Joaquim parecia querer olhar para Natacha mais uma vez, como se assim pudesse gravar para sempre sua imagem e, em outra vida, ainda pudesse encontrá-la novamente:— Natacha, sinto muito. Sinto muito por ter te machucado por tanto tempo. — Joaquim curvou os lábios num sorriso amargo. — Se eu fosse você, provavelmente também não me perdoaria. Tudo o que aconteceu hoje é o castigo que mereço. A única coisa que me consola é poder me levantar agora e te proteger, assim como Gabriel fez.— Não! Joaquim, não faça isso, eu não quero que você faça isso! — As lágrimas de Natacha escorriam sem parar enquanto sua voz rouca implorava. — Eu não te culpo mais, eu te perdoo! Não ouça o que Rafaela disse, por favor, solte a faca!Mas Joaquim não soltou a faca. Apenas sorriu e disse:— Você precisa acreditar, Natacha. Não importa quando, sempre que eu puder te proteger, farei isso sem hesitar. Não é só Gabriel que pode fazer isso, eu também posso.Rafaela já não suportava mais ouvir a conversa deles, o
No hospital, Joaquim foi rapidamente levado para a sala de emergência. Seu estado era crítico, e ele mal respirava.O médico de plantão, após examinar as radiografias, falou com preocupação:— A faca está muito próxima ao coração. Se ao removê-la atingirmos qualquer vaso sanguíneo, o paciente pode morrer instantaneamente!Natacha ouvia seus colegas discutindo acaloradamente se Joaquim deveria passar por uma cirurgia ou não.No entanto, se ele não fosse operado, a morte era certa.De repente, Natacha interrompeu a discussão:— Façam a cirurgia. Preparem tudo, eu vou operá-lo.— Dra. Susan? — O médico olhou surpreso para Natacha. — A senhora avaliou o estado do paciente? Essa cirurgia é extremamente delicada, qualquer erro...Natacha o interrompeu novamente:— Então eu serei extremamente cuidadosa! Não temos outra escolha.Assim, a sala de cirurgia começou a ser preparada rapidamente.Antes de Natacha entrar, Xavier, visivelmente preocupado, perguntou:— Sra. Camargo, tem certeza de que
Xavier olhava para Natacha com certo cuidado, com medo de que ela fosse sensível demais e se irritasse. No entanto, Natacha assentiu de maneira surpreendentemente calma e disse:— Pode falar.Foi então que Xavier começou a falar:— Na verdade, eu já sabia há muito tempo que tipo de pessoa Rafaela era, mas o Sr. Joaquim confiava nela, e somado a isso, as artimanhas dessa mulher fizeram com que ele traísse você. Tudo o que o Sr. Joaquim fez antes, até eu não conseguia mais suportar. Às vezes, também acho que ele mereceu! Quem mandou ele escolher a pessoa errada e acabar com Rafaela, não é? — Natacha não disse nada, apenas escutava em silêncio enquanto Xavier falava. Ele continuou. — Mas, ao longo desses anos, o Sr. Joaquim nos fez procurar por muitos lugares, ele nunca desistiu de procurar por você. No entanto, você não apenas perdeu a memória, como também mudou de nome, alterou seu currículo e documentos, e o Dr. Gabriel te escondeu tão bem que nunca imaginamos que você se tornaria a tã
Se não houvesse uma inimizade tão profunda entre eles, se Joaquim não tivesse causado a morte do pai de Natacha, talvez, depois de tudo o que havia acontecido, Natacha pudesse perdoá-lo. Mas, se Joaquim realmente tivesse sido o responsável pela morte de seu pai, não haveria como Natacha passar o resto da vida ao lado de seu assassino.Os olhos de Xavier se tornaram distantes enquanto ele se lembrava dos acontecimentos daquele tempo e disse:— Houve uma época em que seu pai veio ao Grupo Camargo algumas vezes para falar com o Sr. Joaquim. Eles conversaram sozinhos no escritório, e eu não sei ao certo sobre o que falaram. No entanto, não acredito que a morte de seu pai tenha sido causada pelo Sr. Joaquim. Afinal, na época, o Sr. Joaquim correu o risco de ser punido pelo conselho para ajudar a empresa do seu pai a superar uma crise. E mais, que tipo de ódio poderia haver entre eles para que o Sr. Joaquim quisesse matá-lo?Natacha rebateu:— Mas Rafaela me mostrou um vídeo de Joaquim falan
— Naquela época, eu fiz isso para sobreviver! Mas eu não quero te reconhecer como meu irmão. Você e Rafaela são exatamente do mesmo tipo! — Ao dizer isso, para tentar se livrar de Duarte, Natacha acrescentou. — Ah, a propósito, você e Rafaela têm um filho, sabia? Seu filho está no orfanato agora, então é melhor você ir atrás dele em vez de perder seu tempo aqui.Duarte soltou uma risada fria ao ouvir isso e disse: — Não me fale daquela mulher. Ela me traiu e ainda deixou uma criança para trás. Eu não quero um filho que nasceu de uma mulher como ela.Natacha olhou chocada para Duarte: — Vocês homens são todos assim, frios e sem coração? Nem o seu próprio filho você quer reconhecer?Duarte cerrou os dentes, irritado: — A culpa é dele por ter nascido na família errada!Natacha revirou os olhos e comentou: — Sabe de uma coisa? Não me importo com seus problemas, faça o que quiser. Agora, saia daqui. Não tenho mais nada para falar com você.Olhando para a irmã que o tratava com tanta
No quarto do hospital, Natacha estava sentada em silêncio ao lado da cama. Ela não tinha mais disposição para se preocupar com sua própria origem; afinal, as questões da geração passada já não lhe diziam respeito. Olhando para Joaquim, ainda inconsciente, Natacha sentiu sua confiança inicial no sucesso da cirurgia se transformar gradualmente em preocupação e desespero. As palavras de Duarte, insinuando que Joaquim talvez nunca acordasse, só pioravam seus pensamentos. Ela não queria imaginar o pior, mas o medo era incontrolável.— Joaquim, por favor, acorde logo, está bem? — Disse Natacha, com os olhos marejados, a voz embargada de emoção. — Eu realmente não consigo mais suportar isso. Se você acordar, eu prometo que não vou me importar com mais nada. Só preciso que você acorde!— Sério?Um som fraco fez com que Natacha arregalasse os olhos de surpresa. Logo, ela viu os lábios de Joaquim se curvarem em um leve sorriso. Mesmo com os olhos ainda fechados, ele estava consciente, atento
Ao pensar em tudo isso, Duarte sentiu a satisfação da vingança crescendo dentro de si. Ele disse a Enrico:— Prepare o jato particular, estaremos prontos a qualquer momento para ir ver o velho pela última vez....No hospital.Desde que Joaquim acordou, Natacha pediu licença do trabalho e o acompanhava todos os dias. Sob seus cuidados atentos, Joaquim se recuperava um pouco mais a cada dia.Duas semanas depois, Joaquim já conseguia andar novamente. Nesse dia, Natacha trouxe Otília e Adriano para visitá-lo.Os dois pequenos nem imaginavam o perigo que seus pais haviam enfrentado recentemente. Ao ver o pai vestindo o pijama de paciente, Otília, curiosa, perguntou:— Papai, por que você e a mamãe ficam revezando no hospital? Vocês estão brincando de algum jogo?Natacha estava prestes a explicar, mas Joaquim sorriu e disse:— Sim, estamos jogando um jogo.— Então eu também quero brincar com vocês! — Otília riu e correu para o pai, tentando pular em seus braços, mas Natacha a impediu.Se aj
— O que você está falando? — Natacha olhou furiosa para Joaquim. Aquele tipo de experiência, ela jamais queria repetir."Eu sabia que o Joaquim contava com a minha fraqueza!"Ao ver o jeito indignado de Natacha, que nem sequer ousava xingá-lo, Joaquim deu um sorriso e disse:— Que tal você me ajudar a tomar banho? De qualquer forma, tudo que precisava ser visto do meu corpo, você já viu. E eu não tenho vergonha.— Pervertido! — Natacha resmungou irritada, mas acabou cedendo.Não podia realmente deixar Joaquim tomar banho sozinho. Se a água entrasse nos ferimentos dele, Natacha teria que salvá-lo mais uma vez.O banheiro estava cheio de vapor, e as bochechas de Natacha estavam ruborizadas. Ela não sabia se era pelo calor ou pela timidez.Natacha tentou ao máximo desviar o olhar do corpo de Joaquim, mas inevitavelmente acabou vendo o que não devia.O cuidado de Natacha fez Joaquim rir, a ponto de suas feridas doerem um pouco.— Do que você está rindo? — Natacha o olhou furiosa. — Se cont