda no ventre de minha mãe...

 — Que triste notícia, minha querida, e que feliz coincidência de encontrar a neta de um dos homens que eu mais admirava em minha adolescência.

 — Oh! Sr. Harrison, adoraria saber das histórias de meu avô, se não fosse incômodo ao senhor me contar.

O senhor deu um belo sorriso como quem se lembra de um sonho bom.

 — Claro, minha querida, me dá até satisfação de lembrar daqueles felizes momentos que eu tive, devo muito ao seu avô, era um rapaz extraordinário, além de inteligente, era muito comunicativo, tinha um prazer sem igual de ajudar as pessoas, todos adoravam o Bastian, era o melhor jogador de basquete que tínhamos, não apenas pela sua mira impressionante, mas porque ele não era “fominha”, como a gente chamava aquelas pessoas que jogavam para elas mesmas, querendo impressionar alguém, normalmente uma garota, ele não, ele jogava para o time, era um exemplo a ser seguido.

 — Que louvável, Sr. Harrison, essas coisas, minha avó jamais contou.

 — Como se chama sua avó, pequena Pearson?

 — Tara... Tara Pearson.

 — Tara? Hum!!! Lembro-me dela também, é bom saber que conseguiu se casar com ele, me lembro que era muito apaixonada por ele.

 — Isso ela me contou, e que demorou para conseguir conquista-lo...

 — Não posso afirmar, pois quando sai do colégio, fui para Paris, meus pais se mudaram para lá, e acabei fazendo minha faculdade, mas Tara era uma garota linda, uma das mais desejadas da escola, não me admira você ter herdado a sua beleza, pelo menos, o brilho dos seus olhos, é inegável de dizer que você não ser neta de Tara... Poxa... Como o tempo passa, parece que foi ontem, toda aquela loucura, as festas, as namoradas, que tempo bom eram aqueles.

 — Mas me conte mais sobre meu avô, Sr. Harrison.

 — Em geral, ele era tudo que um homem gostaria de ser com a sua idade, ele era famoso, tinha a garota que quisesse, mas dispensava a maioria delas, naquela época ele namorava uma líder de torcida, Jean se não me engano, Jean MacEvan, era lindíssima, morria de ciúmes de sua avó, mas já desconfiava que no fim, ele ficaria com a sua avó, já que a Tara era uma garota doce, meiga, estudiosa, já a Jean se gabava de sua beleza e talento em seus flertes nos melhores rapazes do colégio

— Ninguém merece ficar com pessoas egoístas mesmo.

— Todos nós sabemos que existem pessoas boas e más na vida, indiferente da idade, e a Tara e a Jean representava exatamente isso, Jean era atrevida demais para seu avô, todos percebiam isso, ela não dava liberdade para nada, tinha um ciúmes doentio, todos ficavam constrangidos pelo Bastian por causa de suas crises, toda vez que ele terminava, ela se humilhava e chorava para ele voltar, acho que por dó dela, voltava, mas em uma semana, aquela loucura toda retornava, como um viciado em drogas, foram inúmeras vezes que seu avô terminou com ela, e dou a ele toda razão.

 — Nossa! É realmente fantástico saber sobre ele, todo mundo conhece um pouco dele, menos eu, só vi algumas fotos, algumas poucas histórias, mas nada real, apenas poucas aventuras com minha avó, sua lua-de-mel em Lisboa, coisas assim.

 — É uma satisfação conhecer a neta de alguém tão admirável em meu tempo, chega a ser uma honra, eu e seu avô não éramos amigos íntimos, mas sempre o admirei muito, gostaria de revê-lo novamente, mas acho que só o verei no céu agora, irei descansar um pouco minha jovem, logo mais, me acorde quando chegarmos em Sydney por favor...

 — Claro, Sr. Harrison, não tenho palavras para te agradecer por falar do meu avô.

 — É um prazer falar de alguém como ele, até mais – vira a cabeça e fecha os olhos e dorme.

 Que loucura, meu Deus – pensou ela consigo mesma... – sempre sonhei com meu avô de um jeito, do jeito que a vovó sempre me contava, e agora do nada, aparece esse senhor e me conta coisas fantásticas sobre ele, essa já está sendo uma viagem inesquecível, já valeu a pena...

 Vira e dorme também...

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo