Capítulo 4

Oliver

Cavalguei com Darcy até chegar no casarão. Liam e a mulher ainda não haviam chego então fui direto para um banho. Quando tirei minha camiseta um perfume de rosas invadiu meu nariz. Aproximei meu rosto do tecido e senti o cheiro novamente. Meu corpo inteiro arrepiou com as inúmeras sensações que senti. Uma coisa que vinha de outro mundo. Apesar de estar com parte das minhas calças fedendo a vomito, o perfume da mulher é tão bom e delicado que eliminava qualquer mal odor.

_ Droga...

Me vi excitado de repente, assustado com a sensação. Joguei a camiseta longe, com medo do tecido velho. Tirei o restante das roupas e me enfiei debaixo do chuveiro tirando toda a terra do solo, todo o cheiro da grama e da Darcy. Precisava colocar minha cabeça no lugar, ajustar minha mente para conseguir lidar com meu irmão nos próximos três dias. Liam é complicado as vezes, principalmente quando está aqui na nossa propriedade. Sei que ele sente muito mais falta dos nossos pais do que eu e mesmo com os anos passando nossos velhos ainda fazem muita falta.

Depois do banho coloquei somente uma calça e desci as escadas. Liam já estava ao telefone falando sobre negócios com alguém enquanto a menina estava em pé próximo a porta com a mochila nas mãos. Meu irmão nunca foi muito cavalheiro e devo confessar que eu também não.

Quando ela me viu seu rosto ficou vermelho e seus olhos arregalaram. Liam ainda estava ocupado demais ao telefone para perceber minha presença.

Estendi minha mão e peguei a mochila de suas mãos, ela parecia uma estátua.

_ Venha, vou te mostrar teus aposentos.

Ela começou a me seguir. Pedi que as funcionárias viessem somente se forem solicitadas, já que prefiro evitar que Liam acabe levando-as para a cama. Preciso evitar estresses desnecessários.

A mulher se mantinha calada, e quando mostrei a ela seu quarto, no segundo piso, ela me encarou.

_ Senhor Oliver, peço desculpas pelo ocorrido... eu não tinha intenção de vomitar no senhor...

_ E nem de me dar uma bofetada?

Os olhos dela ficaram arregalados. Essa mulher tem mão pesada, eu até que gosto disso. Nenhuma mulher bateu no meu rosto, nunca, mas como dizia minha mãe, tem uma primeira vez pra tudo.

_ E-eu... desculpa, eu não queria lhe bater, eu só...

_ Pare de se desculpar, mulher, isso é irritante!

Entrei no quarto e larguei a mochila dela em cima da cama. Quando ia saindo ouvi a voz dela mais firme.

_ Meu nome é Emma!

Virei-me e olhei para ela. Seu rosto estava vermelho e as mãos fechadas em punho. Acho que está irritada.

_ Isso não me interessa!

Resmunguei.

_ Mas deveria. É o mínimo da boa educação!

Agora ela me enfrenta? Até alguns minutos atrás Emma parecia um cão pequeno e assustado, agora quer tentar me intimidar?

Dei dois passos em sua direção. Ela ainda tinha uma postura firme.

_ Pois saiba que nessa casa eu falo e ando do jeito que eu quero, toquinho!

Achei que Emma fosse explodir, seu rosto começou a corar tanto que seus olhos lagrimejaram. Quando virei minhas costas novamente ela resmungou.

_ Deveria ter lhe acertado mais forte.

Me virei encarando-a firme, segurando a risada.

_ O que você disse?

_ Nada!

Respondeu ela rapidamente. Quando sai do quarto me permiti sorrir. Essa pequenina é bem ousada para essa pouca estatura.

Quando voltei para a sala Liam estava encarando o horizonte.

_ Olha, finalmente saiu do celular um pouco.

_ A parte chata dos negócios ficou comigo, esqueceu?

Verdade, Liam acabou ficando com a parte mais burocrática. Sentamos na varanda. Liam tirou os calçados caros e seus pés tocaram a madeira velha e bem cuidada.

_ Nossa... essa casa tem tantas lembranças...

Murmurou ele. Senti a tristeza rondar meu irmão.

_ Sim, muitas.

O silêncio tomou conta e continuamos somente observando o sol se pondo. Quando Liam se retirou permaneci ali, observando o campo.

A presença do meu irmão aqui mexe comigo, muito mais do que eu queria.

Ouvi alguns passos e fiquei em silencio. Emma passou por mim sem nem perceber minha presença. O sorriso estampado em seu rosto me surpreendeu. Ela estava com um vestido longo branco e deixou seu cabelo castanho solto, caindo em cascata pelas suas costas.

_ Hummm, que delícia de lugar!

Murmurou ela enquanto esticava os braços. Permaneci em silêncio. Emma desceu as escadas e começou a caminhar em direção aos estábulos. Quando ela entrou levantei e comecei a segui-la. Haviam muitos cavalos, e o último e mais afastado de todos era o nosso cavalo que ainda não possuía nome. De todos os nossos, ele é o mais difícil de domar e as vezes é agressivo, por isso todo cuidado é pouco. Olhei para o final das baias tentando achar Emma que havia sumido de vista.

_ Droga...

Murmurei enquanto olhava baia por baia, tentando achar o toco de gente.

_ Você é tão bonito...

A voz de Emma estava perto.

_ Mulher?

Emma ficou em silencio.

_ E-Emma?

_ Oi?

Agora ela respondeu. Emma saiu de dentro da baia de Darcy, que relinchou assim que a garota se afastou. Respirei aliviado por ver que ela estava segura.

_ Você não consegue observar sem tocar, mulher?

_ Meu nome é Emma!

_ Tanto faz! Tu tens que tomar cuidado, os cavalos daqui são treinados, mas ainda sim são animais. Eles não te conhecem e podem simplesmente te machucar.

Emma torceu o nariz e virou as costas pra mim, caminhando em direção a porta. Apertei o passo e agarrei o braço dela, fazendo com que seu corpo trombasse no meu. Mais uma vez senti o cheiro do perfume inundar meu nariz e meus pelos arrepiaram.

Emma olhou dentro dos meus olhos como se procurasse alguma resposta para a minha repentina atitude.

_ Agora a mal educada aqui é você!

Murmurei tentando manter minha postura.

_ Você disse que pedir desculpas é irritante, então não vou falar é nada!

Disse ela com o rosto corando.

_ Não quero que peça desculpas, toquinho, quero que me prometa que vai tomar cuidado e não sair entrando em todas as baias daqui. Temos cavalos selvagens.

_ Hu, estou vendo um agora!

Murmurou ela revirando os olhos. Cavalo selvagem? Ela me chamou de cavalo selvagem.

Peguei o outro braço de Emma e ergui seu corpo, colocando-a em meu ombro como um saco de batatas.

_ AH! ME SOLTA SEU LOUCO!

_ Tu precisas de uma lição, toquinho! Essa língua está muito afiada para alguém tão pequena!

Caminhei com Emma sob protesto nos meus ombros. Quando me aproximei do chiqueiro dos porcos que temos Emma entrou em pânico.

_ NÃ-NÃO!! Por favor... meu vestido é branco, se você me j**ar aí vou ter que j**a-lo fora!

Choramingou ela em pânico. Observei os pequenos porcos agitados com a nossa presença.

_ Ok, dessa vez não vou te jogar ali, mas saiba que na próxima...

Coloquei Emma no chão que estava com o rosto vermelho e olhos arregalados.

_ ... Na próxima eu te arremesso feito um saco de batata ali dentro, no meio da lama e dos porcos, entendeu?

Ela sacudiu a cabeça demonstrando que havia entendido minha ameaça.

Respirei fundo, observando Emma ofegante.

_ Vem, a essa hora a janta já tá pronta.

Comecei a caminhar ouvindo os pequenos passos da mulher atrás de mim. Emma fez o trajeto em silêncio enquanto eu tentava acalmar meu corpo. Agora o perfume dela estava grudado na minha pele já que eu não estava usando camiseta.

_ Caramba, onde vocês dois estavam?

Perguntou Liam com os braços cruzados.

_ ELE TENTOU ME JOGAR NO CHIQUEIRO!

Gritou Emma enquanto passava por mim correndo. Ela abraçou Liam que me encarou com os olhos arregalados. Bufei.

_ Eu deveria ter te arremessado lá dentro, toquinho xereta!

Rosnei as palavras e Emma mostrou-me a língua. A mulher correu pra dentro da casa enquanto Liam estava estático.

_ Caramba Oliver, tentou jogar a pobre Emma no chiqueiro? Desde quando você faz isso?

_ Desde quando mulheres xeretas invadem a baia e revolvem explorar os cavalos de perto. Algum poderia ter mordido ela, mas essa xereta cabeça dura tem dificuldades para entender as coisas! Pensei que você selecionasse mulheres mais competentes, Liam.

Passei pelo meu irmão que começou a rir. Quando sentei a mesa Emma já estava comendo. Cada mordida que ela dava na carne ela me olhava com aquele olhar curioso.

Meu corpo inteiro reagia a cada troca de olhar, e por mais que ela estivesse me odiando naquele momento, eu sentia que havia algo a mais.

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