— O que você quer dizer afinal? — Joaquim ainda estava muito confuso.Natacha, irritada, respondeu:— Você ainda está fingindo que não sabe sobre isso? O menino que eu estava tratando antes, por que ele morreu? Foi porque a enfermeira responsável por ele não deu a quantidade correta de medicamentos e vendeu o resto por um preço alto para outras pessoas. Então, o menino faleceu, e foi assim que seu filho pôde continuar vivo. Sr. Joaquim, quero te perguntar: quando resolvi essa questão, você já sabia de tudo? Você achava que eu e a mãe daquele menino éramos tolas e ridículas?— Não! — Joaquim finalmente entendeu o que Natacha queria dizer, e imediatamente retrucou. — Você está enganada! Domingos estava sendo tratado por um especialista do País D antes, e na época, seus sintomas realmente melhoraram, mas isso não tem nada a ver com o seu remédio. Eu jamais trocaria a vida de uma criança pela do meu filho. Eu não seria capaz de fazer algo assim!Natacha olhou para Joaquim com decepção, seu
Domingos esfregou os olhos, dizendo, frustrado: — Eu ouvi vocês brigando agora há pouco, e não consegui dormir. Mas eu não entendi o que vocês estavam falando. Joaquim olhou para o filho com ternura, esboçando um sorriso amargo, e respondeu: — Desculpa, eu te acordei. Na verdade, nem o papai entende direito o que ela estava dizendo. Joaquim realmente não entendia. Ele suspirou cansado, pegou Domingos no colo e o levou de volta para o quarto, enrolando ele até que adormecesse. Mas Joaquim, por outro lado, não conseguia pregar os olhos. Sentado no sofá, ele passou a noite inteira pensando na situação. Joaquim tinha certeza de que não havia feito nada em relação à troca dos medicamentos, mas isso não significava que Rafaela não pudesse ter feito algo. No entanto, era difícil para ele acreditar que Rafaela fosse capaz de algo tão cruel. Joaquim decidiu que, depois que o médico terminasse de examinar Domingos naquela manhã, ele voltaria para casa e confrontaria Rafaela,
— Eu vou também. — Rafaela imediatamente seguiu Joaquim. — Também quero entender o que está acontecendo. Por que a Natacha está dizendo que roubamos o remédio dela? Eu não quero ser mal interpretada!Meia hora depois, eles chegaram ao consultório.Xavier estava liderando uma equipe que revistava o local. Joaquim aguardava ansioso pelos resultados da busca. Mas, para sua surpresa, após uma longa procura, eles não encontraram ninguém no consultório. Todos haviam desaparecido.Rafaela fingiu estar nervosa e disse: — Será que esse Bryan era um impostor? Vou ligar para ele! Não posso acreditar que ele nos enganou esse tempo todo. Ela, então, com uma calma aparente, ligou para o número de Bryan, mas o telefone já estava desligado. Joaquim ordenou a Xavier que verificasse cuidadosamente os medicamentos na farmácia do consultório. Logo, Xavier retornou com uma pilha de frascos contendo um pó estranho. — Sr. Joaquim, encontramos um laboratório neste consultório. Esses frascos co
No entanto, sempre que Natacha pensava em tudo o que aconteceu, sua mente era inundada por imagens de Joaquim. Ela se lembrava dele protegendo ela de uma faca e da maneira tão carinhosa com que ele aplicou o remédio em seu tornozelo enquanto se ajoelhava à sua frente.“Por que as pessoas têm que ser tão complicadas?”Natacha suspirou e fechou as cortinas. “Quando eu voltar e estiver ocupada com os experimentos, vou esquecer tudo o que aconteceu aqui.”Nesse momento, a campainha tocou. Natacha ficou surpresa. Quem poderia ser a essa hora? Ela foi até a porta e olhou para a câmera de segurança. Seu coração disparou ao ver que quem estava ali era Joaquim! Ela deu alguns passos para trás, decidida a não abrir a porta.Logo em seguida, o telefone dela tocou. Era o motorista que ela havia chamado. Natacha atendeu e ouviu a voz do motorista: — Foi você quem pediu o carro? Já estou aqui. Onde você está?Natacha olhou novamente para o monitor, vendo Joaquim ainda parado diante da po
Natacha caminhou até a janela panorâmica e abriu as cortinas novamente. Ela se encostou na parede ao lado, olhando para a paisagem molhada pela chuva lá fora. Foi então que o olhar de Natacha se fixou em uma figura esbelta sob o poste de luz."É o Joaquim? Esse homem enlouqueceu? Por que ele está parado debaixo dessa chuva torrencial?"Natacha fechou as cortinas de uma vez e pressionou as costas firmemente contra a parede, fechando os olhos."O que me importa o que ele quer fazer? O que isso tem a ver comigo? Eu não posso sair, não posso ter mais nenhum contato com ele. Um homem casado e cruel, tudo o que ele faz é por causa de seus filhos e de sua família."Mas, por algum motivo, após ouvir o som do trovão lá fora, Natacha não conseguiu mais se acalmar. Ela pegou um guarda-chuva e saiu correndo pela porta.Quando Joaquim viu aquela figura elegante aparecer diante dele, seus olhos negros, antes sombrios, finalmente brilharam com uma centelha de esperança.Estavam separados por apenas
— Porque você gosta de mim. — Joaquim disse, olhando profundamente nos olhos de Natacha. — Natacha, olhe nos meus olhos. Você sente algo por mim, não é?Joaquim acreditava que, mesmo após cinco anos, ele ainda conhecia Natacha profundamente. Ele podia perceber, mesmo em seus pequenos gestos e olhares, que ela ainda se importava com ele.Natacha se sentiu exposta, como se seus sentimentos tivessem sido revelados. Imediatamente, reagiu como um gato que teve o rabo pisado, dizendo irritada:— Você está falando besteira! Você já é casado, tem filhos, tem uma esposa, por que continua vindo me dizer essas coisas estranhas? Você sabe que eu nunca faria isso!Uma expressão de dor passou pelo rosto de Joaquim, e ele disse:— Tudo bem, então. Me deixe explicar tudo agora. Se, depois que eu terminar, você ainda não puder me perdoar, então eu não direi mais nada.Natacha não sabia se era o efeito do álcool ou por ter se molhado na chuva, mas naquele momento, ela sentia uma forte dor de cabeça e só
Joaquim já havia terminado seu banho em outro banheiro, mas Natacha ainda não tinha saído. Ele começou a suspeitar que ela estava deliberadamente evitando ele.Mordendo os lábios, Natacha finalmente desistiu, falando com um tom envergonhado:— Você pode pegar meu pijama para mim?Joaquim então percebeu por que Natacha ainda não havia saído do banheiro. Um sorriso involuntário curvou seus lábios. Ele perguntou a Natacha onde estavam as roupas e rapidamente trouxe o pijama até a porta do banheiro.Natacha abriu a porta com cuidado, apenas uma fresta, e estendeu a mão apressada:— Me dá logo minha roupa! — Mas Joaquim, querendo provocá-la, não entregou a roupa de imediato e, ao contrário, empurrou a porta com um pouco de força.— Joaquim! Me dá minha roupa agora! — Natacha gritou irritada, enquanto segurava firmemente a borda do pijama, puxando ele com força.— Se você continuar assim, pode sair da minha casa agora mesmo!Percebendo que Natacha estava realmente irritada, Joaquim soltou o
Na manhã seguinte, Natacha foi despertada pelo som de seu celular tocando. Ainda sem sair completamente do sono, ela estendeu a mão para pegar o telefone e atendeu:— Alô? — Apenas uma simples palavra, dita com uma voz rouca e preguiçosa, foi o suficiente para deixar Rafaela, do outro lado da linha, paralisada de choque. — Por que você não fala nada?Natacha murmurou baixinho e, sem abrir os olhos, deixou o telefone de lado, desligando a chamada.Rafaela ouviu o som da ligação sendo encerrada e mal podia acreditar no que acabou de acontecer. "Como assim? Por que Natacha atendeu o telefone do Joaquim? Isso significa que... eles fizeram amor ontem à noite?"A ideia começou a tomar forma na mente de Rafaela, e ela quase esmagou o celular em sua mão. A raiva e o ciúme pressionavam contra seu peito, quase explodindo de tão intensos."Aquela mulher desprezível! Ela voltou para seduzir meu marido! Natacha é realmente sem vergonha! Agora faz sentido por que Joaquim não voltou para casa ontem