As folhas dançavam ao sabor do vento, suas sombras no chão tremiam como salgueiros ao vento, sem controle.Larissa estava completamente passiva e Walter, após ela ter mencionado o nome de Severino, tinha um olhar frio e distante.Ele manipulava ela sem piedade, mas sua expressão era como a de um espectador distante.De repente, um toque de celular ecoou, Larissa estremeceu.- Relaxe. - Sussurrou Walter.Mas Larissa não conseguia relaxar.Isso parecia ser... Seu celular?Não deveria ter sido confiscado pelos aqueles dois caras, o baixinho e o magro?Era inacreditável não?Sua cabeça estava girando naquela hora, presumindo erroneamente que o celular havia sido confiscado, por isso não denunciou o incidente.Eles não apenas prenderam suas mãos na frente, mas também não revistaram seu celular?Se ela soubesse, teria chamado a polícia mais cedo, evitando ficar sob a pressão de Walter agora.Um passo em falso e todos os passos seguintes foram errados!Ela nunca deveria ter vindo para esse ba
Ao mesmo tempo, na Cidade S, Sara não conseguia de jeito nenhum fazer a ligação para Larissa.Vanda havia desmaiado de repente e os médicos correram para socorrer ela. Mesmo tendo passado por uma crise semelhante antes, Sara não se acostumava e estava ainda mais apavorada.Naquele momento crucial, ela ignorou os conselhos de Vanda, sem hesitar, ligou para Larissa, esperando que ela tomasse as decisões. No entanto, o celular de Larissa não estava respondendo.Quando Sara estava prestes a ligar pela segunda vez, o médico terminou o procedimento e veio explicar a situação. - Estabilizamos a situação, o desmaio foi causado por falta de oxigênio no cérebro. - Avisou o médico.- Então... Está tudo bem agora? - Perguntou Sara.- Não podemos dizer que está tudo bem. A falta de oxigênio no cérebro pode causar danos aos nervos, aumentando os riscos de complicações pós-operatórias no futuro. Vocês, como familiares, precisam estar psicologicamente preparados. - Disse o médico.Sara olhou para ele
Larissa não pôde deixar de agarrar com força o tecido do suéter de Walter.Walter baixou o olhar para ela, percebendo que agora ela dependia dele, em seguida, ele dirigiu seu olhar para Zaca.- Bela? Sr. Zaca, talvez esteja se enganando. Ela é minha secretária. - Respondeu Walter.- Isso é impossível. Ela é Bela, tenho certeza. - Negou Zaca, com um sorriso malicioso.- Você quer dizer que eu estou errado? - Questionou Walter, sorrindo de leve.Embora sua voz não fosse ameaçadora, Walter emanava uma presença intimidante, simplesmente ficando lá, fazendo com que ninguém se atrevesse a desafiar ele.Essa aura intimidadora vinha da riqueza e poder acumulados ao longo de várias gerações da família Pires, da liderança do Grupo BY nos negócios e da reputação de Walter por decisões rápidas no mundo empresarial.Seu olhar arrogante e indiferente era respaldado por sua posição e conquistas.Quando ele afirmou que estava certo, alguém como Zaca teria coragem de dizer que estava errado?O rosto de
Walter jogou fora a cinza do cigarro, não negou, sorriu de canto. - Já está tarde, vai descansar um pouco. – Disse Walter.- Ok. – Concordou Danilo.Com isso, ele desligou a chamada.Walter voltou para o quarto, olhando por um tempo para a mulher adormecida na cama antes de se deitar e puxar ela para perto....Na manhã seguinte, Larissa foi acordada.O efeito do remédio já passou e Larissa estava totalmente lúcida. Ela pegou aleatoriamente algo na mesa de cabeceira e o atirou diretamente no homem ao seu lado.- Some daqui! – Disse Larissa.Walter estava um pouco despreparado, o cinzeiro acertou sua testa.Sem sangramento, mas estava com uma mancha vermelha.Ele segurou às pressas suas mãos e as pressionou nos lados do travesseiro. Larissa, com os olhos vermelhos, encarou com intensidade para ele.- A gratidão transformada em ódio. Se não fosse por mim ontem à noite, talvez você já estivesse enterrada em um buraco agora. – Disse Walter.O peito de Larissa subia e descia intensamente,
Larissa folheou todo o álbum, mas não encontrou as fotos.Ela abriu o WhatsApp de Walter, encontrou o próprio número e viu que a conversa estava vazia.Walter enganou ela? Na verdade, ele não tirou fotos?Larissa rapidamente negou essa ideia ingênua. Ela não podia ser tão inocente. Que tipo de coisas Walter não seria capaz de fazer agora? As fotos eram mais prováveis de serem armazenadas em outro lugar.Ao ouvir a água no banheiro parar, Larissa apertou com força o celular e o lançou na parede!Se realmente houvesse fotos, quebrar o celular poderia significar destruir as fotos.Walter, envolto em vapor úmido, saiu do banheiro, testemunhando a cena.Seu olhar frio percorreu o celular dividido em três partes no chão e depois se fixou em Larissa.- Você não sabe que existe algo chamado nuvem? – Perguntou Walter.Larissa se controlou sua raiva.- O que mais você quer fazer? Já transamos, não está satisfeito? – Questionou Larissa.Walter, vestindo o mesmo roupão que ela, criava uma imagem
- Sara? Você ainda está aí? Aconteceu algo com a mãe? – Perguntou Larissa, com um tom meio ansioso, enrugando a testa. - Não, não aconteceu nada. Mãe só queria falar com você ontem à noite, então me pediu para te ligar... As luvas já foram tricotadas, talvez ela queira saber se você precisa de mais alguma coisa. – Disse Sara.Ao ouvir isso, Larissa relaxou um pouco. Sara só ligou uma vez na noite passada, parecia que não tinha nenhuma coisa urgente. Se fosse uma situação urgente, ela teria continuado ligando.- Eu não preciso de mais nada. Diga à mãe para parar de tricotar, fazer isso também consome muita energia mental. – Disse Larissa, apertando os lábios, continuando. – A mãe está acordada agora? Deixe ela ouvir. - Ela está recebendo uma infusão, não é muito conveniente pegar o celular agora, talvez mais tarde. – Disse Sara.- Está bem. – Concordou Larissa.Com isso, ela desligou a chamada.Embora Sara dissesse que não havia problema, Larissa ainda sentia uma sensação indefinida.
- Ontem à noite, quase fui sequestrada por dois homens, o magro e o gordo, que já haviam cavado um buraco na floresta. – Explicou Larissa, palavra por palavra.O policial ficou sério ao ouvir isso, pedindo que ela se sentasse para registrar a declaração.Larissa detalhou os acontecimentos da noite anterior, desconsiderando, era claro, a parte no banheiro com Walter.Após o depoimento, o policial informou ela com seriedade que eles já haviam enviado policiais para prender o gordo e o magro alguns dias atrás, mas eles escaparam, se tornando agora fugitivos.- Estou muito certa de que esses são os homens que tentaram me sequestrar. Eles também me drogaram, mas não sei se o efeito já foi metabolizado. Será que os exames de sangue ainda podem detectar algo? – Perguntou Larissa, com seriedade, prendendo a respiração. O policial chamou um colega do laboratório para colher uma amostra de sangue de Larissa para análise. Ela acrescentou. – Também podemos verificar as câmeras de segurança do bar.
- Professor Enrico, você precisa voltar com urgência, então, pode ir primeiro, mas a assistente Larissa fica. – Disse Walter.Enrico colocou os óculos de volta, com uma borda prateada refletindo um brilho frio. - Sr. Walter, qual é a base para esse pedido? – Perguntou Enrico.- A questão é que a base da Montanha das Cerejeiras ainda não teve seus dados coletados. Seu time precisa ter alguém comigo. Já que você está ocupado voltando para a Cidade S para a próxima etapa, então deixe a assistente Larissa. Isso é difícil de entender? – Retrucou Walter.Os dois homens se encararam diante da mesa da reunião.Desde o início da colaboração, eles realmente não tiveram muita interação direta, afinal, assim que o trabalho começou, Walter deixou ele de volta para a Cidade S para lidar com o laboratório em chamas.Isso era algo novo.Antes, eles estavam separados, cada um fazendo o seu trabalho, mas agora, com desavença sobre a mesa, todos os problemas antigos que foram escondidos vieram à tona.-