Larissa decidiu enfrentar seus medos, se preparando para subir no cavalo.Mas o cavalo se moveu um pouco e ela imediatamente recuou.Enrico já estava montado no cavalo, observando seus movimentos, rindo inclinado sobre a cabeça do cavalo. - Eu realmente não esperava encontrar algo que você tivesse medo. – Comentou Enrico.- Então, para você, eu não tenho medo de nada na vida? – Perguntou Larissa, sem escolha.- Mais ou menos. – Respondeu Enrico, sorrindo.Desde que ele conheceu ela, ela sempre foi vista como alguém que podia lidar com qualquer coisa.Larissa, determinada, montou no cavalo. O cavalo deu alguns passos, e ela, assustada, apertou as rédeas.- Não se mexa! – Disse ela, baixinho.Enrico achou tudo muito engraçado, desmontando e indo até ela. - Não tenha medo. Esses cavalos são treinados e muito dóceis. Se você puxar as rédeas, eles vão andar. – Disse Enrico.Larissa, apertando os lábios, puxou as rédeas, o cavalo andou alguns passos.Parecia que ela estava começando a ente
Finalmente, Larissa foi levada por Enrico até onde eles estavam. Quatro pessoas, quatro cavalos, trocando olhares.- Sr. Murilo. – Cumprimentou Larissa.- Srta. Larissa, faz tempo que não nos vemos. Ouvi dizer que você está se saindo bem ao lado do Enrico. Realmente, pessoas talentosas brilham onde quer que estejam. – Disse Murilo, assentindo.- Tudo graças ao bom ensinamento do professor Enrico. – Respondeu Larissa, de forma humilde.Walter estreitou de leve os olhos, com uma expressão fria.Murilo lançou mais um olhar para Larissa antes de falar com Enrico.- Passamos pelos estábulos há pouco e vimos o potro que você adotou anteriormente. Parece que algo aconteceu, os tratadores estão todos ao redor dele. Não quer dar uma olhada? – Perguntou Murilo.Enrico não queria deixar Larissa sozinha com Walter, mesmo que fosse em público. - Larissa, venha comigo para ver o potro. Não quero atrapalhar sua conversa com o Sr. Walter. – Disse Enrico.- Chegamos muito antes de vocês e já discutimo
Larissa desejava se afastar dele, sentindo até a leve vibração do peito dele quando falava. No entanto, a sela era para um só cavaleiro e as costas do cavalo eram do tamanho que eram, impossibilitando qualquer fuga.- Entendi sua gentileza, Sr. Walter. Por favor, me solte! - Disse Larissa, as últimas palavras foram quase roídas pelos dentes.Walter simplesmente ignorou, dando um chute no ventre do cavalo. - Vamos! - Disse Walter,Larissa ficou surpresa.O cavalo, que mal se movia sob o comando dela, agora parecia vivo nas mãos de Walter, galopando desenfreado.Para quem estava acostumado a montar, manter o equilíbrio era difícil o suficiente. Larissa, uma novata completa, precisava se agarrar com firmeza aos trilhos de ferro da sela para estabilizar seu corpo oscilante.Larissa estava prestes a explodir de raiva, Walter estava fazendo de propósito!Walter não tinha intenção alguma de ensinar ela a montar, apenas queria dar a ela uma lição.O campo de equitação era grande, com colinas
- Eu não acredito, então estou perguntando detalhes. Quero ver como você vai inventar. - Disse Walter, soltando um sorriso sarcástico.- Se você quer ouvir histórias, vá para um teatro. - Disse Larissa, incapaz de suportar, afastou a cabeça, se livrando da mão que segurava seu queixo. Ela não queria dizer uma palavra.Walter olhou para ela por dois segundos, suas feições suavizaram um pouco, mas ele não perguntou mais nada. Em vez disso, ele pegou as mãos dela e as guiou para segurar as rédeas.- Segure as rédeas com ambas as mãos. Esquerda e direita determinam a direção, a pressão decide a velocidade. Não pise constantemente no ventre do cavalo, isso fará com que ele se acostume, se tornando insensível aos movimentos de suas pernas. - Disse Walter, com uma voz límpida, mas não continha calor. O que isso significava? Ele estava ensinando ela a montar?- Não é necessário. Não pise sempre nos estribos, eles não podem te proteger. Se você cair, o pé preso nos estribos pode resultar em se
Enrico estava relutante. Afinal, Murilo já tinha analisado os prós e contras até o último detalhe. Ele não fazia parte do Grupo Dias, mas era um membro da família Dias, as pessoas da família Dias eram unidas.Enrico levou ela para acariciar o cavalo, pois a familiaridade trazia confiança.- Eu queria que você entrasse no Grupo Dias há muito tempo. Apenas, dois meses atrás, sua saúde não estava boa. Se você tivesse se juntado ao Grupo Dias naquela hora, teria que se familiarizar com o novo trabalho, além de lidar com os assuntos de seus pais. Isso só teria te sobrecarregado, então eu preferi que você ficasse ao meu lado. - Disse Enrico.Estar ao seu lado dava a ela um trabalho que permitia a ela ganhar dinheiro sem ficar muito ocupada, com tempo para respirar.Era um benefício mútuo.Ele pensava tanto nela, então, claro, Larissa estava determinada a ajudar ele a concluir o projeto.Além disso, havia a oportunidade de entrar no Grupo Dias.No Grupo Dias, teria um emprego estável e uma re
No dia seguinte, a equipe de Enrico assinou o contrato com o Grupo BY e recebeu a notícia de que no final de semana precisariam viajar a trabalho para a Cidade C. Eles teriam que acompanhar.Isso fazia sentido, já que precisavam realizar levantamentos de dados no local para avançar na próxima fase de desenvolvimento. Enrico ia, e Larissa, naturalmente, também ia.Após a assinatura do contrato, quando Larissa saiu da sala de reuniões, notou uma chamada não atendida em seu celular, era de sua irmã, Sara.Imediatamente, Larissa retornou a ligação.- Sara. - Disse Larissa.- Você está ocupada agora? - Perguntou Sara.- Agora não, o que aconteceu? - Respondeu Larissa.- Queria te falar sobre a mãe. Ela tem se queixado nos últimos dois dias de aperto no peito, falta de ar e dificuldade para comer. Está com uma expressão pálida. Tenho medo de que o problema cardíaco dela tenha piorado novamente. - Disse Sara.- Estou voltando agora. Vou levar ela ao hospital para fazer exames. - Respondeu Lar
- Eu e seu pai tínhamos uma mercearia pequena. Você, Sara e Joana, três crianças, corriam para a área de lanches depois da escola. Seu pai ficava bravo porque vocês gastavam demais, dizia que não dava para manter a loja e lhes alimentar. Ele pegava um pedaço de pau para bater em vocês, mas vocês corriam para se esconder atrás de mim. Eu as protegi e vocês correram sorrindo para fora. Seu pai não queria bater em vocês, eu segurava ele e ele desistia, dizendo para não comerem demais. Naquela noite, ele faria camarões ao óleo para vocês... Ah, esses dias eram tão bons... - Disse Vanda.Era verdade que aqueles dias eram realmente bons.Antes da armadilha se fechar sobre eles, a vida deles era simples e satisfatória. Foi aquela armadilha que desfez a família deles.Até agora, Larissa não conseguia entender como as coisas chegaram a esse ponto.Mesmo depois de conseguir algumas conexões, ela tentou investigar, mas as pessoas daquela época simplesmente desapareceram, sem deixar vestígios.Às
Em um raro dia de sol no inverno, Walter e Danilo combinaram de jogar golfe.Danilo estava com sorte e habilidades de golfe afiadas. Com um único golpe, ele fez a bola entrar no buraco, sendo aplaudido e incentivado a dar gorjetas, além de ser convidado a pagar a conta.Generoso, Danilo pagava contas atrás de contas, gastando mais de um milhão em apenas uma partida.Vestido com roupas esportivas brancas e pretas e usando óculos escuros, Walter olhava para o buraco no pequeno morro, segurando o taco.- Não precisa pagar a conta, aquela garrafa de uísque que você tem, estou de olho nela, me dê essa. - Disse Walter.- Aquela é reservada para o meu casamento, você está abusando. - Disse Danilo, sorrindo.Lucas, sem interesse por esportes, apenas estava acompanhando.- Yuri já se casou. Danilo, quando você vai se casar? Você está namorando há tantos anos. - Disse Lucas. - Sofia está ocupada este ano, vamos discutir sobre casamento no próximo ano. - Respondeu Danilo, se virando para Walter,