Joaquim sabia da relação entre Natacha e Rosana. Se Joaquim insistisse em impedir Natacha de ir procurar Rosana, provavelmente Natacha não conseguiria dormir bem naquela noite. Ele pegou o casaco e ajudou Natacha a vesti-lo, dizendo com um tom sério: — Eu vou te levar até a casa da Rosana, mas você precisa se controlar, entendeu? Ela deve estar muito mal agora, então, quando chegar lá, vai consolá-la. E por favor, não mencione o nome do Manuel de novo. Dessa forma, Joaquim acabou dirigindo até a casa de Rosana. Quando chegaram, Rosana ainda estava sentada no sofá. Desde a noite anterior, exceto para ir ao banheiro e colocar mais ração para a Hana, ela não se mexera do sofá, permanecendo ali, encolhida e imóvel. A casa ainda estava do jeito que Sra. Maria a havia deixado depois da visita que fez, com os sinais de destruição visíveis em cada canto. Natacha se aproximou, preocupada, e perguntou: — Rosa, como você está? Você comeu alguma coisa hoje? Rosana, com o rosto
Rosana voltou a si e, vendo Hana esfregando suas patas nos seus pés, a levantou nos braços. Forçou um sorriso amargo e disse: — Foi ele quem me deu. Natacha ficou sem palavras, imediatamente arrependida por ter tocado nesse assunto. Ela ficou constrangida e falou: — Já está tão tarde... Que tal a gente deixar a gatinha dormir agora? Mas Rosana simplesmente segurou Hana com mais força, não queria soltar. Os olhos de Rosana estavam cheios de lágrimas, seus olhos se perderam em pensamentos distantes, e ela continuou, falando para si mesma: — O nome dela é Hana, e quem deu esse nome foi o Manuel. Manuel costumava odiar esses bichinhos, porque achava que eles eram sujos. Ah, você já brincou de pegar brinquedos naquelas máquinas de garra? Natacha balançou a cabeça, completamente perdida, sem entender o motivo de Rosana trazer esses assuntos à tona. Rosana enxugou ligeiramente as lágrimas e, com um sorriso triste, continuou: — Naquela noite, o Manuel me deu muitos brinqued
Rosana respirou profundamente, tentando controlar as lágrimas, mas sua voz ainda traiu a tristeza: — Amanhã fazemos a cirurgia, tudo bem? Eu não aguento mais me torturar assim. Eu realmente não posso continuar dessa forma. Natacha concordou e, com um tom calmo, respondeu: — Eu já enviei uma mensagem para a chefe do departamento de ginecologia e obstetrícia. Ela disse que amanhã, às três da tarde, pode fazer a cirurgia em você. Eu vou com você ao hospital, e depois da cirurgia, a gente começa de novo. Rosa, confia em mim, não há nada que não possamos superar. Com isso, Joaquim ajudou a arrumar a sala de estar, sem pressa, fazendo o mínimo necessário. Apesar de querer muito levar Natacha de volta para casa, Joaquim sabia que não seria possível. Ele conhecia bem a personalidade dela e sabia que não seria fácil pedir para Natacha deixar Rosana sozinha. Além disso, diante de toda a dor daquela mulher, Joaquim também não podia ser muito carinhoso com Natacha. Antes de ir embora
No coração de Manuel, uma dor surda cortou ele de repente. Mesmo quando Joaquim estava falando, a imagem de Rosana surgiu claramente em sua mente. — Não deixem que Rosana os engane. Ela não se importa comigo, aquele bebê é apenas uma moeda de troca para ela. Manuel estava falando com Joaquim, mas suas palavras pareciam mais um sussurro para si mesmo, como se tentasse se convencer. — Rosana não é diferente das outras mulheres. Joaquim parecia entender tudo, como se visse através de Manuel. De forma provocante, ele disse: — Tá bom, admito, falei besteira. Vou dormir. Você também devia descansar. Amanhã ela vai lá e faz o aborto, então você deve estar aliviado, não é? Vai descansar e ter bons sonhos! Com isso, Joaquim foi para o quarto de hóspedes. Manuel apertou os dentes. Se não fosse pela amizade de tantos anos, ele teria jogado Joaquim para fora da casa naquele momento! "Na época em que Joaquim e Natacha brigavam todo dia, quando ele vinha beber comigo, eu nunca o trate
Manuel respirou profundamente, antes de se dirigir ao closet para se vestir e se preparar para ir trabalhar no escritório Marques Advogados."Rosana não passa de uma mulher, e mais, ela é filha de Diego. O que Rosana tem para fazer com que eu deixe de trabalhar, de comer, de dormir por ela? Rosana é filha de Diego, ela não merece tanta preocupação da minha parte!" Manuel foi para o escritório e mergulhou no trabalho, com uma intensidade quase frenética. Algumas coisas, se Manuel quisesse, ele poderia facilmente esquecer.No entanto, após um tempo lendo os documentos, seus olhos sempre se desviavam para o relógio na mesa. Quanto mais se aproximava das três da tarde, mais inquieto Manuel se sentia. Nem mesmo os papéis à sua frente conseguiam prender sua atenção....Do outro lado da cidade, Natacha estava acompanhando Rosana a caminho do hospital. Natacha já estava perto de dar à luz e não podia dirigir, enquanto Rosana, devido ao seu estado, também não estava em condições de pegar o
Rosana estava deitada tranquilamente na mesa de cirurgia. Não importava o quanto o turbilhão interno estivesse a consumindo, naquele momento, ela já não tinha outra escolha. Este era o caminho que Rosana precisava seguir, uma estrada que ela teria que enfrentar sozinha.— Doutora, eu posso não tomar anestesia? — Rosana olhou para a Sra. Naomi, fazendo a pergunta com seriedade.A Sra. Naomi pareceu surpreso por um momento, mas logo se certificou:— Você não quer a anestesia? Se for assim, o procedimento pode ser um pouco doloroso.Rosana forçou um sorriso e concordou com a cabeça:— Sim, eu não quero a anestesia."Em breve, meu bebê vai sentir muita dor, muita dor. Como mãe, que direito eu tenho de não sofrer? Preciso sentir de forma verdadeira a dor de meu filho se separando de mim. Só assim poderei esquecer completamente o homem que ocupou minha vida por cinco anos."Rosana fechou os olhos e, ao fazer isso, uma lágrima escorreu silenciosamente de seu olho.O som das enfermeiras prep
As lágrimas de Rosana escorriam uma a uma, molhando a camisa cara de Manuel, e isso fez com que o coração dele se apertasse de tristeza. Embora Rosana o xingasse, ela o abraçava com força, como se fosse uma vida que não conseguisse soltar. O que antes parecia um ato de raiva, agora transbordava em dor e desespero. Manuel encostou o queixo no topo da cabeça de Rosana, como se estivesse abraçando um tesouro que tinha perdido e depois reencontrado. Sua voz, suave e cheia de compaixão, soou: — Sim, eu sou o vilão, todas essas coisas são culpa minha. Manuel segurou o rosto de Rosana, molhado de lágrimas, e com o dedo, suavemente, começou a limpar cada uma delas. — Não chore mais, meu coração dói ao te ver assim. Mas quanto mais ele falava, mais Rosana chorava, sem conseguir parar. Desesperado, Manuel a apertou contra si, com paciência, tentando acalmá-la: — Então, quando você voltar para casa, pode me bater o quanto quiser, tudo bem? Pode me bater, mas eu não vou revidar.
Manuel sempre detestou ser ameaçado, e ao ouvir as palavras de Natacha, não conseguiu evitar franzir a testa e retrucar com firmeza: — Natacha, os problemas entre mim e Rosana, a gente resolve sozinhos! Não se coloque como a salvadora da pátria. Eu tenho sido educado com você por causa do Joaquim, mas não pense que tenho medo de você! Natacha, furiosa com a atitude de Manuel, estava prestes a lhe dar uma resposta ácida, mas, de repente, sentiu uma dor forte em sua barriga. Logo em seguida, uma leve quantidade de líquido amniótico começou a escorrer. Rosana, que nunca havia presenciado um parto, não entendeu imediatamente o que estava acontecendo. Manuel também não sabia o que fazer, mas, ao ver Natacha se contorcer de dor e segurando a barriga, agiu rapidamente e chamou o médico. Felizmente, estavam no departamento de ginecologia e obstetrícia, e a Sra. Naomi estava por ali. Rosana, muito preocupada, se aproximou de Natacha e, com a voz tensa de desespero, perguntou: — Na