Apenas um minuto havia passado e Marina já estava encolhida na cama, se contorcendo de dor como um camarão congelado.Luiza se aproximou e segurou a mão de Marina. - Mari, se estiver doendo, aperte minha mão...Marina segurou sua mão com força, como se quisesse quebrar seus ossos.Luiza sentiu a angústia dela, seus olhos se encheram de lágrimas ao perceber o quão doloroso era para uma mulher dar à luz. Ela a confortou: - Mari, vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem...A obstetra logo veio e examinou Marina, confirmando que ela estava tendo contrações.A obstetra disse: - Sra. Marina, durante as contrações, não grite. Respire fundo, conserve sua energia, para que tenha força quando o bebê nascer.- Eu não consigo... Ah...Marina se contorceu na cama, sentindo como se algo estivesse prestes a rasgar sua barriga e sair. Ela estava batendo de dor na cama.A obstetra a segurou. - Sra. Marina, não se mexa assim, respire fundo, relaxe, respire fundo...Marina estava tão dolorida que lágri
Marina olhou para a diretora do departamento de obstetrícia.Yago interveio: - Não é possível, as condições corporais da Mari são adequadas para um parto normal. Não podemos mudar para uma cesariana aleatoriamente, pois isso pode causar danos ainda mais graves ao corpo.- Então, ela pode suportar essa dor? - Geraldo falou com um tom mais sério, e aqueles que o conheciam sabiam que ele não estava contente.- Se a dor for insuportável, podemos administrar a anestesia epidural mais tarde. - Disse Yago com uma expressão de desamparo.- Então dê a ela agora mesmo! - Geraldo ordenou com o rosto sombrio.Yago parecia resignado. - A anestesia epidural é administrada quando o colo do útero está dilatado em dois dedos. A Mari está apenas começando a ter contrações, não está nesse estágio ainda.Luiza ficou chocada.Mari já estava sentindo tanta dor e ainda não havia dilatado o colo do útero em dois dedos? Se doía assim agora, como seria quando estivesse completamente dilatado?Marina também co
As lágrimas de Marina inundaram ainda mais seu rosto, enquanto ela soluçava: - Realmente doeu muito agora há pouco.- E agora? - Perguntou Geraldo.Marina sentiu um alívio, parecia que a anestesia epidural estava fazendo efeito. Ela se sentiu muito melhor, fazendo um bico lamentável: - Depois de tomar a anestesia epidural, parece que melhorou muito, não dói tanto...- Que bom. - Geraldo soltou um suspiro de alívio.Yago lembrou: - Enquanto a Mari ainda não começou o parto, se ela conseguir comer, dê um pouco de chocolate para ela, para repor as energias, o parto é o que realmente importa.- Entendido. - Geraldo pegou o chocolate ao lado, abriu cuidadosamente e ofereceu a Marina. - Mari, coma um pouco de chocolate.Marina deu uma mordida e as lágrimas voltaram.Ela não sabia por que estava chorando, talvez fosse por estar vendo alguém em quem confiava, ela se sentia frágil.- Mari, coma mais um pouco. - O homem indescritivelmente nobre e calmo enxugou suas lágrimas e a alimentou mais
Um grupo de pessoas esperava ansiosamente.Às três da manhã, Luiza perguntou: - Como está a Mari? O bebê ainda não nasceu?Ela dirigiu a pergunta a Yago.Yago ligou para dentro e obteve a resposta: - Ainda está em trabalho de parto.Luiza realmente compreendeu o quão difícil era para as mulheres dar à luz e suspirou.Às sete da manhã, finalmente uma enfermeira saiu para dar as boas notícias: - Parabéns, parabéns! A Sra. Marina deu à luz um menino, às 7h01 da manhã, mãe e filho estão bem.O coração tenso de Luiza finalmente relaxou.O parto durou exatamente seis horas. Luiza estava exausta e preocupada do lado de fora, não se atrevendo a dormir, aguardando ansiosamente.Agora que ouviu que Marina estava bem, Luiza se acalmou e se levantou para perguntar à enfermeira.Mas assim que se levantou, suas pernas fraquejaram e quase caiu.Miguel, ao lado, a segurou a tempo, a envolvendo em seus braços calorosos.- Cuidado.- Minhas pernas estão dormentes. Respondeu Luiza, perguntando à enfe
Luiza se espreguiçou, o sol da tarde era preguiçoso, uma sensação de estar em um mundo diferente.Ela desceu da cama, calçou os sapatos e saiu da sala.Aquele homem estava sentado à mesa da cozinha com seu laptop, as mangas ligeiramente enroladas, o nariz alto e esguio, na luz do sol, sua silhueta lateral era especialmente bonita e charmosa.Luiza parou por um momento. - Você ainda está aqui?- Dormi tarde ontem à noite. Estou trabalhando em casa hoje. - Miguel falou, vendo que ela havia acordado, ele perguntou. - Está com fome? Posso fazer algo para você comer.- Não precisa, só vou tomar leite. - Luiza respondeu.Luiza entrou na cozinha, abriu a geladeira, que estava cheia de comida que Miguel mandou entregar.Luiza franziu a testa, ele planejava se instalar aqui? Ele realmente mandou entregar tanta comida?Luiza ficou um pouco irritada. Pegou uma garrafa de leite, mas Miguel a tomou logo em seguida.Ela olhou para ele.O homem estava de pé contra a luz, sua figura alta a envolvia.
- Não consigo controlar. - Ele sorriu e acariciou o longo cabelo dela. - Espere por mim em casa, eu volto logo.Luiza manteve a expressão inalterada, mas sua beleza transmitia uma delicadeza cativante. Miguel riu, a cobriu com uma manta leve e saiu.Depois que ele partiu, Luiza suspirou suavemente.Ela realmente não queria se reconciliar com Miguel.Não o rejeitava porque estava cansada de dizer não; esse homem era como um chiclete que não se desgrudava.Luiza pensou: "Vou esperar até o dia em que ele mesmo desista de me perseguir..."Miguel retornou por volta das sete horas, segurando um buquê de rosas brancas nas mãos.O diamante roxo já havia sido comprado e enviado para a joalheria para ser personalizado.Ele entrou em casa de bom humor, tirou os sapatos no hall de entrada, imaginando o quão feliz Luiza ficaria ao ver o buquê, e não pôde evitar um sorriso. - Lulu.As luzes estavam acesas, mas ninguém respondeu.- Lulu.Miguel se dirigiu ao quarto, onde viu uma revista jogada na po
Geraldo sorriu e disse: - Mesmo que goste, você não deve cuidar agora. Você está se recuperando, é melhor descansar e se fortalecer. Só depois da licença-maternidade é que vou permitir que você brinque com o bebê.- Você é mandão. - Marina protestou, resmungando. - Eu quero ficar de olho no bebê.- Você pode ficar de olho, mas evite brincar muito com ele. Tente não o carregar tanto e cuide mais do seu próprio corpo.Luiza, ouvindo a conversa dos dois no quarto, quase quis cobrir os olhos. Eles realmente não estavam levando em consideração que havia uma terceira pessoa ali.Depois de um tempo, o bebê voltou do banho. Quando Geraldo viu o bebê, seus olhos ficaram cheios de ternura. Ele se aproximou, pegou o bebê nos braços e mostrou para Marina e Luiza.O bebê de Marina parecia uma mistura perfeita dela e de Geraldo, herdando todas as melhores características dos dois.Luiza olhou para o pequeno bebê e, sem perceber, sorriu.- Que fofo. Ela estendeu a mão e tocou suavemente a bochecha
Ela ficou parada em silêncio. Com outras pessoas por perto, não disse nada, apenas falou para Geraldo: "Vou embora agora" e entrou no elevador.- Você saiu sem me avisar? E nem atendeu a chamada?Quando a porta do elevador se fechou, Miguel se virou para ela, seus olhos profundos, e tentou segurar sua mão.Luiza se esquivou.A mão de Miguel ficou suspensa no ar.Ela não queria se aproximar dele, para evitar que a situação saísse do controle. Disse vagamente: - Eu não queria falar.- Se você não fala, eu fico preocupado.Luiza ficou quieta por um momento e, de repente, suspirou. - Eu já disse, você não precisa se preocupar comigo. Eu sei cuidar de mim mesma. Não preciso te informar sobre meus passos. Não temos nenhum tipo de relação.Miguel ficou em silêncio por alguns segundos.O elevador chegou, e Luiza saiu rapidamente, pegando o primeiro táxi que viu.Pelo retrovisor, ela viu que Miguel não a seguiu. Respirou aliviada.Chegando ao Residencial Brisa Flor, ela abriu a porta.No hall