Elisa viu a expressão de fúria nos olhos de Juan e entendeu que ele realmente estava irritado. Ela fez um bico, como se estivesse pouco se importando, e comentou de forma despretensiosa:— Tá bom, tá bom. Conversem direito, hein? Por favor, não briguem por minha causa.Os olhos de Alana ficaram ainda mais frios. Ela soltou um leve riso irônico, já decidida a deixar aquela casa. Se fosse para abrir espaço para eles, que assim fosse. Porém, Juan continuava segurando firme o pulso dela, sem a menor intenção de soltá-la.Alana tentou se soltar, mas foi em vão. Com a voz afiada, ela disparou:— Me solta! Vai lá com ela, não encosta em mim.As palavras de Alana fizeram as veias na testa de Juan pulsarem de raiva. Ele observou os lábios dela se movendo, pronunciando aquelas palavras que o provocavam, e sentiu uma vontade incontrolável de calá-la com um beijo.Enquanto isso, Elisa, de costas para eles, ouviu tudo e deixou um sorriso triunfante surgir em seus lábios:“Minha querida cunhada… Iss
Juan observou as costas de Alana enquanto ela se afastava, mas no final, não foi atrás dela. Ele sabia que, naquele momento, o que Alana mais precisava era de espaço. Se ele interferisse demais, ela só ficaria ainda mais irritada.Juan cerrou os punhos e só percebeu quando ouviu a porta do quarto de hóspedes bater com força. Ele finalmente despertou do torpor, soltou um longo suspiro e seguiu para o quarto principal.Alana entrou no quarto e fechou a porta. Ela não soube explicar por que sentia aquela inquietação sufocante. Desde o começo, ela já tinha se alertado para não levar a sério as palavras de Juan. Afinal, o que havia entre os dois era apenas um acordo de interesses.Mas agora… algo parecia estar escapando do seu controle. Aos poucos, a situação tomava um rumo inesperado, e isso a deixava ainda mais desconfortável.Ela levou a mão ao peito, sentindo o coração pulsar acelerado. A intuição lhe dizia que aquele ritmo descompassado não era normal. E o pior: ela não entendia por qu
Alana se levantou e, ao sair do quarto, viu Elisa sentada à mesa, os olhos brilhando enquanto olhava para Juan.— Juan, que surpresa maravilhosa poder provar sua comida de novo hoje! — Disse Elisa, exagerando na empolgação. — Você não faz ideia do quanto senti falta disso! A comida lá fora é simplesmente intragável, nada se compara ao que temos aqui. E, claro, nada se compara ao que você faz!Juan, no entanto, manteve a expressão indiferente:— Não toque em nada. Espere sua cunhada chegar para comer.Elisa fez um bico, mas, sob o olhar firme de Juan, não teve escolha senão soltar o pedaço de omelete que já segurava. Pelo canto do olho, viu Alana parada ali.Alana não disse nada. Apenas ficou observando a cena, como se fosse uma estranha naquele ambiente.Elisa, no entanto, se levantou e, fingindo intimidade, segurou o braço dela:— Cunhada, olha só quanta coisa deliciosa o Juan preparou! Não fique mais chateada, vai. Sinceramente, você tem muita sorte. Juan tem tudo: aparência, família
Juan, no entanto, não caiu na jogada dela. Com o rosto frio, disse:— Em dois dias, quando você tiver se divertido o suficiente, volte para casa.— Você está me expulsando?Elisa arregalou os olhos, chocada. Seu rosto refletia pura incredulidade. Eles se conheciam desde pequenos, e agora parecia que essa relação não valia mais nada?Juan, porém, permaneceu impassível. Ele tinha sua decisão e não voltaria atrás. Dessa vez, não importava o quanto Elisa fizesse birra ou implorasse, ele não cedeu. No fim, a cena terminou com Elisa furiosa e frustrada, sem conseguir o que queria.Juan perdeu completamente a vontade de comer. Pegou o paletó e saiu.Desde que Elisa chegara, ele sentia que precisava reavaliar seus sentimentos por Alana. Não podia mais agir com tanta displicência.Elisa acompanhou Juan com o olhar até ele desaparecer pela porta. Seu punho se fechou lentamente, e seus olhos quase saltaram das órbitas. Ela não conseguia entender que tipo de truque Alana havia usado para estar tão
— Sim, a Diretora Alana está ocupada ultimamente negociando projetos com outras pessoas. Ela saiu da empresa ao meio-dia e deve estar almoçando em algum restaurante aqui por perto.A recepcionista respondeu a Juan com toda a sinceridade, como sempre fazia.Juan inclinou levemente a cabeça em agradecimento e saiu. Ele olhou para o celular, mas ainda não havia recebido nenhuma mensagem. Isso o deixou um pouco inquieto. Pelo visto, Alana ainda estava chateada com ele.Juan decidiu dar uma volta pelos restaurantes próximos. Enquanto caminhava, percebeu que algumas pessoas o olhavam com frequência. Sem ter outra alternativa, ele colocou sua máscara e voltou para o carro, dirigindo pelos arredores.Ele não tinha grandes esperanças. Apenas queria tentar a sorte, sem saber se realmente encontraria Alana. Mas, inesperadamente, algo chamou sua atenção. Ao passar por um restaurante com grandes janelas de vidro, ele viu um sorriso no rosto de Alana.De início, Juan ficou em dúvida se era mesmo ela
Erick e Alana conversavam e riam juntos, e para Juan, aquela cena parecia mais com a de uma família feliz.Os olhos de Juan ficaram vermelhos de raiva, mas ele se esforçou para controlar as emoções. Ele repetiu para si mesmo diversas vezes:— Preciso manter a calma. Tenho que confiar na Alana.No entanto, ao olhar para os três dentro do restaurante, Juan sentiu que estava à beira da loucura. Um homem bonito, uma mulher linda e uma garotinha adorável. Não importava como ele olhasse, aquilo parecia uma família perfeita.O ciúme e a insegurança de Juan ferviam dentro dele. Ele respirou fundo algumas vezes e, por fim, decidiu ir embora.Mesmo com a raiva corroendo-o, Juan sabia que ainda estavam perto da empresa de Alana. Ele tinha certeza de que Alana lhe daria uma explicação.“Talvez seja só um parceiro de trabalho.” Pensou ele, tentando se convencer.Enquanto isso, Diego andava de um lado para o outro em sua casa, completamente inquieto. Ele passava as mãos pelos cabelos, e seu rosto, a
— Natalie, sei que você passou por alguns maus momentos ultimamente. Se precisar de algo, escolha o que quiser. — Diego fez um gesto generoso com a mão e entregou um cartão bancário para Natalie. — A senha você já sabe. Se o dinheiro não for suficiente, me avise.Ao olhar para o cartão, Natalie ficou surpresa e, por um momento, até emocionada:— Diego, você é tão bom para mim.Diego a puxou para seus braços com um sorriso convencido:— Você é minha mulher. Se eu não tratar você bem, quem eu vou tratar? À tarde, vá ao shopping e compre o que quiser. E não volte para casa até gastar tudo.Natalie, com um sorriso de felicidade, aconchegou-se no peito de Diego. Ela torcia para que as suspeitas e a sensação ruim que tinha tido ultimamente fossem apenas fruto da sua imaginação.Depois de mandar Natalie embora, Diego cuidou da sua aparência, fez um corte de cabelo e escolheu roupas elegantes. O objetivo era claro: ir até o Grupo Alves para encontrar Alana.Nos últimos dias, Diego sentia-se ca
Afinal, dessa vez, foi Alana quem escolheu e apostou. Mesmo que perdesse, ela sabia que seria obrigada a lidar sozinha com as consequências.Alana abriu o aplicativo da Uber e estava prestes a fazer o pedido quando uma voz masculina, carregada de ódio e sarcasmo, soou ao seu lado:— Alana, você fez de propósito, não fez?O susto foi tão grande que Alana quase deixou o celular cair. Ela sequer tinha percebido que havia alguém ao seu lado.Alana respirou fundo, recompôs-se e levantou o olhar. Deparou-se com o rosto sombrio de Diego, que a encarava com uma expressão carregada de ressentimento.— Ué, mudou de profissão? — Perguntou Alana, não conseguindo conter o tom provocativo.Diego ficou momentaneamente confuso, piscando algumas vezes antes de questionar:— O que você quer dizer com isso?— Nada demais. Só achei interessante ver um palhaço de circo na porta da minha empresa. — Respondeu Alana, com um tom desinteressado e cortante. — Agora saia da frente. Cães bem-educados não bloqueiam