Rosana não imaginava que as pessoas da família Pereira viriam tão rapidamente procurá-la.Era de se esperar, no entanto. A perda tanto de ações quanto de prestígio, era difícil imaginar que Ronaldo conseguiria se segurar e não procurá-la.Assim, Rosana respirou fundo, tentando acalmar a ansiedade, e perguntou:— Onde ele está agora?Isabelly, visivelmente apressada, respondeu:— O segurança disse que, embora não quisesse deixá-lo entrar, Ronaldo insistiu que ia fazer uma reclamação, e o segurança não teve como impedir. Agora ele está na sala de espera esperando por você. Srta. Rosana, o que devemos fazer? Você acha que ele vai nos retaliar?Rosana soltou uma risada curta, quase sem humor, e disse:— Meu nome está antes do seu. Se ele for se vingar, será de mim primeiro. Você não tem motivos para se preocupar.Ainda assim, Isabelly estava claramente nervosa.Parece que ela não estava pronta para ser jornalista. Afinal, quando as notícias se aprofundam, um jornalista acaba, inevitavelmen
Ronaldo interrompeu em tom severo:— Você se cala! Hoje mesmo vou te dizer diretamente, esse dinheiro, eu jamais vou pagar para a família Estêvão! Eles são todos pobres, você acha que eles já viram o que é um milhão de reais? E você, pelo visto, não vai excluir essa notícia, não é?— Eu não vou excluir essa notícia. — Rosana odiava ser ameaçada, especialmente por um homem tão cruel como Ronaldo. Como ela poderia ceder? Enfrentando as pressões de Ronaldo, Rosana respondeu. — Eu sou jornalista, só publico o que vi e ouvi com meus próprios olhos e ouvidos. Não escrevo nada que não seja fiel aos fatos, nem por vingança. Sr. Ronaldo, você está falando com a pessoa errada! Não só Manuel, mas mesmo que eu seja demitida do meu cargo de editora de revistas hoje, eu aceito!Ronaldo deu uma risada sarcástica, visivelmente irritado:— Você é muito jovem, não sabe o que está dizendo! Sabe quantos jornalistas de investigação simplesmente desapareceram? Quando foram encontrados novamente, só restava
— Não. Rosana foi diretamente até o computador e imediatamente fez o backup do conteúdo do gravador. Dessa forma, ela garantiria que, caso fosse necessário, tivesse uma proteção para si mesma, além de um trunfo que poderia ser usado contra a família Pereira.Isabelly, ainda com a mão no peito, falou com um tom de admiração e apreensão:— Srta. Rosana, eu realmente te admiro. Eu sabia que aquele homem era o presidente do Grupo Pereira, e eu estava morrendo de medo. Esses empresários são tão cruéis, e eu fico com muito medo de que eles contratem alguém para nos fazer mal.Embora Rosana soubesse que Isabelly tinha razão, que a situação era, de fato, perigosa, ela procurou tranquilizá-la:— Isso tudo ainda é uma sociedade regida pela lei, Isabelly. Não é tão assustador quanto você está imaginando. E não se esqueça, você é jornalista. Sua missão é reportar os fatos e dar à população a verdade. Isso faz parte da sua responsabilidade. Se você escolheu essa profissão, então não pode viver com
Felizmente, o horário de trabalho estava quase no fim; caso contrário, Rosana realmente não sabia se conseguiria continuar se concentrando no trabalho. Além disso, a preocupação com Hana, em casa, também tomava conta de sua mente.Desde que adotara um gato, toda vez que o expediente chegava ao fim, Rosana só pensava em voltar para casa e abraçar Hana. Assim, sempre que o horário de trabalho terminava, ela se apressava a sair da empresa.No caminho, ao passar por uma loja de pet shop, Rosana comprou vários petiscos para gatos.Contudo, ao chegar em frente de sua casa, ela se deparou com o carro de Manuel. Seu coração deu um salto, e uma sensação instintiva a alertou: Manuel estava ali para procurá-la.O motivo estava claro: a notícia que ela havia publicado já ultrapassava a marca de um milhão de visualizações, e, assim como Ronaldo, Manuel também se tornara um alvo das críticas da sociedade.Se lembrando de como aquele homem fora frio e cruel no dia anterior, o coração de Rosana aperto
Manuel caminhou até ela, segurou a mão de Rosana e a puxou para seus braços.Ainda com um sorriso suave nos olhos, Manuel disse a Rosana:— Assim está melhor, minha mulher. Você precisa ter um pouco de ousadia.Rosana piscou, confusa, sem conseguir entender o que se passava na mente de Manuel. Mas, de alguma forma, quando olhou para o Manuel gentil à sua frente, a expressão fria dele no dia anterior surgiu em sua mente como uma sombra.No instante seguinte, Rosana se afastou de Manuel, dando alguns passos para trás, e disse:— Eu não sou sua mulher, Joyce é a sua mulher!Manuel sabia que Rosana ainda estava incomodada com o que aconteceu no dia anterior. Na verdade, ele sabia que ela se importava muito com isso.Manuel também admitia que tinha agido de forma impulsiva no dia anterior, sem pensar nos sentimentos de Rosana. E, se não fosse por ela ainda precisar de sua ajuda para salvar Diego, Rosana provavelmente já teria ido embora.Ele ficou em silêncio por um momento, antes de falar,
Manuel franziu a testa e perguntou:— Como você entrou na minha casa?— Foi sua mãe quem me deu a senha da sua porta. — Joyce disse com uma expressão suave. — Se você ainda estiver trabalhando, pode continuar, eu vou preparar o jantar. Você ainda não experimentou a minha comida!Manuel estava visivelmente irritado, mas Joyce estava dentro de sua casa. Se ele não voltasse, ela não iria embora.Manuel não teve escolha e respondeu:— Não precisa se preocupar, eu já comi. Eu volto daqui a pouco.— Certo, então eu vou esperar você! — A voz de Joyce estava cheia de uma excitação indescritível.Após a conversa com Joyce, o olhar de Manuel se fixou em Rosana, que estava observando ele com um olhar que misturava sarcasmo e deboche.Manuel controlou a raiva, apertou os dentes, guardou o celular e se retirou.Rosana continuava a se acariciar o peito, tentando acalmar a aceleração de seu coração, que batia descontroladamente.Rosana nunca havia se sentido tão grata a Joyce.Se não fosse pela ligaç
Joyce estava tão animada que mal conseguia controlar seu entusiasmo, quase desejando se fundir com Manuel, se colando a ele.No entanto, nos olhos de Manuel, uma sombra de frieza passou rapidamente. Ele olhou para a mulher em seus braços, mas seu rosto não transmitia nenhuma emoção de calor ou carinho.Foi nesse momento que o trovão estourou do lado de fora.Manuel empurrou Joyce gentilmente para longe e disse:— Vai começar a chover, eu preciso pegar as roupas.Joyce, imediatamente, viu ali uma oportunidade para se mostrar útil e disse:— Deixe que eu vá pegar as roupas. Eu sou sua noiva, essas coisas de casa devem ser minha responsabilidade. Manuel, fica aqui esperando um pouco, eu já volto com as roupas.Manuel deu um sorriso suave e respondeu:— Então, obrigado.Joyce já estava completamente encantada por Manuel, seu coração se derretendo diante de sua resposta. Timidamente, ela disse:— A partir de agora, seremos marido e mulher, não precisa me agradecer.Com essas palavras, Joyce
— Sr. Manuel? — Perguntou Cláudio, visivelmente nervoso. — Quando o senhor chegou?Se soubesse que Manuel viria à Marques Advogados naquela noite, Cláudio jamais teria permitido que Isabelly o acompanhasse para o expediente extra.Manuel, muito calmo, respondeu com voz calma:— Acabei de chegar.Isabelly, se sentindo desconfortável, desejou que o chão se abrisse para ela se esconder."Com certeza, acabei de causar um problema para o Cláudio. Será que o Manuel ouviu tudo o que conversamos?"Cláudio estava aterrorizado, temendo que Manuel o repreendesse.No entanto, para sua surpresa, Manuel seguiu em direção ao escritório como se nada tivesse acontecido.Cláudio suspirou aliviado e disse:— Achei que o Sr. Manuel ia me demitir!Isabelly, dando um tapinha no ombro de Cláudio, tentou tranquilizá-lo:— Impossível! Eu fiquei pensando aqui, mas nós não falamos mal do Sr. Manuel em momento algum, né? Se ele fosse te demitir por isso, seria um exagero!— Já chega, fica quieta! — Disse Cláudio,