- Ah, eu invejo ele por ter pais que o amam, e também invejo sua liberdade. - Carlos sorriu levemente.A solidão nos seus olhos fez Camila sentir que as suas palavras eram verdadeiras. Ele então voltou a falar, com uma voz suave:- Uma vez, alguém me disse que, se uma pessoa não tem sonhos, não ousa viver por si mesma, e só sabe seguir regras e rotinas todos os dias, isso é realmente triste. - Ele virou e olhou para ela. - Quem me disse isso foi a mãe de Rodrigo, a Sra. Viviane.Camila abriu a boca, mas não falou nada.E ele continuou, calmamente:- Na minha família, os mais velhos são muito rigorosos. Na minha infância, além de estudar etiqueta e regras, eu tinha que ler vários livros para complementar meu conhecimento. Quando fui para o colégio privado, as coisas que eu tinha que aprender se tornaram ainda mais numerosas. Eu não tinha tempo livre para relaxar, e nem sequer esperava fazer amigos.Camila, então, entendeu que nascer em uma família nobre significa ter um status elevado e
Camila ficou em silêncio.Ela já tinha ouvido de Karina que, se Tiago não tivesse desistido de Viviane por causa da família, talvez não existiria o Rodrigo de hoje, e até mesmo Carlos não seria o Carlos de agora.Tudo já estava predestinado. Se naquela época não tivessem mudado, talvez ela não teria encontrado Rodrigo em sua vida.As loucuras de seis anos atrás, os destinos que se entrelaçam seis anos depois, eles se encontraram.. Isso não foi sua escolha? Se naquela época ela não tivesse escolhido voltar para lutar pela Vinna Joias, mas continuasse no país S desfrutando da fama e da fortuna, talvez ela nunca teria encontrado o pai de seus filhos.Carlos olhou para o relógio.- Já está tarde, eu te levo para casa.Camila, depois de ouvir tudo isso, não se sentia mais tão perturbada. Ela se levantou.- Obrigada.- Não precisa ser formal comigo, já que nos conhecemos, somos amigos. - Carlos disse com um sorriso leve no rosto.Os dois, então, saíram do parque, e viram Rodrigo parado em fr
- Rodrigo, você... - Herberto realmente queria avançar e dar uma surra em Rodrigo, mas Sofia o segurava com força, impedindo-o de agir impulsivamente.Herberto raramente perdia a paciência e nunca agia com violência sem motivo, mas Rodrigo realmente tinha ido longe demais!- Chega. – Camila gritou.A expressão dela foi se acalmando gradualmente, até que o silêncio reinou no ambiente. O rosto pálido dela não revelava nenhuma emoção. Os dedos, firmemente entrelaçados, estavam frios e tremiam.Ela levantou a cabeça para olhar para Rodrigo, com os olhos úmidos, e com lágrimas que ameaçavam cair.Mas Rodrigo não olhava para Camila.Ele não ousava olhar.Camila disse:- Rodrigo, se eu não me divorciar, o que você vai fazer comigo?Sim, ela estava tão humilhada a esse ponto, ainda querendo reconquistar. Ela cedia, não queria se divorciar. Mesmo que Rodrigo a mandasse embora, ela não queria ir.No país S, Rodrigo era o homem que arriscava sua vida para protegê-la. Como ela poderia acreditar qu
O tempo estava se esgotando.Camila observava a porta do carro se fechar com força, e o veículo preto se afastar, desaparecendo na escuridão da noite densa.Ela permanecia imóvel, com a cabeça baixa, lágrimas turvas caiam em seus sapatos, como gotas da chuva mais ácida que pode existir.Sofia correu até ela, segurando os ombros dela, ela disse:- Camila, por que você ainda não quer se divorciar dele, depois de tudo o que ele fez com você?- Vocês não conseguem entender. - Camila interrompeu Sofia suavemente, a luz estendendo sua sombra triste e solitária. Depois de um momento, ela murmurou: - Me leve de volta para a família Fernandes.Em nenhum momento ela levantou a cabeça.Carlos a observou por um tempo, e disse:- Vou buscar o carro.Durante a volta, Camila permaneceu em silêncio.Assim que chegaram à casa dos Fernandes, ela pegou o celular, agradeceu Carlos e saiu do carro sem olhar para trás.Carlos assistiu à partida de Camila até ela entrar, franzindo a testa em reflexão. Depois
- Você não precisa trabalhar? – Perguntou Camila.- Posso tirar uma folga, no máximo é só um desconto que vai aparecer no meu holerite. - Sofia respondeu, acenando com a mão.Camila pegou o café, e antes de começar a beber, ela sentiu uma onda de náusea.Rapidamente, ela colocou a xícara na mesa e correu para o banheiro.- Camila, o que houve? - Sofia se levantou e a seguiu. Camila entrou no cubículo do banheiro, abriu a tampa e se inclinou para vomitar.- Camila, você está bem? - Sofia apareceu do lado de fora, surpresa ao vê-la vomitar. - Camila, não me diga que...Ela de repente pensou em algo.E Camila, paralisada, sentindo nauseas e sem apetite, se lembrou do atraso da menstruação."Será que estou grávida?" Ela pensou.Ela deu descarga no vaso, colocou a mão sobre o ventre plano e saiu, pálida.Sofia, preocupada, disse:- Que tal irmos ao hospital para fazer um exame?Camila não recusou."Se eu realmente estiver grávida, o que vou fazer?" Pensamentos como esse não saiam da cabeça
- Ele não pode se divorciar sem motivos! - Camila estava ligeiramente agitada, com os olhos vermelhos. - Giovane, por favor, eu te imploro, me deixar conversar com ele?A mandíbula de Giovane se mexeu, mantendo a expressão inalterada:- Se ele já decidiu se divorciar de você, por que você ainda insiste em incomodá-lo? Camila, você não acha que já o prejudicou o suficiente? Nós, da família Duarte, não vamos disputar a custódia dos filhos com você, Rodrigo já até transferiu uma parte das ações do grupo para você, o que mais você quer?Os dedos frios de Camila involuntariamente empalideceram.- Não é isso que eu quero. - A voz dela tremia. - Eu só quero que ele esclareça esta questão.As mãos de Giovane, que estavam atrás de suas costas, se apertaram involuntariamente ao pensar no que seu neto havia passado. Ele disse com um olhar frio:- O que mais ele precisa esclarecer, Camila? Desde o início, eu não concordei com o relacionamento de vocês. Fui eu quem forçou Rodrigo a se divorciar de
O familiar cheiro de desinfetante hospitalar fez com que ela lentamente abrisse os olhos. Ela se deparou com o teto branco em cima dela.- Camila, você acordou? - Sofia, ao vê-la despertar, sorriu e se levantou para perguntar.No quarto também estavam Miguel e Karina. Miguel, tendo ouvido de Karina sobre o desmaio e a hospitalização de Camila, foi imediatamente, muito preocupado.- Camila, o médico disse que você precisa descansar bastante. Você está grávida e esse estresse afetou o desenvolvimento do bebê, isso quase causou um aborto. – Miguel alertou.Camila ficou paralisada, cobrindo involuntariamente o abdômen com a mão, ela se sentiu culpada; ela quase havia prejudicado a criança.Ela falou com voz fraca:- Quem me trouxe para o hospital?Ela se lembrava de ter visto alguém antes de desmaiar.Sofia fez um beicinho, sabendo o que ela esperava ouvir:- Foi meu irmão, mas o assistente dele acabou de chamá-lo de volta.Camila mordeu o lábio, os cílios dela tremiam ligeiramente.Karina
Nesses últimos três dias, Rodrigo não enviou nenhuma mensagem ou fez qualquer ligação para Camila, ele havia sumido completamente.Karina colocou a marmita na mesa e respondeu:- O médico disse que você está muito fraca, e que precisa recuperar bem a saúde antes de ter alta.Camila não disse nada.Karina se aproximou de Camila, levando-a até a beira da cama para que ela se sentasse:- Cunhada, coma alguma coisa, se não vai esfriar e perder o sabor.Como nos últimos dias seu apetite estava fraco, tudo o que Camila comia, ela acabava vomitando. Seu pai, preocupado com ela, fazia refeições nutritivas com dois pratos de carne e um de vegetais, incluindo sempre canja.Mesmo sem apetite, por causa do bebê, ela se esforçava para comer um pouco.Ela levantou a cabeça e olhou para Karina:- Obrigada por esses dias, por cuidar de mim e ajudar meu pai com as refeições.- São só pequenos favores, não precisa de tanta cortesia, cunhada.Karina não se importava com esses pequenos gestos.Camila sorr