Início / Romance / TINHA QUE SER ASSIM / O Passado b**e à porta
O Passado b**e à porta

Patrícia saiu tão nervosa do restaurante que nem notou que estava falando ao telefone no meio da rua, felizmente não era uma rua muito movimentada mas ainda assim qualquer coisa poderia acontecer.

-O que você quer? Como tem esse número?

-Quero conversar, estou em frente ao seu prédio, eu poderia…

-Você está maluco? Como assim em frente ao meu prédio… como sabe meu número e meu endereço? Vai embora, não tenho nada para falar com você.

Um carro se aproxima mas Patrícia nem se dá conta.

-Vou chamar a pol…

-PATRÍCIA! - Lane grita ao ver o carro se aproximando.

No susto, Patrícia larga o celular e volta para a calçada um segundo antes do carro passar, está perplexa, sem ação com uma expressão de pânico.

-Patty, fala comigo 

Com o olhar perdido e quase sem voz Patrícia responde:

-Ele voltou, o Hector, tá na porta do meu prédio.

-Amiga, tem algo que você não me contou sobre essa história?

-Me derrubar para ficar com meu lugar no circo foi a menor das dores que ele causou, existe muito mais e agora ele me encontrou, não sei o que pode fazer.

Patrícia se encostou na parede do restaurante e começou a desfalecer, o pânico em seu olhar era algo que Lane nunca tinha visto em sua vida, tentou amparar a amiga e leva-la para dentro novamente mas ela caiu, Vinicius que estava saindo dali junto com Helen depois de ouvir o grito a segurou em seus braços e ela apagou.

-----

-Que lugar é esse? Perguntou Patrícia quando acordou.

-É a casa do Vinicius Patty, a Lane me contou que você estava com medo então pensei que deveríamos ir onde seu ex não pudesse te encontrar.

-Obrigada Helen, ele jamais me ligaria ao Vinicius mesmo, e na sua casa ou da Lane já deve ter algum tipo de grampo ou vigilância.

-Patricia, eu trouxe suco de pera.

-Obrigada Vinicius.

-Nossa, que conhecidencia, é o favorito dela, ela diz que nunca esqueceu a primeira vez que experimentou.

-Lane, menos… bem menos…

-Eu entendo perfeitamente.- disse Vinicius sorrindo para Patrícia, mas dessa vez sem aquela malícia, era um olhar de cumplicidade, provavelmente porque ele também lembrava bem daquele dia- Já liguei para meu médico de confiança, ele está chegando para te examinar.

-Eu devo muitas explicações a vocês.

-Eu acho que o que você deve agora é descansar - Falou Helen em tom protetor, como quem conhecia pelo menos uma pequena parte dessa história.

-Eu concordo, disse Lane. E eu estou assumindo sua agenda do restante da semana, por isso, já vou embora mas creio que estou te deixando em ótimos braços, digo, em ótimas mãos.

Patrícia até sorriu com a gracinha da amiga, depois agradeceu e deitou novamente naquele divã maravilhoso em que Vinicius a tinha  colocado. Helen a cobriu e foi acompanhar Lane até a porta.

-Obrigada Vinicius, por me trazer para cá, sua casa é muito bonita.

-Não precisa agradecer, eu tinha um débito com você, precisava fazer por você o que você tentou fazer por mim.

-O que seria?

-Te proteger, como você tentou me proteger há 15 anos.

-Sinto muito por tudo aquilo, queria que não tivesse acontecido.

-Eu sei, você tentou me avisar, mas fui muito ingênuo e…

-Éramos apenas crianças,  eu também acabei iludida, agora tô pagando o preço disso.

-Ele te machucou, Patrícia?

-De todas as formas possíveis, o pior é que o poder compra até a verdade e o pai dele é da máfia, ou seja, se ele quer me encontrar, cedo ou tarde vai conseguir.

-Não se eu te esconder.

-Hoje tudo bem, mas é perigoso demais, não posso envolver vocês nisso, além de tudo, eles tem olhos por toda a cidade.

-Amanhã começam minhas férias, que tal você ir comigo para minha propriedade mais segura?

-E você tem isso? Tipo um QG de super herói?

-Ta mais pra esconderijo, as vezes preciso de um tempo longe das vistas da imprensa ou das mulheres pra quem não ligo no dia seguinte, elas podem ser terríveis. - falou com aquele jeito arrogante mas engraçado.

-E você está sugerindo que eu vá com você para esse lugar anti-mulheres?

-Ah, essa regra é apenas para as mulheres com quem ja sai.

Helen chegou na sala com o médico e percebeu o clima. Olhou enfurecida para o irmão depois respirou e disse:

-Aqui está a paciente, doutor, vamos deixá-lo trabalhar, estaremos na cozinha.

Vinicius pegou o copo de suco vazio da mesinha e seguiu Helen até a cozinha com cara de quem já sabia a conversa que estava por vir.

-O que você pensa que está fazendo? Suco de pera, sério? Porque está mexendo com as emoções dela? Não tá vendo que ela está passando por um momento delicado? Está vulnerável...e você sendo um cafajeste.

-Por algum momento passou pela sua cabeça que eu posso estar sendo sincero? Porque acha que eu tenho suco de pera em casa?

- Ah meu Deus! Você gosta dela, sempre gostou.

-Não estrague minha imagem, irmãzinha. Só estou realmente preocupado com ela. Vou tirar férias e levá-la comigo pra cabana da serra, é o lugar mais seguro que tenho.

- Você disse férias? NUNCA tirou férias desde a escola.

-Mas é uma emergência, preciso protegê-la.

-Você a ama!

-Esta exagerando, Helen. 

-Pode ser que só não saiba, depois de tanto tempo escondendo seu coração do mundo, agora nem você reconhece o amor...é o que estava no biscoito, você construiu muros.

Vinicius ia dizer alguma coisa para se defender quando o Dr Júlio entrou na cozinha.

-Então, doutor?

-Sua amiga precisa de férias, foi uma crise de ansiedade provocada por stress, precisa de repouso, de ar fresco e também dessa medicação para ajudar seu organismo a se reorganizar. - Disse entregando a receita para Vinicius.

-Esta bem, agradeço sua atenção. Peço que mantenha entre nós esse atendimento.

-Claro Vinicius, boa noite.

-Boa noite doutor.

-Vou levá-lo até a porta. -Disse Helen.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo