Manuel franziu a testa e disse:— A senha foi trocada, para evitar furtos.Joyce, como se não tivesse percebido o tom de zombaria na fala de Manuel, continuou com sua pergunta suave:— E qual é a nova senha da porta? Mamãe me pediu para trazer alguns modelos de fotos de casamento, para que possamos escolher juntas o estilo que combina mais com você. Como você não está em casa, vou entrar e esperar você por lá.Manuel não deu a Joyce a nova senha. Ao invés disso, respondeu impacientemente:— Tanto faz, você que decide. Tenho um compromisso esta noite, não vou voltar. Não precisa me esperar.Com isso, Manuel desligou o telefone, sem dar a Joyce a chance de continuar a conversa.Do outro lado da linha, Joyce ouviu o som do telefone sendo desligado e, com o olhar fixo na porta fechada da casa de Manuel, uma expressão sombria surgiu em seus olhos."Será que, nesta hora, Manuel está de novo com a Rosana?"Joyce queria muito ir até lá agora mesmo e dar uma lição em Rosana!Porém, como Joyce a
...Do outro lado, Manuel havia esperado por muito tempo na frente do prédio da editor de revistas, mas Rosana ainda não tinha saído. Então, Manuel decidiu ir até a agência de notícias delas. No escritório, todos os colegas já haviam ido embora, deixando apenas Rosana sozinha. Ela estava fixando o computador, como se estivesse pensativa, até que o som dos passos de Manuel a fez voltar à realidade. Ao lembrar da discussão deles mais cedo, Rosana se sentiu um pouco constrangida. Mas Manuel, como se nada tivesse acontecido, caminhou devagar até ela e, com um tom suave, perguntou:— Você não disse que ia trabalhar só mais uma ou duas horas à noite? Como ainda não terminou?Rosana o olhou surpresa e perguntou:— Você estava esperando por mim lá embaixo o tempo todo?Manuel deu um sorriso e respondeu:— E o que mais eu poderia fazer? Você ficou brava e saiu correndo mais cedo, eu não teria coragem de ir embora sozinho.Rosana percebeu que Manuel estava tentando acalmá-la, algo que ele ra
— Rosa. — Manuel interrompeu Rosana, com um tom suave. — Você se lembra do que eu disse? Me dê um pouco de tempo, e eu vou resolver tudo isso. Mas você precisa me dar tempo.Rosana queria muito perguntar quanto tempo seria necessário, mas, no fim, não teve coragem de fazê-lo. Ela temia que tudo aquilo fosse apenas um sonho. Tinha medo de que, se começasse a questionar, esse sonho se desmoronasse como uma bolha, deixando ela sem nada nas mãos. Então, Rosana fez o esforço de sorrir levemente e disse a Manuel:— Está bem, eu te dou tempo.Manuel a levantou da cadeira e, sem conseguir resistir, beijou suavemente seus lábios.— Sr. Manuel, estamos no escritório. — Rosana tentou se afastar um pouco, com certa resistência.Manuel sorriu e, sussurrando no ouvido dela, respondeu:— Eu só queria te beijar, Rosa, eu realmente estou morrendo de vontade de te beijar.Com isso, o beijo de Manuel deslizou da orelha de Rosana para seus lábios. O toque de seus lábios fez Rosana se derreter, e ela env
Vanda estava bastante feliz, afinal, o salário que Manuel havia oferecido não era nada baixo.Rosana explicou rapidamente à tia os afazeres de casa que ela precisaria cuidar, e logo se apressou para o trabalho.Quando Rosana chegou à editora de revistas, já passava das dez horas.Isabelly, ao avistar Rosana, veio correndo até ela, com um olhar preocupado. Falou em voz baixa:— Srta. Rosana, como é que você chegou tão tarde? Eu tentei te ligar, mas você não atendeu.Rosana só então se lembrou de que havia colocado o celular no modo silencioso durante a entrevista com a babá.Com uma expressão confusa, Rosana perguntou:— O que aconteceu? Algum problema?Isabelly apontou para o escritório de Rosana e disse:— O Sr. Reginaldo está te esperando no seu escritório. Ele estava bem irritado, parece que foi por causa do seu atraso. Eu já expliquei para ele que você sempre chega cedo, mas ele não acreditou.— O Sr. Reginaldo? — Rosana perguntou surpresa. — Mas ele não tinha saído mês passado? An
Reginaldo deixou escapar um sorriso torto, pensando consigo mesmo: "A isca finalmente caiu. A missão que o Manuel me passou, eu também já completei."Apesar disso, ele ainda mantinha uma expressão de raiva no rosto e disse:— Muito bem, você é quem está dizendo! Quero ver se a sua agência de informação vai conseguir funcionar sem você!Com isso, Reginaldo designou um jornalista experiente da agência para assumir a pauta do Acidentes de trabalho no Grupo Pereira. Como o interesse por esse caso já havia sido gerado, a pessoa escolhida ficou bastante contente por continuar o trabalho.Ao sair, Reginaldo ainda fez uma última advertência:— Srta. Rosana, esta é a última vez que eu tolero isso. Se houver uma próxima vez, você, como chefe de redação, pode considerar a sua demissão!Rosana, furiosa, quase soltou que iria pedir demissão naquele momento. Felizmente, ainda se manteve racional e conseguiu se controlar.No fundo, ser jornalista era um trabalho que Rosana vinha gostando cada vez mai
Às vezes, Manuel realmente não aguentava mais. No fim das contas, ele cumpriu seu papel de amigo e tentou convencer Reginaldo a seguir em frente, a não fugir mais daquele nome. ... À noite, quando Manuel foi buscar Rosana, ela subiu no carro com uma expressão claramente aborrecida. Manuel sabia exatamente o motivo de seu desânimo, mas fingiu não saber de nada e perguntou: — O que aconteceu? Você está chateada? — Culpa sua! Você poderia ter chamado a babá em qualquer outro momento, mas resolveu chamar elas hoje de manhã. Rosana lançou um olhar fulminante em direção a Manuel e contou o que havia ocorrido. Basicamente, o que Reginaldo havia dito. Manuel quase riu, mas teve receio de que Rosana percebesse algo, então fez questão de manter a compostura e falou: — Reginaldo foi longe demais. Ele que pelo menos respeite a minha amizade e não fale desse jeito com você, eu fiquei até irritado só de ouvir! Então, olha, vou ligar para ele agora e pedir para ele te devolver o caso
Manuel respondeu, com um tom de leve surpresa:— Mãe, o que foi que você quis falar comigo?— Eu vim até você porque, é claro, tenho algo a dizer! — Respondeu a Sra. Maria, com um tom que carregava uma leve repreensão. — Agora você cresceu, não é? Parece até que me vê como uma estranha, sempre me afastando, como se eu fosse uma ladra! Nem sequer me contou que trocou a senha da porta da sua casa. Tudo bem, você não quer me contar? Pois então, vou esperar você na porta de casa até você chegar!Manuel não podia suportar a ideia de deixar sua mãe esperando na porta de sua casa, especialmente àquela hora da noite.Além disso, a saúde da Sra. Maria já era delicada, e qualquer estresse poderia piorar a situação. Se Manuel se recusasse a passar a senha, ela certamente ficaria tão irritada que acabaria indo parar no hospital.Ele não teve escolha e acabou dizendo a ela a nova senha da porta.Só então a Sra. Maria se mostrou satisfeita:— Muito bem, então, vou esperar você em casa. Ah, e você já
Joyce se aproximou de Sra. Maria com um sorriso suave e disse: — Mãe, não culpe o Manuel. Ele está muito ocupado com o trabalho, e a questão do noivado fica por minha conta. Sempre que houver algo para fazer, eu vou lembrar o Manuel. — Joyce, com uma nora como você, eu com certeza fico tranquila. — Sra. Maria respondeu, de forma deliberada. — Mas eu temo que alguém, vendo como você é gentil e fácil de lidar, acabe não te dando o devido respeito e te colocando em situações difíceis. Manuel, claro, percebeu a intenção nas palavras de sua mãe e Joyce. Ele havia planejado, antes do noivado, tentar encontrar algo suspeito nos livros contábeis do Grupo Pereira. Infelizmente, o plano foi feito às pressas, e os registros financeiros do grupo eram controlados por pessoas de confiança deles. Manuel sabia que seria difícil obter acesso a esses documentos. Portanto, por enquanto, ele não tinha nada nas mãos contra a família Pereira e teria que continuar atuando nessa encenação com Joyc