— Então, Azikiwe? Fale! — Mandisa pediu com os olhos cheios de lágrimas.— Falar o quê? Eu que quero é que me explique, porque está desta forma? — Bufou contrariado — Zaire, encoste esse carro e deixe-nos a sós por favor.Awolowo fez o que o seu rei pediu, depois saiu do carro para dar privacidade ao casal.— Agora vai me dizer porque está com medo? — A olhou nos olhos esperando a resposta.— De você rejeitá-las... São duas meninas, Simba... Diz-me, estás decepcionado? — Depois que ela falou essas coisas foi que lhe caiu a ficha.É a minha culpa. Pensou puxando sua Leoa para seu colo com carinho.— Eu te amo, Mandisa. Você é o ar que respiro... Ouça que vou lhe dizer. — Colocou suas mãos na protuberância — Eu amo as minhas filhas e jamais as rejeitaria.— Está falando sério?— Sim, jamais brincaria com esse assunto. Sei que lhe dei motivos para pensar dessa forma, mas te garanto que nunca o faria.— Mas e a sucessão? — Ela questionou mais calma.— Teremos outros filhos... — Ele parou
— Está calmo? — Mandisa perguntou a Simba antes de entrar na sala cirúrgica.— Eu sempre estou calmo.. — Ele parou de falar ao ver o sorriso nos lábios de sua esposa.Como eu a amo! Foi o seu pensamento antes de puxá-la para seus braços.— Acho que você me conhece, mais do que eu gostaria. — Revelou inseguro.— Por que acha isso, meu marido? — Ela realmente quer entender.— Eu sempre fui uma máscara de frieza, ninguém além da minha mãe me via como eu sou. No entanto, você me entende até mais que ela. — Deu de ombros nervoso — Eu só não sei se isso é bom para mim, entende? Não quero ser um fraco a seus olhos. Desabafou com sinceridade, de alguma forma, deseja que saiba como ele se sente.— Eu jamais o veria como um fraco. Você é um homem incrível. Ter receios, medo, não te faz um fraco e sim humano. — Beijou a face dele — Se você pudesse ver como eu o vejo, nunca falaria isso.— Eu... — Tentou falar mais a emoção não deixou.— Não se preocupe, meu amado. Pode chorar. — Se aconchegou em
— Ela está bem? Por que ainda não acordou? — Simba questionou quando viu sua esposa entrando no quarto de sua mãe.— O corpo da senhora Kali sofreu muito, agora ele precisa se recuperar. — se aproximou do leito para auscultar o coração de sua paciente — Ela vai acorda no seu tempo.— Quanto tempo de recuperação?— Se ela cumprir tudo direitinho, uns sessenta dias. — Mandisa sentou na poltrona encarando seu esposo. Ela está feliz, mesmo não demonstrando.— E você, minha ruiva? Acho que deveria ir para casa descansar. — Ele sugeriu se abaixando e ficando da altura dela.— Você está certo. Pode ficar sossegado e voltar a hora que quiser. Eu te amo.— Eu nunca cansarei de agradecer o que fez por mim. Eu só sei que isso me fez te amar ainda mais, beijou os lábios dela e a escoltou até o carro. Mandi saiu transbordando alegria, falou com suas amigas contando que sua sogra está fora de perigo. Claro que houve uma pequena discussão por ela ter se arriscado ao fazer a cirurgia, poré
— Malkia wangu, como as princesas estão? — Nassor Bello, o representante da tribo do sul, perguntou com um sorriso de orelha a orelha se referindo a ela como minha rainha no idioma Suaíli.— Estão bem, senhor Bello — Mandi riu — Só estão um pouco agitadas. Quase todos riram, menos o tio de Simba Jalil Yard' Árdua Azikiwe. Ele está com dificuldades para esconder sua cara de poucos amigos.— Eu sei que é tudo tão lindo, mfalme wangu. — chamou o seu sobrinho de meu rei tentando amenizar o que falaria em seguida — Mas, eu preciso saber porque nos chamaram a essa hora da noite? Havia reprovação na voz do representante da tribo do oeste.— Meu tio, acho que esqueceu onde é o seu lugar.— Simba declarou sério — Agora sente-se, e espere sua rainha falar. Todos os pares de olhos encararam Jalil, esperando ele obedecer. Estão presentes nessa reunião Jahi Neogwer, o chefe de segurança do rei Azikiwe, Kumi Balewa representante da tribo do norte. Nassor Bello da tribo do sul, Umi Babangida da tribo
— Você ouviu, Zaire? Percebeu a frieza nas palavras dela? — Simba ainda se sentia em choque. Desde o dia que foi traído pela sua noiva e seu melhor amigo, nunca mais se sentira impotente, pelo menos até nesse exato momento.— Eu entendo, Meu senhor. Ela está com medo! — Awolowo rebateu sincero.— Não me parecia medo. — Rebateu as palavras do chefe de segurança ainda incrédulo.— Mas é ,Alteza. Eu já vi muitas coisas, convivi com muitas pessoas antes de trabalhar para o senhor. A rainha Mandi está com medo, entretanto sei que ela seria capaz de fazer o que disse. — Nyeusi olhou para Zaire aflito.— Eu não quero que ela faça nada que possa se arrepender.— Ela vai fazer o necessário, Alteza. — respirou fundo antes de concluir — Pessoas como a rainha Mandi são imprevisíveis, você só sabe o que ela pretende fazer na hora que vai fazer. O rei Azikiwe agradeceu os conselhos do seu amigo e disse que iria ver os amores de sua vida. Quando adentrou o quarto viu sua esposa de costas em direção
— Certeza que vai ficar bem? — Mandisa questionou a sua sogra pela milésima vez. Passou-se três meses desde a cirurgia e a senhora Kali já está em casa. No entanto, o seu procedimento foi delicado e sua recuperação completa pode chegar a um ano. Ela precisa de repouso e tranquilidade. A rainha mãe está hospedada na ala leste do palácio, ou seja, na casa de Mandi e Simba.— Pode ir, querida. Sei que depois saberei tudo que aconteceu. — Kali falou se referindo ao evento que fora convidada, que acontecerá na escola pública de Kuanda. O sorriso que deu a sua sogra foi genuíno e sincero. Com um beijo na têmpora da senhora, dirigiu-se até a porta e deu de cara com Zolla aguardando as suas ordens.— Para o colégio, meu amigo! — Pediu educada.— Trouxe algo para a senhora! — Falou apontando para um pequeno saco próxima ao porta luvas do carro.— O que é isso? — Mandi indagou curiosa.— A senhora sabe como funciona. Precisa abrir primeiro.— Buhari declarou sorrindo. Mandisa lhe deu língua e a
Três meses antes...— E o menino, Kito? — Jalil questionou sorvendo o líquido âmbar do copo. Ele apertava tanto o vidro, que a qualquer momento o objeto poderia se espatifar de suas mãos.— Ainda em coma, Senhor! Caso seja do seu desejo, acabo com ele ainda hoje. — Zuni falou decidido.— Deixe aquele inútil lá. Se fosse de acorda já teria feito. — foi encher mais uma vez seu copo — O que eu quero é um plano para acabar com a rainha miserável. Eu a quero morta. O ódio por Mandisa triplicou depois que seu sobrinho o prendeu como um animal imundo. Com suas mãos atadas, todos os seus planos tiveram que ser adiados. Ele já tinha raiva de Simba, mas parece que o sentimento ruim que nutre pela rainha ultrapassa qualquer barreira.— Senhor, eu tenho uma ideia! — Zuni Zambe falou cautelosamente. Ele trabalha para O chefe tribal desde a sua juventude. Já fez coisas terríveis para ele e nunca se arrependeu. Ele fez uma escolha e acredita que escolheu certo.— Então desembucha! — Yar'Ardua excl
Respira fundo, Mandisa. Você é forte!Ela repetiu não sei quantas vezes em sua mente, apenas para convencer a si mesma. Tudo pode dar errado, ou não. Assim que a jovem médica fitou os olhos do tio do seu esposo, soube que não sairia bem daquela história. O medo pelas suas filhas se sobressai a qualquer dor que ele possa lhe causar e ele vai fazer isso. Quando escutou a porta do porão sendo destrancada, soube que havia chegado a hora. O momento do acerto final.— Você é forte! — Sussurrou, dando força a si mesma novamente ao ver o sorriso macabro nos lábios do homem. Ela está em pé com suas mãos presas em uma corda no teto, suas pernas estão cansadas e doloridas, e pensar que precisa lidar com um monstro só a faz persistir ainda mais.— Mesmo na posição que está não tira essa maldita cara de superior! — Yar'Ardua falou fechando a porta e parando em frente a Mandisa.— Eu não tenho que baixar minha cabeça para você, seu traidor! __ Ela falou aprumando sua postura, não vai se sentir pe