Após o incidente com Branquinha, Patrícia ficou profundamente abalada e não conseguiu mais se recuperar, perdendo todo o seu impulso anterior. Teófilo, percebendo isso, se sentia ansioso, mas impotente para aliviar a dor física e emocional que Patrícia enfrentava. Ao vê-la definhando a cada dia, e sem notícias de Daniel, Teófilo ficava cada vez mais desesperado.Patrícia, por sua vez, se recusava a vê-lo, e ele só conseguia obter informações sobre seu estado através do vidro da porta e das conversas com o médico. Nos últimos dias, Patrícia passava a maior parte do tempo na cama, chorando, e nem Tamires nem Agatha conseguiram consolá-la efetivamente. Era uma doença psicológica, que nem mesmo os melhores médicos conseguiam curar.Agatha deu um tapinha no ombro de Teófilo e disse: - Doenças psicológicas precisam de remédios psicológicos, Patrícia perdeu a vontade de viver, você precisa estar preparado psicologicamente.Todos o aconselhavam assim, mas até hoje ele não estava preparado
Ele não sabia quanto tempo essa frase fez Patrícia chorar.Durante o jantar à luz de velas, Teófilo acendeu as velas para celebrar o aniversário do filho.Patrícia cantou a canção de aniversário junto com ele, e Diego, com as mãos juntas, fez um pedido sério.- O que você desejou? - Perguntou Patrícia em segredo.Diego sorriu:- Se eu contar, não se realiza.Ele desejava que sua mãe melhorasse logo e que seus pais sempre estivessem ao seu lado.À luz das velas, Teófilo observava o rosto gentil de Patrícia, desejando que aquele momento pudesse durar para sempre.Diego ria alegremente, fazendo Teófilo lembrar de seu próprio terceiro aniversário. Ele sabia que seu filho não teria uma infância como a dele, faria tudo para amar Patrícia e Diego.Patrícia estava especialmente feliz naquela noite, se divertindo com ele e rindo ao seu lado.Ela até dormiu na mesma cama que Teófilo, com Diego entre eles.Patrícia, emocionada, comentou:- Se aquele menino ainda estivesse vivo, será que seria com
Teófilo, com as mãos trêmulas, pegou a aliança e a carta. O simples ato de abrir a carta fazia suas mãos tremerem incontrolavelmente, como as de um idoso acometido pela doença de Parkinson. Gabriel falou com uma voz grave: — Presidente Teófilo, me deixe fazer isso por você.Na verdade, ler ou não a carta já não fazia muita diferença, todos pareciam ter adivinhado o desfecho. No entanto, sob o impacto da surpresa e da tristeza, Teófilo lentamente retirou a carta. A caligrafia familiar diante de seus olhos era um lembrete doloroso. Antigamente, quando ele viajava a trabalho, ela secretamente escrevia cartas para ele. Sem saber o endereço, ela guardava suas palavras numa garrafa enterrada no jardim. Ele, descobrindo por acaso, sempre fazia disso a primeira coisa a verificar ao retornar, escavando em seu "covil secreto" em busca de novas mensagens.Naquela época, suas palavras e frases eram como as de uma jovem encantadora, não como as desta carta, que, embora curtas, eram claramente
Mansão dos Amaral.O homem na cama moveu os dedos e, de repente, gritou: — Paty!Ele abriu os olhos e se sentou, olhando ao redor com um olhar aterrorizado. Agatha suspirou aliviada:— Você finalmente acordou. Esteve inconsciente por três dias e três noites.A memória de Teófilo ainda estava na praia, e ele perguntou rapidamente:— Mãe, Paty foi encontrada?Agatha sentiu uma dor no coração, receosa de contar a ele o desfecho.— Filho, você precisa estar preparado, Paty... Ela já...— Impossível, Paty não pode estar morta! — Teófilo não conseguia aceitar essa realidade.Ele desceu da cama descalço e correu para a porta.— Paty, onde você está? Está se escondendo de mim? Paty, não se esconda!Teófilo procurava sem destino definido, entrou no quarto no primeiro andar, tudo ainda estava como quando Patrícia foi embora. A cama estava meticulosamente arrumada, as flores no vaso, frescas cortadas do jardim há uma semana, agora murchas e pendendo a cabeça sem vida. O livro que ela estava l
Teófilo voltou àquela área do mar, onde Lucas e Gabriel pareciam exaustos. Apesar do sistema de turnos, eles mal tinham descansado nos últimos dias, agora envoltos em pura escuridão. Eles sabiam muito bem o quanto Patrícia significava para Teófilo e, nesses três dias, mobilizaram incontáveis pessoas e utilizaram todos os recursos disponíveis para o resgate.Ao ver Teófilo, correram ao seu encontro:— Presidente Teófilo.Os olhos de Teófilo estavam vermelhos, e sua roupa preta parecia menos imponente do que de costume, substituído por uma aparência de derrota. Ele falou com voz rouca:— Há alguma novidade?Gabriel negou com a cabeça:— Por enquanto não. A área do mar onde a Sra. Patrícia pulou é complicada. Naquela hora, ela encontrou uma corrente de retorno que a levou para longe, direto para uma zona de falha, onde a profundidade alcança centenas de metros e a visibilidade é ruim, tornando o resgate bastante difícil.Teófilo apertou os dedos até que as juntas ficassem brancas, fixan
Teófilo olhava para as estrelas no céu, um sorriso contido nos lábios.— Mesmo que ela não esteja morta, e eu consiga encontrá-la e trazê-la de volta, seria apenas repetir os erros do passado e fazê-la sofrer novamente. Ao meu lado, ela é como uma flor em um vaso, que logo murcha. Talvez... Deixá-la ir seria melhor para ela.Lucas e Gabriel mal podiam acreditar no que ouviam de Teófilo.— Presidente Teófilo, você realmente consegue suportar a ideia de deixar a Sra. Patrícia partir?— Antes, eu sempre quis mantê-la por perto. Os acidentes nunca pararam, e a Paty me odeia profundamente. Se isso é o que ela deseja, eu a deixarei ir. — Teófilo suspirou. — Tudo isso são apenas suposições sem provas concretas. Vamos primeiro verificar se ela ainda está viva, checar a localização do celular dela e todos os movimentos de Roberto nos últimos sete dias, mas se lembre de ser discreto.— Certo, Presidente Teófilo. Você vai voltar agora?Teófilo negou com a cabeça:— Se a Paty ainda estiver viva, e
Gabriel disse:— Presidente Teófilo, percebo que você mudou.— Sempre acreditei que o que planejei para ela fosse a melhor decisão, mas na verdade, apenas a machuquei repetidas vezes. Além disso, a morte simulada de Paty não é algo ruim, ela conseguiu me enganar e certamente pode enganar seus inimigos, o que é de fato mais seguro para ela, pois ela não precisa se preocupar constantemente com assassinatos.— Portanto, essa encenação do Presidente Teófilo não é apenas para a Sra. Patrícia, mas também para os olhos de seus inimigos.— Isso nos dá mais tempo para investigar, é o momento em que essa pessoa baixa a guarda, mas antes disso, eu preciso fazer algo.— O quê?— Eliminar os malfeitores.A notícia da morte da Sra. Patrícia por uma doença terminal se espalhou rapidamente, e o funeral foi marcado para esta noite, com a presença de muitas pessoas importantes da alta sociedade. Agatha estava com os olhos vermelhos, ela realmente apreciava essa nora, uma pena que ela não vivesse mais.
Teófilo não se esquivou e Gabriel deu um passo à frente para separá-los:— Srta. Luciana, peço que mantenha a calma. As coisas chegaram a este ponto, e o presidente Teófilo também não desejava isso. Foi a Sra. Patrícia que escolheu esse caminho, e ele já está muito abalado.Luciana não conseguiu se segurar e, chorando e gritando, disse:— Você, cafajeste! A Paty já estava se recuperando, certamente foi você quem a perturbou novamente. Ela teve muito azar ao encontrar você. — Ela contornou Gabriel e, usando saltos altos, ficou apenas um pouco mais baixa que Teófilo, agarrando o colarinho dele com as duas mãos. — O que a Paty fez de errado para você tratá-la assim?Teófilo, com os olhos baixos e voz suave, respondeu:— Ela não fez nada de errado, o erro foi meu.Luciana estava furiosa, mas já não havia mais o que fazer. Mesmo que ela matasse Teófilo, Patrícia não voltaria. Contudo, ela não conseguia superar essa raiva e tentou bater em Teófilo novamente. Desta vez, alguém segurou sua