Rosana e Natacha conversaram por mais um tempo, até que Isabelly entrou na sala, e Rosana aproveitou para encerrar a ligação com Natacha.— Rosana, você não vai mais para a viagem ao País T que a empresa ofereceu? — Isabelly perguntou curiosa. — Vi que você riscou seu nome da lista.Rosana se surpreendeu um pouco com a pergunta e logo inventou uma desculpa:— Estou com muito enjoo devido à gravidez, não consigo suportar a ideia de viajar de avião, então decidi não ir.— Ah, entendi... — Isabelly disse, seu olhar carregado de uma leve suspeita. Apesar de querer muito perguntar o que realmente estava acontecendo entre Rosana e Manuel, Isabelly se conteve. Afinal, Cláudio a havia aconselhado a não tocar nesse assunto, e ela não se sentia à vontade para questionar Rosana diretamente.— Rosana, nós partimos depois de amanhã. Quando eu voltar, vou te trazer um presente! — Isabelly disse com preocupação, antes de olhar Rosana com ternura. — Cuide de si mesma, tá?Rosana sorriu e fez um gesto
Rosana apontou para uma das fotos, aquela em que Manuel a abraçava por trás, levantando o véu de noiva de Rosana, enquanto ela se virava para beijá-lo. Então, ela perguntou ao gerente:— Essa foto pode ser ampliada um pouco? E depois colocada em um quadro para mim.— Claro, sem problema. — O gerente respondeu com um sorriso. — Isso é fácil, vou cuidar disso agora mesmo.Manuel sorriu e, brincando, perguntou:— Já que você gosta tanto dessa foto, por que não manda fazer um quadro grande, para colocar na parede? Eu estava pensando, talvez no nosso quarto a gente possa fazer uma parede de fundo só para fotos. O que acha?Rosana hesitou por um momento, pensando no que Manuel disse. Se lembrou de quando era extremamente vaidosa e adorava tirar fotos. No entanto, a ideia de uma parede de fotos a fez lembrar de como, no passado, ela tinha uma parede inteira no quarto de sua casa, com apenas suas fotos. Isso tudo parecia tão distante agora.Desde que estava com Manuel, há cinco anos, ela já nã
— Assim também está bem. — Manuel assentiu com a cabeça e falou. — Natacha se preocupou muito com você, e você, sendo madrinha da criança, deveria ajudar. Assim que se ocupasse, ela não teria tempo para ficar pensando bobagens. Manuel, dessa vez, não estava apenas agradecendo a Natacha e Joaquim de forma superficial. ... Nos dias seguintes, Manuel de fato esteve bastante ocupado, sempre chegando em casa muito tarde. Rosana, devido à gravidez, adorava dormir e começava a sentir sono por volta das oito ou nove da noite. Frequentemente, quando Manuel chegava, Rosana já estava dormindo, e quando ele saía de manhã bem cedo, Rosana ainda estava na cama. Foi então que Rosana percebeu que, apesar de Manuel insistir sempre que o noivado não significava nada e que ele jamais se casaria com Joyce, no fundo, ela ainda sentia uma inveja da mulher. Invejava Joyce, que podia ficar ao lado de Manuel, recebendo as bênçãos de todos. Além disso, com a agência de informação em recesso, Ros
Otília arregalou os olhos, cheia de curiosidade, e perguntou: — Madrinha, você está esperando um bebê? Isso quer dizer que eu vou ter um amiguinho? Rosana não conseguiu segurar o riso com a pergunta de Otília e, corrigindo ela, disse: — Quem sabe não seja uma amiguinha? Em seguida, Rosana se virou para Natacha e falou: — Natacha, que tal eu levar a Otília para minha casa essa noite? Ela pode passar uns dias lá se divertindo, e depois eu a trago de volta para você. Afinal, amanhã começa o feriado, e Otília não vai precisar ir para a escola. — É mesmo, mamãe, a madrinha já me deu permissão! — Otília correu até Natacha e começou a balançar seu braço, se fazendo de mimada. Com os encantos de Otília, Natacha, sorrindo, disse: — Se você for para a casa da madrinha, tem que se comportar direitinho, nada de bagunça, entendeu? Não pode dar trabalho para ela. Otília assentiu com um ar muito sério e disse: — Eu prometo! Rosana, tocada pelo ambiente alegre da família Camargo,
Assim, Rosana levou Otília embora da família Camargo. Meia hora depois, finalmente chegaram em casa. Otília, encantada, exclamou: — Madrinha, você se mudou? Essa casa é tão linda! Parece um castelo de princesa! De fato, a decoração da mansão era completamente diferente da da família Camargo. A Antiga Mansão da família Camargo seguia um estilo luxuoso, enquanto aquela tinha um ar mais acolhedor e de conto de fadas. Pelo jeito, Otília preferia muito mais esse estilo de casa. Rosana não conseguiu segurar o riso com a reação de Otília. Ela segurou sua mãozinha e perguntou: — Essa casa é mais bonita que a sua? — Claro! — Otília disse empolgada, já trocando de sapatos ao entrar. — E o gatinho? Eu quero ver! — Vamos lá, madrinha te leva. Rosana levou Otília até a sala de vidro no andar de cima. Quando Hana ouviu o barulho, correu até elas. Mas, como a pequena estava com um pouco de medo de estranhos, só deixou Rosana a pegar no colo. Otília ficou radiante. Seu sorriso
Manuel, relutante, soltou Rosana e, visivelmente insatisfeito, resmungou:— Agora você está com uma coragem tremenda, trazendo qualquer um para casa sem me avisar.Rosana, irritada, retrucou:— Você nunca aparece em casa e ainda me impede de trazer alguém? Além do mais, não estou trazendo nenhum homem!Manuel, como se fosse uma punição, apertou a cintura de Rosana com força, e seus olhos semicerrados brilhavam com uma luz ameaçadora, enquanto dizia:— Você ousaria trazer um homem?Nesse momento, Otília, que estava dentro de casa, gritou:— Tio Manuel, você voltou? Tio Manuel, oi!Otília era uma criança muito extrovertida; qualquer pessoa que conversasse com ela por três minutos logo se tornava sua amiga.Manuel estava prestes a beijar Rosana, mas o grito de Otília o fez perder o interesse.Apanhando o momento, Manuel rapidamente disse:— Oi, Otília. Vai logo tomar banho e dormir, está bem?Otília, ainda do lado de dentro, respondeu:— Tio Manuel, você nunca deixa a minha madrinha entra
Rosana estava na porta do banheiro, aguardando ansiosamente pela resposta de Manuel. No entanto, o que Rosana recebeu foi apenas o silêncio prolongado de Manuel. De repente, seu coração pareceu ser perfurado por uma agulha, e ela rapidamente se forçou a se acalmar. Talvez fosse apenas uma impressão sua. "Manuel já me disse que não vai me decepcionar. Então, ele não vai!" — Madrinha? — Otília chamou Rosana, quebrando o silêncio. — Você está aí parada, o que está fazendo? Não vai vir aqui? O olhar de Manuel se voltou para Otília, seus olhos profundos cheios de uma emoção complexa. Rosana ajustou sua postura, tentando recuperar a compostura. Com um esforço, ela forçou um sorriso e perguntou: — O que vocês dois estão conversando? Otília, com um sorriso misterioso, respondeu: — É segredo! Otília pensou: “O tio Manuel deve estar planejando uma surpresa para a madrinha, por isso não me contou quando vai se casar com ela.” A pequena garota, com a postura de uma adulta, pis
Rosana pensou por um momento e disse:— Mas eu espero que seja um menino.Manuel ficou ligeiramente surpreso e perguntou:— Por quê? Não me diga que você ainda tem essa ideia antiquada de preferir meninos a meninas.— Não é isso... — Rosana disse, com um sorriso amargo. — Eu só acho que meninas dão mais trabalho. Olha pra mim, olha pra Natacha... Nós duas não tivemos vidas fáceis. Nas relações com os homens, sempre sinto que as meninas estão em desvantagem, sendo constantemente maltratadas. Eu não quero que minha filha sofra o mesmo no futuro.— Não vai ser assim. — Manuel disse, com firmeza nos olhos, olhando Rosana. — Minha filha nunca vai passar por isso. Eu vou dar o melhor do mundo a ela e não deixarei ninguém fazer mal a ela.Rosana se aninhou ainda mais no abraço de Manuel, parecendo uma gatinha, doce e vulnerável:— Mas eu também sou filha do meu pai... E se você me maltratar, meu pai também vai se preocupar comigo.Manuel se surpreendeu levemente, e algo estranho cruzou seu ol