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8. Preparativos do Noivado

Logo após terminar de falar tudo o que queria, e me ameaçar a cada duas frases — James me liberou. Saí do seu covil — digo, escritório — e segui para onde ele informou que Irina e minha mãe estavam.

No caminho, ensaiei um sorriso animado, mas sem exageros. Não via necessidade de fingir tanto com Irina. A mulher carregava um carisma raro e, depois de anos convivendo com falsidade, aprendi a reconhecer quando alguém estava sendo genuíno.

Ao entrar na sala de estar, vi as duas sentadas à mesa, saboreando o café da manhã impecavelmente servido. Irina, elegante como sempre, vestia um azul-claro sofisticado que realçava seus olhos avelã. Já Victoria, com a postura impecável e expressão meticulosamente controlada, parecia satisfeita.

Ou satisfeita comigo, cumprindo meu papel.

— Bom dia, Irina. Mamãe. — Cumprimentei, removendo o sobretudo e apoiando-o no encosto da cadeira antes de me sentar.

— Bom dia, querida. — O leve sotaque russo de Irina me lembrou Mikhail. — Você está deslumbrante. Sempre admirei seu bom gosto. Uma verdadeira mulher da alta sociedade.

— Que bom que decidiu se juntar a nós, filha. — Victoria sorriu, mas seu olhar carregava uma expectativa silenciosa.

— Papai disse que estariam aqui, então cancelei minha sessão de fotos que tinha hoje.

Os olhos dela brilharam por um instante, satisfeitos.

— Ah, minha querida, não precisava se incomodar tanto. — Irina comentou gentilmente, tocando a borda da xícara de porcelana. — Mas, de certa forma, isso nos dá a oportunidade de resolver algumas coisas.

— Exatamente. — Victoria endireitou a postura. — Podemos adiantar os preparativos do noivado. Assim teremos tempo para organizar tudo com calma. O que acha, Sophie?

— Acho ótimo, mãe.

Ela sorriu satisfeita e se virou para Irina.

— Seria de bom tom escolhermos um salão para a recepção. O que acha?

Irina deslizou os dedos pelo cabo da xícara antes de assentir suavemente.

— Posso ver com Mikhail sobre isso. Mas acredito que podemos escolher um lugar muito bonito.

— Seria perfeito. — Comentei, mantendo o tom neutro. — Um salão com uma vista ampla de Londres tornaria tudo mais especial. Algo sofisticado, sem exageros, mas que passe a grandiosidade do momento.

— Exatamente, filha. — Victoria aprovou com um leve aceno.

Irina me analisou por um instante e sorriu de lado, como se captasse algo por trás da minha postura impecável.

— Então está decidido. Quando Mikhail voltar de viagem, conversarei com ele.

— Ele está viajando?

— Sim, teve que resolver alguns assuntos na Itália. Mas voltará a tempo de organizarmos os últimos detalhes.

“Que pena. Poderia demorar bastante.” - Pensei.

— Bom, vamos terminar nosso café e depois encontraremos a cerimonialista.

O café seguiu com conversas triviais. Para minha surpresa, fui incluída nos assuntos. Falamos sobre Mikhail — apenas os aspectos aceitáveis de sua personalidade — e sobre mim, dentro dos limites permitidos. Comentamos sobre minha futura cunhada, que seria responsável pelo meu vestido de noiva. Trabalhar com Elena era algo que eu queria há tempos, mas não nas circunstâncias atuais.

A cerimonialista revisava suas anotações quando nos reunimos no local escolhido para a recepção.

— Senhorita Sophie, tem alguma preferência de flores para os arranjos?

— Gosto de peônias, orquídeas e rosas brancas. Acho que combinam com o estilo da recepção. — Falei depois de pensar em algumas opções.

— Ah, mas não deveríamos considerar algo mais clássico? Lírios, talvez. — Victoria sugeriu, lançando-me um olhar significativo.

Quase revirei os olhos, mas me contive.

— Eu gosto. Acha que pode adicionar lírios?

— Claro. Posso montar algumas opções para que possam escolher.

Ela digitou algo no tablet e continuou:

— Sobre os convites, já têm a lista de convidados?

— Sim, enviarei os nomes por e-mail. — Victoria falou e a mulher assentiu.

O som de um telefone tocando interrompeu a conversa. Irina pediu licença para atender.

— Minha filha acabou de pousar em Londres. Pedi para que meu marido a trouxesse até aqui para conhecê-las.

— Será ótimo, querida. — Victoria sorriu, mas seu olhar endureceu por uma fração de segundo. Ela não gostava de surpresas. E os Volkov, ao que parecia, não gostavam de ser controlados.

Poucos minutos depois, o eco de saltos chamou nossa atenção para a entrada. Uma mulher de cabelos pretos e postura elegante caminhou na nossa direção. Seu sorriso, belíssimo, transbordava simpatia.

— Olá, espero não estar muito atrasada. — Sua voz era doce, e o sorriso aumentou ainda mais quando me viu.

Antes que eu pudesse reagir, Elena me envolveu em um abraço apertado.

— É um prazer finalmente conhecê-la, Sophie.

Hesitei por um segundo, depois retribui.

— O prazer é meu.

Ela recuou, analisando-me com curiosidade.

— Estava ansiosa para chegar logo. Papai me buscou e disse que mamãe estava com você.

— Estou ansiosa para começarmos os vestidos, Elena.

Ela sorriu, mas suspirou em seguida.

— Infelizmente, o vestido do noivado não será feito por mim.

Franzi o cenho.

— Ah que pena, mas porquê?

— O tempo é curto. Eu adoraria poder criar um vestido digno de sua beleza para a festa de noivado, mas temos apenas quatro dias, ficaria muito exaustivo e não gosto de entregar nada menos que perfeição. — Ela explicou e eu assenti, entendendo perfeitamente o que ela sentia, não gosto de ser nada menos que perfeita quando estou nas passarelas, então compreendo ela. — Mas o vestido de noiva... esse eu faço questão de criar e me dedicar a cada mínimo detalhe.

— Tenho certeza que ficará perfeito. — Eu falei e sorri para ela que retribuiu.

— Vocês terão tempo para discutir isso depois. Agora, precisamos finalizar as escolhas com a cerimonialista. — Irina interveio com um sorriso calmo.

A conversa retornou ao planejamento do noivado, mas minha mente vagava.

Elena parecia genuinamente feliz em me conhecer, Irina me tratava com respeito e, ainda assim, nada disso fazia diferença. No fim, eu estava exatamente onde Victoria queria que eu estivesse.

Sempre foi assim.

As flores, os convites, o vestido... nada disso era realmente sobre mim. Eu estava apenas seguindo o roteiro que minha mãe escrevia há anos, como uma peça preciosa que ela movia no tabuleiro conforme sua conveniência.

E o pior de tudo?

Dessa vez, eu sequer sabia quais eram as regras do jogo.

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