Patrícia estava com uma dor de estômago insuportável, e, para piorar a situação, Félix, sempre mal-intencionado, provocou ela ao ponto de deixá-la furiosa. Naquele momento, um abraço de Teófilo fez com que Patrícia se sentisse como um cachorrinho abandonado que finalmente reencontra seu dono. Ela retribuiu o abraço, dizendo com voz cheia de mágoa:- Você finalmente voltou.Teófilo acariciava gentilmente o rosto dela e, mesmo com a maquiagem, percebeu imediatamente que algo estava errado com sua expressão.- O que está te incomodando?Como havia muitas pessoas ao redor observando, Patrícia, tentando não expor seu desconforto, reprimiu a dor com um sorriso:- Não é nada, só estou feliz por você ter voltado.Teófilo percebeu o suor frio na testa de Patrícia e supôs que talvez as ações anteriores de Valéria e seu filho a tivessem perturbado. Decidiu intervir rapidamente. Ele a consolou suavemente:- Não tenha medo, eu estou aqui agora, ninguém vai te machucar novamente.Após confortar Pa
Valéria foi flagrada de surpresa, encarando Teófilo com os olhos arregalados, claramente incrédula, pois ela também era uma anciã da família!- Valéria! - Felipe rapidamente retirou a toalha de sua boca.Valéria reagiu instintivamente, querendo continuar a se lamentar, mas um olhar gélido de Teófilo a fez cessar imediatamente, e ela apontou rapidamente para Félix, que estava no chão:- Primeiro, salve nosso filho.Felipe também sabia que este não era o momento de discutir com Teófilo, a segurança de Félix era prioritária.- Chega de chorar.Felipe soltou Valéria e se dirigiu a Lucas:- Solte ele.Embora emanasse uma aura dominante, Lucas não era seu empregado, então por que deveria obedecê-lo? Além disso, saber das ações de Felipe na infância de Teófilo já era suficiente para irritá-lo, não reagir com violência já era uma concessão, então Lucas fingiu não ouvir a ordem.Felipe foi ignorado mais uma vez, e seu rosto esfriou instantaneamente:- Eu disse para você soltar, você está surdo
Felipe olhou para trás, em direção a Valéria:- Não foi você que sempre disse que queria ir embora?Valéria, com lágrimas nos olhos, respondeu:- Você pensa que eu quero ficar aqui? Eu simplesmente não posso deixar nosso filho. Ele sofreu tanto nos negócios conosco durante todos esses anos.Dito isso, Valéria se ajoelhou diante de Ricardo:- Pai, você tem noção de como tem sido nossa vida ao longo desses anos? Sei que você despreza minha origem humilde, mas o que meu filho fez de errado? Ele também carrega o sangue da família Amaral. É evidente que Felipe me ama. Por que você quer nos separar? Até nos expulsou da Mansão dos Amaral. Mesmo casados, somos desprezados lá fora.Ela continuou:- O mais triste é a situação do Félix, que poderia ter uma família normal, mas ainda assim sofre o estigma de ser um filho ilegítimo. Desde pequeno, ele é intimidado por seus colegas, volta para casa todos os dias coberto de feridas. Você imagina quanto isso dói em uma mãe? Ele é apenas uma criança ino
Felipe franzia a testa, se lembrando de como estava sobrecarregado com dores de cabeça diárias naquela época, enquanto Valéria frequentemente pedia dinheiro a ele. Uma vez era o pai dela com uma doença grave, na vez seguinte era a mãe com problemas cardíacos, ou então algo acontecia com o irmão. Ela dizia que o pai estava na UTI e mencionava o quanto cada dia custava, sem contar as outras despesas. Felipe havia lhe dado milhões, e não demorou muito para que ela encontrasse mais motivos para pedir mais.No fundo, Felipe sempre viu Valéria como uma mulher simples e não materialista, por isso nunca pensou em outra possibilidade. Afinal, eles eram casados e o dinheiro dele era o dinheiro dela. Contudo, naquela época, ele também não dispunha de muito dinheiro, pois havia investido um bilhão para abrir uma empresa, e a rotação de capital estava bastante apertada.Cada vez que o pagamento de um projeto era liberado, Valéria surgia com várias razões para pegá-lo, e Felipe, precisando real
Valéria ainda tentava explicar, mas sua voz soava tão fraca diante das evidências contundentes que ela só podia repetir a Felipe o quanto o amava.Felipe segurava sua mão e, pela primeira vez, um olhar quase de nojo surgiu em seus olhos:- Chega de falar, vamos embora.Independentemente de quem Valéria fosse, suas ações naquele dia haviam ultrapassado qualquer entendimento prévio que Felipe tinha dela, e o haviam envergonhado profundamente. Ele desejava apenas deixar aquele lugar o mais rápido possível.Valéria, com mil relutâncias no coração, só podia seguir as ordens de Felipe, embora ela também tivesse lucrado ao longo dos anos. Quem renunciaria a uma fonte de renda assim?- Está bem, farei o que você diz. Vamos levar o menino e ir embora.Teófilo, com os braços cruzados e um olhar frio, observava ela:- Eu não disse que Félix pode ir.Valéria o encarou furiosamente:- Até quando você vai fazê-lo ficar de joelhos?- Até eu estar satisfeito com o que ele fez. Morrer mil ou dez mil ve
Todos os olhares se desviaram do caótico casamento de Felipe para a mulher na porta, fazendo com que as expressões de Ricardo e Agatha mudassem drasticamente.Como Mariana poderia estar ali? Eles haviam manipulado a situação para que ela não tivesse a chance de se aproximar de Patrícia.Quem teria ajudado Mariana?Félix, com o rosto coberto de sangue, finalmente viu uma reviravolta a seu favor e sorriu triunfante:- Teófilo, parece que você também não ganhou.Teófilo franzia a testa, preocupado com os bastidores desses eventos nos últimos dias, sem esperar que seu adversário planejasse tal manobra.Patrícia já tinha visto Mariana, e agora, expulsá-la ou não, seria impossível explicar a situação claramente.Agatha foi a primeira a falar:- Mordomo Jacarias, por favor, peça aos visitantes para saírem.O mordomo Jacarias, esperto como sempre, agiu prontamente ao ouvir a ordem:- Senhorita, peço desculpas pela inconveniência, hoje não estamos recebendo visitas.Mariana, claro, não cooperar
Teófilo imediatamente correu para ajudar Patrícia, impedindo que ela caísse, mas uma grande quantidade de sangue começou a jorrar desesperadamente do canto de sua boca. A família Amaral entrou em pânico, correndo ao redor e clamando:- Doutor! Onde está o médico?Teófilo, segurando o corpo frágil de Patrícia, estendeu a mão para tentar limpar o sangue de seu canto da boca, mas o sangue vermelho brilhante tingiu suas mãos e o vestido branco de Patrícia, como água de uma fonte. Ele começou a perceber que algo estava errado:- Paty, o que está acontecendo com você?Roberto, que ouviu sua pergunta ao lado, ficou chocado, ele tinha ido embora há quase dois anos.- Então você ainda não sabe o que ela tem até hoje?O olhar de Teófilo se voltou repentinamente para Roberto:- Doença? Que doença ela tem?Roberto não respondeu a Teófilo, mas olhou para Patrícia com resignação e tristeza:- Você disse que não se arrependeria de escolher este caminho, esta é a pessoa que você amou com todo o seu
Teófilo ficou paralisado no lugar, Agatha empalideceu e até Ricardo se surpreendeu.- Isso é absurdo, Paty é tão saudável, como ela poderia ter câncer?Roberto afastou a mão de Teófilo e, com um olhar triste, continuou a explicar:- Já na época do divórcio, dois anos atrás, os resultados da biópsia de Patrícia já indicavam um estágio intermediário a avançado. Agora, olhando para o estado dela, tenho medo de que esteja realmente em fase terminal.A palavra "terminal" ecoou na mente de Teófilo, reiniciando seu cérebro. Patrícia estava tão fraca que não conseguia mais vomitar, e Teófilo a segurou rapidamente nos braços, correndo para fora sem hesitar.- Paty, vai ficar tudo bem, vou te levar para o hospital agora, você vai ficar bem.Sem que percebessem, começou a chover. Gotas caíram no rosto de Patrícia. Ela olhou para cima, fraca, e viu os olhos de Teófilo brilhando com lágrimas. Então, era lágrima ou chuva em seu rosto? Parecia que nada mais importava. Ela sentia sua vida se esvai