Capitulo 01

Maggie

Olho o sol nascedo pela janela do avião e me recordo toda a adrenalina de ontem a noite depois do fim de mais um caso concluído com sucesso, viro o meu pulso e olho para o meu relógio vejo que em trinta e cinco minutos pousaremos em Nova York e eu estarei em minha casa depois de um mês investigando mais um caso de homicídio por conta do tráfico de drogas, minha especialidade desvendar cartéis do tráfico e levar os traficantes para a prisão.

Trabalho para NYPD (New York City Police Department ) há quatro anos, entrei aos vinte e um para o desespero de meus pais que nunca entenderam a minha escolha, eles sempre me dizem como uma moça tão bonita escolhe uma profissão tão arriscada, mas é o que amo fazer, a adrenalina de cada caso me mostra que eu escolhi a profissão certa.

Passo a mão pelos meus olhos, estou tão cansada, mas feliz por ter o meu dever cumprido, eu e minha equipe trabalhamos duro mas conseguimos desarticular mais uma rede de tráfico o ruim disso tudo é que uma família acabou sendo dizimada pelos traficantes, mas com estratégias conseguimos prende-los, agora voltando para casa, teremos uma semana de folga para descansar.

- A que horas chegaremos detetive Becker?

- Em meia hora John. Está ansioso pela volta, alguém especial está esperando?

- Claro, você acha que depois de um mês eu ia chegar e não ter ninguém pra esquentar minha cama.

- Idiota. E você Max também não tem ninguém pra esquentar sua cama?

- Hoje não, na verdade nem tenho para onde ir, meu apartamento não terminou a reforma ainda, bem que você poderia me convidar para ir para a sua casa né detetive?

Eu ri. Eu também não era de pedra, mas meus colegas pensavam assim, minha vida sentimental era bem reservada, não deixava de ter meus encontros casuais, mas nada sério, o único cara que conseguiu me manter num quase relacionamento foi o Peter, mas ficou no quase, ele não entendia minha profissão, morria de ciúmes da minha equipe e tudo acabou em dois meses de namoro.

- Desta vez eu não posso oferecer meu sofá Max. Minha mãe está lá com meu pequeno e aí já viu né.

Assim que pousamos o John já pegou o taxi e foi para seu encontro eu segui com o Max para o departamento entregar os relatórios ao comandante de toda a nossa missão. Quando o taxi nos deixou na porta do departamento, seguimos para a sala do comandante, repassamos todos os detalhes da operação e saimos. Me despeço do Max e sigo meu caminho para o estacionamento pegar meu carro, no caminho ouvi meu nome:

- Detetive Becker.

Olhei e depois de uma saudação formal respondi:

- Comandante Smith.

Após nossos cumprimentos militares abaixamos as mãos e sorrimos um para o outro. Diante de mim estava Patrick Smith um bom amigo e o comandante geral do nosso departamento.

- Como foi o vôo, Maggie?

- Normal... depois de um mês de trabalho, nada como voltar para casa.

- Desta vez não podemos tomar algumas cervejas. Estou indo para Los Angeles numa reunião com o departamento de Polícia deles, vamos ter uma parceria com eles pra elucidação de um caso.

- Decola hoje ainda Comandante?

- Sim. A Reunião é amanhã cedo, preciso descansar da viagem.

- Como esta Marina?

- Muito feliz com a mudança. Agora está em Portland reformando a casa. Espero estar com ela dentro de alguns meses. Não vejo a hora de minha transferência sair e eu descansar um pouco, diminuir o stress de Nova York.

- Eu amo a adrenalina daqui, mesmo sentindo falta de meus pais e do meu pirallho.

- Quando vê o Lucca dê um grande abraço nele, fale que logo vou ganhar dele no vídeo game.

- Eu darei, mamãe está com ele aqui, já deve está ansioso para me ver.

- Que pena que não vou poder ver a Lúcia, estou com saudades dela. Cumprimente-a por mim.

- Pode deixar.

- Ficam pendentes essas cervejas para outra ocasião, certo?

-Certo. -volto a saudá-lo com a mão e me afasto.

Eu o vi se afastar e lembrei dos bons momentos que tinhamos passado juntos, comandante Smith foi quem me recebeu aqui no departamento quando me apresentei assim que passei, ele que me deu incentivo para me tornar quem eu sou hoje e me ajudou muito a ser a profissional que sou hoje.

Assim que cheguei em minha casa, minha mãe já me aguardava e mal entro ela já vem me abraçar.

- Que alegria te ver minha menina!

- Oi, mamãe, como a senhora está?

- Estou bem e com muita saudades suas, está demorando demais de ir nos visitar.

- Mãe eu vou uma vez ao mês, mas eu tive alguns trabalhos extras que não deram para ir esse mês.

- Seu pai já estava preocupado com o seu sumiço, não sei porque você não muda de profissão, faça alguma coisa mais tranquila.

- Nós já conversamos sobre isso dona Lúcia, não vamos repetir tudo de novo. Cadê o Lucca?

- No quarto com aquele joguinho que você deu a ele, por isso que ele adora vir para cá, você estraga a criança.

Dou um beijo na testa da mamãe e sigo para o quarto do Lucca, meu apartamento é bem espaçoso e já comprei pensando nos meus pais e meu pequeno, montei um quarto com tudo que ele gosta, para o desespero da mamãe.

- Oi pequeno.

- Maggie! Você chegou.

Ele não me dá tempo de responder nada e pula em meus braços e me dá vários beijinhos.

- Ei você esta bem pesado sabia.

- Mas você é forte Maggie me aguenta, você prende os bandidos.

- Mas eu não pego os bandidos no colo pequeno. Agora me conta como está na escola?

- Estou bem Maggie, ganhei o certificado de melhor aluno, eu trouxe para você ver.

Ele corre na bolsa e pega o papel todo orgulhoso e me mostra, encho ele de beijos e parabenizo ele pela conquista.

- Estou orgulhosa de você viu, continua assim bem estudioso.

- Eu vou, quero ser detetive como você Maggie.

- O papai e a mamãe já sabem dessa sua ideia?

- Não, é nossso segredo, você não pode contar tá bom.

- Nao vou contar pequeno.Vamos para a sala antes que a mamãe venha nos buscar.

- Você vai voltar com a gente?

- Vou sim Lucca, tenho uma semana de folga, vou ficar com vocês esses dias.

- Eba .... vamos passear muito né?

- Vamos sim.

Seguimos para a sala e minha mãe estava terminando o almoço.

- Patrick mandou lembranças para a senhora mamãe.

- Ah como estou com saudade dele, quando eu vim aqui de novo quero ve-lo e ver a Marina.

- Sim, mamãe. Ia tomar uma bebida com ele, mas ele estava de viagem marcada. E você pequeno ele disse que quando voltar tem uma partida de vídeo game para ganhar.

- O tio Patrick nunca ganha.

- Você vai com a gente minha filha?

- Sim mãe, estou de folga essa semana  preciso ver o papai.

- Devia deixar de vez essa carreira de detetive e abri seu escritório de advocacia em Seattle e ficar mais perto de nós e não correr esses riscos.

- Escute mamãe, eu gosto do que faço e...

- Eu sei que você gosta do que faz. Mas podia pensar um pouco mais em seus pais, tem seu irmão, que exemplo você vai dar a ele?

-Mamãe!

- Não entendo como você gosta tanto de correr riscos. Eu quero uma filha que não corra perigo. Quero uma filha que seja feliz com uma família. Quero uma filha que se deixe cuidar por um bom marido. Por que não pensa no que digo?

Me irrito com a mesma ladainha toda vez que nos encontramos

- Mamãeeee... eu sou feliz com a vida que escolhi, porque não aceita de uma vez, faz tanto tempo e a senhora e o papai não me apoiam, sempre falam a mesma coisa.

- Não quero que sua vida seja apenas a polícia Maggie. Quero que sua vida se normalize e possa ser feliz com um homem que...

- Eu não tenho intenção de me casar com ninguém ainda mãe, quando a senhora vai entender isso.

- Mas por que, querida? Tenho certeza que você poderá encontrar um homem que complete seu coração.

- Eu não preciso de um homem, mamãe. Eu vivo muito bem como estou. Eu sou dona da minha vida e não preciso de ninguém que venha me comandar, não agora, que estou no auge da minha carreira, daqui mais alguns anos quem sabe.

- O que você chama de "comandar", eu chamo de "querer". Você não vai amar alguém?

- Eu amo você, papai, o Lucca... Olha mamãe, no momento quero continuar com o que faço. Não há nenhum homem na minha vida e estou feliz. Tenho o que preciso e...

- Como tem o que precisa?

- Tendo ora!

- Você precisa de estabilidade emocional, filha. Um homem que te abrace, te ame, que te mime...

- No momento eu não preciso disso mamãe, quando quero eu só busco um abraço e...

- Então, como pode ter tudo o que precisa? Não tem um marido pra esquentar sua cama nos dias frios.

- Eu não preciso de um marido pra esquentar minha cama mamãe.

- Oh... que sem-vergonha.

Nós duas rimos e abracei mamãe.

- Fique sossegada mamãe. Até o momento minha vida vai bem. Tenho um trabalho que gosto, uma família que cuida de mim e uma ampla gama de homens que me dão o que eu preciso quando eu quero e como eu quero.

- Eu não quero ouvir mais.

- Mas foi você quem pediu...

- Maggie Becker eu disse que eu não quero ouvir mais.

Eu sorri. Sempre que estava com raiva, minha mãe dizia meu nome e sobrenome completo.

- Você e eu voltaremos a falar sobre isso senhorita. Não gosto que vá de flor em flor, isso não é o certo.

- Ai..ai dona Lúcia, eu preciso aliviar o estresse de vez em quando e pra isso eu não preciso de um marido.

- Chega desse papo.Agora, vamos almoçar antes que a comida esfrie.

Grito o Lucca que quando comecei a conversar com a mamãe já correu para seu vídeo game e fomos almoçar o clima estava bem animado, conversamos muitos assuntos e já programamos nossa viagem para amanhã cedo, assim eu teria mais tempo para curtir meu descanso, mesmo com a contradição de meus pais eu sei que eles me amam e só querem meu bem, um dia eu sei que eles vão entender e me apoiar e quem sabe eu possa encontrar esse homem que entenda minha profissão e quem sabe ele balance meu coração a ponto de embarcamos num romance.

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