Juan girou nos calcanhares e saiu apressado do prédio. Ele pegou o celular e ligou para Edgar:— Verifique as câmeras de segurança do estacionamento subterrâneo do Grupo Alves. Quero saber onde está a Alana.Edgar ouviu a ordem direta e urgente do chefe e, sem questionar, desligou na mesma hora para começar a buscar as imagens.Enquanto isso, Juan não perdeu tempo. Seus lábios estavam cerrados em uma linha dura, e suas sobrancelhas franzidas mostravam toda a tensão que consumia seu corpo. Ele abriu o notebook que carregava no carro e começou a rastrear a localização do celular de Alana.Poucos minutos depois, o celular tocou. Era Edgar, com as informações.— Presidente, eu encontrei. A Srta. Alana foi levada por algumas pessoas. A localização atual é...Antes que Edgar pudesse terminar, Juan completou com um tom grave e frio:— Armazém no subúrbio oeste. Leve a polícia para lá. Estou a caminho.Sem esperar resposta, Juan encerrou a ligação.Edgar ficou em silêncio por alguns segundos,
Enquanto falava, Bruno, sem qualquer hesitação ou remorso, desferiu um tapa no rosto de Alana. Não demonstrou sequer um pingo de compaixão.Iva, que observava tudo ao lado, não conseguiu esconder seu prazer ao presenciar a cena.Os lábios de Alana ficaram manchados com um pequeno fio de sangue após o golpe. Ela ergueu seus olhos belos, mas cheios de ódio, encarando Bruno com fúria.Bruno, ao ser encarado daquela forma, sentiu um leve arrepio na espinha. Ainda assim, não conteve sua provocação:— O quê? Está com raiva? Vai fazer alguma coisa?Enquanto ele falava, levantou a mão novamente, disposto a desferir outro tapa. Mas, antes que pudesse completar o movimento, uma grande mão segurou seu pulso com força, torcendo-o e jogando-o para longe. Logo em seguida, um chute certeiro o derrubou no chão, acompanhado de uma voz grave e ameaçadora:— Quer morrer?Alana reconheceu a voz imediatamente. Ela abriu os olhos e virou-se para ver quem era. Contra a luz, ela viu um homem parado ali. Quand
Quando Edgar entrou com os policiais, ele viu Juan saindo com Alana nos braços. A mulher estava coberta com o paletó de Juan.Alana parecia pequena e delicada, aninhada contra o peito forte de Juan. Os dois formavam uma imagem tão harmônica que Edgar, mesmo contrariado, teve que admitir isso.— Senhor, eu trouxe os policiais.Ao ver Alana nos braços de Juan, Edgar apressou-se a falar, tentando não perder o foco.Como esperado, Juan lançou um olhar satisfeito em sua direção. Ele fez um leve aceno com a cabeça antes de ordenar:— Não deixem ninguém escapar.Após dizer isso, ele saiu em passos firmes, ainda carregando Alana. Ele sabia que as roupas dela estavam em estado deplorável e que ela não gostaria de permanecer naquele lugar nem por mais um segundo.Juan estava certo. Naquele momento, Alana mantinha o rosto escondido em seu pescoço, tentando se proteger do mundo ao redor. Ter apanhado um tapa era algo que ela considerava uma humilhação indescritível.— Eu sei o que está pensando, L
Do outro lado, Juan colocou Alana com delicadeza no banco do carona e, em seguida, entrou no lugar do motorista. Seus olhos, cheios de ternura, pousaram sobre ela. Contudo, por trás dessa suavidade, havia uma dor evidente.A proximidade entre os dois era intensa, e, com um homem tão absurdamente bonito como ele ao lado, o rosto de Alana logo ficou ruborizado.— Você, chega pra lá! — Alana gaguejou, tentando afastá-lo.Mas Juan não deu ouvidos. Ele se inclinou ainda mais, até que seu corpo quase encostasse no dela. Sua voz grave e carregada de culpa ecoou:— Me desculpe, Lana. Foi por minha causa que você passou por isso.As palavras de Juan estavam impregnadas de autocrítica. Ele se culpava profundamente por ter permitido que Alana fosse machucada.Desde o momento em que entrou no local e viu Alana cercada por aqueles homens, com sangue no canto de sua boca, Juan só conseguia pensar em eliminá-los um por um. Ele queria que todos eles pagassem com a vida por terem ousado encostar na mul
Alana reconheceu que as marcas em seu pulso eram resultado de sua própria luta para se libertar. Meio sem jeito, ela puxou a mão para trás.— Não é nada, são só pequenos arranhões.Mais uma vez, Alana tentou afastar Juan:— Saia, por favor. Eu consigo me virar sozinha.A expressão de Juan escureceu. Ele não esperava que, mesmo naquele momento, Alana ainda se recusasse a ser honesta com ele. Por que ela não podia simplesmente se abrir e contar tudo o que havia acontecido?— Você acha que isso são apenas pequenos arranhões?Alana, sem perceber o tom grave na voz de Juan, continuou falando casualmente:— Sim, não é nada. Vou dormir e amanhã já estarei bem.Ela queria apenas tomar um banho rápido e, mais uma vez, tentou pedir que Juan saísse. Mas, ao levantar os olhos, encontrou o olhar profundo e penetrante dele.— O que foi? — Ela perguntou, meio confusa.— Lana, eu espero que, daqui pra frente, você não tente ser tão forte assim. — A voz de Juan era cheia de preocupação e ternura. — Voc
Sentindo o cuidado de Juan em cada gesto, Alana não podia negar que estava tocada. Contudo, ao lembrar do caderno de anotações dele e do "primeiro amor", seu humor ficou inexplicavelmente sombrio.Ela não entendia de onde vinha aquela sensação incômoda. Talvez fosse porque se lembrou de um sentimento antigo e escondido, uma paixão secreta que havia guardado no fundo do coração, mas nunca teve coragem de confessar.Juan, por sua vez, estava concentrado. Ele observava as mechas de cabelo de Alana como se fossem algo precioso, quase sagrado. Seus movimentos eram meticulosos, como se temesse machucá-la, e seus olhos refletiam uma atenção rara. Aquelas mãos, que estavam acostumadas a assinar contratos milionários, agora estavam ocupadas secando os cabelos dela com todo o cuidado do mundo.Se Edgar visse essa cena, certamente acreditaria que porcos poderiam voar.Quando Juan finalmente terminou de secar os cabelos, Alana já havia parado de se perder em pensamentos. A confusão em seu coração
Uma noite tranquila. No dia seguinte. Quando Alana acordou, tomou o café da manhã preparado por Juan como de costume. Desde o ocorrido no dia anterior, ela já conseguia se sentir à vontade ao lado dele. Aqueles pensamentos confusos e cheios de questionamentos já não a perturbavam mais. Afinal, todos têm segredos e coisas que preferem manter escondidas. Por que insistir em desvendar tudo? Eles já eram adultos, e cada um precisava de seu próprio espaço. — Este ovo frito ficou muito bom hoje.Alana comentou casualmente, com um leve sorriso. Juan parou por um instante, surpreso. Ao olhar para ela, viu seu rosto iluminado por um sorriso genuíno. Ele não conseguiu evitar que um sutil sorriso também surgisse em seus lábios:— Se você gostou, da próxima vez farei igual. — Combinado. A interação entre eles fluía de forma muito mais natural do que antes. Alana parecia finalmente relaxada, e Juan sentia que o gelo entre eles havia começado a derreter. Depois de terminar o café da ma
Alana estava concentrada em seu computador, revisando cada ideia e proposta, enquanto diversos cenários passavam por sua cabeça. Seus esforços e a situação envolvendo Iva já haviam chegado aos ouvidos de Liz e Laura. Ao mesmo tempo, na casa da família Alves, Laura havia decidido não ir à empresa naquele dia e estava em casa com Liz. Desde o incidente com Nelson, quando Liz saiu de casa furiosa, o clima entre as duas ainda estava um pouco desconfortável. Liz olhava para Laura, que, com sua postura impecável, lia um livro enquanto tomava um café. Laura, com a expressão tranquila, não parecia disposta a iniciar uma conversa, o que deixava Liz inquieta. Liz apertou os punhos discretamente. Apesar de Nelson já ter explicado a situação para Laura, ela sabia que, mesmo aparentando ter perdoado Nelson, a mãe ainda precisava de tempo para processar tudo. Afinal, Alana tinha provas concretas, uma gravação em mãos e aquilo era difícil de ignorar. Liz resolveu romper o silêncio: — Mãe, fi