Francisco olhava fixamente para Julieta. Queria ver qualquer sinal de fraqueza em sua expressão, mas, infelizmente, além de decepção, seus olhos só mostravam determinação. Julieta, depois de dizer isso, se recostou exausta no assento.- Pode abrir a porta do carro?Os lábios de Francisco se apertaram em uma linha fina. Ele não queria deixá-la ir assim, até ficar mais um pouco já seria bom. Os longos dedos do homem esfregaram com força os lábios dela, que estavam vermelhos de tanto beijar. Julieta franziu a testa, se afastando dele. As pontas dos dedos de Francisco ficaram vazias e ele parou o movimento. Depois de um tempo, ele riu de repente.- Esses últimos três anos devem ter sido realmente difíceis para a Gerente Julieta. Sem nenhum sentimento, ainda assim dormiu comigo por três anos.Julieta abaixou os cílios, sem olhar para Francisco. Sua voz era indiferente, mas por dentro ela estava sofrendo:- Tudo graças aos ensinamentos do Presidente Francisco.Francisco havia lhe dito
Desde os vasos e utensílios até os móveis e eletrodomésticos, tudo foi comprado por ela, peça por peça, pessoalmente. Naquela época, ela realmente decorou o lugar como se fosse a casa dos dois. Mas agora, tudo parecia uma ironia.Ela respondeu com uma calma extrema:- Não quero mais. O amor desaparece, quanto mais o gosto. As coisas que eu gostava antes, agora para mim não passam de lixo.Francisco sentiu um aperto no coração mais uma vez. Ele não conseguia entender por que Julieta era uma mulher tão difícil de lidar, praticamente impermeável a qualquer coisa. Ele apertou os lábios em uma linha reta e olhou para Julieta.Julieta sabia que ele estava bravo de novo, ela não queria continuar junto com ele. Quem sabe o que esse homem faria em seguida.- Pode abrir a porta?Francisco, ainda irritado, se recusou a deixá-la sair.- Se tiver coragem, quebre a janela do carro.Julieta olhou furiosa para o homem à sua frente. Como ela não tinha percebido antes que ele era tão infantil! Ma
Julieta voltou para casa e foi direto para o banheiro. Depois de tomar um banho, ela se sentiu um pouco melhor. Olívia olhou para ela:- O que houve? Está com uma cara tão ruim?Julieta mordeu os lábios:- Fui assediada por um cretino.Olívia perguntou:- Francisco veio te procurar de novo?Julieta balançou a cabeça:- Encontrei ele por acaso, então ele ficou me incomodando.Os olhos de Olívia brilharam:- Julieta, acho que Francisco pode realmente estar apaixonado por você. Por isso ele não quer te deixar em paz. Caso contrário, você sabe que ele pode ter qualquer mulher que quiser. Por que ele insiste em te perseguir?Julieta ficou em silêncio por um momento, depois riu:- Provavelmente porque ele é mesquinho. Quando eu estava ao lado dele, ele não se importava. Agora que fui embora, ele se sente insatisfeito.Olívia não pôde deixar de contrair os cantos da boca. Mas, pensando bem, parecia realmente ser assim. Afinal, todos os homens são mesquinhos!...Nos dias seguintes, Juliet
Ela não queria mais ter qualquer envolvimento com Francisco. Se pretendesse se vingar, usaria outros meios. Julieta sorriu e disse: - Não, Rafael, não há mais possibilidade de eu e seu irmão ficarmos juntos.Ao terminar de falar, Julieta percebeu de repente uma sombra ao seu lado. Ela franziu a testa e, ao olhar para cima, viu Francisco de terno parado ao lado da mesa. O homem tinha uma expressão serena, mas seus olhos carregavam um significado enigmático.- Irmão! - Exclamou Rafael, com os olhos brilhando. - Como você veio parar aqui?Julieta lançou um olhar para Rafael e baixou os olhos.A atuação de Rafael era muito ruim, até uma tola perceberia que aquele jantar era uma armadilha.- Estava passando por aqui depois do trabalho e vi você, então decidi entrar para cumprimentar. Gerente Julieta não se importa, certo?Após dizer isso, Francisco fixou o olhar em Julieta. Ele sentia intensamente falta dela nos últimos dias. Ela estava o evitando. Quase não comparecia às reuniões mati
Julieta hesitou por um momento, pensando que havia ouvido errado.A secretária Helena repetiu a mensagem:- Gerente Julieta, surgiu um problema com um contrato no projeto que você está gerenciando. Será necessário realizar uma viagem a trabalho.Julieta, incerta, demorou a responder. Ela permaneceu em silêncio por um instante, antes de perguntar:- É imprescindível que eu vá pessoalmente?- O outro lado especificou que deseja negociar com o responsável pelo projeto.Após uma breve pausa, Julieta concordou. Afinal, ela ainda não havia se desligado oficialmente da Joalheria Pedras do Paraíso.- Precisarei que minha assistente me acompanhe.Helena ficou em silêncio por um momento.- Certo, Gerente Julieta, informarei sua assistente para encontrá-la no aeroporto amanhã.No dia seguinte, Julieta organizou suas coisas cedo e seguiu para o aeroporto.Lá, recebeu uma ligação de Paulo:- Gerente Julieta, sendo fim de semana, você deveria estar livre, correto?Julieta sorriu levemente: - Descul
Francisco olhou para ela uma vez e disse: - Agora que está com o Paulo, nem quer se sentar comigo, não é? Julieta não respondeu, se limitou a esfregar a testa, exausta. - Você não dormiu bem ontem à noite? - Ele perguntou novamente. Julieta não queria conversar e se sentou, fechando os olhos imediatamente. De fato, ela não tinha dormido bem na noite anterior, pois o contrato problemático era bastante complexo. Ela preparou os documentos até meia-noite. Estava sobrecarregada e seu corpo ainda não tinha se recuperado completamente. Assim que o avião decolou, adormeceu rapidamente. Francisco fixou o olhar em seu rosto, marcado por emoções sombrias e indistintas. Não se sabe quanto tempo depois, ele finalmente levantou a mão e trouxe a cabeça dela para seu ombro. Quando ela acordou, o avião já havia pousado. Julieta levou alguns segundos para perceber que estava apoiada no ombro de Francisco e que sobre ela estava um paletó, aquele que ela tinha comprado para ele. O olha
Julieta ficou pálida e enfurecida ao ouvir isso, se virou para sair.- Vou procurar outro hotel.Francisco estreitou os olhos e rapidamente foi até ela, a segurando.- Me solte!Os olhos de Francisco brilhavam perigosamente.- Você realmente não quer ficar no mesmo quarto que eu?Julieta estava visivelmente perturbada:- Francisco, você acha que ainda é apropriado ficarmos no mesmo quarto, dadas as circunstâncias?Francisco riu ironicamente:- Eu não me importo.- Eu me importo!Julieta se soltou e começou a caminhar para fora, mas Francisco a segurou e a levou diretamente para o elevador.Havia outras pessoas no elevador, então Julieta não resistiu, mas seus lábios estavam firmemente apertados.Todos os nervos em seu corpo resistiam à ideia de continuar esse relacionamento ambíguo com Francisco, mas este homem simplesmente não estava disposto a deixá-la em paz.Ao sair do elevador, Francisco a arrastou diretamente para o quarto.Assim que entraram, ele a pressionou contra a porta.Seu
Rafael ficou sem palavras após uma série de perguntas.Ele também sabia que, sem provas concretas, seria tudo em vão.- Mas, pelo menos, poderíamos perguntar, certo?- Perguntar o quê? Se ela planejou o sequestro? Ou se ela intencionalmente desviou minha atenção com uma falsa distração?De repente, Rafael não soube o que responder.Essas perguntas, mesmo que feitas, provavelmente não trariam respostas satisfatórias.- Continue investigando o caso de Jacó e, por enquanto, vamos fingir que não sabemos disso. - Francisco disse e desligou o telefone.Depois que Julieta saiu do quarto de Francisco, ela deixou o hotel imediatamente.Pegou um táxi e foi diretamente para outro hotel.Contudo, como o recepcionista anterior havia mencionado, devido à Feira Internacional de Comércio, todos os hotéis próximos estavam lotados.Julieta tentou vários, mas sem sucesso. Ela permaneceu na calçada, com uma expressão ligeiramente sombria.As mensagens no celular não paravam de chegar. Julieta olhou rapida