No salão de festas, Alana segurava elegantemente uma taça de champanhe enquanto conversava animadamente com um grande nome do mundo dos negócios. Ela parecia completamente imune à confusão que havia ocorrido há pouco. Continuava radiante, como sempre.— Srta. Alana é realmente admirável. Tão jovem e já alcançando resultados tão impressionantes. É de tirar o chapéu.O empresário a olhava com admiração, seus olhos brilhando com uma leve pitada de apreciação.Alana sorriu de leve e ergueu a taça num gesto de agradecimento:— O senhor é muito gentil. Fiz apenas o que era necessário.Deu um pequeno gole no champanhe, enquanto o líquido dourado balançava suavemente na taça de cristal, refletindo o brilho de seu sorriso discreto. Seus olhos, profundos como a noite, pareciam ainda mais misteriosos sob a luz cintilante.O enigmático presidente do Grupo Griiff, que todos aguardavam com expectativa, não havia aparecido naquela noite."Será que foi conflito de agenda? No fim das contas, uma noite
Alana olhou rapidamente para Juan, que retribuiu com um olhar claro como se dissesse:"Não fuja. Enfrente."Alana respirou fundo, tentando manter a calma, e abaixou o vidro da janela, encarando Diego com uma expressão de desconfiança:— Diego, o que você quer?Quando Diego notou Juan dentro do carro, ficou visivelmente surpreso, mas logo sua expressão mudou para algo ainda mais sombrio. Ele olhou Juan de cima a baixo, tentando avaliá-lo, mas a iluminação fraca do estacionamento só permitia que visse os contornos do rosto do homem.— Alana, você foi rápida, hein? — Disse Diego com um tom sarcástico. — Agora entendi porque teve coragem de falar daquele jeito comigo lá no salão. Já arrumou um "bom partido", né? Sempre soube que tinha esse tipo de talento.Natalie, que estava ao lado dele, não demorou a soltar seu veneno:— Alana, uma estudante pobrezinha como você deveria escolher melhor seus "patrocinadores". Esse aí nem parece grande coisa. Ainda tem que dirigir o próprio carro!As pala
Juan apenas sorriu, sem responder. Em vez disso, serviu uma tigela de sopa de cogumelos e a colocou diante de Alana:— Experimente esta aqui, também está muito boa.Alana olhou para a tigela fumegante à sua frente, um turbilhão de emoções passando por sua mente. Ela lembrou-se dos três anos ao lado de Diego. Durante todo esse tempo, ele nunca sequer perguntou do que ela gostava de comer.E agora, Juan, com quem havia se casado às pressas, parecia conhecê-la melhor do que Diego jamais conhecera. Ele era tão cuidadoso, tão atento. A comparação era inevitável, e trouxe à tona uma mistura de amargura e gratidão.Ela recordou-se de como eram as refeições com Diego. Ele sempre escolhia os pratos que gostava, sem sequer perguntar sua opinião. Uma vez, Alana tomou coragem e pediu algo apimentado. Diego franziu o cenho e respondeu com desdém:— Pra quê uma mulher vai comer algo tão picante? Faz mal pra pele."Faz mal pra pele? Que desculpa idiota." Alana pensou, revirando os olhos mentalmente.
Na manhã seguinte, Alana apareceu bem cedo na sede do Grupo Alves. Ela vestia um elegante terno branco, com cortes impecáveis que acentuavam ainda mais sua beleza radiante. Cada passo que dava exalava uma confiança imponente, uma energia que parecia dominar o ambiente."Fui demitida? E daí? Não sou do tipo que sai perdendo."Alana entrou no prédio com a cabeça erguida. Seus saltos altos ecoavam no piso de mármore, o som firme e ritmado parecia anunciar sua chegada. Ela caminhou diretamente até o escritório de Bruno, sem encontrar qualquer resistência. Nem mesmo a recepcionista ousou detê-la.Ao chegar, empurrou a porta do escritório com força, que se abriu com um estrondo.Bruno estava recostado em sua cadeira, pernas cruzadas, tomando café de forma despreocupada. Ao vê-la, um lampejo de surpresa passou por seu rosto, mas ele rapidamente trocou a expressão por um sorriso cheio de desdém:— Ora, ora… não é nossa antiga funcionária do Grupo Alves? Que vento te trouxe aqui?Sua voz carreg
Aquela Alana era muito mais difícil de lidar do que Bruno imaginava. O suor começou a brotar em sua testa, seus lábios tremiam, e nenhuma palavra saía de sua boca.Sem perder mais tempo com ele, Alana virou-se e saiu do escritório. O som dos saltos ecoava pelo chão de mármore, ritmado e cortante, como se martelasse diretamente no peito de Bruno, deixando-o ainda mais inquieto.Ele se jogou na cadeira, tremendo de raiva:— Como assim? Uma universitária miserável ousando se achar no direito de me enfrentar?O pensamento o corroía por dentro. Ele se levantou de repente, tomado pela fúria, e saiu do escritório em disparada.No setor dos funcionários, Alana mal havia dado alguns passos quando ouviu os sussurros ao redor.— Alana? O que ela está fazendo aqui? Não tinha pedido demissão?— Sei lá, deve ter voltado pra implorar pro Bruno.Os cochichos eram carregados de desprezo e deboche, mas Alana ignorou cada palavra. Seu foco estava em seu objetivo. Porém, antes que pudesse chegar à sua mes
O escritório mergulhou em um silêncio sepulcral. Todos estavam completamente atônitos, como se o tempo tivesse parado diante da cena chocante que acabavam de testemunhar.Bruno jazia no chão, contorcendo-se de dor, as mãos segurando a região lombar enquanto gemia baixinho. Por mais que tentasse, não conseguia se levantar.Alana, por sua vez, sacudiu levemente as mãos, como se estivesse se livrando de um incômodo qualquer. De cima, olhava para Bruno com um sorriso frio e cortante nos lábios:— Bruno, você realmente achou que eu ia continuar tolerando suas palhaçadas? Pois preste atenção: eu não sou alguém que você pode pisotear!Os olhos de Bruno estavam tomados por um misto de terror e ódio. Nunca, nem em seus piores pesadelos, imaginou que aquela Alana, que sempre lhe parecera frágil e submissa, pudesse reagir dessa forma.Ele tentou se erguer, mas uma pontada aguda de dor percorreu seu corpo, impedindo qualquer movimento. Seu rosto se contorceu, e ele guinchou como um rato encurralad
Enquanto isso, na mansão da família Alves.A sala de estar, decorada com um luxo impecável, exalava uma atmosfera de sofisticação e tranquilidade. Laura desfrutava do café da manhã com elegância, um leve sorriso de satisfação nos lábios.De repente, o som estridente do telefone rompeu a calmaria.— Alô? — Laura atendeu com um tom sereno.— Presidente, aconteceu uma desgraça na empresa!— Presidente, a Srta. Alana… ela bateu no Bruno! O escritório virou um caos, a senhora precisa vir imediatamente!A voz do Diretor de Projeto soava aflita, quase chorosa. Mesmo através do telefone, era possível sentir seu desespero.O rosto de Laura escureceu instantaneamente. O tom de sua pele bem cuidada, sempre impecável, pareceu perder o brilho, e rugas de preocupação se formaram em sua testa. Sem hesitar, ela desligou o telefone, largando os talheres sem sequer tocar no restante do café da manhã. Pegou a bolsa e saiu às pressas da mansão.A família Alves era uma das mais influentes de Cidade Nyerere
Do outro lado da cidade, Alana afundou o pé no acelerador, e o carro esportivo preto disparou pelo asfalto como uma flecha, deixando para trás uma trilha de fumaça e adrenalina. Segurava o volante com uma mão firme, enquanto a outra passava com força pelo rosto, tentando dissipar o turbilhão de emoções que a consumia.A imagem de Laura, furiosa, suas palavras cortantes e cheias de desprezo, ecoavam em sua mente sem parar.— Você desonrou o nome da família Alves! Você ainda me considera sua mãe?Cada frase era como uma farpa venenosa cravando-se fundo em seu peito.Alana mordeu o lábio inferior, sua mandíbula travada de raiva. Apertou ainda mais o acelerador. Tudo o que queria naquele momento era fugir. Fugir daquela casa sufocante. Fugir daquela mulher que nunca a enxergou de verdade, que sempre protegeu Liz e a tratou com frieza.Quando finalmente estacionou em frente ao prédio de Karina Hermes, percebeu que suas mãos estavam suadas.O apartamento de Karina ficava em um condomínio de