CAPÍTULO 4

Ágata Miller

Recebi a notícia que o crítico mais famoso do mundo iria visitar a cidade de NY e que viria fazer uma avaliação do meu restaurante.

Na hora eu fiquei desesperada e confesso que já estou duas noites sem dormir, tentando elaborar uma sobremesa que fique perfeita.

Acordei cedo, fiz algumas compras para o restaurante e também para a minha casa, logo em seguida fui para o restaurante testar meus experimentos.

O Allan disse que estava uma delícia, mas eu desconfio dos seus comentários, pois todo tipo de comida que eu faço ele diz ser a melhor

Um dos meus funcionários me chamou e disse que uma mesa estava a minha espera por um prato que eu havia feito.

Quando olhei bem de quem se tratava, quase não acreditei. Pois não entendi o motivo do Tomás e principalmente o Osmar estarem no mesmo empreendimento.

O Tomás pediu para que eu e ele conversasse e eu neguei, a conversa necessária que nós tivemos um dia foi esse divórcio, mais nada.

Eu estou cheia de coisas na cabeça e ainda tenho que preparar um prato principal caso esse jurista venha pedir e eu não tenho ideia por onde começar.

Fui pra casa mais cedo e tentei pensar em alguma coisa para ser preparado, mas nada vinha na minha cabeça e fora as crianças que não paravam de correr por toda casa mesmo com a babá cuidando deles.

— Lian e Liz , parem de correr— disse um pouco irritada, e eles não param. Acho que essa pressão toda está me deixando bastante tensa.

Liguei para minha mãe e fui pedir socorro

LIGAÇÃO ON

— Mãe eu preciso da sua ajuda, só por hoje— falo desesperada

— Que tanto nervosismo é esse Ágata, fala com calma filha

— Mãe eu estou uma pilha de nervos, estou com muito medo da reação desse crítico, ele destruiu com cinco restaurantes, não quero que o meu seja o sexto.— minha Mãe é minha melhor amiga, depois que eu engravidei até as minhas colegas da universidade esqueceram que eu existia. O único que vem me visitar algumas vezes e faz algumas festas no ano é o Vicente, ele sempre me chama e não é em todas que eu consigo estar presente, principalmente depois que tive os gêmeos.

— Não precisa nem falar, eu irei ir pegar meus netos, irei passar três dias com eles até você resolver suas coisas— que alívio

— Obrigada mãe , o que seria de mim sem a senhora do meu lado?!— digo aliviada— Acho que até amanhã eu consigo pegar eles

— Filha deixe eles aqui esse tempo, você se prepara melhor e vai dar tudo certo meu amor— meus pais são os melhores pais do mundo — daqui a pouco eu chego na sua casa, deixe a bolsa deles prontas

— Obrigado mãe, eu te amo

— Eu também amo você, até daqui a pouco

LIGAÇÃO OFF

Ela desliga o telefone e eu vou direto para o quarto dos gêmeos arrumar as bolsas, deixo tudo pronto e minha mãe não demorar para chegar e levar meus filhos.

Dispensei todos os empregados da casa, na verdade eu só tenho a Bárbara que é a babá das crianças e a Mara que trabalha pra mim já faz um ano.

Pego todos os meus artigos culinária antigos e espalho pela sala para ver se consigo ter alguma ideia. Fico olhando receita por receita e tento buscar uma que venha me dar algo em mente, não consigo pensar em quase nada.

Minha campainha começa a tocar e eu não consigo acreditar, eu só espero que não seja nada de importante. Bem... pelo menos eu acho que não seja, minha mãe está cuidando das crianças e o Allan está enrolado em um caso que ele pegou para defender, sim o Allan é advogado e tem dado muito trabalho para os seus rivais e conseguido bastante clientes.

A campainha tocou mais três vezes e eu não sei para que essa pressa toda.

Abri a porta e quando me deparei com o Tomás a vontade que tive foi de fechar a porta na cara dele.

Não estou acreditando que ele chegou aqui.

— Quem te deu meu endereço?— disse irritada

— Eu disse que viria— ele sai entrando na minha casa sem permissão

— Tomás eu estou com muitas coisas para resolver, vá embora.— Ele estava bem cheiroso e muito bonito por sinal mas não quero me atentar a isso

— Pare de me chamar assim— eu não sei o que ele está pensando da vida

— E o que devo te chamar se o seu nome é esse?— Ele me olhou de cima a baixo e voltou a me dar atenção

— Tom, ou sei lá. Menos Tomás, parece que estamos brigando— cruzo os braços ainda mais irritada

— Você adivinhou o que vai acontecer se você não ir embora agora

— Estou disposto a sofrer as consequências— Tomás olha para os papéis no chão e alguns espalhados pelo sofá.— Não sei o que vem te preocupando mas fica tranquila, você é ótima no que faz só é bagunceira demais

Saio tirando algumas coisas do meio do caminho e ele começa a mexer nas minhas coisas

— Tira suas mãos da minhas coisas Tomás, vá embora por favor.— aponto para a porta que ele fecha

— Não irei até que possamos conversar e você nunca vai conseguir pensar em algo específico com toda essa bagunça— ele vai ordenando artigos combinados

— Tomás vai embora... eu não quero falar com você, não quero olhar na sua cara. Eu já esqueci que você um dia fez parte da minha vida, por que você está me procurando agora? É para ferrar comigo mais uma vez?— ele continua fazendo o que está fazendo e eu nem penso em impedi-lo, o Tomás sempre foi teimoso e insistente.

— Quero conversar sobre os nossos filhos— meu coração dispara

— MEUS FILHOS, apenas meu— bato no peito

— Você não fez eles sozinhas Ágata e eu quero ter o direito de vê-los— dou uma risada sarcástica

— Vê para falar que é o pai perfeito nas mídias como da última vez? Isso não vai acontecer, meus filhos não vai se envolver nessa loucura toda.

— Ágata eu quero fazer parte da vidas deles e você não pode impedir com que isso aconteça. Eu sou o pai e aquela vez não foi algo voluntário, aconteceu. Você sabe muito bem quanto esse pessoal corre atrás de nós por uma foto e postar mentiras.

— Eu não estou nem aí Tomás, você não queria filhos e agora de uma hora pra outra decidiu querer eles?

— Ágata, você está sendo injusta comigo, eu quero uma chance com eles apenas, a minha filha me chamou de tio da última vez, porque acredita que o pai dela é o desgraçado seu amigo— como ele pode falar isso do Allan?

— Desgraçado é você, não fale isso do pai dos meus filhos

— EU SOU O PAI DOS SEUS FILHOS, QUEIRA VOCÊ ACEITAR OU NÃO, EU SOU!— ele grita

— Para de gritar porque eu não sou os falsos dos seus amiguinhos que se aproveitam de você não Tomás e nem está na sua casa.

— Ágata... eu não irei discutir isso com você agora, eu só quero ao menos a visitação dos nossos filhos e que eles parem de chamar aquele merda de pai— eu me revolto e soco seu corpo

— Não fala isso do Allan— bato mais ainda nele— você não esteve aqui em nenhum momento seu miserável, desgraçado, eu te odeio Tomás— ele segura minhas mãos fazendo com que eu evite bater nele e enfrentar seus olhos que estão vermelho

— Vocês estão juntos Ágata?

— E se nós estivermos, o que você tem haver com isso?

— Ágata, me responde o que eu te perguntei.— ele disse muito sério.

— Toma conta da sua vida Tomás.

— Vocês fazem parte da minha vida— Ele diz essas palavras e isso me traz uma tristeza que não sinto a anos

— Se você veio aqui para acabar com o meu psicológico eu peço para que vá embora Tomás.

— Voce está com ele ou não Ágata?

— Sai daqui — me dá uma vontade de chorar mas seguro minhas lágrimas, ele me solta e tenta me beijar, eu o empurro para longe de mim como posso e lanço um tapa na sua cara com toda força.— Você não vale nada — vejo seu rosto vermelho e não consigo segurar minhas lágrimas e elas começam a descer sem eu emitir som de choro— Eu não sou seu brinquedo.. você tem namorada Tomás, por que você está fazendo isso?

— Ágata desculpa, eu não queria fazer isso, na verdade eu queria mas... MERDA—ele grita por não conseguir se explicar.— vamos conversar, eu preciso muito dessa conversa

— E eu preciso que você suma da minha vida. E também dos meus filhos, o Allan já está fazendo o seu papel e não vejo erro em eles ter um pai tão bom quanto o Allan na vida deles Tomás...

— Eu posso ver apenas os meus filhos?— sua feição é indecifrável

— Eles estão na minha mãe, não tem como vê-los.

— Por favor Ágata, não seja injusta comigo.

— Não venha me cobrar justiça quando tudo o que fez foi me da um pé na bunda com uma barriga enorme, eu não engravidei de propósito Tomás e eu sei que você pensou nessa possibilidade diversas vezes.

— Não foi exatamente isso, me deixa eu me explicar Ágata

— O que você fez não tem explicação e nem segunda chance, você tem uma namorada agora... faça com ela o que não fez comigo. Eu tenho a minha família, não foi algo que eu planejei mas a vida me trouxe eles e pra mim está maravilhoso assim.

— Não diz isso Ágata, por favor... não diz isso.

— Você já sabe a minha opinião, os meus filhos vão continuar chamando o Allan de pai, ele cria, da comida, da banho, põe para dormir, leva para médicos, para passear, brinca com as crianças, ele faz tudo e muito mais, eu sou grata por tê-lo na minha vida e você não tem ideia o que é viver isso. Você não tem o direito de me pedir nada depois do que nos fez passar. Agora por favor Tomás, se retire da minha casa.— ele fica me olhando com os olhos vermelhos

— Eu irei ir embora sim Ágata, mas isso não vai acabar aqui.

— Se quiser tomar as medidas judiciais fique a vontade, o Allan tem distruido quem passa pelo seu caminho e aposto que com o seu advogado não será diferente.

— Fique bem— ele lança um beijo na minha testa e vai embora.

Fico pensando em tudo que aconteceu e decido voltar aos trabalhos, eu não posso deixar o Tomás me desestabilizar.

Ele não vai fazer isso comigo mais uma m*****a vez.

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