Capítulo 1

Marina Panini

Hoje fazem exatamente 10 anos que minha se casou com o Robert, e fazem uns 3 que guardo uma dor gigante dentro de mim, algo que nunca vou poder viver ou sequer contar para alguém, e fui eu quem construiu isso, me sinto mal por sentir isso, e sinceramente nem sei mais como agir, tenho pensado seriamente em voltar pro Brasil morar com meu pai, para tentar arrancar isso de mim, mas vamos começar do início...

Ponta Grossa 10/07/1995

Meus pais se separaram a cerca de um ano, e minha mãe recebeu uma proposta para trabalhar em Nova York, e claro não podia desperdiçar...

No dia do aniversário do meu pai me despedi dele, rumo a um lugar desconhecido, eu tinha apenas 5 anos, estava com medo, mas minha mãe disse que era o melhor pro meu futuro...

Quase um ano já em Nova York e nunca mais tinha visto meu pai...

Minha mãe trabalhava muito e cuidava de mim era essa sua vida até que em um passeio no parque eu conheci o Felipe e quase todas as tarde a gente brincava junto, minha babá e a babá dele eram amigas já.

-Mamãe está na hora de ir no parque você me prometeu que ia me levar hoje!

-Sim minha bonequinha, seu pai disse que ia ligar vamos esperar mais um pouco antes de ir...

Meu pai sempre dizia que ia ligar e não ligava eu já nem esperava mais...

Depois de duas horas esperando minha mãe desistiu como era domingo, ela quem ia comigo ao parque hoje em um plano meu e do Felipe íamos apresentar nossos pais, o pai dele era viúvo e triste assim como minha mãe...

-Aqui mãe podemos fazer o piquenique aqui.

Estava fazendo tudo como eu e Felipe combinamos, e logo vejo ele ao longe chegando.

Corro até ele e o abraço.

-Seu pai veio?

-Veio sim está pegando as coisas no carro, o chato do meu irmão veio também.

-Está bem minha mãe está lendo, agora siga o plano coloquem a toalha de piquenique perto da nossa vou no escorrega te espero lá.

Voltei pro parquinho e ele foi encontrar o pai para colocar ele no lugar certo, nosso plano vai dar certo e vamos ser irmãos!

Felipe

-Felipe porque está tão eufórico?

-Nada pai, vamos colocar a toalha ali próximo a árvore.

-Não vamos colocar próximo a quadra de basquete.

-Não Henrique aqui é melhor seu chato.

-Meninos sem briga!

Consegui que meu pai colocasse a toalha proxima a mãe da Marina tudo perfeito!

Marina viu e veio como se não tivesse me visto ainda.

-Felipe, mãe, mãe vem aqui.

-Oi Marina o que houve?

-Mãe esse é o meu amigo Felipe, que eu sempre falo.

-Oi Felipe prazer, sou a Valéria.

-Oi Dona Valéria, pai, pai vem aqui.

Meu pai vem até nós.

-O que foi meu filho?

-Olha minha amiga Marina, e a mãe dela podemos fazer o piquenique juntos?

-Felipe eu imagino que elas não queiram ser incomodadas e...

-Não capaz, vai ser ótimo, a propósito Valéria prazer.

A mãe de Marina estende a mão para o meu pai, nosso plano está dando certo...

-Robert, o prazer é meu Felipe fala muito da Marina.

-Tem certeza que não vamos incomodar?

-Imagina de jeito nenhum...

Passamos a primeira tarde juntos, Henrique ficou na quadra jogando basquete e mal se aproximou das tolhas do piquenique.

Eu e Marina ficamos nos brinquedos do parque deixando os dois sozinhos, olhando de longe os dois parecem estar se dando muito bem.

-Acho que deu certo Mari!

-Sim Fe, acho que deu certo fazia muito tempo que minha mãe não ria assim...

Marina

Lembro pouco dos meus pais juntos mas lembro das brigas, nunca vi ela rindo assim, mas é algo que guardo para mim não quero que ela sofra com mais isso, meu pai era sério e rígido, não eramos tão próximos, mas era meu pai e sinto saudades, nos falamos pouco, mas do sei jeito eu sei que ele me ama...

Desse dia até eles casarem, ou melhor eles morarem juntos, foram 3 meses, e hoje eu e Felipe somos irmãos enfim, nossa mudança para a casa de Felipe vai terminar hoje.

-Irmãos Felipe!

Fizemos nosso toque de irmãos que antes era o toque de melhores amigos e agora é o toque de irmãos, melhores irmãos...

Henrique por sua vez mal fala comigo, mas também ele tem o dobro da nossa idade deve ser por isso é apenas o irmão mais velho chato...

Henrique

Desde que meu pai começou a namorar essa brasileira, querem me enfiar uma irmã goela abaixo, mas o que eu mais temia aconteceu, elas agora moram aqui e realmente viramos irmãos agora não é apenas o Felipe para me perturbar tem mais a menina, Marina o nome dela, mais o lado bom de tudo isso é que Felipe quase não lembra de mim mais e assim não incomoda tanto fica grudado nela o tempo todo, eles tem a mesma idade o que facilita, e muito minha vida...

-Pai vou sair com os meninos andar de skate.

-Espera Henrique, é o primeiro dia das meninas aqui, vamos fazer algo em família.

-Pai mais eu já tinha combinado com o Luke e o John.

-Deixa amor, deixa ele ir, a noite fazemos algo.

Meu pai aceita tudo que Valéria fala, e como ela quer que eu a aceite também facilita para mim um pouco...

-Está bem, mas as 17:00 quero o senhor aqui Rique.

-Ta bom pai.

-Mais...

Sabia que ia ter um mais...

-Leve seus irmãos eles podem brincar no parque enquanto andam de skate.

-Não pai, eu não vou ser babá, e agora de dois ainda?

-Henrique!

-Está bem...

Vou até o pé da escada e grito por eles!

-Felipe, Menina, vamos ao parque!

-Henrique nossa irmã tem nome!

-Tanto faz, querem ir comigo vamos logo!

Chegamos no parque deixei eles nos brinquedos, e fui para a pista, estava andando quando observei algo errado no parque e fui até lá.

-O que está acontecendo?

Marina estava chorando no canto, e algumas crianças a chamando de órfã, que ela era tão chata que o pai a abandonou, e mais besteiras...

-Henrique, eles estão falando do pai da Marina, e ela fica muito triste.

Felipe falou também com ar de choro e aquilo me deixou furioso...

Espantei as crianças dali, e me abaixei falar com Marina, pela primeira vez eu a vi realmente, seus olhos azuis brilhando pelas lágrimas, sua pele branquinha vermelha de chorar, eu dei um abraço nela e prometi a mim mesmo que vou cuidar dela para sempre...