Teófilo já tinha uma ideia fixa em mente, estava praticamente certo de que Patrícia ainda estava viva e em breve descobriria onde ela estava morando. Ele continuou a falar, sem demonstrar suas emoções:— Muito obrigado.Roberto encontrou os olhos de Teófilo, cheios de vasos sanguíneos vermelhos, e notou que ele estava visivelmente mais magro, o que dava a entender como os últimos dias haviam sido um tormento para ele. As pessoas que vieram ao funeral acharam muito estranho, não apenas houve sangue em um funeral, mas a família Amaral não interveio e até deixou Teófilo se ajoelhar.Dizem que os homens raramente se ajoelham, geralmente apenas para seus pais, mas lá estava ele, ajoelhado diante do túmulo de sua esposa, e por muito tempo. Conforme os minutos passavam e o céu escurecia, Rafaela finalmente não aguentou e desmaiou ao lado.Agatha rapidamente se aproximou:— Teófilo, já chega.Ele olhou para ela, o sangue em sua testa já havia coagulado, e seu rosto estava pálido. Não sabia
Com os eventos anteriores, Rafaela estava cheia de medo de Teófilo, seu corpo tremendo involuntariamente.Agatha pensou que Teófilo já tinha desabafado o suficiente, afinal, durante o dia e a noite em que Rafaela esteve inconsciente, foi ele quem cuidou para que uma equipe médica especial desse atenção.— Teófilo, Rafaela acabou de acordar, você vai assustá-la assim.Teófilo deu a ela um olhar frio:— Mãe, você não acha que o que ela fez com a Paty pode acabar assim, não é?A expressão de Agatha mudou e ela ficou em alerta, ficando na frente de Rafaela para bloquear o olhar sombrio de Teófilo.— Olhe como a cabeça dela está machucada. Mesmo que ela tenha errado com a Paty no passado, isso não é suficiente?Embora Agatha gostasse de Patrícia e sentisse pena de seu casamento, Rafaela era sua filha.Afinal, todos têm coração, e entre uma nora morta e uma filha viva, ela naturalmente escolheria sua filha.Teófilo, com um sorriso frio, mancava em direção a Rafaela.Ele tinha ficado de joelh
Teófilo a encarava como um monstro. Por que ela não gritava? Por que estava tão calma? Rafaela estendeu a outra mão para acariciar o rosto de Teófilo e até sorriu.— Irmão, dói mais em você, não é?— Por que fazer isso? Paty é uma boa pessoa, por que você queria machucá-la?— Não há um porquê, simplesmente a odeio, odeio profundamente.Parece que a loucura é hereditária. Rafaela e Teófilo eram loucos como sua mãe, a certo grau.— Até agora você não se arrepende!Teófilo rapidamente cortou o tendão da mão direita dela, e o sangue espirrou no rosto de Rafaela.Ela, porém, sorria brilhantemente: — Não importa o que você faça comigo, ela não voltará.Agatha não esperava que esse desgraçado realmente agisse, machucando a mão de sua irmã tão rapidamente.Ela tentou empurrar Teófilo com todas as suas forças, mas encontrou o rosto sorridente de Rafaela.— Loucos, vocês dois são loucos! Doutor! Chamem um médico!Agatha foi verificar o ferimento na mão de Rafaela, levantando a manga dela, mas
— Não! — Agatha gritava, com grande dor no coração.Um erro levava a outro, tudo porque ela valorizou muito o amor naquela época, resultando no que sua família se tornou.Um irmão que não parecia um irmão, uma irmã que não parecia uma irmã.Teófilo cumpriu sua palavra e realmente incapacitou as mãos e as pernas de Rafaela, deixando ela completamente inválida.Agatha ficava ao lado de Rafaela, como se servisse para compensar o amor materno que havia faltado.Ela cuidava de Rafaela todos os dias, sem se importar com o incômodo, lavando ela, penteando seus cabelos, alimentando ela.O amor materno que faltou na infância de Rafaela foi completamente compensado, e ela não tinha grandes expectativas para o futuro.Para ela, viver ou morrer não fazia diferença.Além do calor ocasional de Simão em sua vida, ela já se havia se acostumado ao frio e à feiura da natureza humana.Ser tratada assim por Agatha claramente a deixava desconfortável.A mãe que antes a detestava, o irmão que era gentil com
Na escuridão da noite, em uma mansão nas montanhas, Roberto chegava silenciosamente.Tinha acabado de anoitecer, e as luzes do primeiro andar estavam acesas.Ao ver Roberto entrar, Nanda correu ao seu encontro:— Ninguém te viu, né?— Não, como ela está?Nanda fez um bico, abraçou o pescoço dele insatisfeita e disse:— Fazer a atual namorada cuidar da tua deusa, e ainda chegar perguntando por ela, não é um pouco demais?— Desculpa, Nanda, sei que é difícil para você, mas é que a situação da Patrícia é um pouco especial.Ao ver Roberto apressado em se explicar, Nanda soltou uma risada, e os sulcos em seus cantos de boca eram encantadores.— Tá bom, eu estava só te provocando. Eu pareço ser uma mulher tão mesquinha? Na verdade, eu consigo entender, ela é uma gênia incrível e ainda por cima bonita. Até eu, sendo mulher, fico encantada com o rosto da Patrícia, imagina você.Roberto respirou aliviado, temendo que Nanda pudesse se sentir ofendida.Ele tinha sido atraído por Patrícia no passa
Patrícia passou alguns dias se recuperando e seus índices de saúde melhoraram gradativamente.Roberto percebeu que a cor dela estava muito melhor do que nos dias anteriores, ela também parecia mais corada.— Patrícia, você está se adaptando aqui? — Perguntou Roberto.— Sim, estou adaptada. Está tudo bem, Nanda tem cuidado de mim com muita atenção, estou feliz aqui.O mais importante era que ela não precisava mais viver sob o controle opressivo de Teófilo diariamente, nem se preocupar com tentativas de assassinato.A maior parte das doenças das pessoas provém de condições psicológicas, sem as preocupações mentais, a doença naturalmente já está meio curada.— Que bom que você se adaptou. Nanda é uma boa menina e muito prestativa, qualquer coisa que precisar, pode falar com ela.— Obrigada a vocês, vou guardar essa bondade no coração e, se eu tiver um futuro, com certeza retribuirei.— Patrícia, não precisa se preocupar tanto conosco, não esperamos retribuição. Vem, se sente e vamos conve
Roberto suspirou aliviado ao ver o estado atual de Patrícia:— Eu temia que você sentisse pena dele, que se arrependesse da sua decisão. Mas vê-la finalmente liberta me tranquiliza.— Dr. Roberto, a Patrícia do passado morreu naquele mar. Escolhi este caminho e não me arrependerei.Roberto se lembrou de uma conversa anterior em que perguntou a ela se algum dia se arrependeu de ter se casado com Teófilo. Ela respondeu com a mesma calma e racionalidade. Sem arrependimentos.Contudo, a Patrícia de agora exibia um olhar firme, como uma fênix renascida das cinzas, demonstrando uma resiliência incrivelmente forte.— Enquanto não concluir o que devo, não abandonarei minha vida.Patrícia estava determinada, e além de fugir de Teófilo, tinha várias outras questões para resolver.Ela precisava descobrir quem estava por trás das tentativas de assassinato contra ela e encontrar uma pessoa específica. Após recuperar a memória, Patrícia se recordou de um encontro no shopping com Marcos, quando ela
Gabriel pegou seu celular:— Esta é a imagem capturada hoje pela câmera em forma de aranha.Na imagem, Patrícia estava sentada no jardim, lendo tranquilamente. Embora a câmera fosse do tamanho de uma aranha, a qualidade da imagem era muito clara.Teófilo levantou a mão e acariciou a bochecha de Patrícia, percebendo que soltá-la foi a decisão correta, pois ela parecia muito melhor do que antes.— Acabei de receber uma mensagem. Roberto preparou alguns medicamentos para a quimioterapia. A Sra. Patrícia deve começar a segunda sessão em breve.— Estou ciente.Embora ele só pudesse ver as luzes da mansão e soubesse que Patrícia estava lá dentro, isso dava a Teófilo um grande alívio.Infelizmente, eles não ousavam se expor, podendo apenas colocar a câmera-aranha no jardim e esperar que Patrícia saísse para tirar as fotos.— Presidente Teófilo, devemos voltar. Aqui você não pode ver a Sra. Patrícia, mas saber que ela está viva já é suficiente para você se acalmar.Pensando na reação intensa d