Nicole acordou meio tonta, sentindo que o ombro esquerdo não era mais seu.“Dói! Dói muito! Onde está a anestesia? Esse canalha, nem a anestesia ele me deu? Tem alguém que explora os outros assim?”, ela amaldiçoou Jacarias cem vezes em sua mente.Nicole deu um suspiro profundo, a dor fez com que as lágrimas se formassem em seus olhos.Jacarias, vendo que ela havia acordado, falou:— Não se mova muito agora, a ferida vai doer bastante.Nicole ficou deitada na cama, sem forças. Seu rosto estava pálido, e ela, extremamente fraca, perguntou:— Sr. Jacarias, posso fazer uma pergunta um tanto impertinente? O que você fez de tão terrível para que alguém tentasse te matar?Que ousadia!Ela havia acabado de viver uma cena de novela ou série de TV!Jacarias olhou para o suor frio que escorria da testa dela, e algo em seu coração se amoleceu. Ele respondeu:— Dessa vez, acabei te envolvendo nisso. Me desculpe.Nicole fechou os olhos e, após respirar fundo algumas vezes, perguntou:— Então, isso é
Mas, ao pensar que os dois ainda não haviam se divorciado, ela atendeu a ligação.E se ele a procurasse para falar sobre o divórcio?Ele já tinha mencionado aquilo antes.— Alô? — Disse Josiane.A voz grave e sedutora de Henrique veio do outro lado:— Onde você está? Eu mandei alguém te buscar, a vovó quer te ver.Josiane ficou um pouco desapontada. Ele não falou sobre o divórcio.— A nossa situação agora não é apropriada para eu ir ver a vovó. Por favor, arrume uma desculpa para recusar. — Ela respondeu.A Vovó Gomes sempre a tratou muito bem e Josiane gostava dela.Mas, no fim das contas, era a avó dele, o que aquilo tinha a ver com ela?Henrique, porém, parecia um pouco mais frio:— Eu já prometi para a vovó. Josiane, ela não fez nada para te incomodar.Josiane franziu a testa, dizendo:— Mas eu não quero ir. Você vai me obrigar?O rosto de Henrique se fechou.Ela tinha acabado de vender a casa, que continha as memórias deles dois, e já não queria mais ver a família dele.Ela estava
Assim que terminou de falar, ela se preparou para sair do carro.No entanto, a porta estava trancada, e Henrique não a destrancou imediatamente.Ela olhou para ele, confusa.Não era para ir visitar a Vovó Gomes?Já estavam na porta, por que ele não saía do carro?Henrique, com seus olhos estreitos e sombrios, a encarou e disse, com a voz baixa e magneticamente profunda:— Josiane, como você pode ser tão cruel?— Eu sou cruel? — Josiane olhou para ele sem entender.A pessoa cruel sempre foi ele, não era?O ambiente dentro do carro ficou silencioso por um momento.Henrique continuou a olhar fixamente para ela, até que, após um bom tempo, disse:— As coisas que você me disse, não as repita na frente da vovó. Você sabe como ela está, não pode receber esse tipo de estímulo.— Eu sei. — Josiane assentiu.Ela não estava tão perdida a ponto de não entender aquilo.Henrique finalmente destrancou a porta e saiu do carro.Josiane observou seu perfil, com um olhar distante, antes de forçar um sorr
Michel Gomes era o segundo filho da família Gomes.Ele havia falecido durante o sequestro, de maneira inesperada.Henrique abaixou os olhos, e seu rosto, belo como sempre, não demonstrou a menor emoção. Com indiferença, ele colocou os documentos sobre a mesa e disse:— Pai, o que isso significa?Murilo tirou os óculos e respondeu:— Essa aqui é uma linha de uma carta que alguém me enviou por correio. Henrique, é possível que seu irmão mais velho ainda esteja vivo.Henrique, porém, disse:— Mas meu irmão ele morreu na minha frente. Eu não me enganei. A caligrafia pode ter sido imitada, pai, não se deixe enganar.Murilo pressionou o centro de sua testa com os dedos e disse:— Mas na época, você ainda era muito jovem, tem certeza de que lembra de tudo com clareza?Henrique manteve o olhar sombrio e seus lábios finos se fecharam em uma linha reta.— Vá investigar. E se seu irmão realmente estiver vivo? Seria ótimo se ele estivesse. — Murilo acrescentou.Henrique olhou para baixo, seu olhar
— Está bem, tia Lúcia. — Josiane assentiu com a cabeça.Lúcia sorriu com gentileza, dizendo:— Vão indo para a sala de jantar, ainda falta chegar uma convidada.Assim que terminou de falar, um dos empregados conduziu uma mulher para dentro.Ao ver ela, o sorriso de Lúcia se aprofundou um pouco mais.— Falando no diabo, Vivi, por que demorou tanto?Viviane sorriu e disse:— Tio, tia, vovó, passei para comprar alguns doces e chá. Essa confeitaria faz doces maravilhosos, acho que a tia e a vovó vão gostar. Já o chá, é uma das relíquias do meu avô, trouxe para o tio experimentar.Com educação e delicadeza, ela entregou os pacotes aos criados.— Chamei você para jantar, e ainda traz tudo isso? Na próxima vez, não faça isso. Senão, não vou mais te convidar. — Lúcia comentou.— Entendido. — Viviane segurou o braço dela e riu.A vovó Gomes olhou para Viviane e perguntou:— Você não tinha se demitido? Por que voltou? Foi porque o salário lá fora é baixo? Na verdade, trabalhar para a família Gom
A vovó Gomes estava com um sorriso no rosto e não parecia querer causar desconforto a Viviane, apenas lhe fez um lembrete, dizendo que uma "empregada" não deveria jantar com a família.No entanto, o rosto de Viviane ficou um pouco tenso.Lúcia se apressou a dizer:— Sogra, ela não é empregada.Murilo também disse:— Mãe, Vivi é uma convidada da casa.A vovó Gomes então olhou para Henrique e perguntou:— Ela não é empregada?Henrique, surpreso por ver a vovó Gomes tão convencida de que Viviane era empregada, respondeu, sem jeito:— Ela não é.A vovó Gomes ficou com uma expressão de quem acabou de entender, e comentou:— Ah, eu pensei que fosse. Lembro que, da última vez que ela veio me visitar, sempre trazia alguma coisa, achei que fosse algo que você tivesse pedido para ela fazer.Lúcia olhou para Viviane, segurou sua mão e disse:— Vivi, não liga, a vovó já está um pouco confusa.— Não tem problema. — Viviane forçou um sorriso e respondeu.Ela abaixou ligeiramente a cabeça, e um brilh
Durante todo o jantar, a pessoa mais despretensiosa era a vovó Gomes.Ela comia com uma expressão séria no rosto e, de vez em quando, colocava comida no prato de Josiane, olhando ela com um brilho nos olhos.Josiane logo controlou suas emoções e começou a comer em silêncio.Depois do jantar, Lúcia disse:— Henrique, o seu quarto é limpo regularmente. Você pode levar a Josiane para conhecer, assim ela se acostuma.— Ok. — Henrique respondeu de forma indiferente, se levantando e indo para o andar de cima.Josiane o seguiu, pois tinha algo a dizer a ele.O quarto dele ficava no segundo andar, à esquerda. Quando ele abriu a porta, a decoração era idêntica à do escritório dele.O estilo era preto, branco e cinza, com um ambiente frio e impessoal.Com a porta fechada, Josiane não estava com cabeça para se familiarizar com o quarto. Ela olhou para Henrique e perguntou:— Por que você concordou em deixar eu ficar aqui?Henrique tirou o paletó e o jogou no sofá, antes de lançar um olhar indifer
— Não quer dar uma olhada no quarto? Afinal, vamos dormir aqui essa noite. — A voz profunda e magnetizante de Henrique ecoou.Os passos de Josiane aceleraram um pouco, ela abriu a porta de repente e logo encontrou Viviane na entrada.A expressão de Josiane imediatamente se fechou.— Srta. Viviane também tem o hábito de ouvir a conversa de casais alheios?A expressão de Viviane escureceu um pouco.— Eu vim procurar o Henrique, não queria ouvir a conversa de vocês.Josiane soltou uma risada irônica e saiu, sem dizer mais nada.Henrique se aproximou e olhou para Viviane.— O que aconteceu? — Ele perguntou.Viviane entrelaçou as mãos, falando com um tom sincero:— Henrique, eu não sabia que você e a Srta. Josiane voltariam hoje. Se eu soubesse, não teria vindo. Acredite em mim, não foi minha intenção aparecer aqui.Ela o olhou com um ar de sinceridade, tentando se explicar, como se temesse que ele pudesse mal interpretar ela.O rosto de Henrique, sempre imponente e atraente, estava sereno