Mas o que Lorena não esperava era que, na manhã seguinte, Duarte voltasse de repente. Naquele momento, Lorena ainda estava em um sono profundo. Até que sentiu o peso de Duarte sobre seu corpo, e essa pressão fez com que acordasse de repente. Assustada, ela quase gritou. — Você... Você voltou? Se não fosse pela sensação real e opressiva que vinha de Duarte, Lorena realmente teria pensado que estava sonhando. No instante em que a tocou, Duarte pareceu perder o controle. Até sua respiração se tornou mais acelerada. — Rena, senti tanto a sua falta. — Enquanto dizia isso, ele já beijava o pescoço alvo e delicado de Lorena, mordiscando sua pele. Lorena franziu as sobrancelhas profundamente, sentindo uma repulsa inexplicável pelo contato dele. — Eu não quero. Finalmente, ela reuniu coragem para dizer aquilo, esperando que ele parasse. Mas a mão de Duarte já havia começado a desfazer os botões do pijama dela, seus movimentos firmes e impositivos. — Mas eu quero! Assim
Duarte, é claro, também viu. Lorena ficou apavorada e imediatamente olhou para Duarte, que franziu levemente a testa. Com o coração disparado, ela se esforçou para manter a calma e atendeu ao telefone. No entanto, Duarte tomou o aparelho de suas mãos e ativou o viva-voz. Ele sempre ficava instintivamente alerta com qualquer homem que se aproximasse de Lorena. Principalmente aqueles como Zeca e Ademir, que tinham um pouco de cultura e pareciam pertencer ao mesmo mundo que ela. Esses, então, o deixavam ainda mais desconfiado. Lorena, assustada, falou: — Dr. Ademir, aconteceu alguma coisa? Ademir respondeu em um tom tranquilo: — Srta. Lorena, Alice está com febre hoje. Não vou levá-la até você, só queria avisar. O coração de Lorena, antes apertado, se aliviou um pouco. Com a voz mais tranquila, respondeu: — Entendi. Então deixe a pequena descansar bastante. Ademir apenas explicou o motivo da falta e, sem mais conversa, desligou a ligação. Lorena pôde notar claram
Lorena temia que Duarte notasse algo suspeito, então rapidamente colocou o livro de volta na estante, desviando o olhar dele e dizendo com indiferença: — Eu estava lendo esse livro agora há pouco. Se você o estragar, como vou continuar lendo? Duarte riu baixinho e respondeu: — Isso é feito de papel, não de vidro. Como eu poderia quebrá-lo só porque caiu? — Ao terminar de falar, temendo que Lorena ficasse brava, ele se aproximou e a envolveu pelos ombros, tentando acalmá-la com doçura. — Se você gosta tanto, posso pedir para Enrico comprar mais alguns para você. — Não precisa. Ainda não terminei esse. — Lorena recusou friamente. Duarte não pensou muito no assunto. Afinal, livros nunca foram do seu interesse. Lorena perguntou cautelosamente: — Quando você pretende voltar? Já resolveu seus assuntos? Duarte franziu ligeiramente a testa e, num tom contrariado, perguntou: — Você quer tanto assim que eu vá embora? Lorena não ousou responder diretamente e apenas murmurou ba
— Você! Ao ver que Duarte estava prestes a explodir, Lorena rapidamente o impediu, dizendo: — Já chega! Você deixou Domingos no hospital, e os médicos têm mais contato com ele do que você! O Dr. Ademir sempre foi o médico responsável pelo Domingos. Pelo menos pense no seu filho! Você acha que a saúde dele aguenta esse tipo de estresse? Domingos também demonstrou insatisfação: — Papai, o Dr. Ademir é um ótimo médico. Por que você está falando assim com ele? Duarte olhou para Lorena e para o filho nenhum dos dois estava do seu lado. Ademir continuou: — Sr. Duarte, se fosse um pai realmente presente, talvez suas palavras tivessem algum peso. Mas alguém que sequer entende a condição do próprio filho, que só veio vê-lo uma ou duas vezes desde que foi internado, não tem moral para discutir esse assunto comigo. Lorena percebeu, sem motivo aparente, que Ademir estava falando de forma bastante ríspida, exatamente como na época em que se conheceram, quando ele a acusava de estar
Lorena disse friamente: — Foi você quem tratou os outros mal primeiro. Ele é médico, não seu empregado. Por que ele deveria aturar suas grosserias? Duarte olhou para Lorena com um olhar pensativo e perguntou: — Você está falando em defesa de Ademir? Lorena respondeu: — Só estou sendo justa. Não estou defendendo ninguém. Se você estivesse certo, também falaria a seu favor! As palavras de Lorena deixaram Duarte em silêncio. Nesse momento, ele percebeu que Domingos o encarava com um olhar carregado de desprezo. Duarte não esperava isso. Até mesmo seu filho estava olhando para ele daquela forma? Afinal, tudo o que tinha acontecido há pouco, Domingos viu com seus próprios olhos. Embora o menino fosse tímido e evitasse falar quando o pai estava irritado, isso não significava que ele não soubesse diferenciar o que era certo e errado. O pai ou não aparecia, ou, quando vinha, fazia tia Lorena ir embora irritada ou desrespeitava o Dr. Ademir. Domingos desejava que seu pai n
Duarte olhou para Natacha, chocado, e exclamou furioso: — Você médica mesmo? Como pode dizer algo tão cruel? Será que você está desejando a morte de Naiara?! Natacha ficou indignada. Quando pensou na situação de Lorena agora, percebeu que era exatamente como a sua própria no passado. E a atitude de Duarte... Era idêntica à de Joaquim naquela época. Sempre sendo chamado por outra mulher. Sempre em nome da responsabilidade! Natacha finalmente enxergou a verdade: os homens eram todos iguais! Mas ela simplesmente não conseguia aceitar essa injustiça por Lorena. Se as coisas continuassem assim, Naiara só ficaria ainda mais satisfeita consigo mesma. Duarte já havia saído, mas Natacha foi atrás dele e protestou: — Irmão, Naiara também é médica! Ela sabe muito bem que apendicite é uma cirurgia simples. Você nem é médico, por que ela precisa de você lá? Para sua surpresa, foi Lorena quem respondeu: — Natacha, deixa seu irmão ir. Afinal, o irmão da Srta. Naiara salvou a vida
Duarte havia sido chamado por um telefonema de Naiara e, por isso, partiu, levando consigo o carro.Lorena não teve outra alternativa senão esperar por um táxi na porta do setor de internação.Embora Duarte tivesse deixado alguém para protegê-la, esta não quis usar o carro deles.Quando Lorena não ordena, eles apenas a acompanham de longe, sem interferir nas suas ações.Lorena ficou parada na calçada por mais de dez minutos, sem conseguir pegar um táxi.Foi então que um carro prateado parou à sua frente.A janela se baixou, revelando o rosto bonito de Ademir. Ele disse em tom baixo:— Srta. Lorena, entre no carro.Lorena, ainda incomodada pelo ocorrido mais cedo, tinha muito a dizer a Ademir.Assim, depois de agradecer, ela entrou no carro de Ademir.Após informar o endereço de casa, Lorena se sentou silenciosa no banco do passageiro.Durante o trajeto, Lorena não conseguia deixar de observar, com o canto do olho, o rosto de Ademir.Ele estava concentrado na estrada à frente, aparentem
Infelizmente, hoje era segunda-feira, e o trânsito estava terrivelmente congestionado. Quando Lorena chegou, a ronda já havia terminado. Portanto, ela não conseguiu ver Ademir.Domingos, muito obediente, esperava por Lorena na enfermaria. Quando ela chegou, segurou sua mão e sorriu, perguntando:— Domingos, você está feliz?— Sim! — Domingos assentiu com força. — Então, amanhã, eu já posso voltar para a escola, né?Lorena afagou a cabeça de Domingos e disse:— Isso eu preciso perguntar para a sua tia.Nesse momento, Ademir entrou na sala.Lorena se surpreendeu levemente, mas logo seus olhos claros passaram a se fixar em Ademir, sem desviar.Ademir parou por um instante, e então falou:— Srta. Lorena, você poderia vir ao meu escritório? Eu preciso conversar com você sobre a condição de Domingos.Lorena ficou um pouco confusa. "Ontem, Natacha não havia dito que a condição de Domingos estava estável e sem risco de vida?" Agora, com Ademir tão sério, o coração de Lorena se apertou.Logo, e