Emily Gordon
Acabo de sair do chuveiro quando ouço no andar debaixo o barulho da porta se fechando. Meu coração acelera por saber que Tyger chegou, agora deve ser por volta das cinco. Passei o dia inteiro pensando nele. Fiz algumas coisas na casa para passar tempo e só não preparei o jantar por não saber exatamente o que ele gosta de comer. Eu simplesmente nunca poderei agradecer a ele por estar sendo tão bom.
É estranho que eu esteja na casa de um homem que conheço há um dia apenas, mas ele não é como os outros, já me provou isso de muitas maneiras e também é muito melhor estar com alguém tão bom que cuidou de mim quando mais precisei do que em um hotel barato gastando o pouco de dinheiro que tenho.
Lavei minha roupa do dia anterior e ela secou, vesti e deixei os cabelos soltos molhados sobre meus ombros. Desço
TygerDe cima da guarita observo a movimentação, estranhamente parece tudo calmo, mas nada é tão fácil para nós. Tem uma van de jornalistas um pouco distante dos poucos manifestantes que restaram perto dos portões, um movimento atrás dela chama minha atenção.— Fiquem atentos a van a dois metros, movimento suspeito na traseira. Pode ser um possível ataque surpresa. — falo no rádio enviando a mensagem para todos os machos que estão fazendo a segurança.— Todos em posição Tyger. — Book responde.Olho atento vendo o dia clarear, ninguém está autorizado a entrar ou a sair pelos portões. Estou furioso e com raiva, humanos filhos da puta! Nós só queremos paz, são eles quem vem infernizar nossas vidas nos portões. Até vivemos reclusos do mundo l&aa
Emily GordonOlho para Creek e mais algumas mulheres espécies que conversam tranquilamente em sofás na sala de televisão, todas foram muito amigáveis comigo e estou contente que não me ignoraram por segundo eles, ser humana.— Então você está vivendo com Tyger, hein? — uma delas diz sorrindo.Meu rosto esquenta.— Sim. — respondo timidamente.— Você gosta dele? — a voz de Timber, o macho que foi atribuído para ficar aqui dando suporte fala.Nos últimos minutos ele esteve conversando comigo sobre como tinha interesse em acasalar uma fêmea, mas as espécies não queriam se prender a ninguém, então ele tinha interesse em humanas.— Sou grata por tudo que ele fez por mim. — espero que eles não vejam que estou me apaixonando, já que sentem tudo.
Emily GordonOlho para Tyger confusa quando ele segura minha cintura com uma das mãos puxando meu corpo para seu colo. A leveza com a qual ele me ergue é surpreende.— O que você está querendo dizer exatamente com isso? — minha voz está trêmula e respiração começando a ofegar.— Quero você Emily. — grunhe.Ele não dizia isso antes de saber que Timber estava interessado em mim.— Não. — me remexo para sair do seu colo e acabo sentindo o volume pressionar minha bunda.— Quero sim. Você não me quer? — franze o cenho apertando os braços em volta de mim.— Quero, mas você só está querendo me tocar agora porque percebeu que Timber estava interessado em mim.— O que te leva a pensar isso? — o tom horrorizado em sua voz quase
TygerSons de passos do lado de fora do corredor se aproximando da porta, penetram meus ouvidos. Meu corpo fica tenso em cima de Emily, ela parece notar meus músculos tensionados e olha para mim apreensiva.— Vá embora, seja quem for! — brado e os passos se afastam imediatamente.— Será que era quem? — pergunta.— Possivelmente Creek, é a casa dela.— Ela disse que ficaria vendo as câmeras durante toda a noite.— Eu rugi, talvez ela tenha se preocupado.— Eu também não fui muito silenciosa. — ela sorri.Olho para baixo e encaro seus lindos olhos castanhos escuros, meu peito bate forte com a vontade que sinto de não soltá-la mais. Ela parece gostar de estar submetida a mim já que não faz questão de se mover para sair, o corpo pequeno se encaixa perfeitamente em meus br
Emily GordonAbro os olhos sentindo o calor do sol no meu rosto, pisco inúmeras vezes afim de adaptar minha visão à luz do dia. Bocejo duas vezes seguidas, abro os braços espreguiçando-me e como consequência meu corpo inteiro dói fazendo as lembranças dos momentos com Tyger invadirem minha mente.Solto um baixo gemido quando me sento no sofá, o meio das coxas está muito sensível, não evito sorrir no entanto.Olho em volta buscando alguém, mas pelo visto estou sozinha. Vou ao banheiro, uso o sanitário, tomo um banho, escovo os dentes, penteio o cabelo num rabo de cavalo e visto outra camisa larga. Saudades de me vestir normalmente.Encaro meu reflexo no espelho e sorrio mais uma vez, afasto um pouco o pano do ombro para ver uma pequena marca vermelha da mordida de Tyger em mim.Talvez tenha sido uma má ideia eu ter me apa
TygerRosno quando desligo o telefone mas em seguida toca novamente, atendo já sabendo de quem se trata.— Tyger. — respondo a chamada.— A equipe de relações públicas nos informou sobre o que estão dizendo sobre sua convidada na televisão. — Bestial, um dos membros do conselho e que vive na Reserva fala calmo.— Sim. Mas não vai mudar nada, essa é uma dentre as tantas acusações ridículas que fazem contra nós.— Ela está com você por vontade própria?— Mas é claro que sim porra! — grunho.— É só uma confirmação. Vamos tentar resolver do nosso jeito: ignorando. Como tudo que falam de grave sobre nós é chegado ao conselho, resolvi te ligar para saber melhor sobre isso.— Ela está aqui por
Emily GordonMordo o lábio observando atentamente tudo que Creek me mostra. A Reserva é um lugar bem grande que mais parece uma pequena cidade, ela me disse que Homeland é mais parecido ainda com uma e tem mais humanos que moram e trabalham lá.O tempo está mudando, fico ciente disso quando um vento frio passa por mim fazendo arrepiar até minha espinha. Meus cabelos estão um pouco molhados por eu tê-los lavado antes de sair. Parece que alguém conseguiu uma roupa do meu tamanho e estou vestindo ela agora, é uma calça jeans e uma blusa de manga longa branca.Olho para a direita vendo um grupo de trabalhadores "humanos" mexendo com cimentos e blocos, minha curiosidade aguça porque parecem estar a todo vapor.— O que eles estão construindo? — indago.— Vamos estender mais os muros, para a segurança de todos.<
Emily GordonQuando abro meus olhos é como se minha cabeça tivesse sido explodida e recolocada no lugar, lateja tanto que dói para respirar. Olho para cima e percebo que estou deitada num chão duro com pedras e gravetos, viro parcialmente a cabeça notando árvores e chego a conclusão de que estou no meio de uma floresta, minhas mãos e pés estão amarrados.— Será que ela está morta? — ouço a voz de um homem e sua sombra aparece por detrás de uma árvore.— Não, ainda tem pulso. — essa é a voz do homem que me pegou.Estremeço com o peito martelando, fecho os olhos fingindo ainda estar desacordada, o medo é tanto que temo ter um ataque cardíaco a qualquer momento. Sons de passos se aproximando fazem lágrimas rolarem pelos meus olhos sem que eu possa controlar.