- Você está certa. Fizemos uma investigação incompleta, talvez a pessoa que ele está tentando proteger também esteja envolvida em tudo isso. - Disse Rodrigo de maneira despreocupada. Logo após ele terminar de falar, João lembrou-se de algo de repente.- Notei que todos meses uma quantia para despesas de vida é transferida para a conta dele.Rodrigo franziu a testa e disse: - Investigue isso.Após sair do hospital, Camila pediu que Rodrigo a levasse até a Vinna Joias.Ao pararem em frente à loja, Rodrigo segurou o pulso de Camila, olhando-a fixamente.- Você está mesmo decidida a se mudar para cá?Eles se olharam em silêncio por alguns segundos.Ela riu sarcástica.- Claro, senão a minha rotina vai ser exaustiva. Não dou conta de me dividir, é cansativo demais. Satisfeito por ser uma questão de trabalho, Rodrigo a soltou.- Então, eu venho te buscar à noite.- Ok.Assim que entrou no escritório, ela viu Sofia sentada comendo macarrão instantâneo, preenchendo o lugar com o cheiro do s
Ela acenou com a mão: - Bem, eu paguei sua conta de luz e água do ano inteiro, e você também deveria arranjar um emprego. Mesmo que você não seja mais herdeira, não deve sair por aí como sem-teto.Embora as palavras fossem duras, Sofia respondeu com um sorriso: - Embora seja um pouco embaraçosa sempre depender de você, sei que você se preocupa comigo. Pode deixar, vou arrumar um trabalho!...Na Mansão Duarte.- Vovô, acredite em mim, eu realmente não fiz nada.Kyra estava atrás do mestre, mantendo uma postura muito humilde, fazendo-se de vítima.O mestre se virou para olhá-la: - Kyra, se você realmente não tem nada a ver com isso, eu vou acreditar em você, mas só vou te fazer uma pergunta, e quero que você me responda com sinceridade.Ela apertou os lábios e assentiu.- Você causou o acidente com as crianças?O mestre poderia não se importar com outras coisas, mas a vida de seus bisnetos era algo que ele não poderia relevar, ele tinha que ter certeza sobre isso.Kyra balançou a cab
Rodrigo estava encharcado da chuva quando a abraçou. O cheiro discreto de sua colônia Gucci misturado com um toque de menta do seu cigarro inundando as narinas de Camila. - Desculpa, te deixei preocupada. - Disse ele.Camila, afastando-se suavemente de seu abraço, perguntou: - Por que vocês vieram ao hospital se estão bem?João tocou o próprio nariz e respondeu: - Nós estamos bem, mas teve gente que se deu mal.Camila olhou para Rodrigo, que apenas ergueu uma sobrancelha.- Rodrigo! - Ela se virou ao ouvir a voz ansiosa de mestre e Kyra, que chegaram correndo ao hospital.Kyra, ao ver que Rodrigo estava bem, deixou uma expressão de surpresa passar por seu rosto, mas logo se recompôs. Com uma voz suave, perguntou: - Rodrigo, você está bem? Avô ouviu falar do acidente e nós viemos correndo.O homem não lhe deu muita atenção e, voltando-se para o mestre, afirmou: - Estou bem.Miguel relaxou ao vê-lo são e salvo e perguntou:- O que aconteceu, afinal?João explicou: - Mestre, estávam
Ele respondeu com fraqueza: - Eu não te incriminei, foi claramente uma armadilha que você montou.- Você está falando bobagem! Eu não fiz nada!Kyra, com as emoções à flor da pele, fez o mestre franzir o cenho, uma suspeita sutil se espalhando em seu rosto.Ela agarrou o braço do avô. - Vô, eu fui incriminada, eu adoro o Rodrigo, como eu faria algo para machucá-lo?Rodrigo, com um tom frio, questionou: - Se não foi você, quem mais seria?Ela cobriu o peito, com os olhos vermelhos e uma explicação histérica: - Rodrigo, você sabe que eu te adoro, eu jamais faria mal a alguém, sobretudo você. Se tem alguém querendo te fazer mal, só pode ser da família Eduardo!Ela se lançou para a beira da cama, desesperada. - Quem são vocês, por que estão me incriminando?João a puxou para longe rapidamente. Kyra, talvez perturbada pela situação, ainda mantinha ares de inocência.Camila olhou friamente. Se Kyra não fosse a principal suspeita, ela teria quase acreditado que a família Eduardo estava e
A estratégia que ele mencionou não era expor Kyra na frente do mestre, mas sim armar uma encenação?João respondeu com um sorriso largo:- Srta. Camila, isso não foi uma encenação nossa. No caminho de volta com Rodrigo, de fato, fomos cercados. Com o caminho escorregadio pela chuva, só não aconteceu o acidente porque eu sei dirigir muito bem. Se aqueles caras não tivessem se machucado sério, já teríamos deixado eles na delegacia. Rodrigo e eu só aproveitamos a situação a nosso favor.- É assim? Esses caras eram peões da Kyra? - Camila olhou para Rodrigo com uma pitada de dúvida. Kyra amava o Rodrigo, mas então porque ela agiria assim?Rodrigo disse com um sorriso:- Eles já admitiram tudo. Alguém os mandou pra jogar a culpa na família Eduardo.Camila refletiu sobre o que Kyra havia dito, a qual tinha certeza de que havia um vínculo com a família Eduardo. Pelo visto, seu objetivo era incriminar a família Eduardo para semear a dúvida no mestre.- Eu e Rodrigo agimos para desmantelar a q
Ela sentiu suas bochechas corarem. - Seu cabelo ainda está molhado! - Exclamou ela. Ele apenas sorriu. - Vai secar logo.Antes que Camila pudesse reagir, ele a beijou. O fino robe deslizou do corpo dela, e ela se enroscou no pescoço dele, ambos caindo suavemente na maciez da cama atrás deles, e então se entregaram ao amor.O som da chuva do lado de fora foi diminuindo, e as gotas na janela escorriam.Na manhã seguinte, a luz do sol entrou pelas frestas da cortina, espalhando-se sobre a cama.Camila acordou com o toque do telefone.Ela estendeu a mão sonolenta e atendeu com uma voz preguiçosa: - Alô? Sou eu.A voz que respondeu era conhecida. Camila sentou-se, olhando inconscientemente para o visor do celular sem um nome salvo, mas ela sabia quem era.- Bom dia, Sr. Herberto.- Meu avô quer te conhecer. Vamos nos encontrar no Restaurante Mar do Sul às oito.Camila ficou em silêncio por alguns segundos, mas concordou.Depois de se arrumar, ela desceu e viu o café da manhã já pronto na
Camila abaixou a cabeça e disse: - Mesmo que o tataravô de Rodrigo quase tenha morrido nas mãos do seu pai, a mãe de Rodrigo não tinha nada contra vocês, certo? Já está tudo resolvido, por que perpetuar esse ódio?Por que os mais jovens a carregaria esse fardo?Theo olhou com raiva e disse: - Tudo resolvido? Eu e a família Duarte nunca estaremos quites. Além disso, você realmente sabe o que a família Duarte fez com a família Eduardo?Camila ficou em silêncio.As mãos que repousavam em seu colo se apertaram.Foi então que Theo se virou, levantando a barra da calça, revelando uma prótese mecânica.Camila olhou com surpresa.- Viu só? Isso foi obra de Vicente. Para forçar meu pai a se afastar da política, alguém cortou a minha perna.A voz de Theo era carregada de rancor: - Eu tinha apenas sete anos, ainda era uma criança. A dor de ter a perna cortada é um pesadelo que não consigo esquecer, um pesadelo obra do tataravô de Rodrigo!Camila estava pálida.Uma criança de sete anos foi muti
Camila enfrentou a situação com um sorriso tranquilo. - Não se preocupe, Sr. Theo, nunca serei sua inimiga. - Ela assegurou ao idoso que parecia impregnado de uma autoridade ancestral.Ao sair do restaurante Mar do Sul, Camila quase esbarrou em Kyra e Miguel, que pareciam indiferentes aos eventos da noite anterior. Com um sorriso gelado, Kyra cumprimentou: - Que coincidência, Srta. Camila, veio almoçar com alguém?Camila, escondendo sua apreensão sob um sorriso leve, respondeu: - Sim, já terminei meu almoço, agora preciso ir. Ela sabia que a presença do mestre complicaria as coisas, se Herberto e Theo aparecessem e Kyra começasse a provocar situações difíceis de explicar.Ela acenou respeitosamente para o mestre, tentando se despedir, mas Kyra segurou seu braço, insistindo que ela ficasse para comer com eles, como um gesto de boa vontade e um pedido de desculpas pelas ações passadas.O rosto de Camila se tornou um mosaico de emoções. Era claro que Kyra não queria deixá-la ir, talv