Rosana sabia que Thainá estava se referindo a Tamires. — Entendi, obrigada, Thainá. — Depois de agradecer, Rosana organizou rapidamente suas coisas e saiu, levando Isabelly consigo para o Marques Advogados. Cláudio parecia não acreditar quando viu Rosana entrar no escritório. — Srta. Rosana? — Ele deu um olhar para Isabelly, como quem queria perguntar o que estava acontecendo. Afinal, na hora de agendar a visita, haviam avisado que seria Thainá quem viria. Isabelly, com uma expressão quase travessa, mostrou a língua discretamente e disse em voz baixa: — Foi a Srta. Rosana quem pediu para vir. O Sr. Manuel está disponível agora? — Sim, ele está. — A hesitação no rosto de Cláudio fez Rosana perceber que Tamires também estava presente. Rosana respirou fundo, se preparando emocionalmente. — Se o Sr. Manuel estiver ocupado no momento, podemos esperar. Não temos pressa. Cláudio, visivelmente constrangido, respondeu: — Nesse caso, por favor, aguardem um instante. Vou consu
Manuel apontou para o próprio relógio e disse: — Em dez minutos tenho uma reunião. Se você tem algo a dizer, seja breve. A expressão e o tom de Manuel eram exatamente os de alguém lidando com um completo estranho. Rosana, contendo a tristeza e a angústia que sentia no coração, começou a falar: — Tenho uma questão e gostaria de pedir sua ajuda. Não sei se seria conveniente para você? — Diga. — Manuel se recostou na cadeira, seu olhar profundo se fixando em Rosana. — Sou tão assustador assim? Você fala comigo sem nem ao menos levantar a cabeça, como se não ousasse me olhar. Rosana respirou fundo. “Por que eu não ousaria? Quem errou não fui eu! Nunca fui. Tenho algum motivo para me sentir culpada?” Com esse pensamento, Rosana ergueu a cabeça e, encarando Manuel diretamente, disse: — Meu irmão sofreu um acidente de carro enquanto participava de uma corrida. O carro dele colidiu com o de um companheiro, e essa pessoa morreu. Agora, a família da vítima se recusa a emitir um
— Você quer ajudar? — Manuel ergueu o olhar para Tamires e perguntou. — Eu não gosto de me meter nos problemas dos outros. No fundo, Tamires sentiu uma ponta de satisfação. Parecia que Manuel realmente havia colocado Rosana no lugar de alguém sem importância alguma. Caso contrário, com um problema tão grave, e ainda mais com Rosana pessoalmente pedindo sua ajuda, como ele poderia simplesmente ignorar? Pior ainda, Manuel não só recusou ajudar, como também humilhou Rosana. Esse pensamento trouxe a Tamires uma sensação de alívio. Com um sorriso, ela respondeu a Manuel: — Eu sempre sigo o que você diz, Manuel. Se você decidiu, com certeza tem seus motivos. Eu confio em você completamente. Manuel arqueou as sobrancelhas, questionando ela: — Tem certeza disso? — Claro. — Tamires sorriu de forma doce e disse. — Enquanto você não me deixar, qualquer coisa que você disser será o que eu vou fazer. O tom de Manuel se suavizou: — Se você realmente me escuta, então volte para casa
Por outro lado, eram o pai e o irmão que Tamires achava que haviam passado dos limites. ... Enquanto isso, Rosana foi até a família Sampaio e contou à mãe tudo o que havia acontecido naquele dia. — Mãe, me desculpa, eu não consegui convencer o Manuel a ajudar. — Disse Rosana, com um tom de arrependimento. — O que houve entre mim e Manuel já ficou no passado, e ele não vai me ajudar só por consideração a mim. Ivone começou a chorar novamente, tomada pelo desespero: — E agora? Nem você conseguiu? Seu tio Antônio está implorando ajuda por todo lado, mas aqui na Cidade M, simplesmente não temos ninguém que possa nos socorrer. Rosa, peça ao Manuel para dizer um preço, qualquer valor! Nós não vamos negociar! Rosana suspirou, impotente, e respondeu: — Dinheiro não é um problema para Manuel. Acho que... Ele simplesmente não quer me ajudar, só isso. Ao dizer isso, de repente, uma ideia surgiu na mente de Rosana. Embora ela acreditasse que Manuel estivesse apenas tentando humil
Ivone mal havia terminado de falar, quando os olhos de Manuel se estreitaram ligeiramente, emitindo um brilho gelado e cortante. Seus lábios se curvaram em um sorriso frio e desdenhoso enquanto ele dizia: — Que interessante. Rosana, por vocês. Uma família que não tem absolutamente nada a ver com ela veio me procurar e implorou por ajuda. E você, no entanto, está ansiosa para cortar qualquer laço que tenha com Rosana. — Isso... Ivone ficou em choque, sem entender o verdadeiro significado das palavras de Manuel. “Manuel está ajudando Rosana ou ele tem alguma outra intenção?” Enquanto Ivone permanecia perdida em seus pensamentos, a voz fria de Manuel cortou o silêncio: — Sra. Ivone, só vou lhe fazer uma pergunta: você estava muito bem na Cidade D, então por que de repente voltou para a Cidade M e decidiu reconhecer Rosana como sua filha? Qual é o seu objetivo? — Eu não tenho nenhum objetivo! Só senti saudade da minha filha, isso é proibido? — Respondeu Ivone, com um tom apre
Diante das condições impostas por Manuel, Ivone tremia levemente, seus dedos nervosamente entrelaçados em um aperto tenso. Aquilo era realmente uma escolha difícil demais. Se Ivone realmente deixasse a Cidade M e cortasse relações com Rosana, como poderia garantir que Rosana salvaria Gisele no futuro? Esse vínculo de mãe e filha fora algo que Ivone havia se esforçado enormemente para construir. Ver Rosana e Gisele se aproximando cada vez mais era um triunfo que ela não estava disposta a abandonar tão facilmente. — Sra. Ivone, você já pensou bem? — Os olhos de Manuel emanavam uma frieza gelada enquanto ele falava. — Você tem três filhos. Um está doente, mas os outros dois, irmãos de sangue da Gisele, por que eles não podem doar o rim? Por que precisa colocar isso sobre os ombros da filha que você abandonou por mais de vinte anos? Ivone refletiu por um longo tempo. Rapidamente, ela negou com a cabeça e respondeu: — Não. Meu filho precisa ser salvo, mas minha filha também! Se
— Sair da Cidade M? — Antônio questionou em voz alta, quase gritando, sua frustração transbordando. — E a Gisele? O que faremos com ela? Quer dizer que vamos tirar um rim da Dalila ou do Lorenzo? Isso é impossível, absolutamente impossível! O rim da Rosana é nosso objetivo, e eu vou conseguir! O que Manuel pode fazer para nos impedir? Ele não passa de um advogado! A família Sampaio não é fácil de intimidar! A Cidade M não é de Manuel, e ele acha que pode nos expulsar assim? Ivone, refletindo profundamente, teve uma ideia repentina e sugeriu: — E se mandarmos a Dalila procurar a Tamires? Já que essa pessoa que Lorenzo atropelou é um executivo do Grupo Godoy, eles podem pelo menos dar algum crédito à palavra da família Godoy, não acha? Antônio hesitou por um momento antes de acenar com a cabeça, resignado: — Acho que é a única coisa que podemos fazer agora. Mas quem sabe se o que a Tamires disser terá algum peso dentro da família Godoy? ... Naquele momento, a família Godoy es
Ivone não mencionou nada sobre o conflito com Manuel, muito menos sobre a questão da doação de rim. Apenas suspirou e disse: — O resultado foi o mesmo de quando você foi falar com Manuel. Ele não quer ajudar. Rosana, preocupada, perguntou: — E agora, o que vocês pretendem fazer? — Ah, você não precisa se preocupar. Eu e o seu tio Antônio ainda estamos pensando em uma solução. — Ivone respondeu devagar. — Você já fez tanto, só de ter ajudado o Lorenzo mesmo depois de tê-lo conhecido por tão pouco tempo. Eu e o seu tio Antônio estamos muito agradecidos. — É o mínimo que eu posso fazer, afinal, ele é meu irmão. — Rosana tentou confortá-la. — Mãe, mas não se estresse demais. Se você adoecer no meio dessa situação, isso só vai piorar tudo, principalmente se não conseguirmos salvar o Lorenzo. Ivone respondeu com um leve suspiro de cansaço e desligou o telefone. Rosana ficou perdida em pensamentos. Embora já tivesse previsto que Manuel não ajudaria, agora que isso havia se confi