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Triste realidade

- Filho de tudo que eu disse, você só prestou atenção nisso? Eu não preciso de nenhum médico! Eu preciso que você acorde para vida! Quero que você coma seu jantar, depois leve essa porcaria de sorvete para sua filha e passe um tempo com ela, que faça isso com mais frequência. Mas parece que você não quer entender - Clarice sorri tristemente 

- Suspira - Está bem, a senhora sempre tem razão, vou jantar e vou falar com a minha filha e quanto você acha de você mesmo encontrar a nova babá ? Assim contrata alguém da sua confiança que possa te ajudar com a casa. Prometo não levar para minha cama - ergue as mãos em sinal de rendição 

- Bem, se você promete não levar para cama e não mandar embora por qualquer bobeira - diz, seria

- vamos fazer o seguinte, essa babá será sua responsabilidade só cuidarei dos trâmites legais e ela só será mandada embora se você quiser. Estamos de acordo ? - estende a mão para Clarice que aceita 

- De acordo, já sei quem vou contratar - sorri triunfante 

- Como? Você fez isso de caso pensando não é mesmo ? - arquea a sobrancelha 

- Claro que não menino! Me respeite ! Mas se é alguém da minha confiança eu confio apenas em uma pessoa - diz pegando o prato feito para Gael e o servind enquanto ele se sentava ali mesmo na cozinha 

- Por acaso posso saber quem é essa pessoa digna de sua confiança? - pergunta com ciúmes 

- Claro que pode ! É a minha afilhada Melinda - sorri com ternura - ela mora na sua fazenda em Lahiana não se lembra dela ?

- Você quer contratar uma criança para trabalhar e cuidar da minha filha? Está ficando louca Clarice? - pergunta incrédulo 

- Me respeite, garoto troquei suas fraldas! Melinda não é criança. Ela é jovem, eu sei, tem apenas 20 anos , mas é estudiosa e muito responsável e o principal da minha total confiança - fala chateada 

- Sua afilhada já tem 20 anos ? Parece que ontem mesmo ela não saiu do seu pé para ver a Alice - em choque 

- Meu filho a Alice vai fazer 6 anos daqui um mês que vem. Você está tão preso na sua dor que não vê o tempo passar. Tudo bem contratar a Melinda? - pergunta ansiosa 

- Se ela não é mais criança e é responsável, claro que sim, é até melhor que ela. Afinal, conhecemos toda a família e sabemos que é de boa índole - diz terminando de comer 

- Vou preparar o sorvete para você levar para sua filha, vai querer também ? - pergunta já sabendo a resposta 

- Não como doces e você sabe muito bem. Adora me provocar né ? - Mostra a língua -

- Não sabe que está perdendo, mas enfim leva para menina e seja gentil com ela, você tem sido muito ríspido com ela as poucas vezes que a vê - fala repreendendo Gael 

Clarice era a única pessoa que Gael permitia que falasse dessa maneira com ele. O respeito e o amor que ele tinha era de mãe e filho, já que sua mãe nunca tinha tempo para ele e praticamente foi criado pela Clarice 

Enquanto isso no andar de cima , a pequena Alice estava em seu quarto deitada na cama chorando de soluçar 

- Porque eu não fui embora junto com a mamãe? Devia ter me levado Deus, eu sou um peso para meu papai e ele não me ama. Por favor, Deus me leve junto com a mamãe - pedia chorado angustiada, o que a pequena não sabia é que seu pai ouvia tudo

Gael não sabia como reagir , se sentia mal em ver a filha assim e ter tal pensamento. É claro que ele a ama e ela jamais seria um peso para ele. O que acontece é que ele se sente culpado por ter baixa visão e não ter a mãe por perto. Gael não se sentia digno do amor de sua filha. Ele pensou em voltar para cozinhar e pedir para Clarice dar o sorvete, mas ao se virar ele fez barulho e a pequena ouviu.

- Papi é você ? - perguntou limpando as lágrimas forçando a visão para tentar ver o vulto. 

Alice conseguia ver vultos e sabia que esse não era o de Clarice e o perfume de seu pai era único e estava por toda parte. 

- Sim , sou eu filha - disse sem graça 

- Faz tempo que o senhor está aí ? - pergunta receosa 

- Não, acabei de chegar, posso entrar? - estava se sentindo desconfortável 

- Claro que sim, Papi - diz curiosa 

- Clarice me disse que você não comeu todo seu jantar 

- Desculpa Papi, é que perdi a fome, não briguei comigo por favor - junta as mãozinhas implorando -

- Não vou brigar , mas é que combinamos que só tomaria sorvete se comesse - interrompe o pai 

- Eu não tomei papi - diz rapidamente suspirando pensando no sorvete 

- Eu sei que não Clarice me disse, mas você vai tomar , eu trouxe para você - diz se aproximando entretanto o potinho direcionado a colher em uma das suas mãos 

- Mas Papi ? 

- Filha, eu sei muito bem o porque você perdeu seu apetite , sei que está triste comigo. Então como pedido de desculpas, eu quero que tome todo seu sorvete 

- Não estou triste papi

- Não minta para seu pai, minha filha , eu sei que está triste comigo e eu dei todos os motivos para isso. Peço desculpas por ser um péssimo pai, principalmente nos últimos tempos estou cheio de problemas na empresa, isso acaba com meu humor e me dá muita dor de cabeça - diz carinhoso enquanto observa ela tomar sorvete 

- Entendi , não tem nada que eu possa fazer para ajudar Papi? - pergunta inocentemente 

- Não filha são coisas chatas de adulto, só peço que tenha paciência comigo -diz fazendo carinho na cabeça dela 

- Papi você não é chato, só é muito ocupado. Quer um pouco de sorvete? - tenta oferecer mesmo sabendo a resposta 

- Não, obrigado, é tudo seu. Ei ! Filha, seu aniversário está chegando, o que vai querer de presente?

- Não quero nada - diz triste 

- Como não filha ? Toda criança ama presente de aniversário e eu posso te dar o que quiser - diz sem entender 

- Eu já tenho tudo Papi

- vamos me diga o que você quer pedir e está sem coragem? Pode dizer que eu não vou brigar - fala carinhoso encorajando a filha

- Eu queria passar meu aniversário na fazenda, mas o senhor está muito ocupado, não quero atrapalhar

- eu acho que posso me organizar para ficarmos algun

s dias na fazenda, o que acha ?

Continua ...

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