— Sim, todo o dinheiro para a minha educação foi conseguido com muito sacrifício pelos meus pais! — Larissa se apressou em falar, quase atropelando as palavras na ânsia de se fazer ouvir.Naquele momento, ficava evidente que, para vencer a discussão, Larissa e Nora não estavam se importando com a verdade. Estavam dispostas a dizer qualquer coisa, desde que conseguissem o que queriam.— Você é uma ingrata! — Gritou alguém da multidão, com um tom cheio de ódio e desprezo.— Descarada e sem vergonha! — Vociferou outro, acompanhado de vaias e murmúrios de desaprovação que ecoavam ao redor.De repente, um ovo voou na direção de Esther, espatifando-se no chão bem à sua frente. Ela recuou instintivamente, os olhos arregalados, enquanto uma onda de choque percorria seu corpo. Ao levantar o olhar, viu que havia uma dúzia de pessoas na entrada, todas armadas com ovos e folhas de vegetais, lançando os itens em sua direção com fúria. Esther ergueu as mãos numa tentativa desesperada de se proteger
Não muito longe dali, um som de raiva cortou o ar. Isabela, empurrando uma cadeira de rodas, se aproximou rapidamente. Ao lado dela, Felipe, com o rosto contraído em fúria, parecia prestes a explodir. Esther sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ver o pai naquela condição, e seu coração apertou. — Pai, o que você está fazendo aqui? — Perguntou ela, a voz falhando levemente, surpresa e preocupação se misturavam em sua expressão. Ela não esperava que ele estivesse ali, ainda mais em um momento tão tenso.Nora, que até então mantinha uma postura desafiadora, ficou pálida ao avistar Felipe. O sangue pareceu drenar de seu rosto, e ela começou a gaguejar, visivelmente nervosa. — Felipe... — Murmurou, as palavras saindo com dificuldade.Felipe olhou para Nora com uma expressão que misturava decepção e raiva. Seu rosto estava rígido, e seus olhos, antes sempre calorosos, agora eram duros como pedra. — Como você pode tratar minha filha assim? — Perguntou ele, furioso. — Eu achava que
Esther também pensou nessa possibilidade. Algo não se encaixava. — Quem foi? — ela perguntou, com a voz firme.Nora, ao ouvir a pergunta, ficou meio atônita, como se não esperasse que a situação fosse escalar a esse ponto.— Eu... Eu não sei o nome! — Gaguejou ela, a voz tremendo com a crescente sensação de pânico. — Não tive tempo de perguntar, só vi que era uma jovem. Que idiota eu fui por acreditar em uma estranha! — Exclamou, finalmente cedendo ao desespero, lágrimas escorrendo pelo rosto.Ao lado dela, Larissa estava em pânico absoluto. As críticas e ataques na internet haviam destruído sua confiança. — O que eu faço agora? Estou arruinada, nenhuma empresa vai me querer... — Murmurou ela, quase sem voz, enquanto lágrimas silenciosas caíam de seus olhos. — Prima, por favor, me ajude. Não quero mais estagiar no Grupo Mendes. Por favor, me ajude a limpar meu nome. Não sou uma pessoa desprezível. Como vou encontrar trabalho assim? Ambas estavam agora de joelhos, implorando por ajud
No meio da multidão agitada, o perfil de alguém chamou a atenção de Esther. Seus olhos se estreitaram enquanto tentava lembrar onde tinha visto aquela pessoa antes. Uma sensação de deja-vu a atingiu com força. Ela começou a se mover, os pés quase instintivamente guiando-a na direção daquele rosto familiar. No entanto, antes que pudesse confirmar suas suspeitas, sentiu uma mão agarrar seu braço com força.— Esther, por favor, me perdoe desta vez. — A voz de Nora estava embargada, o desespero evidente em cada palavra. Ela parecia uma sombra do que era antes, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. — Não farei mais nada que te prejudique. Eu reconheço o meu erro! Esther, tomada por uma mistura de raiva e frustração, tentou se soltar. — Me solta! — Disse ela com urgência, tentando afastar Nora, os olhos fixos na figura que se afastava lentamente pela multidão. Mas Nora não desistia. Suas mãos tremiam, mas ela não as afrouxava. — Mesmo que não queira fazer isso por mim, faça pelo
Esther estava sentada em um dos bancos do corredor, a perna balançando nervosamente enquanto aguardava ansiosamente do lado de fora da sala de cirurgia. O prego havia perfurado profundamente as costas de Marcelo, e a ideia de que algum órgão vital pudesse ter sido atingido a atormentava.O silêncio tenso do hospital era interrompido apenas pelo som ocasional de passos apressados e o bip dos equipamentos médicos. Esther sentia cada segundo se arrastar, o coração apertado de preocupação.De repente, o som rápido de saltos ecoando pelo corredor anunciou a chegada de Isabela. Ela apareceu com o rosto pálido, os olhos arregalados de ansiedade. Sem fôlego, ela parou em frente a Esther, segurando seus ombros com força. — Como está o Marcelo? — Perguntou ela, com uma voz trêmula.— Ele ainda não saiu da cirurgia, mãe. — Respondeu Esther, sem tirar os olhos da porta da sala de operações. Seus dedos apertaram ainda mais os braços da cadeira, como se pudesse controlar a ansiedade dessa forma.Is
Joana soltou um riso sarcástico, inclinando ligeiramente a cabeça enquanto seus olhos faiscavam com um desprezo evidente. — Tudo que faço é para o bem do meu filho! — Respondeu ela, enfatizando cada palavra como se fosse uma verdade absoluta. — O que ele ganhou ao se casar com sua filha? Só teve que limpar a bagunça de vocês! Além de atrapalhar a vida do Marcelo, o que mais vocês sabem fazer? — Ela então continuou, a voz impregnada de desdém, como se estivesse cuspindo palavras que cortavam como facas. — E agora querem fingir que são uma família amorosa? Na hora de vender a filha, estavam bem felizes, não é? — Chega! — Esther interrompeu Joana abruptamente, a voz saindo firme e cortante, enquanto seu rosto endurecia com a raiva crescente. Ela levantou a cabeça e olhou diretamente nos olhos da sogra, o brilho nos seus próprios olhos denunciando que não suportaria mais aquele tipo de ofensa. Sabia que os problemas com o dinheiro tinham dado a Joana uma desculpa para desprezá-la, mas me
Felipe finalmente entendeu, pelas palavras de Joana, o que realmente estava acontecendo. Ele olhou para Esther, seus olhos escurecidos pela compreensão dolorosa. — Esther, você realmente se casou com o Marcelo por causa de um milhão, não foi? — Perguntou ele, com a voz firme e direta.Esther sentiu o coração apertar no peito. Suas mãos começaram a tremer levemente enquanto seus lábios tentavam formar uma resposta, mas as palavras não saíam. — Pai... — Ela murmurou, a voz quase sumindo, enquanto seu olhar se desviou, evitando encontrar os olhos do pai.Felipe, mantendo a calma que lutava para preservar, respirou fundo. — Eu admito que o Sr. Igor foi bondoso ao ajudar, mas uma má união não deve ser forçada. — Ele fez uma pausa, seus ombros caindo ligeiramente como se carregasse o peso de todo aquele fardo. — Esse milhão que devemos, vamos dar um jeito de pagar. Ao ouvir isso, Isabela ficou sem palavras. Ela sentiu o chão se abrir sob seus pés, uma mistura de choque e frustração toman
Joana estava em choque, seus olhos fixos na jovem à sua frente.— O que foi que você disse? Está grávida do meu filho? — Perguntou ela novamente, como se precisasse de confirmação, a confusão era evidente em sua expressão.Nicole, por outro lado, sentia uma mistura de ansiedade e incerteza corroendo seu interior. Ela não sabia ao certo como Joana reagiria, e a possibilidade de ser rejeitada a deixava apreensiva. Ela precisaria arriscar tudo. Respirando fundo, Nicole decidiu apostar alto. — Sim... — Respondeu ela, a voz tremendo ligeiramente. — Eu estou grávida do Sr. Marcelo! Dessa vez, a mensagem foi clara. O choque reverberou pela sala como um trovão. Nicole estava realmente grávida de Marcelo.Felipe e Isabela trocaram olhares, ambos processando a revelação chocante. Eles ficaram sem reação por alguns segundos, mas então, a expressão de ambos ficou sombria.“O que isso significa para nossa filha? Como ela estava vivendo naquela casa?”, pensou Isabela, o coração apertado de preocup