Ao ver aquela cena, Juan sentiu uma ponta de insatisfação. Para ele, já estava na hora de conversar com Kevin sobre o comportamento mimado e arrogante da irmã dele. Porém, no momento seguinte, Elisa mostrou que também sabia como cativar.Elisa apontou para uma roupa na vitrine e, com um sorriso radiante, disse para Juan:— Juan, olha só essa camisa! Não é a sua cara? E essa gravata com essa calça, combinam perfeitamente! Já comprei tudo junto!Juan analisou o conjunto com um olhar atento e percebeu que, de fato, era do estilo que ele costumava usar. As peças eram elegantes e práticas, exatamente como ele gostava.Quando ele estava prestes a pagar pelas roupas, Elisa foi mais rápida e disse:— Eu pago! Juan, é meu presente para você.De forma inesperada, Juan sentiu um leve conforto no coração. Afinal, nem mesmo Alana havia comprado algo para ele daquela forma.— Certo, Lisa. Você realmente cresceu.Elisa aproveitou o elogio e, com um sorriso travesso, respondeu:— É claro que sim! Essa
Elisa não fazia ideia de como era a esposa de Juan. Quem seria essa mulher? Que tipo de pessoa ela era?O homem que ela admirava por tanto tempo, aquele com quem cresceu, havia sido "tomado" por outra pessoa. Como Elisa poderia aceitar isso tão facilmente? Naquela noite, Elisa decidiu que precisava observar essa mulher mais de perto.Depois do jantar, Juan se dispôs a levar Elisa de volta ao hotel, mas ela não quis aceitar.— Juan, eu mal chego em Nyerere e você quer que eu fique hospedada em um hotel o tempo todo? — Elisa reclamou, sentada no banco de trás, virando o rosto para o lado com um leve bico nos lábios.Ela queria, na verdade, estar no banco do carona. Mas, mais cedo, quando tentou sentar ali, Juan foi direto e firme: aquele lugar era reservado para sua esposa.Elisa, é claro, não esqueceu o que aconteceu. Naquele momento, ela havia brincado:— Juan, nem eu? Eu não sou como essas outras mulheres. Nós crescemos juntos! Essa sua regra pode até valer para qualquer uma dessas mu
— Não precisa me explicar nada. — Alana respondeu.Alana olhou para os dois, que ainda estavam lado a lado. O homem, alto e imponente. A mulher, pequena e delicada. Juntos, pareciam estranhamente harmoniosos.Por um instante, Alana sentiu como se algo tivesse sido arrancado de seu peito. Não sabia exatamente o que era, mas a sensação era incômoda.Elisa se aproximou, analisando Alana de cima a baixo. Seus olhos brilharam com um lampejo de inveja que desapareceu tão rápido quanto surgiu. Com um tom delicado, ela abriu um sorriso e disse:— Ah, então você é a esposa do Juan! Que bom que chegou. Não se preocupe, eu e o Juan não temos nada. Nos conhecemos desde pequenos, e ele só me trouxe para cá porque eu não tinha outro lugar para ir.Enquanto falava, Elisa continuava segurando o braço de Juan, como se quisesse reforçar sua posição. Ela olhou para ele, indicando que ele deveria dizer algo.— Juan, explique para ela. Acho que a sua esposa está bem irritada.— Vocês se conhecem desde pequ
Elisa viu a expressão de fúria nos olhos de Juan e entendeu que ele realmente estava irritado. Ela fez um bico, como se estivesse pouco se importando, e comentou de forma despretensiosa:— Tá bom, tá bom. Conversem direito, hein? Por favor, não briguem por minha causa.Os olhos de Alana ficaram ainda mais frios. Ela soltou um leve riso irônico, já decidida a deixar aquela casa. Se fosse para abrir espaço para eles, que assim fosse. Porém, Juan continuava segurando firme o pulso dela, sem a menor intenção de soltá-la.Alana tentou se soltar, mas foi em vão. Com a voz afiada, ela disparou:— Me solta! Vai lá com ela, não encosta em mim.As palavras de Alana fizeram as veias na testa de Juan pulsarem de raiva. Ele observou os lábios dela se movendo, pronunciando aquelas palavras que o provocavam, e sentiu uma vontade incontrolável de calá-la com um beijo.Enquanto isso, Elisa, de costas para eles, ouviu tudo e deixou um sorriso triunfante surgir em seus lábios:“Minha querida cunhada… Iss
Juan observou as costas de Alana enquanto ela se afastava, mas no final, não foi atrás dela. Ele sabia que, naquele momento, o que Alana mais precisava era de espaço. Se ele interferisse demais, ela só ficaria ainda mais irritada.Juan cerrou os punhos e só percebeu quando ouviu a porta do quarto de hóspedes bater com força. Ele finalmente despertou do torpor, soltou um longo suspiro e seguiu para o quarto principal.Alana entrou no quarto e fechou a porta. Ela não soube explicar por que sentia aquela inquietação sufocante. Desde o começo, ela já tinha se alertado para não levar a sério as palavras de Juan. Afinal, o que havia entre os dois era apenas um acordo de interesses.Mas agora… algo parecia estar escapando do seu controle. Aos poucos, a situação tomava um rumo inesperado, e isso a deixava ainda mais desconfortável.Ela levou a mão ao peito, sentindo o coração pulsar acelerado. A intuição lhe dizia que aquele ritmo descompassado não era normal. E o pior: ela não entendia por qu
Alana se levantou e, ao sair do quarto, viu Elisa sentada à mesa, os olhos brilhando enquanto olhava para Juan.— Juan, que surpresa maravilhosa poder provar sua comida de novo hoje! — Disse Elisa, exagerando na empolgação. — Você não faz ideia do quanto senti falta disso! A comida lá fora é simplesmente intragável, nada se compara ao que temos aqui. E, claro, nada se compara ao que você faz!Juan, no entanto, manteve a expressão indiferente:— Não toque em nada. Espere sua cunhada chegar para comer.Elisa fez um bico, mas, sob o olhar firme de Juan, não teve escolha senão soltar o pedaço de omelete que já segurava. Pelo canto do olho, viu Alana parada ali.Alana não disse nada. Apenas ficou observando a cena, como se fosse uma estranha naquele ambiente.Elisa, no entanto, se levantou e, fingindo intimidade, segurou o braço dela:— Cunhada, olha só quanta coisa deliciosa o Juan preparou! Não fique mais chateada, vai. Sinceramente, você tem muita sorte. Juan tem tudo: aparência, família
Juan, no entanto, não caiu na jogada dela. Com o rosto frio, disse:— Em dois dias, quando você tiver se divertido o suficiente, volte para casa.— Você está me expulsando?Elisa arregalou os olhos, chocada. Seu rosto refletia pura incredulidade. Eles se conheciam desde pequenos, e agora parecia que essa relação não valia mais nada?Juan, porém, permaneceu impassível. Ele tinha sua decisão e não voltaria atrás. Dessa vez, não importava o quanto Elisa fizesse birra ou implorasse, ele não cedeu. No fim, a cena terminou com Elisa furiosa e frustrada, sem conseguir o que queria.Juan perdeu completamente a vontade de comer. Pegou o paletó e saiu.Desde que Elisa chegara, ele sentia que precisava reavaliar seus sentimentos por Alana. Não podia mais agir com tanta displicência.Elisa acompanhou Juan com o olhar até ele desaparecer pela porta. Seu punho se fechou lentamente, e seus olhos quase saltaram das órbitas. Ela não conseguia entender que tipo de truque Alana havia usado para estar tão
— Sim, a Diretora Alana está ocupada ultimamente negociando projetos com outras pessoas. Ela saiu da empresa ao meio-dia e deve estar almoçando em algum restaurante aqui por perto.A recepcionista respondeu a Juan com toda a sinceridade, como sempre fazia.Juan inclinou levemente a cabeça em agradecimento e saiu. Ele olhou para o celular, mas ainda não havia recebido nenhuma mensagem. Isso o deixou um pouco inquieto. Pelo visto, Alana ainda estava chateada com ele.Juan decidiu dar uma volta pelos restaurantes próximos. Enquanto caminhava, percebeu que algumas pessoas o olhavam com frequência. Sem ter outra alternativa, ele colocou sua máscara e voltou para o carro, dirigindo pelos arredores.Ele não tinha grandes esperanças. Apenas queria tentar a sorte, sem saber se realmente encontraria Alana. Mas, inesperadamente, algo chamou sua atenção. Ao passar por um restaurante com grandes janelas de vidro, ele viu um sorriso no rosto de Alana.De início, Juan ficou em dúvida se era mesmo ela