No entanto, sempre que Natacha pensava em tudo o que aconteceu, sua mente era inundada por imagens de Joaquim. Ela se lembrava dele protegendo ela de uma faca e da maneira tão carinhosa com que ele aplicou o remédio em seu tornozelo enquanto se ajoelhava à sua frente.“Por que as pessoas têm que ser tão complicadas?”Natacha suspirou e fechou as cortinas. “Quando eu voltar e estiver ocupada com os experimentos, vou esquecer tudo o que aconteceu aqui.”Nesse momento, a campainha tocou. Natacha ficou surpresa. Quem poderia ser a essa hora? Ela foi até a porta e olhou para a câmera de segurança. Seu coração disparou ao ver que quem estava ali era Joaquim! Ela deu alguns passos para trás, decidida a não abrir a porta.Logo em seguida, o telefone dela tocou. Era o motorista que ela havia chamado. Natacha atendeu e ouviu a voz do motorista: — Foi você quem pediu o carro? Já estou aqui. Onde você está?Natacha olhou novamente para o monitor, vendo Joaquim ainda parado diante da po
Natacha caminhou até a janela panorâmica e abriu as cortinas novamente. Ela se encostou na parede ao lado, olhando para a paisagem molhada pela chuva lá fora. Foi então que o olhar de Natacha se fixou em uma figura esbelta sob o poste de luz."É o Joaquim? Esse homem enlouqueceu? Por que ele está parado debaixo dessa chuva torrencial?"Natacha fechou as cortinas de uma vez e pressionou as costas firmemente contra a parede, fechando os olhos."O que me importa o que ele quer fazer? O que isso tem a ver comigo? Eu não posso sair, não posso ter mais nenhum contato com ele. Um homem casado e cruel, tudo o que ele faz é por causa de seus filhos e de sua família."Mas, por algum motivo, após ouvir o som do trovão lá fora, Natacha não conseguiu mais se acalmar. Ela pegou um guarda-chuva e saiu correndo pela porta.Quando Joaquim viu aquela figura elegante aparecer diante dele, seus olhos negros, antes sombrios, finalmente brilharam com uma centelha de esperança.Estavam separados por apenas
— Porque você gosta de mim. — Joaquim disse, olhando profundamente nos olhos de Natacha. — Natacha, olhe nos meus olhos. Você sente algo por mim, não é?Joaquim acreditava que, mesmo após cinco anos, ele ainda conhecia Natacha profundamente. Ele podia perceber, mesmo em seus pequenos gestos e olhares, que ela ainda se importava com ele.Natacha se sentiu exposta, como se seus sentimentos tivessem sido revelados. Imediatamente, reagiu como um gato que teve o rabo pisado, dizendo irritada:— Você está falando besteira! Você já é casado, tem filhos, tem uma esposa, por que continua vindo me dizer essas coisas estranhas? Você sabe que eu nunca faria isso!Uma expressão de dor passou pelo rosto de Joaquim, e ele disse:— Tudo bem, então. Me deixe explicar tudo agora. Se, depois que eu terminar, você ainda não puder me perdoar, então eu não direi mais nada.Natacha não sabia se era o efeito do álcool ou por ter se molhado na chuva, mas naquele momento, ela sentia uma forte dor de cabeça e só
Joaquim já havia terminado seu banho em outro banheiro, mas Natacha ainda não tinha saído. Ele começou a suspeitar que ela estava deliberadamente evitando ele.Mordendo os lábios, Natacha finalmente desistiu, falando com um tom envergonhado:— Você pode pegar meu pijama para mim?Joaquim então percebeu por que Natacha ainda não havia saído do banheiro. Um sorriso involuntário curvou seus lábios. Ele perguntou a Natacha onde estavam as roupas e rapidamente trouxe o pijama até a porta do banheiro.Natacha abriu a porta com cuidado, apenas uma fresta, e estendeu a mão apressada:— Me dá logo minha roupa! — Mas Joaquim, querendo provocá-la, não entregou a roupa de imediato e, ao contrário, empurrou a porta com um pouco de força.— Joaquim! Me dá minha roupa agora! — Natacha gritou irritada, enquanto segurava firmemente a borda do pijama, puxando ele com força.— Se você continuar assim, pode sair da minha casa agora mesmo!Percebendo que Natacha estava realmente irritada, Joaquim soltou o
Na manhã seguinte, Natacha foi despertada pelo som de seu celular tocando. Ainda sem sair completamente do sono, ela estendeu a mão para pegar o telefone e atendeu:— Alô? — Apenas uma simples palavra, dita com uma voz rouca e preguiçosa, foi o suficiente para deixar Rafaela, do outro lado da linha, paralisada de choque. — Por que você não fala nada?Natacha murmurou baixinho e, sem abrir os olhos, deixou o telefone de lado, desligando a chamada.Rafaela ouviu o som da ligação sendo encerrada e mal podia acreditar no que acabou de acontecer. "Como assim? Por que Natacha atendeu o telefone do Joaquim? Isso significa que... eles fizeram amor ontem à noite?"A ideia começou a tomar forma na mente de Rafaela, e ela quase esmagou o celular em sua mão. A raiva e o ciúme pressionavam contra seu peito, quase explodindo de tão intensos."Aquela mulher desprezível! Ela voltou para seduzir meu marido! Natacha é realmente sem vergonha! Agora faz sentido por que Joaquim não voltou para casa ontem
Natacha curvou os lábios em um sorriso frio e zombeteiro, dizendo:— Certo, você venceu! Com essa situação nas suas mãos, estou destinada a não escapar. Vou apenas me dedicar a tratar do seu filho.Ao ouvir o mal-entendido de Natacha, o coração de Joaquim parecia ser apertado por uma mão invisível, causando a ele uma dor quase sufocante. "Por que Natacha sempre me vê como alguém tão desprezível? Ela não consegue enxergar meus sentimentos, e por isso acha que tudo o que faço por ela é apenas por causa do Domingos!"Com a testa franzida, Joaquim massageou as têmporas, e com um olhar profundo, disse:— Por que você simplesmente não pode acreditar que eu amo você?Natacha balançou a cabeça:— Não consigo entender como alguém pode se apaixonar por um estranho em tão pouco tempo!As palavras dela foram como um balde de água fria sobre o coração de Joaquim. Ele desceu da cama, caminhou em silêncio até o banheiro, ignorando Natacha completamente. Natacha, por sua vez, rapidamente começou a s
Joaquim deu um sorriso vago e disse:— Bem, então você conheceu alguém assim hoje.Natacha sentia uma profunda repulsa pela arrogância de Joaquim. Além de ter trocado os medicamentos de seu paciente, ele agora a humilhava com ameaças. No entanto, ela não estava disposta a se deixar intimidar. Afinal, sabia que não havia futuro algum com um homem casado.Com os olhos semicerrados, Natacha respondeu:— Joaquim, você realmente acha que eu estou de mãos atadas? Não se esqueça que eu tenho provas de que você trocou meus medicamentos. Eu posso provar que você indiretamente causou a morte de um dos meus pacientes! É melhor você sair da minha casa agora. Se continuar me ameaçando, não terei outra escolha senão chamar a polícia para lidar com o que você fez!Mas Joaquim permaneceu calmo, falando com uma tranquilidade que surpreendeu Natacha:— Isso é justamente o que eu não tive chance de explicar ontem à noite, e é o motivo pelo qual vim te procurar. Eu não troquei aquele medicamento. Eu seque
Natacha pensou no que havia acontecido na noite anterior e, sinceramente, não queria mais ficar na presença de Joaquim. Com frieza, disse:— Por favor, não venha mais me procurar em casa.Joaquim deu um sorriso e, estendendo a mão, acariciou o rosto pálido de Natacha, enquanto dizia com um sorriso:— Isso vai depender de como você se comporta.Natacha, irritada, respondeu:— É melhor você encontrar provas de que foi acusado injustamente, caso contrário, se você continuar me provocando, eu realmente chamarei a polícia.— E você? — Retrucou Joaquim. — Não vai comigo ao hospital? Domingos ainda está esperando que você vá examiná-lo.Natacha franziu o cenho, respondendo com desagrado:— Eu não quero ir ao hospital com você. Vá você sozinho, e eu também irei sozinha!Assim, Joaquim e Natacha não chegaram ao hospital ao mesmo tempo.Joaquim afirmou que o caso de Domingos era urgente, então foi Natacha quem chegou primeiro ao hospital, enquanto Joaquim demorou um pouco mais para sair de casa.