Durante todo o jantar, a pessoa mais despretensiosa era a vovó Gomes.Ela comia com uma expressão séria no rosto e, de vez em quando, colocava comida no prato de Josiane, olhando ela com um brilho nos olhos.Josiane logo controlou suas emoções e começou a comer em silêncio.Depois do jantar, Lúcia disse:— Henrique, o seu quarto é limpo regularmente. Você pode levar a Josiane para conhecer, assim ela se acostuma.— Ok. — Henrique respondeu de forma indiferente, se levantando e indo para o andar de cima.Josiane o seguiu, pois tinha algo a dizer a ele.O quarto dele ficava no segundo andar, à esquerda. Quando ele abriu a porta, a decoração era idêntica à do escritório dele.O estilo era preto, branco e cinza, com um ambiente frio e impessoal.Com a porta fechada, Josiane não estava com cabeça para se familiarizar com o quarto. Ela olhou para Henrique e perguntou:— Por que você concordou em deixar eu ficar aqui?Henrique tirou o paletó e o jogou no sofá, antes de lançar um olhar indifer
— Não quer dar uma olhada no quarto? Afinal, vamos dormir aqui essa noite. — A voz profunda e magnetizante de Henrique ecoou.Os passos de Josiane aceleraram um pouco, ela abriu a porta de repente e logo encontrou Viviane na entrada.A expressão de Josiane imediatamente se fechou.— Srta. Viviane também tem o hábito de ouvir a conversa de casais alheios?A expressão de Viviane escureceu um pouco.— Eu vim procurar o Henrique, não queria ouvir a conversa de vocês.Josiane soltou uma risada irônica e saiu, sem dizer mais nada.Henrique se aproximou e olhou para Viviane.— O que aconteceu? — Ele perguntou.Viviane entrelaçou as mãos, falando com um tom sincero:— Henrique, eu não sabia que você e a Srta. Josiane voltariam hoje. Se eu soubesse, não teria vindo. Acredite em mim, não foi minha intenção aparecer aqui.Ela o olhou com um ar de sinceridade, tentando se explicar, como se temesse que ele pudesse mal interpretar ela.O rosto de Henrique, sempre imponente e atraente, estava sereno
Josiane disse friamente:— Não precisa.Depois de falar, se virou e saiu.Viviane ficou observando suas costas, com uma expressão de frieza e rancor nos olhos.Josiane ainda dizia que queria se divorciar de Henrique, mas quando Viviane tentou ajudar, ela não aceitou!Humph! Que falsa! Que hipocrisia!Aquela vadia só queria ficar com Henrique para sempre. Tudo o que ela disse sobre o divórcio não passava de uma provocação para ele!Que joguinho inteligente!Viviane abaixou os olhos, escondendo seus pensamentos.Daquela vez, ela queria ver como Henrique ainda conseguiria ficar com ela!...Josiane voltou para a mansão. A empregada logo a encontrou e disse:— Senhora, a cozinha já enviou a sopa que a Sra. Gomes pediu para o Sr. Henrique, está no quarto dele. Não se esqueça de tomá-la.— Está bom, eu sei. — Josiane assentiu com indiferença. — A vovó já dormiu?— Ainda não. — A empregada balançou a cabeça.— Então eu vou ver a vovó. — Josiane disse.A empregada a levou até o quarto da vovó
O rosto de Viviane se iluminou com um sorriso de alegria!Henrique, vestindo um roupão, ainda não havia conseguido se secar, seu corpo estava completamente molhado, exalando um frio cortante.— O que você disse?Os olhos de águia de Henrique se tornaram opacos, como se estivessem congelados.Viviane sentiu um calafrio nas costas, mas ainda assim se forçou a falar:— É... É a Josiane quem me mandou aqui. Ela disse que não vai voltar hoje à noite, Henrique, ela realmente não te ama mais. Para conseguir o divórcio, ela até teve coragem de fazer isso com você. Você está sofrendo, não está? Me deixe te ajudar, por favor.Dizendo aqilo, Viviane, corajosa, estendeu a mão para Henrique.Naquele momento, Henrique estava completamente tomado pela raiva!Josiane mandou Viviane ir ali?Ela o empurrou para outra mulher?Haha!Beleza!Os olhos de Henrique estavam frios como gelo enquanto ele olhava para Viviane, e disse com um sorriso amargo:— Você realmente quer me ajudar? Não vai se arrepender?V
Josiane puxou Viviane até a porta do quarto. Lá dentro, uma luz suave de abajur iluminava o ambiente, criando uma penumbra. O homem estava vestido com um roupão, recostado na cabeceira da cama, o colarinho do roupão aberto. Ele segurava um cigarro nos lábios, com a fumaça azulada se dissipando lentamente pelo ar.— Continue.Josiane empurrou Viviane para dentro e a observou com frieza.Suas mãos e pés estavam gelados.Humph...Ela não conseguia acreditar que ele estava tão ansioso na mansão da família Gomes. Antes, ele havia afirmado que não casaria com Viviane, mas naquele momento ali estavam, com ele e Viviane aparecendo diante dela daquela maneira.Ela até começava a se perguntar se deveria pedir o divórcio...Importava?Não importava mais!Henrique já não era mais o Rique que ela conhecia. A pessoa pela qual ele sempre quis se responsabilizar era Viviane! Naquele momento, finalmente, eles estavam juntos. Ela deveria estar comemorando, afinal, ela estava finalmente livre!Mas, por q
A noite estava densa.O céu, ainda iluminado pela lua, gradualmente foi sendo coberto por nuvens escuras.A chuva caiu em pequenas gotas, até se transformar em uma tempestade torrencial!As gotas de chuva escorriam pela janela, se cruzando em linhas desordenadas que refletiam as cenas dentro do quarto, criando sombras e luzes manchadas.Josiane mordeu com força o ombro dele, os olhos cheios de ódio, seu corpo tremendo enquanto lágrimas caíam sem parar.Os músculos de Henrique estavam tensos, duros como pedra, e as veias saltavam em sua testa. Nos olhos, havia uma frieza imensa.— Eu te odeio, Henrique, eu te odeio! — Josiane soluçava, batendo em seu peito e se debatendo, ofegante, sem querer ceder.Henrique, no entanto, estava implacável e dominador, como se fosse devorar ela por completo, com uma ferocidade indescritível.Ela perdeu todas as forças.Só conseguia chorar, sem saber o que fazer.Por que ele fazia aquilo com ela?Ele já estava com Viviane, por que ainda descarregava toda
Ricardo ficou sem palavras.Ele apenas estava fazendo o que lhe pediram.Ele havia cometido algum erro?...Josiane sentiu calafrios, alternando entre calor e frio.Parecia ouvir vozes, mas não conseguia entender o que diziam.De repente, algo amargo foi colocado em sua boca, e ela, instintivamente, cuspiu.— Josiane? — A voz parecia mais clara, e até um pouco familiar.Josiane, meio tonta, abriu os olhos e viu o rosto incrivelmente bonito de Benjamin bem na sua frente.Ela se surpreendeu um pouco.— Ben, o que você está fazendo aqui? — Perguntou ela.Benjamin franziu a testa, dizendo:— Você desmaiou. Está com febre. Tome o remédio, já mandei chamar o médico.Josiane, com os lábios rachados, disse:— Obrigada...— Não precisa agradecer. Mas me diga, por que desmaiou ali? Quando você voltou? — Benjamin respondeu.Josiane sentia uma dor de cabeça terrível. Ela pegou o remédio e tomou com um pouco de água quente. Estava começando a se sentir um pouco melhor.— Ben, onde estamos? — Ela nã
Josiane hesitou por um momento e, em seguida, olhou para ele com gratidão.— Ben, obrigada. Se você fosse meu irmão de sangue, seria perfeito.Benjamin ficou sem palavras.Os olhos de raposa dele brilharam com um toque de frustração.Quando foi que aquilo começou?A imagem dele, aos olhos dela, já valia a de um irmão?E então, o que ele faria?Benjamin se sentiu extremamente irritado e puxou os cabelos.Josiane, ao ver aquilo, logo perguntou:— Ben, o que houve?Benjamin abaixou a cabeça, segurando os cabelos com as mãos, e respondeu com a voz abafada: — Minha cabeça está coçando.O canto da boca de Josiane se contraiu.Naquele momento, bateram na porta.— Entre. — Benjamin soltou as mãos e voltou a adotar uma expressão indiferente.A porta se abriu, e o mordomo entrou, visivelmente preocupado.— Jovem mestre, tem algumas pessoas lá fora.— Quem? — Benjamin perguntou, levantando uma sobrancelha.— É o Henrique, da família Gomes! — O mordomo respondeu.— Pft! — Benjamin deu um pequeno