Natacha sentiu um desamparo repentino, percebendo que, apesar da vastidão do mundo, não havia para onde fugir, nenhum caminho a seguir. Diego hesitou antes de falar, com um olhar preocupado e triste. - Se você continuar aqui mais um dia, Natacha, a família Coronado vai acabar completamente!Ela assentiu, com os olhos marejados, a voz embargada. - Eu sei o que fazer, Sr. Diego. Vou voltar para casa esta noite. Desculpe pelo transtorno nos últimos dias.Diego, com uma expressão de desespero contido, acrescentou: - Quando estiver diante do Sr. Joaquim, por favor, diga algumas palavras boas sobre mim. Uma única palavra dele pode selar o destino da minha família. Estou sem escolha.Natacha assentiu levemente, seu coração pesado com uma mistura de tristeza e frustração. Nunca imaginava que Joaquim usaria meios tão baixos para obrigar ela a voltar. Ele queria que ela retornasse implorando.No caminho de volta à mansão, Natacha riu a si mesma. Ela se sentia como uma marionete nas mãos de Jo
Mas o que ela significava para ele afinal? Não podia dar um casamento feliz a ela e, no entanto, nem sequer concedia a liberdade a ela. Quanto mais Natacha pensava nisso, mais injustiçada se sentia. Pegou o prato à sua frente e começou a comer com determinação a arroz branco, lágrimas caindo em silêncio de seus olhos.Joaquim observou ela comer e, vendo suas lágrimas, não pôde deixar de expressar sua irritação. - Estou tentando cuidar de você, garantir que coma bem. Isso te deixa tão chateada assim?- Não preciso da sua falsa bondade! - Retrucou Natacha, enxugando teimosamente as lágrimas, enquanto continuava comendo. Ela queria acabar logo com a comida para poder discutir sobre a família Coronado, conforme Joaquim exigira.Ele colocou alguns vegetais no prato dela e disse:- Não coma só arroz.Ela pegou os vegetais mecanicamente, engolindo eles apesar do nó em sua garganta. Mesmo se sentindo sufocada, ela continuou forçando a comida para baixo. No final, Joaquim não aguentou mais ass
- Natacha, você não gosta disso, ou apenas não gosta de fazer isso comigo? - A voz de Joaquim estava cheia de veneno, os olhos fixos nela com uma intensidade implacável. - Quando aquele homem com quem você me traiu te tocava, você gostava?- Você é desprezível! - Natacha gritou, lágrimas de frustração escorrendo pelo rosto. - Se você acha que eu sou impura, se você me despreza tanto, então vamos nos divorciar! Por que você não quer se divorciar, mas continua me humilhando, me torturando? A raiva e a dor no peito de Joaquim eram esmagadoras. A simples ideia de Natacha querendo se divorciar dele, e ainda pior, de ter outro homem, quase enlouquecia ele. Ele segurou o rosto dela com força e beijou ela com uma fúria desenfreada, seus lábios esmagando os dela.Natacha sentiu o gosto salgado das próprias lágrimas enquanto ele beijava ela com brutalidade, transformando o beijo em uma forma de punição. Ele estava despejando toda sua frustração e raiva nela, sem qualquer vestígio da gentileza q
- Fale logo! - A voz de Joaquim cortou o ar com uma afiada intensidade. - O que mais está acontecendo?Vera suspirou fundo antes de falar: - Recentemente, a Srta. Rafaela tem assistido a muitos dramas de televisão, chorando enquanto assiste, dizendo que é uma amante que destruiu a família do senhor. Hoje, ela me disse que quer ver você uma última vez antes de deixar em silêncio a Cidade M. Eu simplesmente não aguento vê-la se torturar assim. Afinal, ela é uma pessoa tão boa.Joaquim ficou surpreso com a revelação de que Rafaela planejava partir em silêncio. Sentindo um aperto no peito, ele imediatamente abriu a porta do quarto.Rafaela parecia surpreendida, escondendo às pressas algo debaixo da cama.- Rafaela, o que você está escondendo? - Ele perguntou, a voz carregada de seriedade.- Não é nada. - Rafaela respondeu nervosa. - Joaquim, você pode conversar comigo? Eu... Só quero falar com você mais uma vez.Havia um tom definitivo em suas palavras, como se fosse um adeus. Joaquim, d
Natacha se sentiu ridícula. Como pôde acreditar que o colar fosse um presente surpresa de Joaquim para seu aniversário? Ela desviou o olhar de Rafaela, tentando ignorar ela e continuar andando. Não havia nada que quisesse discutir com aquela mulher.Mas Rafaela chamou ela: - Srta. Natacha, esta pode ser a nossa última conversa. Joaquim pediu especificamente para eu encontrar você. Você não vai negar isso a ele, vai?Ao ouvir o nome de Joaquim, Natacha parou de repente, seu coração batendo mais rápido. Ela olhou diretamente para Rafaela. - O que você quer dizer? Fale logo.Rafaela riu de leve, um som cheio de sarcasmo. - Você está com uma aparência muito abatida, Srta. Natacha. Que tal conversarmos naquela cafeteria ali do outro lado da rua?Natacha respondeu com frieza:- O que você está tramando agora? Se tem algo a dizer, diga aqui. Não tenho tempo para acompanhar você a lugar nenhum.Rafaela deu um sorriso falso.- Vejo que está bastante desconfiada de mim. Então, veja isto. - El
Para Natacha, esses dois dias pareciam uma eternidade, cada minuto se arrastando dolorosamente. Ela pensava que só depois do divórcio poderia se sentir verdadeiramente livre, finalmente arrancando aquele homem de sua vida. Se refugiou no laboratório, tentando afogar suas angústias no trabalho, mas a sensação de estar presa em uma situação insustentável consumia ela.Enquanto ela se concentrava nos experimentos, a voz aguda de Isadora tirou ela de seus pensamentos. - O que foi?! - Natacha perguntou, assustada, franzindo a testa.- Veja isso! - Isadora disse, com indignação, estendendo seu celular para Natacha. - Alguém postou isso no fórum da faculdade. Certamente é um ataque intencional contra você! Pense bem, quem você pode ter ofendido recentemente? Natacha pegou o celular e viu um post publicado há meia hora, que já tinha milhares de comentários e estava no topo do fórum. O post acusava ela de ter uma vida pessoal pervertida, de dar em cima do irmão de seu marido e de causar o ab
Ele colocou Natacha no banco de trás do carro, a água escorrendo de suas roupas, formando poças no banco de couro. Joaquim pisou no acelerador, fazendo o veículo disparar como uma flecha em direção ao hospital mais próximo.Observando a mulher frágil ao seu lado, parecendo uma boneca de porcelana prestes a se despedaçar, seu coração batendo descompassado. Cada segundo parecia uma eternidade, e tudo o que ele podia pensar era em não perder a mulher que, apesar de tudo, ainda ocupava um lugar em seu coração. Enquanto dirigia, ele segurava uma das mãos geladas dela com a sua mão livre.- Estamos quase chegando ao hospital. Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem… - Ele repetia essas palavras sem parar, sem saber se estava tentando acalmar ela ou a si mesmo.No final, chegaram ao hospital. Joaquim carregou Natacha até a emergência, seu rosto marcado pela ansiedade. Após a avaliação médica, Natacha estava com febre alta combinada e com pneumonia, necessitando de internação....Depois de pr
Natacha estava sentada em sua cama de hospital, olhando pela janela. A vista lá fora era monótona, refletindo seu próprio estado de espírito. Ela se via imersa em seus pensamentos, preocupações e angústias que pareciam se arrastar como as nuvens pesadas que pairavam no céu.O som das batidas na porta interrompeu sua contemplação solitária. Ela piscou, se sacudindo ligeiramente de seu transe mental. Aquelas batidas ecoavam pelo quarto, trazendo ela de volta à realidade.Dora, a governanta de expressão tensa, entrou no quarto, sua presença carregada de hesitação. O olhar de Natacha se fixou nela, buscando alguma pista sobre o motivo da visita de Dora e o nervosismo que parecia envolver ela.Natacha, entediada, pegou o celular, mas Dora rapidamente impediu ela. - Senhora, você ainda está doente, não deve olhar essas coisas. - Disse Dora, nervosa, tentando tomar o celular de Natacha. - O médico disse que precisa descansar direitinho.Natacha notou que algo estava errado. Com um tom sério,