Havia chegado o grande dia. Eu seria oficialmente coroado e poderia começar a executar minha visão para Lunaris e por uma paz sem consequências.
Havia sido difícil a cerimônia de luto pelos mortos em Navori, e olhar para cada família, pedir desculpas e dar os pêsames foi mais doloroso do que qualquer treinamento, por isso eu precisava ser o melhor rei possível e evitar mais mortes como aquelas.
Caminhei pelo Bosque do Cervo com Quentin ao meu lado. Eu e ele estávamos mais magros e usando nossos mantos prateados.
- Você acha que dará certo? - perguntei, sentindo um gosto de bile. - Ninguém nunca fez isso.
- Dará. - ele disse firmemente. - Precisamos unir o povo e fazê-los trabalhar ao nosso favor.
Quentin estava com olheiras maiores que as minhas e com a pele mais acinzentada, consequências da má alimentação e da correria das &uacu
Do reino de Mercúrio, nós fomos para Urano, que era um dos reinos mais próximos, e ao chegarmos lá fomos direto ao castelo.A próxima pretendente do meu irmão era a princesa Melissa, neta do rei Carlos, cujo filho mais velho, pai de Melissa, havia morrido há alguns anos.Fomos recebidas pelo próprio rei e sua família. Ele nos cumprimentou e Xandra se apresentou à ele, fazendo o convite à princesa, para que comparecesse ao reino da Lua para conhecer o rei. A princesa ficou um pouco surpresa, mas depois sorriu.- Fico lisonjeada. - respondeu ela.Era estranho a forma como meu irmão estava convidando suas pretendentes para conhecê-lo assim. Não era algo comum de acontecer.Pude ver pelo canto do olho o rei Carlos torcer a boca. Era óbvio que, ao contrário da neta, ele não gostou nada daquela ideia, mas disfarçou e nos convidou p
Eu sentia meu coração palpitar e o ácido do meu estômago parado em minha garganta. Minha coroação estava terminada e agora eu tinha que reconstruir um reino criado para guerra e o sangue. Ao entrar na sala de visitas encontrei sete damas sentadas em cadeiras almofadadas em um semicírculo, voltadas para um cadeirão de madeira rústica e nodosa, sem enfeites e coberta por peles. Elas me encaravam com respeito e medo, pois entendiam que algumas delas seriam minhas esposas. - Damas. - saudei, fazendo uma reverência na direção delas. - Sejam Bem-Vindas ao reino da Lua. Elas fizeram uma reverencia silenciosa e Xandra entrou, ficando atrás de mim. - Eu quero que vocês se apresentem dizendo seus nomes, idades, reinos e o que mais quiserem dizer sobre si mesmas. - Elas se entreolharam e depois me encararam. - Vamos começar da esquerda para direita, já que sou canhoto. Uma moça de cabelos pretos longos usando uma máscara que cobria todo o
- Majestade. - Ouvi de algum canto do meu quarto. - Percival, já são dez horas.Saltei da cama derrubando travesseiros e colchas. Quentin olhava para mim com um ar severo e paternal.- O que aconteceu com você? - perguntou olhando para meu quarto - Você não fez seus relatórios e nem prestou culto à meia-noite, você sabe o quanto é importante. Lesmir já veio te chamar uma dúzia de vezes e você não respondeu.- Me desculpa, eu estava exausto. - disse tentando afastar o sono.- Um rei que se desculpa, ah, isso é novo para mim. - debochou o general Pedroso, entrando em meu quarto com os Águarasa atrás. - Mas minha surpresa maior é que as princesas estão desde as oito da manhã te esperando ao lado da mesa cheia de comida, e não estão comendo nada.- O quê?! - gritei fazendo todo o sono sumir. - Sério
Me joguei na cadeira do meu escritório encarando um boa pilha de papéis.Xandra sentou na minha frente e ao lado Quentin com um ar meio triste.- O que foi? - perguntei preocupado.Ele olhou para mim meio que despertando dos seus pensamentos.- Só não estou dormindo muito bem, e estou pensando em como colocar ordem nesse caos.Encarei meu mentor. Suas roupas estavam largas e seu cabelo comprido, a barba estava maior do que o habitual e seus olhos meio amarelados. Ele estava indo rumo a escuridão de novo.- Quentin, você está tomando seus medicamentos?- Eles atrapalham meus pensamentos e me fazem desejar coisas.- Que coisas?- Coisas que não devo desejar! - gritou, se levantando e saindo do meu escritório.- Acho que forcei demais. - resmunguei, bufando e me afundando na cadeira - O que temos aí?Xandra me olhou por um tempo antes d
Logo depois da coroação de Percy nós fomos embora, o que me deixou um pouco decepcionada, pois no fim eu acabei não passando nenhum tempo com ele.Eu sabia que meu irmão devia estar muito ocupado, mas ele era meu irmão. Havia tanto que eu queria falar com ele...Ao voltarmos para Solares minha mãe recebeu a confirmação para a visita dela ao reino de Wintsor, então no dia seguinte nós saímos em viagem mais uma vez, dessa vez para um reino mais distante.Tive que usar um vestido roxo de manga comprida com sobretudo e meia calça da cor da pele, já que o reino que estávamos indo era um pouco mais gelado do que Solares.Eu estava ansiosa para ver neve, mas infelizmente ainda era outono em Wintsor e a neve só chegaria no inverno, mesmo assim o frio era quase insuportável.O rei Frederick e seu filho, que possuía a mesmo nome, esta
Tomei um banho rápido e bem quente para me preparar para o almoço. Coloquei um vestido preto com um casaco marrom bem quentinho e desci, encontrando minha mãe nas escadas.- Está tudo bem, mãe? - eu perguntei assim que me aproximei.- Está sim, querida. Só está difícil fazer o rei Frederick concordar com os meus termos.Eu ri.- Sério? Você não está conseguindo convencer alguém de alguma coisa? Isso é novidade.Ela riu também.- Pois é. - ela concordou.Na sala de jantar encontramos o rei, sua esposa e seus dois filhos.A rainha era uma mulher bonita, com cabelos e olhos castanhos. Ela parecia ser bem jovem, mas seus pés de galinha indicavam que a idade já estava avançando.A irmã mais nova de Frederick era uma menina de uns treze anos que se parecia um pouco com a mãe,
No dia seguinte, logo pela manhã, eu e minha mãe voltamos para Solares.Ao me despedir do príncipe Frederick eu disse a ele que pensaria em nossa conversa, mas que ele também devia pensar se era realmente aquilo que ele queria.O rei beijou as nossas mãos e sorriu para nós ao se despedir, mas quando chegamos ao carro minha mãe parecia frustrada.- Está tudo bem, mãe? Não conseguiram entrar em um acordo?- Mais ou menos... - minha mãe disse. - Eu tive que ceder um pouco, então não consegui exatamente o que queria.Franzi a testa.- O que exatamente você queria?Ela sorriu.- Eu queria fazer um acordo comercial. De importação e exportação... Estávamos discutindo os termos desse acordo. E eu também pedi a ele apoio ao meu projeto de conservação... E algumas outras coisas.-
Uma semana se passou e eu mais uma vez fui ao reino de Vênus.Dessa vez o rei Jhonas me esperava na porta do castelo com um buquê de flores nas mãos.Eu estava começando a gostar de ser mimada daquele jeito, mas precisava ser cautelosa, afinal ninguém podia ser tão perfeito e eu precisava me concentrar em saber mais sobre ele, pois como minha mãe havia dito, uma decisão como aquela precisava ser tomada com calma. E eu não queria me arrepender da minha escolha.Peguei o buquê de flores e agradeci.- É um grande prazer recebê-la de novo, Princesa. - disse ele, todo charmoso. - Eu preparei um passeio bem... interessante, para nós dois.Fiquei sem entender, mas o segui.Um empregado pegou as flores para guardar e nós entramos em um carro. Até ali estava tudo normal.Depois de alguns minutos de carro nós chegamos a um porto à