- Herberto, você realmente trouxe sua noiva para beber na primeira vez que se encontram. - Brincou Otávio, segurando uma taça de vinho enquanto olhava para Herberto com um sorriso. Ele não respondia, mas Sofia não parecia tão contente ao jogar uma semente de melão em sua direção, indagando:- Que coisa sem sentido você está falando?Otávio se esquivava da pergunta, rindo.- Somos todos do mesmo círculo. Quem não sabe do noivado da família Ribeiro com a família Teixeira?O noivado das famílias Ribeiro e Teixeira era conhecido por todos, de fato. Mesmo que Sofia não o admitisse, ela não podia escapar disso.Hélio, sentado ao lado de Herberto, também começava a brincar com Carlos:- Carlos, você ainda não está pensando no seu casamento?Carlos colocava a taça de vinho para baixo e falava:- Eu não estou com pressa.- Ainda não está com pressa? Você tem quase a mesma idade que o Mestre Rodrigo, e ele já não sai para se reunir há anos, não é?Otávio então olhou para Hélio.- Ele tem uma fa
Ela também não queria ficar sozinha ali, então pegava sua bolsa para sair. Nesse instante, se virava e via o celular de Camila, esquecido no sofá.- Como ela pode ter...Ao pegar o celular e tocar a tela, ele se iluminava e ela via uma mensagem não lida. Claramente chocada com o conteúdo da mensagem, seu rosto expressava surpresa.Herberto a observava.- O celular dela?Sofia não respondia, pegando sua bolsa e correndo para fora.- Herberto, o que eles estão...Hélio perguntava, os outros dois também pareciam confusos. Herberto, então, respirava fundo e se levatava.- Vocês continuem bebendo, eu vou ver o que aconteceu. Sofia havia acabado de sair do bar, quando Herberto a alcançava e a segurava, falando calmamente:- Ligue para Carlos e pergunte onde ele está, eu te levo até lá.Mas Sofia ainda estava atordoada. Herberto imaginava que ela não havia o ouvido, portanto, voltava a falar novamente. Entretanto, antes que pudesse repetir, Sofia levantava a cabeça e olhava para seu noivo.
- Ah, eu invejo ele por ter pais que o amam, e também invejo sua liberdade. - Carlos sorriu levemente.A solidão nos seus olhos fez Camila sentir que as suas palavras eram verdadeiras. Ele então voltou a falar, com uma voz suave:- Uma vez, alguém me disse que, se uma pessoa não tem sonhos, não ousa viver por si mesma, e só sabe seguir regras e rotinas todos os dias, isso é realmente triste. - Ele virou e olhou para ela. - Quem me disse isso foi a mãe de Rodrigo, a Sra. Viviane.Camila abriu a boca, mas não falou nada.E ele continuou, calmamente:- Na minha família, os mais velhos são muito rigorosos. Na minha infância, além de estudar etiqueta e regras, eu tinha que ler vários livros para complementar meu conhecimento. Quando fui para o colégio privado, as coisas que eu tinha que aprender se tornaram ainda mais numerosas. Eu não tinha tempo livre para relaxar, e nem sequer esperava fazer amigos.Camila, então, entendeu que nascer em uma família nobre significa ter um status elevado e
Camila ficou em silêncio.Ela já tinha ouvido de Karina que, se Tiago não tivesse desistido de Viviane por causa da família, talvez não existiria o Rodrigo de hoje, e até mesmo Carlos não seria o Carlos de agora.Tudo já estava predestinado. Se naquela época não tivessem mudado, talvez ela não teria encontrado Rodrigo em sua vida.As loucuras de seis anos atrás, os destinos que se entrelaçam seis anos depois, eles se encontraram.. Isso não foi sua escolha? Se naquela época ela não tivesse escolhido voltar para lutar pela Vinna Joias, mas continuasse no país S desfrutando da fama e da fortuna, talvez ela nunca teria encontrado o pai de seus filhos.Carlos olhou para o relógio.- Já está tarde, eu te levo para casa.Camila, depois de ouvir tudo isso, não se sentia mais tão perturbada. Ela se levantou.- Obrigada.- Não precisa ser formal comigo, já que nos conhecemos, somos amigos. - Carlos disse com um sorriso leve no rosto.Os dois, então, saíram do parque, e viram Rodrigo parado em fr
- Rodrigo, você... - Herberto realmente queria avançar e dar uma surra em Rodrigo, mas Sofia o segurava com força, impedindo-o de agir impulsivamente.Herberto raramente perdia a paciência e nunca agia com violência sem motivo, mas Rodrigo realmente tinha ido longe demais!- Chega. – Camila gritou.A expressão dela foi se acalmando gradualmente, até que o silêncio reinou no ambiente. O rosto pálido dela não revelava nenhuma emoção. Os dedos, firmemente entrelaçados, estavam frios e tremiam.Ela levantou a cabeça para olhar para Rodrigo, com os olhos úmidos, e com lágrimas que ameaçavam cair.Mas Rodrigo não olhava para Camila.Ele não ousava olhar.Camila disse:- Rodrigo, se eu não me divorciar, o que você vai fazer comigo?Sim, ela estava tão humilhada a esse ponto, ainda querendo reconquistar. Ela cedia, não queria se divorciar. Mesmo que Rodrigo a mandasse embora, ela não queria ir.No país S, Rodrigo era o homem que arriscava sua vida para protegê-la. Como ela poderia acreditar qu
O tempo estava se esgotando.Camila observava a porta do carro se fechar com força, e o veículo preto se afastar, desaparecendo na escuridão da noite densa.Ela permanecia imóvel, com a cabeça baixa, lágrimas turvas caiam em seus sapatos, como gotas da chuva mais ácida que pode existir.Sofia correu até ela, segurando os ombros dela, ela disse:- Camila, por que você ainda não quer se divorciar dele, depois de tudo o que ele fez com você?- Vocês não conseguem entender. - Camila interrompeu Sofia suavemente, a luz estendendo sua sombra triste e solitária. Depois de um momento, ela murmurou: - Me leve de volta para a família Fernandes.Em nenhum momento ela levantou a cabeça.Carlos a observou por um tempo, e disse:- Vou buscar o carro.Durante a volta, Camila permaneceu em silêncio.Assim que chegaram à casa dos Fernandes, ela pegou o celular, agradeceu Carlos e saiu do carro sem olhar para trás.Carlos assistiu à partida de Camila até ela entrar, franzindo a testa em reflexão. Depois
- Você não precisa trabalhar? – Perguntou Camila.- Posso tirar uma folga, no máximo é só um desconto que vai aparecer no meu holerite. - Sofia respondeu, acenando com a mão.Camila pegou o café, e antes de começar a beber, ela sentiu uma onda de náusea.Rapidamente, ela colocou a xícara na mesa e correu para o banheiro.- Camila, o que houve? - Sofia se levantou e a seguiu. Camila entrou no cubículo do banheiro, abriu a tampa e se inclinou para vomitar.- Camila, você está bem? - Sofia apareceu do lado de fora, surpresa ao vê-la vomitar. - Camila, não me diga que...Ela de repente pensou em algo.E Camila, paralisada, sentindo nauseas e sem apetite, se lembrou do atraso da menstruação."Será que estou grávida?" Ela pensou.Ela deu descarga no vaso, colocou a mão sobre o ventre plano e saiu, pálida.Sofia, preocupada, disse:- Que tal irmos ao hospital para fazer um exame?Camila não recusou."Se eu realmente estiver grávida, o que vou fazer?" Pensamentos como esse não saiam da cabeça
- Ele não pode se divorciar sem motivos! - Camila estava ligeiramente agitada, com os olhos vermelhos. - Giovane, por favor, eu te imploro, me deixar conversar com ele?A mandíbula de Giovane se mexeu, mantendo a expressão inalterada:- Se ele já decidiu se divorciar de você, por que você ainda insiste em incomodá-lo? Camila, você não acha que já o prejudicou o suficiente? Nós, da família Duarte, não vamos disputar a custódia dos filhos com você, Rodrigo já até transferiu uma parte das ações do grupo para você, o que mais você quer?Os dedos frios de Camila involuntariamente empalideceram.- Não é isso que eu quero. - A voz dela tremia. - Eu só quero que ele esclareça esta questão.As mãos de Giovane, que estavam atrás de suas costas, se apertaram involuntariamente ao pensar no que seu neto havia passado. Ele disse com um olhar frio:- O que mais ele precisa esclarecer, Camila? Desde o início, eu não concordei com o relacionamento de vocês. Fui eu quem forçou Rodrigo a se divorciar de