Capítulo 4

Não tenho a mínima ideia do que vou dizer para os meus pais, como eu conheci a Jasmine, onde eu a conheci, droga, eu deveria ter combinado isso com ela antes, porém só agora fui pensar nisso.

Fui até minha casa, chegando lá procurei logo por meus pais e minha avó.

— Tenho uma grande notícia para vocês. — disse assim que os vi.

Eles olharam para mim, esperando que eu falasse o que aconteceu.

— Eu vou me casar.

Meu pai arregalou os olhos, juntamente com minha mãe, já minha vó deu um longo sorriso.

— Como assim vai se casar? Eu nem sequer sabia que você tinha uma namorada. — meu pai disse curioso.

— Eu e ela estávamos meio enrolados, entre idas e vindas, por isso nem cheguei a comentar com vocês, mas eu estava namorando sim, e eu a pedi em casamento, ela é a mulher da minha vida, não consigo ficar mais longe dela. — eu disse parecendo estar apaixonado.

— Finalmente meu querido. — minha avó disse se levantando, e logo me deu um abraço.

— Qual o nome da sortuda? — minha mãe perguntou.

— Ela se chama Jasmine, é uma ruiva maravilhosa, que ganhou meu coração com seu sorriso encantador.

Eles me olharam encantados, apesar do meu pai não parecer estar convencido disso.

— E pretendem se casar quando? — meu pai perguntou.

— Quanto antes melhor pai.

— Ela não está grávida, está? — recebi olhares de indagação.

— Ela não está esperando um filho meu, se bem que seria maravilhoso, mas ainda não. Só quero me casar logo com ela mesmo, para morarmos juntos, para construirmos nossa vida.

Não gosto da ideia de mentir para a minha avó, para os meus pais até vai, eles nunca gostaram de mim mesmo, sempre preferiram meu irmão, mas minha avó sempre me apoiou, sempre esteve do meu lado, não queria envolver ela nessa mentira toda, mas é preciso.

Por sorte meus pais não fizeram tantas perguntas, sobre como nos conhecemos ou coisa do tipo, mas sei que em breve vão perguntar e eu vou combinar certinho com a Jasmine os detalhes, para ninguém desconfiar de nada.

A noite eu ligo para Jasmine, e combino com e ela para nos encontrarmos em um cartório, para nos casarmos.

Ela concorda, e diz que vai chamar um casal de amigos para serem testemunhas, eu opto por chamar meus pais, é mais prático do que ter que contar mentira pra mais gente.

Procuro também por alguns contatos, e consigo marcar com um cerimonialista, para fazer nosso casamento na semana que vem. Está tudo correndo muito rápido, e isso me agrada bastante, assim eu consigo assumir a presidência da empresa logo.

No dia seguinte vamos até o cartório, assinamos os papéis, e estamos legalmente casados.

O restante da semana passa tranquilamente, deixo os detalhes do preparativo para a minha mãe, ela gosta de lidar com esse tipo de coisa, então não preciso me preocupar.

Quando o meu irmão, ele ainda não sabe do meu casamento, mas eu faço questão de convidar ele pessoalmente.

Estou a caminho da casa dele, e estou ansioso para ver a cara que ele vai fazer quando souber da novidade.

Assim que estaciono o carro em frente ao seu prédio, peço para que o porteiro me anuncie, ele deixa que eu suba.

— Oi irmão querido. — ele disse em tom de deboche assim que abriu a porta.

— Oi maninho.

— Que milagre você por aqui, o que veio fazer?

— Não vai me convidar para entrar?

— Com certeza irmão, entre, fique a vontade.

Entro em sua casa e me sento.

— Vim te convidar para o meu casamento. — digo sorrindo.

— Como assim, casamento?

— Isso mesmo, irei me casar daqui a dois dias, a cerimônia vai ser na sala de festas da nossa casa, e você é meu convidado de honra.

Meu irmão olha para mim sem acreditar.

— Fico feliz maninho, vou no seu casamento sim, obrigada pelo convite. Agora pode se retirar da minha casa. — ele diz apontando para a porta.

Saio da casa dele me sentindo muito bem, ver a cara dele foi uma maravilha.

Já no dia do casamento, minha mãe organizou tudo, e Jasmine disse que se arrumaria em casa mesmo.

Converso com alguns amigos, com minha família, e confesso que estou ansioso para que ela chegue logo, para acabar com esse casamento falso.

Já estou posicionado na frente da cerimonialista, até que finalmente Jasmine chega, com um vestido branco, mais casual, um véu pequeno, e o cabelo ruivo maravilhoso dela em um coque discreto, ela veio bem mais simples do que eu imaginei, mas devo confessar que ela está maravilhosa.

A cerimônia de casamento corre muito bem, mas confesso que é difícil fingir estar perdidamente apaixonado por uma mulher que eu mal conheço.

— Você é uma péssima atriz. — digo sussurrando no ouvido de Jasmine.

— E você, que parece um robô, todo enferrujado aí, tenho certeza que alguém percebeu a sua má vontade de estar aqui, todo travado, dando sorrisos falsos, dando beijos forçados, péssimo. — ela diz baixinho, me esnobando.

Após a dolorida cerimônia de casamento, a gente se despede dos convidados restantes, e vai para o hotel Oásis.

— Finalmente acabou aquela péssima atuação. — ela diz arremessando o salto longe.

— Concordo, você daria uma atriz horrível. — digo rindo.

— Você daria um ator pior ainda, estava tão desconfortável.

Foi extremamente desconfortável mentir para todo mundo, mas devo admitir, que ver a cara de derrota do meu irmão tornou tudo gratificante.

Após nós trocarmos chamo Jasmine para conversar.

— Vamos primeiro conversar sobre o que você escreveu. — digo a analisando.

— Certo.

Número 1 : não vai me tocar na frente das pessoas.

— Isso aqui já podemos riscar, eu sou seu marido agora, então sim, eu irei te tocar na frente de quem eu quiser, e até mesmo beijar se for necessário. — ela revira os olhos assim que escuta isso.

— Está bem, vou reformular a número um.

— Ótimo.

Número 2 : iremos dormir em quartos separados.

Não sei se concordo com isso, eu realmente imaginei que ficaríamos juntos, mesmo estando casados somente por causa de um contrato, eu quero ter ela do meu lado.

— Isso de dormir em quartos separados não me agrada muito.

— Lembra de uma coisa Matteo, eu sou sua esposa de mentirinha, a gente não se ama, nem nada do tipo, não temos porque ficar trocando carícias, muito menos temos que ficar dormindo agarradinhos.

— Então vamos mudar um pouco isso aqui, ao invés de dormir em quartos separados, iremos dormir em camas separadas, porém você vai ter direito a ter seu próprio quarto, para guardar suas coisas e tal, isso pelo menos até eu mudar de casa, assim que eu me mudar, você pode dormir em outro quarto a vontade, mas enquanto estivermos na casa dos meus pais, temos que manter esse casamento bem saudável.

Ela apenas ri.

— Do jeito que você fala, até parece que é um casamento de verdade.

— Olha querida, mesmo que tenhamos um contrato, o casamento é sim de verdade, é um casamento legítimo perante a lei. — digo o óbvio.

Acho que ela esqueceu que fomos até um cartório, com testemunhas e tudo mais para realizar esse casamento.

— Certo.

Número 3 : vai me disponibilizar um carro, ou vai me levar em qualquer lugar que eu precise ir.

— A número três está bem justa, você é esposa do mais novo CEO da cidade, então vai ser tratada muito bem, pode ter certeza.

Número 4 : vou continuar trabalhando, você não pode interferir nisso.

Eu arqueio a sobrancelha.

— Você tem certeza que quer continuar trabalhando?

— Sim, ou você acha que vou ficar o dia inteiro em casa, ou fazendo compras?

— Você pode muito bem fazer isso se quiser.

— Mas eu não quero, quero ter o meu próprio dinheiro.

— Mas o dinheiro vai ser seu, irei te dar uma boa mesada. — ela revira os olhos.

— Quero o meu dinheiro, o que eu vou trabalhar para ter.

— Está bem.

Eu ia perguntar com o que ela trabalha, mas deixei a pergunta para depois.

Número 5: seremos casados apenas para manter o contrato, mas, quando não tiver ninguém por perto, quero que fique bem claro que eu e você não temos nada, ou seja, não vamos transar.

Isso me deixa um pouco mão, ela falando assim parece que sou um cara asqueroso, parece que ela tem nojo de mim, do meu toque.

— A nossa noite no hotel foi tão ruim assim? — Pergunto sem tentar parecer chateado, apesar de estar um pouco.

— Ruim não foi, porém, não quero que ela se repita. — ela diz firmemente.

Não a respondo. Jasmine é uma mulher bastante determinada, e no momento quero evitar esse tipo de embate com ela.

Número 6: vai cumprir com sua parte do acordo, ajudando minha mãe em qualquer coisa que ela precise para seu tratamento.

— Quer acrescentar mais alguma coisa? — Pergunto pensativo.

— Não, acho que é o suficiente.

— Ótimo.

* JASMINE *

Faço as mudanças necessárias e então leio as coisas que ele colocou.

Número 1: vai me acompanhar nos eventos.

— Concordo com a primeira.

Número 2: vai ficar sempre ao meu lado, se mostrando uma esposa carinhosa e prestativa.

— Prestativa okay, carinhosa eu não posso garantir. — digo e ele revira os olhos.

Número 3: será uma boa esposa, não vai me responder na frente da família.

Número 4: vai deixar que eu realize algumas vontades.

— Que tipo de vontades?

— Vontades sexuais, brincadeirinhas. Mas já percebi que você nem quer que eu te toque, então não vai concordar com isso também.

— Que bom que você sabe. — digo acrescentando uma frase na frente da número quatro.

Número 5: assim que eu encontrar alguém que eu ame de verdade, o contrato será encerrado.

— Super concordo com a última.

— Então está ótimo, vou planejar o contrato direitinho e amanhã assinamos.

— Vou resolver umas coisas do trabalho, se importa se a luz ficar acesa? — pergunto receosa.

— Não me importo, fica a vontade. Posso perguntar uma coisa?

— Pode sim.

— Você trabalha com o quê? — ele pergunta com curiosidade.

— Sou secretária.

Ele fica pensativo, mas não diz nada, apenas volta sua concentração para o notebook, enquanto isso eu pego uma agenda para traçar o plano de apresentação do novo chefe.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo