Ela sentiu suas bochechas corarem. - Seu cabelo ainda está molhado! - Exclamou ela. Ele apenas sorriu. - Vai secar logo.Antes que Camila pudesse reagir, ele a beijou. O fino robe deslizou do corpo dela, e ela se enroscou no pescoço dele, ambos caindo suavemente na maciez da cama atrás deles, e então se entregaram ao amor.O som da chuva do lado de fora foi diminuindo, e as gotas na janela escorriam.Na manhã seguinte, a luz do sol entrou pelas frestas da cortina, espalhando-se sobre a cama.Camila acordou com o toque do telefone.Ela estendeu a mão sonolenta e atendeu com uma voz preguiçosa: - Alô? Sou eu.A voz que respondeu era conhecida. Camila sentou-se, olhando inconscientemente para o visor do celular sem um nome salvo, mas ela sabia quem era.- Bom dia, Sr. Herberto.- Meu avô quer te conhecer. Vamos nos encontrar no Restaurante Mar do Sul às oito.Camila ficou em silêncio por alguns segundos, mas concordou.Depois de se arrumar, ela desceu e viu o café da manhã já pronto na
Camila abaixou a cabeça e disse: - Mesmo que o tataravô de Rodrigo quase tenha morrido nas mãos do seu pai, a mãe de Rodrigo não tinha nada contra vocês, certo? Já está tudo resolvido, por que perpetuar esse ódio?Por que os mais jovens a carregaria esse fardo?Theo olhou com raiva e disse: - Tudo resolvido? Eu e a família Duarte nunca estaremos quites. Além disso, você realmente sabe o que a família Duarte fez com a família Eduardo?Camila ficou em silêncio.As mãos que repousavam em seu colo se apertaram.Foi então que Theo se virou, levantando a barra da calça, revelando uma prótese mecânica.Camila olhou com surpresa.- Viu só? Isso foi obra de Vicente. Para forçar meu pai a se afastar da política, alguém cortou a minha perna.A voz de Theo era carregada de rancor: - Eu tinha apenas sete anos, ainda era uma criança. A dor de ter a perna cortada é um pesadelo que não consigo esquecer, um pesadelo obra do tataravô de Rodrigo!Camila estava pálida.Uma criança de sete anos foi muti
Camila enfrentou a situação com um sorriso tranquilo. - Não se preocupe, Sr. Theo, nunca serei sua inimiga. - Ela assegurou ao idoso que parecia impregnado de uma autoridade ancestral.Ao sair do restaurante Mar do Sul, Camila quase esbarrou em Kyra e Miguel, que pareciam indiferentes aos eventos da noite anterior. Com um sorriso gelado, Kyra cumprimentou: - Que coincidência, Srta. Camila, veio almoçar com alguém?Camila, escondendo sua apreensão sob um sorriso leve, respondeu: - Sim, já terminei meu almoço, agora preciso ir. Ela sabia que a presença do mestre complicaria as coisas, se Herberto e Theo aparecessem e Kyra começasse a provocar situações difíceis de explicar.Ela acenou respeitosamente para o mestre, tentando se despedir, mas Kyra segurou seu braço, insistindo que ela ficasse para comer com eles, como um gesto de boa vontade e um pedido de desculpas pelas ações passadas.O rosto de Camila se tornou um mosaico de emoções. Era claro que Kyra não queria deixá-la ir, talv
- Chega! Tenha cuidado com o que diz. - Disse o mestre, interrompendo-a com uma mão levantada, um olhar grave em seus olhos. Ele então se retirou, caminhando de volta ao restaurante.Kyra, com uma expressão de triunfo ao ver o desapontamento de Camila, aproximou-se dela e provocou: - Camila, meu avô sempre me favoreceu. Você só está perdendo seu tempo.Ela lhe lançou um olhar e, com um sorriso carregado de ironia, respondeu: - Pois é, Kyra, com sua habilidade de atrair a estima do avô, talvez devesse adotar o sobrenome Duarte. Assim, você pode se tornar a irmãzinha do Rodrigo e pode ficar sempre com Rodrigo.Kyra empalideceu de raiva e retorquiu: - Não se ache tanto, Camila. E ela saiu às pressas para seguir o avô.Camila saiu do restaurante e viu que João a esperava no carro. Ela entrou bruscamente, batendo a porta com força. João a olhou, perguntou preocupado: - Camila, o que aconteceu?Ela forçou um sorriso: - Nada, só a comida do Mar do Sul que não é boa, e há moscas na comi
Camila sabia que se a conversa continuasse daquele jeito, Rodrigo logo perderia o controle sobre si mesmo. Apesar de não haver ninguém na empresa naquele momento, ela não podia garantir que tio Frank não aparecesse de repente. Rapidamente, ela mudou de assunto: - Aliás, vocês descobriram quem é a pessoa que aquele homem queria proteger?Rodrigo levantou a cabeça com o olhar intenso, respondendo: - É alguém do acampamento de treinamento.- Do acampamento de treinamento? Será que é alguém que eu conheço? - Perguntou ela, enquanto ele a beijava no pescoço. - É alguém do mesmo nível de João e os outros?Camila colocou as mãos em seus ombros.- Quer saber? - Rodrigo parou, parecendo brincar, enquanto observava seu rosto corado pela tensão do momento.Camila mordeu o lábio, desviando o olhar com embaraço, e disse com firmeza: - Me responda direito!Ele deu um sorriu suave. - Então tente não fazer barulho, é perigoso.Camila estava prestes a explodir de raiva.Mas Rodrigo não continuou pro
Quando as luzes do quarto se acenderam, ele forçou os olhos a se abrir e viu João entrar, carregando um laptop.- Eu... não vou te dizer. - Disse ele. Mesmo faminto e quase desmaiando de fraqueza, ele se mantinha firme.João falou: - Não estou aqui para te perguntar nada.O homem, exausto demais para discutir, apenas olhou para ele confuso.Sentando-se e colocando uma garrafa de água ao lado, João disse: - Na verdade, não importa se você abrir o bico ou não, alguém vai.O homem encarava a garrafa de água com uma palidez fantasmagórica, seu desejo por ela era tão intenso quanto o de um peixe no deserto ansiando por água, sua garganta doía até para engolir.João abriu o laptop e virou a tela para ele.- Será que seu irmão tem a mesma resistência?Ele ficou rígido ao ver quem estava na tela.- É o seu irmão. Rodrigo pretende interrogá-lo.- João sorriu, movendo a água para perto dele.O homem, com as forças se esvaindo, disse com dificuldade: - O azar foi meu de cair nas mãos de vocês,
No acampamento de treinamento.Herberto havia acabado de jogar futebol com alguns amigos e estava encharcado de suor. Ele se sentou num banco para beber água quando um amigo veio brincar com ele, colocando o braço sobre seus ombros. Herberto acenou com a mão.- Me deixa, sem piadas agora.O amigo se sentou ao seu lado, pegou uma garrafa de água e desenroscou a tampa. - Desde que Kyra foi embora, você parece distraído, nem parece mais ter paixão pelo jogo.Herberto deu um gole e retrucou: - Que paixão, o quê? Eu só quero voltar para casa mais cedo.O amigo duvidou.- Pode ser o mestre na casa? Seus pais ainda mandam em você. Você está bem aqui.- Sim... Mas ainda resta quanto tempo? Se eu não for para a elite, em alguns anos eu volto para casa de qualquer jeito. Prefiro estar livre em casa do que aqui apenas perdendo tempo. - Herberto respondeu.No acampamento de treinamento, ou você se destacava e alcançava o topo, ou esperava o tempo passar para voltar para casa. Herberto tinha fica
Ele pegou o telefone para atender.- Como está a situação?- Mestre Rodrigo, Albino feriu Estevão no campo de treinamento, mas Estevão não morreu, porque o Sr. Cláudio salvou sua vida, mas...Rodrigo sacudiu a cinza do cigarro numa lata de Coca-Cola ao lado, com um olhar sombrio nos olhos.- Mas o quê?- Estávamos planejando prendê-lo no cruzamento, mas o carro do Albino explodiu de repente. Albino está morto.Rodrigo fez uma longa pausa.Ele jogou a ponta do cigarro na lata, que fez um som ao cair, e então perguntou friamente:- Explosão? O carro dele foi sabotado?Marcelo respondeu:- Parece que sim, parece que alguém queria silenciar ele.Rodrigo riu, sem dizer nada.Kyra não pretendia nem mesmo poupar seus próprios homens.Claramente, ela pensava que Albino a tinha traído.Quando ela mandou Albino para matar Estevão, ela nunca teve a intenção de que ele voltasse vivo.- Aconteceu alguma coisa? - A voz de Camila interrompeu seus pensamentos.Ele desligou o telefone e virou-se para o