A floresta parecia mais densa e escura conforme Laura e Gabriel corriam por entre as árvores. O som das folhas secas sob seus pés era abafado pelo coração acelerado de ambos. Atrás deles, os faróis dos veículos de Marcelo iluminavam partes da mata, varrendo o terreno como olhos atentos em busca de sua presa.— Precisamos encontrar um esconderijo! — Gabriel sussurrou, puxando Laura para trás de um tronco caído.— Samuel... — Laura murmurou, ainda relutante em deixá-lo para trás.— Ele sabia o que estava fazendo. — Gabriel respondeu, segurando sua mão com firmeza. — Precisamos seguir em frente, ou tudo terá sido em vão.Laura fechou os olhos por um breve momento, lutando contra o peso da culpa, antes de assentir.— Tudo bem. Mas precisamos de um plano.Os sons de vozes se aproximavam. Os homens de Marcelo estavam vasculhando a área, atentos a qualquer movimento. Laura olhou ao redor, buscando algo que pudessem usar a seu favor. Foi quando notou uma pequena trilha descendo a encosta íngr
A noite estava mais fria do que nunca quando Laura e Gabriel chegaram à margem da estrada. A escuridão da floresta os havia engolido, mas agora, ao olhar para o horizonte, podiam ver as luzes de um carro se aproximando. O coração de Laura acelerou. Sabiam que estavam prestes a chegar a um limite, que Marcelo estava cada vez mais perto.— Se conseguimos pegar um carro, podemos ganhar um pouco mais de tempo. — Gabriel disse, sua respiração ainda pesada pela corrida.Laura olhou para ele, os olhos fixos na estrada.— Temos que ser rápidos. Não podemos nos arriscar. Se ele souber onde estamos...Ela não conseguiu terminar a frase, pois o som de um motor roncando se aproximava mais. A adrenalina subiu em seus corpos.— Está vindo! — Gabriel sussurrou.A sombra de um carro apareceu na estrada à frente. Laura e Gabriel se abaixaram rapidamente, tentando se esconder entre os arbustos. O veículo passou lentamente, sem perceber nada, mas ambos sabiam que isso não os manteria a salvo por muito t
A voz de Marcelo ecoava na mente de Laura enquanto ela e Gabriel caminhavam pela estrada deserta. O telefone ainda tremia em sua mão, a mensagem dele clara como um golpe certeiro.— Eu sei onde vocês estão.Ela desligou imediatamente, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Olhou para Gabriel, que já estava atento à sua expressão preocupada.— Ele sabe? — Gabriel perguntou, a voz carregada de tensão.— Sim. — Laura confirmou, tentando manter a calma. — Mas não sabemos como ele sabe.Gabriel olhou ao redor, analisando a estrada mal iluminada e o silêncio cortante da noite.— Precisamos nos mover mais rápido. Ele não nos daria esse aviso se já estivesse aqui.Laura respirou fundo, reunindo seus pensamentos. Precisavam agir estrategicamente. Se Marcelo sabia onde estavam, era apenas uma questão de tempo até que ele chegasse com seus homens.— O dono do bar disse que essa estrada leva a um caminho menos conhecido. Se conseguirmos um carro ou algum transporte, talvez possamos despistá-l
Laura apertava o celular contra o ouvido, o coração batendo forte no peito. A voz de Marcelo ainda ecoava em sua mente.— Venha até mim. Sozinha. Ou Gabriel não terá um bom desfecho.Ela respirou fundo, tentando controlar a raiva que subia em sua garganta.— Onde ele está?— Você já sabe que eu não facilito as coisas. — Marcelo respondeu, sua voz carregada de falsa calma. — Vou mandar as coordenadas. Mas aviso desde já: qualquer tentativa de esperteza e ele paga o preço.Laura cerrou os dentes, sentindo os músculos de seu corpo ficarem tensos.— Se você machucar ele...— Isso depende só de você, Laura. — Marcelo a interrompeu. — Não me faça esperar.A ligação foi encerrada.Laura baixou o celular lentamente, fechando os olhos por um instante. Não podia entrar em pânico. Gabriel precisava dela. E se havia uma coisa que Marcelo não esperava, era que ela ainda tinha uma carta na manga.Enquanto isso, Gabriel recuperava a consciência aos poucos. Sua cabeça latejava, e ele sentia o chão fr
As portas do armazém se abriram com um estrondo, e mais homens entraram, seus olhares atentos analisando a situação. Laura, Gabriel e Samuel estavam cercados, e Marcelo, no centro da cena, permanecia tranquilo. Seus aliados, ainda se recompondo da surpresa inicial, agora ganhavam reforço.Laura sentiu o coração acelerar. Haviam conseguido um momento de vantagem, mas Marcelo sempre tinha uma jogada a mais.— Vocês realmente acham que podem sair daqui assim tão facilmente? — Marcelo perguntou, deslizando o telefone de volta para o bolso.Samuel deu um passo à frente, mantendo-se firme.— Se quisermos, vamos.Os recém-chegados se espalharam pelo espaço, fechando qualquer possível saída. A tensão crescia no ar.— Agora estamos em igualdade de condições. — Marcelo continuou, com um sorriso discreto. — Mas eu sempre prefiro estar um passo à frente.Laura trocou um olhar rápido com Gabriel. Eles precisavam agir antes que Marcelo assumisse totalmente o controle da situação.— Então qual é o p
O vento cortava a noite enquanto Laura e Samuel corriam pela estrada deserta, ainda sentindo a adrenalina da fuga. As luzes do armazém haviam ficado para trás, mas eles sabiam que Marcelo não desistiria tão facilmente.Samuel olhou para Laura, que ainda segurava o celular com a tela acesa. A mensagem desconhecida piscava diante deles como um alerta silencioso.— Quem enviou isso? — Samuel perguntou, mantendo a voz baixa enquanto continuavam se movendo.— Não faço ideia. — Laura respondeu, sua mente trabalhando rápido. — Mas quem quer que seja, sabe mais do que deveria.Ela digitou rapidamente uma resposta: "Quem é você?"Os segundos pareciam se arrastar até que uma nova mensagem chegou."Não há tempo para perguntas. Eles já sabem a sua rota."Samuel apertou o passo, seu olhar escaneando o caminho à frente.— Se isso for verdade, precisamos mudar de direção agora.Laura assentiu, tomando uma decisão rápida.— Vamos sair da estrada e cortar caminho pela mata.Samuel hesitou por um segun
O silêncio dentro da cabana era quase sufocante. A única luz vinha de um lampião pendurado no canto, lançando sombras que dançavam nas paredes de madeira envelhecida. Laura e Samuel estavam parados na porta, os olhos fixos na mulher que havia se apresentado como Helena.Ela parecia tranquila, mas havia uma intensidade em seu olhar que fazia Laura manter a guarda alta.— Como sabemos que podemos confiar em você? — Samuel quebrou o silêncio, a voz firme, mas cautelosa.Helena sorriu levemente, cruzando os braços.— Se eu quisesse entregá-los para Marcelo, vocês já estariam nas mãos dele.Laura manteve o olhar fixo nela, tentando decifrar suas intenções.— Como você sabe tanto sobre nós? Sobre o que está acontecendo?Helena deu um passo à frente, mas manteve uma distância segura.— Porque já estive exatamente onde vocês estão. Marcelo me enganou, como fez com vocês. Mas eu consegui sair antes que fosse tarde demais.Samuel franziu a testa.— Você trabalhou com ele?— Por um tempo. — Hele
O silêncio que se seguiu ao envio dos dados foi quase ensurdecedor. Laura ainda segurava o celular, o dedo pressionando o botão que acabara de expor todas as provas contra Marcelo para o mundo. Ela sentiu o coração acelerar, não de medo, mas de alívio. Finalmente, o que haviam lutado tanto para alcançar estava feito.Mas o olhar de Marcelo não refletia derrota. Pelo contrário, seus olhos brilhavam com uma fúria contida, misturada a algo mais perigoso: um plano que ainda não havia sido revelado.— Vocês acham que venceram? — Marcelo quebrou o silêncio, sua voz baixa, mas carregada de ameaça. — Acreditam que a verdade basta para derrubar alguém como eu?Samuel deu um passo à frente, a expressão dura.— A verdade sempre encontra um jeito. Você não pode controlar tudo.Marcelo riu suavemente, balançando a cabeça como se estivesse ouvindo uma piada.— Vocês realmente não entendem como o mundo funciona. Não é a verdade que importa. É quem a controla.Laura manteve o olhar firme em Marcelo,