Luana, com os olhos cheios de lágrimas, agarrou-se com força à camisa de Pedro.— Pedro... Eu não vou me desculpar! Por que eu deveria? Quem ela pensa que é para que eu me desculpe com ela?Pedro estava com uma expressão séria. Ele conhecia bem a personalidade de José, mesmo que Ricardo estivesse presente, dificilmente conseguiria convencê-lo, muito menos ele.Pedro olhou para Carolina, queria que ela mesma tomasse a iniciativa de acabar com tudo isso..— Por que está olhando para ela? Olhe para a sua mulher. — José deu um passo à frente de Carolina, bloqueando perfeitamente o campo de visão de Pedro.Carolina sentiu que a pessoa à sua frente era imponente, aquela sensação de segurança completa fez seu coração se acalmar instantaneamente.— Carolina, porque eu deveria me desculpar com você? — Luana gritou, com os olhos marejados.José estava ali, e Pedro não tinha como proteger ela.Luana não queria aceitar.Porquê... Carolina permaneceu em silêncio, de cabeça baixa.— Carolina, você
— Então sua mãe estava com carência nutricional quando estava grávida de você.— José estava com sua paciência no limite, verificando o relógio repetidamente.Quem não sabia que a agenda de José estava lotada naquele dia? E agora, por causa de Luana, o funcionamento normal da empresa estava sendo prejudicado, e ainda por cima, estavam ocupando o tempo do presidente.—Ouvi dizer que a mãe do Sr. Pedro era amante quando o carregava no ventre, uma pobre estudante que mal tinha onde cair morta, sem nada. Não é de surpreender que diziam que ela sofria com carência nutricional durante a gravidez.— Sim, também ouvi, uma amante que conseguiu subir de posição.Os funcionários murmuravam entre si, falando em voz baixa, mas o suficiente para que todos pudessem ouvir.O rosto de Pedro ficou sombrio, seu olhar de ódio fixo em José.Luana olhava para Rui, perdida, sem saber o que fazer.Rui abaixou a cabeça, permanecendo em silêncio.Ele estava envergonhado, mas não podia simplesmente abandonar a ir
Luana ficou em choque. Rui... ele realmente pediu que ela pedisse desculpas para Carolina?— Irmão... — Luana murmurou, com a voz rouca.— Mesmo que Carolina te deva algo, você não deveria... difamar e caluniar a vida pessoal dela. Peça desculpas a ela, e vamos embora. — Rui insistiu para que Luana se desculpasse.Atrás de José, o olhar de Carolina permanecia fixo nele, ainda atordoada com as palavras que ele acabara de dizer, sem conseguir voltar a si.Seis anos... Desde que a troca das filhas foi revelada até o momento em que ela foi presa. Seis anos inteiros.Durante todo esse tempo, ninguém jamais ficou à sua frente, falando por ela de maneira imparcial. Ela sempre se atrapalhava, cada tentativa de falar resultando em um fracasso, e quanto mais tentava se explicar, menos as pessoas pareciam acreditar.Mas José... era como se cada palavra, cada frase que ele proferia, fosse direto ao coração dela, deixando ela em estado de choque e, ao mesmo tempo, com o coração acelerado.Era como
Sem Pedro, Luana provavelmente nem se atreveria a sair de casa. Olhando assustada para Pedro, Luana estava visivelmente emocionada.— Pedro, liga para o senhor Santos. Quem ele pensa que é, quem ele pensa que é para te mandar para aquele lugar horrível?— O senhor Santos é o presidente da empresa. Pedro responde diretamente a ele, e o projeto no deserto é o foco principal do grupo neste ano. Como assim é um lugar horrível? — Afonso respondeu, confuso.Pedro estava de cara fechada, sem olhar para Luana.Obviamente, ele também sabia que Luana tinha passado dos limites desta vez.Segurando o pulso de Luana, Pedro abaixou a cabeça e saiu com ela. Hoje tinha sido realmente uma vergonha.— Pronto, pronto, acabou o show. Vamos voltar ao trabalho. — Afonso pediu para as pessoas que estavam assistindo se dispersarem.— Senhor Santos, está na hora de ir para o aeroporto.José fez um som afirmativo, sinalizando para que Afonso fosse pegar o carro. Levantando a mão, segurou o pulso de Carolina e a
No caminho para o aeroporto, Afonso estava a ligar para encomendar um presente valioso. Carolina não o impediu, afinal, poderia ser útil.— A adega de Lucas Vítor adquiriu uma garrafa de vinho tinto ano passado, com um valor de coleção bem alto, e o preço até que é razoável — comentou Afonso a José. José não disse nada e apenas olhou para Carolina.— Quanto... Quanto custa? — Carolina perguntou.— Mais de um milhão — Afonso sorriu.Carolina respirou fundo. — Acho que não deveríamos oferecer um presente tão caro. O projeto de cidade S foi aberto a licitação pelo André, e o Grupo de Santos já é um marco no setor. O fato de virmos discutir o projeto e nos encontrarmos com ele antes do tempo já é uma grande consideração. Em colaborações comerciais, a “consideração” deve ser medida: dar demais pode passar a impressão de insegurança.Afonso ficou um pouco surpreso. — Mas, só com caranguejos... é meio sem graça, não acha?— A mãe de André gosta de caranguejos. Agora não é a melhor época para
Afonso dirigia o carro e freou bruscamente no semáforo, se virando surpreendido para olhar para Carolina. Que ousadia ela tinha! José, por reflexo, estendeu o braço para proteger Carolina, franzindo as sobrancelhas com desagrado enquanto olhava para Afonso. — Sabe dirigir? — Sr. José, peço desculpa. — Afonso sabia quando recuar e seu tom ao pedir desculpas sempre era impecável. — Edner é um velho astuto da empresa. O Sr. José quer afastar ele, mas como está aqui há muitos anos, mandar ele embora pode causar um rebuliço, dar a impressão de que estamos descartando alguém após o usar. Então, mesmo com muitas provas contra Edner, não seria bom demitir ele diretamente, e o Sr. Santos tem segurado o assunto. Carolina assentiu, entendendo a situação. — Com uma pessoa assim, podemos o destruir com elogios. José olhou para Carolina, visivelmente interessado. — Ah, é? — Ele… ele tem orgulho, então vamos inflar o ego dele. Se a moral dele não condiz com o cargo, ele acabará se afundando.
Cidade A, prisão.- Ao sair, não olhe para trás, viva bem.Carolina se virou e se curvou, ficou tremendo no vento frio.Cinco anos.Quando foi presa, tinha apenas 21 anos.- Entre no carro.Ao lado da estrada, estacionava um Maybach preto, e a voz do homem era fria.Ele era o irmão de Carolina, a quem ela chamou de irmão por 21 anos, até descobrir subitamente que não tinha laços de sangue com ela.- Irmão... - Carolina disse com a voz rouca, olhando para baixo de forma desconfortável.- Não sou seu irmão, não me enoje. - Rui Silva ficou sério e verificou o relógio. - Você roubou vinte e um anos da vida de minha irmã, a fez sofrer abusos naquela casa, como ousa me chamar de irmão.Carolina mexeu os lábios rachados, mas não conseguiu dizer uma palavra.A Silva de Cidade A tinha apenas uma filha, Carolina, filha do empregada, enquanto a verdadeira herdeira da família Silva havia sido secretamente substituída pela filha do empregada.- Desculpe... - Carolina murmurou com a voz rouca após u
Houve um apagão diante de seus olhos quando Carolina foi forçada a entrar no carro, tremendo e desesperada, encolhida no canto.Ela não podia doar um rim. Ela ainda não podia morrer.- Carolina, como foram esses cinco anos na prisão? - Pedro olhou para a mulher encolhida no canto, já não foi mais a mulher orgulhosa e altiva de tantos anos atrás, uma complexidade inexprimível ecoava em seu coração.Carolina deu uma esquivada, talvez um reflexo da violência que sofreu na prisão, e, com medo, segurou a cabeça.- Perdeu a língua? - Pedro olhava com desgosto para a Carolina nesse estado, levantou a mão e segurou o queixo dela, o sangue escuro na testa contrastando fortemente com o rosto pálido.- Estou bem... - A voz de Carolina tremulava, o desespero e o ódio foram evidentes em seu olhar.Sob a interferência de Pedro, sua vida na prisão foi pior do que a morte.No dia em que foi liberta, a colega de cela que a intimidava há tanto tempo finalmente não aguentou e lhe contou a verdade, que fo