DerickNada me faz sentir vivo.Eu deveria estar focado. As armas estão sobre a mesa, desmontadas, frias, inertes, assim como eu. O cheiro de óleo e metal sempre teve um efeito quase terapêutico em mim, mas hoje, nem isso. Cada movimento é mecânico, limpar, montar, testar o mecanismo, e ainda assim, meu coração bate em um ritmo desigual, pesado, sufocante.Nara.O nome dela está tatuado na minha mente, queimando como uma ferida aberta que nunca cicatriza. A lembrança do seu cheiro, da suavidade da sua pele sob meus dedos, do brilho dos olhos dela quando me olhava... Agora, tudo isso é como um punhal cravado no meu peito.Eu não tenho razão para continuar.Jogo o pano impregnado de óleo na mesa, frustrado. A dor cresce, é insuportável. Preciso sair daqui.Antes que perceba, estou dirigindo em direção à mansão Lambertini. É um impulso, uma necessidade irracional de encontrar algo que me ancore à realidade antes que eu me perca completamente. David está no trabalho, o que significa que L
LizandraEu nunca imaginei que pudesse me sentir assim. Uma mistura de raiva, compaixão e incredulidade se revirando dentro de mim como uma tempestade prestes a explodir. Meus dedos tamborilam nervosamente na mesa enquanto encaro David, buscando palavras que talvez nem existam. Derick está se destruindo, isso é evidente. Mas Nara... Nara está quebrada de um jeito que não sei se algum dia poderá ser consertado.— Ele está sofrendo, David. Você sabe disso.David suspira, esfrega o rosto com as mãos grandes e tensiona a mandíbula. Seus olhos carregam um peso que raramente vejo.— Eu sei, Lizandra. Mas ele precisa respeitar o tempo dela. Nara não está pronta para isso, para olhar para ele e ver qualquer coisa além da dor.— Mas ela ainda o ama.David assente lentamente, como se carregasse nos ombros o peso de cada erro cometido naquela história. Então, seu olhar endurece.— Não importa o que ela sente agora. O que importa é que nenhuma mulher da máfia pode se sentir desprotegida. Nenhum h
LizandraO peso da despedida paira no ar como uma tempestade prestes a desabar. A mansão, sempre repleta de risadas e vozes animadas, agora está envolta em um silêncio melancólico. Liana caminha pelos corredores com um olhar perdido, os dedos deslizando suavemente pelos móveis, como se quisesse guardar na memória cada detalhe desse lugar que, por dias, foi o ponto de encontro de sua família. Hoje, eles partem.Ela nunca se permitiu fraquejar, sempre firme e resiliente, mas agora, a dor da separação pesa como uma corrente invisível em seu peito. O amor pela família que construiu com Vittorio é imensurável, mas o vínculo com seus pais, irmãos e sobrinhos é parte de sua essência. Foram anos de distância forçada, um tempo que jamais poderia ser recuperado. Mesmo com os encontros permitidos por Vittorio, nada substitui o convívio diário, o calor de ter seus entes queridos por perto.O salão de jantar está impecavelmente preparado, a grande mesa posta com uma variedade de pratos que mistur
SilviaChego em casa exausta, meu corpo pede descanso, mas minha mente ainda está acelerada. Assim que fecho a porta, sinto a presença dele antes mesmo de vê-lo. Darlan surge do nada, me agarrando com força e tomando minha boca em um beijo urgente. Seu gosto de menta invade minha boca enquanto nossas línguas se entrelaçam em uma dança caótica, carregada de desejo.Seus dedos deslizam pelo meu corpo, marcando cada curva com um toque firme e possessivo. Meu coração dispara, e um arrepio percorre minha espinha quando sinto o seu corpo quente contra o meu. Caminhamos às cegas, tropeçando pelos móveis, mas sem nos importar com nada além do que estamos sentindo agora.— Silvia… — Ele murmura contra meus lábios, a voz rouca, carregada de desejo e algo mais que não consigo decifrar.Ele tenta dizer algo, mas não permito. Durante esses dois dias longe, tudo que fiz foi pensar nele. Cada segundo sem Darlan foi um tormento. Encerramos o beijo, nossos olhos se encontram, e vejo o desejo faiscando
LizandraO dia começa com aquela correria habitual, mas hoje tem um gostinho diferente. Sinto o meu coração bater mais rápido enquanto olho para a pasta com meus exames. Esse momento está marcado no meu calendário desde que as gêmeas nasceram. Finalmente, a consulta com a doutora Selma para a minha segunda avaliação pós-parto chegou.O sol brilha forte lá fora quando saímos da mansão. David me acompanha como sempre, junto a uma escolta que mais parece de um chefe de Estado. Meu marido fez questão de reforçar a segurança, mesmo sabendo que minha rotina é basicamente entre casa e hospital. Mas eu entendo, ele apenas quer me proteger.Chegamos ao La Russa e somos recebidos de imediato. No entanto, a recepcionista me informa que a doutora Selma está em uma cesariana de emergência. Vai demorar um pouco.— Eu espero. Tenho a consulta das meninas com a pediatra primeiro. — Digo, ajeitando o cobertor sobre Brenda, que dorme profundamente no carrinho. Briana, por outro lado, está alerta, obser
DarlanO intervalo da faculdade sempre foi um momento de descontração para mim. Era a pausa perfeita entre aulas entediantes e professores que insistiam em complicar assuntos que nem eram tão difíceis assim. Sento na cantina com Clara, Fernanda e Natália, e como sempre, a conversa degringola para besteiras.— Se aquele professor falar mais uma vez "Isso vai cair na prova", eu juro que levanto e vou embora — Fernanda resmunga, revirando os olhos.— Ele não fala, ele ameaça! — Natália complementa, arrancando risadas de todos.— Aquele quadro dele está implorando por um apagador na cara. — Clara balança a cabeça, e eu dou risada.Entre uma brincadeira e outra, meus olhos vagam pelo refeitório e param em Luna. Ela está sentada sozinha, abraçando o próprio corpo e olhando o celular a cada minuto, como se esperasse uma mensagem que não podia ignorar. Seu olhar é inquieto, assustado. Algo nela me incomoda, me faz franzir a testa.Meu celular vibra no bolso. Olho a tela: David Lambertini.— O
LizandraO cheiro adocicado de leite materno ainda paira no ar, misturado ao perfume amadeirado de David, que permanece perto, atento a cada movimento meu. O dia foi longo, repleto de consultas e cuidados com as meninas, mas agora, ao entrar no banho, finalmente tenho um momento para mim.A água quente desliza pelo meu corpo, relaxando os músculos tensos, lavando o cansaço. Fecho os olhos e respiro fundo, sentindo a espuma macia da esfoliação que espalho pela minha pele. Meus cabelos estão cobertos pela hidratação e, enquanto massageio o couro cabeludo, sorrio ao me olhar no espelho embaçado. Meu corpo, agora com curvas mais acentuadas, está perfeito aos meus olhos. A barriga já voltou ao normal, os sei0s estão fartos, e sei que David não consegue esconder o quanto me deseja.Ouço um chorinho ao longe e já sei que tem princesa com fome. Enxáguo rapidamente os cabelos, me enrolo na toalha e visto apenas uma calcinha e um short leve antes de me sentar na poltrona reclinável. David traz
DarlanA porta range quando a empurro, mas o que me faz prender a respiração não é o barulho. É ela. Silvia. Deitada na cama, usando apenas uma calcinha preta rendada, sua pele alva contrastando com o tecido. Seus olhos pequenos me encaram, cheios de desejo e atrevimento. Ela alisa os próprios sei0s, os lábios entreabertos. A voz dela sai baixa, rouca, como um convite proibido:— Faça amor comigo...Meu corpo reage antes da minha mente processar. Meus olhos azuis escurecem com o desejo bruto que explode em meu peito. Não é apenas sobre tesão. É sobre posse, sobre algo que me consome e me deixa à beira da insanidade quando estou perto dela.Avanço, puxando seu queixo e tomando sua boca num beijo faminto. Quero que ela sinta cada centelha de loucura que me consome. Silvia geme contra a minha língua e me puxa para si, as unhas cravando em meus ombros. Empurro seu corpo delicadamente para que fique abaixo de mim, percorrendo sua pele macia com a ponta dos dedos.— Sabe o que você faz comi