A voz de Patrícia era baixa, e cada frase sua carregava um impacto que deixava Teófilo sem palavras. Como poderia ela considerar uma reconciliação, tendo sido tão profundamente ferida? Ele estava claramente se iludindo.Percebendo o silêncio de Teófilo e o vislumbre de desconforto no rosto de Patrícia:— Desculpe, eu me exaltei.— Não, em relação ao seu ex-marido, eu só posso pensar que mesmo que ele morresse cem vezes, isso não compensaria a dor que ele te causou.— Eu só espero que nunca mais nos encontremos nesta vida, que morramos sem jamais ter contato novamente.Teófilo buscou se recompor emocionalmente:— Entendi. Então agora precisamos entrar furtivamente na Cidade A para que ele não nos descubra, certo?— Sim, por isso eu e George voltamos clandestinamente. Encontrar piratas foi um incidente inevitável. Sem essa opção, teríamos que encontrar outro caminho.— Srta. Patrícia, pode deixar essa questão comigo.Patrícia não esperava que ele tivesse uma solução, e um lampejo de sur
Este tipo de embarcação era apropriado para o perfil de Raul, sem despertar suspeitas em Patrícia.— Um barco ilegal? Isso é seguro?— Conversei com meu amigo antecipadamente. Contanto que fiquemos no nosso quarto e não incomodemos ninguém, não haverá problemas. Não participaremos de nenhuma atividade ilegal a bordo, apenas aproveitaremos a viagem.Patrícia, ainda que subconscientemente, desgostava da ideia de embarcar em tal navio, receosa dos perigos que isso implicava, mas reconhecia que era uma das poucas opções para retornar.— Está bem.— Srta. Patrícia, fique tranquila, eu vou protegê-los.Patrícia assentiu, fortalecendo sua confiança nele a cada momento.Nos últimos três dias na ilha, Teófilo providenciou uma peruca e uma máscara para Patrícia.— Srta. Patrícia, a maioria das pessoas a bordo não são confiáveis. Nós, como pessoas comuns, podemos levantar suspeitas. Teremos que nos passar por marido e mulher, e quanto à Srta. Joyce, teremos que envolvê-la também. — Teófilo fez um
O homem tinha uma meia suja amordaçando ele, claramente aterrorizado. Ele tinha embarcado no navio buscando emoções, pensando que o corpo da mulher era exatamente do seu gosto e tinha feito apenas uma sugestão. Isso justificava tanta brutalidade? Afinal, todos a bordo pareciam mais sujos que os outros, então por que ele estava se fingindo de inocente? Quando Teófilo retirou a meia, o homem se apressou em suplicar:— Era só uma piada, veja como você está agitado. Não pode relevar?— Heh. — Teófilo riu friamente e arrancou sua própria máscara. — Eu vou brincar direito com você.As máscaras eram o que eles usavam para esconder sua vergonha, e removê-las era como deixá-los nus em público. Teófilo reconhecia esse rosto, era um empresário muito conhecido da Cidade A. A mídia sempre promovia sua imagem de marido e pai amoroso, e seus filhos também eram muito bem-sucedidos. Mas por trás dessa fachada de sucesso, ele se envolvia nessas sórdidas atividades, algo verdadeiramente repugnante.
Teófilo passou a mão pela cabeça da criança, e recentemente Joyce ficou cada vez mais próxima dele. Exceto por não chamá-lo de pai, não havia diferença alguma de um pai biológico.— Acabei de fazer, coma enquanto está quente.Patrícia balançou a cabeça, contida:— Não a mime demais, comer muitos doces pode causar cárie.— Não tem problema, é só um pedacinho. — Ele era tão gentil, parecendo uma pessoa completamente diferente quando lidava com estranhos.Patrícia não sabia se era ilusão, mas sempre sentia que Raul tinha mudado um pouco desde o início.Mas pensando bem, isso é normal, quem mostra seu verdadeiro eu no primeiro encontro?— Está tudo pronto?— Sim. — Teófilo então lembrou. — Ah, Srta. Patrícia, aqui está o mapa do cruzeiro para você ver.Quando Patrícia entrou no navio, ela já achava que era grande, mas só depois de olhar de perto percebeu o quão enorme era.O térreo abrigava um grande cassino, o segundo andar continha antiguidades de origem duvidosa, ervas medicinais, armas
Lucas, ao ver as bolsas e roupas de marca ao lado de uma mulher, exclamou: — Irmão, olha só isso, é muito estiloso para ser usado em combate corpo a corpo. Compra para mim, quero este e aquele.Gabriel se sentiu impotente.Teófilo pegou uma pequena pistola feminina, e o vendedor a apresentou com entusiasmo:— Senhor, excelente escolha, este é o modelo mais recente, com um recuo baixo, especialmente adequado para senhoras.— Vou levar este e esse também.Teófilo também se interessou por um pequeno punhal portátil, perfeito para ocultação.Após escolher por um tempo, ele finalmente se dirigiu à área das ervas medicinais.Havia muita gente, todos comprando em grandes quantidades como se estivessem adquirindo verduras no atacado.Muitos medicamentos controlados no país estavam disponíveis ali, onde não havia leis, apenas dinheiro e desejo.Com dinheiro suficiente, todos os desejos podem ser satisfeitos.Não havia um leilão de itens de luxo essa noite, então Teófilo pôde apenas vagar entre
Lucas observava a nuca de Teófilo e não conseguia deixar de sentir pena dele, o homem se encontrava numa situação realmente difícil.Originalmente, ele havia concordado em casar com Mariana apenas por compromisso, nunca havia tocado em Mariana, pois desde o início, seu coração pertencia somente a Patrícia.Ao contrário de Lucas, que, mesmo sem uma namorada, ainda encontrava muitas formas de se distrair.Teófilo era fiel a apenas uma pessoa, e se os dois não conseguissem se reconciliar no futuro, ele acabaria solteiro pelo resto da vida, o que era de fato lamentável.— Irmão, que tal comprarmos uma boneca sexual realista para o chefe? As simulações estão muito avançadas hoje em dia, e isso não seria considerado traição, certo?Gabriel respondeu, incrédulo:— Se você quer se arriscar, eu não vou impedir.Lucas disse, se sentindo injustiçado:— Não estou pensando no chefe? Sempre se reprimindo assim, não vai acabar se prejudicando? Não pode ser, irmão, você tem que me acompanhar para comp
Teófilo olhou para trás e não viu Lucas e Gabriel.Eles eram a razão pela qual ele podia beber tranquilamente, e justamente naquele momento, desapareceram, fazendo Teófilo cair em uma armadilha.A mulher à sua frente achava que, com sua aparência e corpo, nenhum homem poderia resistir.No entanto, quando ele virou a cabeça para olhá-la, ela não percebeu nenhum desejo em seus olhos, apenas uma autoridade imensa e um frio penetrante.Embora ele estivesse sentado e ela de pé, a diferença entre suas auras era abismal.Ele apoiava a cabeça com uma mão, como um rei sentado em um trono elevado, desprezando tudo ao seu redor.Para ele, ela não passava de uma formiga insignificante.A mulher, não se conformando, atribuía tudo ao efeito da droga que ainda não havia surgido.Ela tentou se aproximar de Teófilo, convencida de que seu corpo, do qual se orgulhava, não poderia deixar de tentá-lo.Se Patrícia estivesse ali, saberia que era o fim, que seria melhor fugir.Quando Teófilo ficava extremamen
Teófilo, aproveitando sua altura, cobriu o interruptor com a mão, impedindo os movimentos de Patrícia.Ele não queria que Patrícia visse o quão desajeitado ele estava naquele momento.— Srta. Patrícia, fique tranquila, eu realmente estou bem. Vá fazer companhia à Srta. Joyce.Quanto mais ele tentava esconder, mais preocupada ficava Patrícia. Ela sabia que ele devia estar machucado e estava ocultando isso para que ela não se preocupasse.Com o homem bloqueando a luz, Patrícia, em um momento de desespero, estendeu a mão para tocar seu corpo.Teófilo, já extremamente reprimido, quase enlouquecendo, pressionou a voz:— Não toque.— Então me diga o que realmente aconteceu.— Não é nada.Patrícia claramente não acreditava, ele estava coberto de suor, certamente devido a um ferimento grave, ou não estaria suando de dor.Mas onde estava o ferimento?Ela tocava nele aleatoriamente, e o homem, incapaz de suportar mais, de repente a empurrou e a pressionou contra a cama de solteiro ao lado.Os do