POR LORENA— Interdimensionais são seres eternos, capazes de se mover entre dimensões. Normalmente, nos estabilizamos na sétima. Como os humanos só enxergam três dimensões, não conseguem nos ver andando entre eles — explicou Zadiel.— E quantas dimensões existem? — Não consegui reprimir minha curiosidade; esses mistérios sempre mexem com a minha imaginação.— Mais do que vocês podem imaginar. Lenissya, você e Zuldrax enxergam mais de três. O dom que possuem não é apenas ver auras; vocês conseguem enxergar a quarta e a quinta dimensão. A quarta dimensão é a da assinatura, ou seja, a energia aura. A quinta dimensão é a da energia vital. Uma concentra a força que emana da mente e do espírito; a outra, a força da alma. Esse é um dom importante, incorporado nos genes de vocês. As pessoas têm uma ideia equivocada ao afirmar que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Isso acontece o tempo todo, pois alma, aura, corpo, mente e espírito coexistem no mesmo lugar, mas em dimensões diferent
POR LINCYBia e Jeff surgiram no momento mais inoportuno. Sentia-me afogada em um mar de dúvidas. Cumprimentei-os, ainda atordoada e incapaz de articular qualquer palavra. O medo me envolvia por completo. O que significaria assumir o papel de ômega? Qual seria nossa missão como escolhidas, e que desafios teríamos que enfrentar?De forma alguma eu poderia me tornar ômega! No entanto, Zuldrax parecia relutante em aceitar a marca e seu significado. O que ele realmente entende de marcas? O que eu entendo delas? Alissya tinha orgulho de sua marca, de se sentir única, mas agora Lorena também a possuía, e, além disso, tinha um marido protetor ao seu lado para defendê-la.— Que filme irado! — disse Jeff. Bia estava encolhida ao lado dele, com um semblante de desaprovação. Para alguém que esperava muitos tiros e explosões, realmente foi o filme perfeito.— Aquele cara é bom — comentou Zuldrax, pensativo. Me pergunto se ele se referia à atuação do ator ou se acreditava que todos os movimentos e
POR LINCY— Por que estou sentindo um cachorro na minha cabeça? — resmungou Lorena assim que ganhamos um pouco de distância.— Formei um elo com ele — explicou Zuldrax, finalmente concentrando sua energia para aquecer o filhote, que estava tão à vontade e calmo nos braços dele que parecia até estar dormindo. — Meu povo, em sua origem, formava elos com animais, conectando-se a eles por meio do compartilhamento de energias.— É por isso que você entende tanto de animais? Minha cabeça está uma confusão.— Você só vai senti-lo quando estiver perto de mim. Logo o pequenino aqui vai se harmonizar com meus pensamentos, e a comunicação irá além de apenas sentir.— Como é que você nunca me contou uma coisa dessas?— Achei que soubesse. Está nos livros de Zaríon.— Eu achava que aquilo era ficção. — A voz de Lorena era uma mistura de riso e choro. — Como vou explicar para os meus pais que você tem um cachorro agora? Meu pai é alérgico.— Pensei que entendesse mais sobre o meu povo. — A voz dele
POR LORENAEu estava envergonhada e um pouco nervosa só de pensar em cantar para mais pessoas. Cantar era um passatempo particular, mas, se Lincy confiava em mim, eu não podia desapontá-la. O primeiro desafio foi o fato de eu não conhecer a música. Para complicar ainda mais, ela era cantada em inglês, uma língua completamente desconhecida para mim.Percebendo que eu soletrava as palavras de forma um pouco errada, Lincy usou o feitiço de ensinamento linguístico para me transmitir seu conhecimento do idioma. Zuldrax e Zadiel tinham razão; feitiços como esse realmente me pareciam uma trapaça. Ela estudou por anos e, em um instante, conseguiu me passar tudo o que sabia.— Essa música é linda! — falei, assim que compreendi o significado da letra pela primeira vez. Agora eu entendia por que ela a havia escolhido.— Meus pais amam essa música. Parece que a usaram na entrada do casamento deles.— Entendi. Mais um motivo para eu me esforçar para arrasar nesse cover.Baixei um playback e ensaia
POR LORENAAbri o portal, pronta para mais um dia agitado. Zuldrax foi de grande ajuda carregando as coisas pesadas, enquanto Lin e eu ajudávamos na organização das mesas e decoração.— Aí está bom! — disse Lincy. Zuldrax estava no alto de um pé de manga, ajustando uma lâmpada, enquanto Noturno, agitado, abanava o rabo lá embaixo, querendo subir também.— Não, você não pode — falei, pegando-o mais uma vez, entre tantas outras. O espertinho já estava aprendendo a usar a energia vermelha de Zuldrax, o que o levava a fazer coisas estranhas.— Vou bloquear minha energia para ele não pegar emprestado — respondeu Zuldrax, arqueando as sobrancelhas enquanto saltava de volta para o chão.— Lin, mamãe está te chamando! — Hugo gritou da janela e logo voltou para dentro.— Obrigada por hoje! Vocês foram de grande ajuda. Estão liberados para se arrumarem — agradeceu ela, sorrindo, antes de entrar na casa. Pouco depois, Guido e Catarina saíram. O carro deles já tinha sido retirado da garagem e col
POR LINCYOs movimentos precisos das minhas mãos eram necessários naquele momento, enquanto eu encarava o ponteiro do relógio na parede, ciente de que precisava terminar de colocar todos os docinhos nos papéis e organizá-los na mesa principal antes que meu pai voltasse com o bolo. Pelo menos Hugo estava me ajudando...— Por que não pedimos para a Lorena e o Zuldrax nos ajudarem a levar tudo? — perguntou ele.— Eles já nos ajudaram demais hoje — respondi. Não queria abusar da boa vontade deles.— Mas ainda precisamos ligar para a Maria para saber se a janta está pronta. Vou chamá-los! — Ele parou o que estava fazendo e correu antes que eu tivesse tempo de dizer qualquer coisa. Pouco depois, voltou com o rosto desanimado. — Não consegui encontrá-los. Acho que já foram.— É claro que já foram, pois eu os liberei — expliquei calmamente.— Por que fez isso?— Vamos dar conta! — respondi, convicta.Tio Sandro, nosso tio preferido, apareceu de surpresa instantes depois. Geralmente, era compl
POR LINCYEnquanto Lorena soltava sua linda voz, Hugo veio até mim, passando uma caixa e colocando-se ao meu lado. Coloquei a caixa atrás do meu corpo, e ele fez o mesmo. Queríamos que o público pensasse que os efeitos que se seguiriam brotariam daqueles objetos.Deixei a caixa cair sobre a mesa atrás de mim, sem que ninguém percebesse, e, com as mãos livres, conjurei uma magia de ilusão simples, criando fumaça e luzes que encheram os convidados de euforia.Ao fim da apresentação, meus pais estavam chorando, tão emocionados que eu também não consegui reprimir minhas próprias lágrimas. Hugo e eu pegamos as rosas que escondemos nas caixas e, deixando as embalagens vazias para trás, nos dirigimos aos nossos pais, entregando as flores e os abraçando.— Obrigada, filha! Amamos a surpresa! — agradeceu minha mãe. Ela estava tão linda!— Eu que agradeço por tudo, por serem meus pais. Amo vocês! — Isso se transformou em um abraço coletivo, envolvendo toda a família, enquanto aplausos ressoavam
POR LINCY— Obrigada por terem vindo! — Meus pais agradeceram aos últimos convidados que voltariam para casa da forma convencional. Em seguida, a entrada foi fechada. Já era por volta de meia-noite, e eu me sentia completamente exausta.— Deixa que eu te ajudo com isso. — Miridar tocou levemente minhas costas, me deixando arrepiada, enquanto estendia a mão e pegava a bandeja das minhas mãos.— Você não precisa...— Mas eu quero! — disse ele, convicto, e acabei cedendo.Fui organizando o que sobrou da comida na cozinha, enquanto os outros se ofereceram para ajudar a trazer as coisas para dentro. Hugo ficou recolhendo o lixo, mas logo entrou com meus pais e os pais da Lorena.— Pode relaxar por hoje, filha. Temos assuntos mais importantes para conversar — disse minha mãe, e eu concordei prontamente, sorrindo para os visitantes.— Vamos todos até a sala — chamou meu pai.— Grande dia — comentou Lorena, sorrindo para mim enquanto passava, com o olhar tão cansado quanto o meu. Assenti para