Yago pensou que era o fim. Miguel claramente ofendeu Luiza; senão, por que ela pareceria tão assustada ao ouvir a palavra “punição”?Yago falou suavemente, tentando aconselhar com boas intenções:- Miguel, as mulheres são para serem amadas, não para serem punidas. Você é habilidoso em muitos aspectos, é atraente e tem talento, mas quando se trata de se relacionar com as mulheres, você é um tanto inflexível. A Luiza é sua esposa, não sua subordinada. Como você pode ser tão severo com ela?- Com ela, preciso ser firme. - Respondeu Miguel, lançando um olhar significativo para Luiza.Luiza quase se engasgou."O que diabos eles estão falando? Totalmente desconexo," pensou ela.Yago também ficou confuso, não esperava que Miguel fosse tão implacável com as mulheres. Ele olhou para Luiza com empatia.- Cunhada, você realmente é digna de pena.Luiza murmurou baixinho:- Você não está errado. Com uma personalidade assim, quem estiver com ele vai sofrer.- Exatamente! - Concordou Yago. Preocupado
Luiza ficou paralisada.O patrimônio dela era apenas de cem mil, com o que ela iria conseguir pagar?Vendo a expressão difícil no rosto dela, Fabiano sorriu e disse:- Cunhada, você não tem nem algumas dezenas de milhar?- Isso não pode ser. - Yago interveio. - Com Miguel por perto, o que são algumas centenas de milhares? Com certeza ele vai ajudar a cunhada.O rosto de Luiza ficou pálido.Agora que seu cartão estava bloqueado por Miguel, de onde tiraria dinheiro para pagar?Desanimada, ela ouviu Yago exclamar:- Miguel, a cunhada está perdendo o tempo todo, você não vai ajudá-la?Miguel, sentado no sofá e olhando para o celular, lançou um olhar para Luiza ao ouvir isso.Luiza estava enredada em suas enormes dívidas de jogo, franzindo a testa em frustração.Miguel, com a testa levemente franzida, se levantou e caminhou até ela, parando em sua frente.- Mova um pouco mais para cá, por favor.Luiza levantou os olhos.Miguel, olhando para ela de cima, disse:- Entre mais um pouco, ouviu?
Luiza lançou um olhar para Miguel, sentado ao seu lado, com um perfil bonito e encantador. De repente, sentiu que era bom ter alguém para apoiá-la. Ela gostava dessa sensação de ter um porto seguro, mas sabia que não deveria se deixar levar. Afinal, Clara estava grávida e era necessário guardar seu coração.- Em que você está pensando? - Perguntou Miguel, em voz baixa.Luiza voltou a si, olhando meio atordoada para ele.- Nada, por quê?- Deixei meu celular no sofá, pode pegá-lo para mim? - Pediu Miguel.- Claro.Luiza foi buscar obedientemente. Ao pegar o celular, viu várias chamadas perdidas, todas de Clara. Os olhos de Luiza escureceram.Nesse momento, a porta da sala se abriu e Clara entrou, carregando uma bolsa. Luiza, que estava indo em direção à porta, deu de cara com ela. Clara sorriu levemente, parecendo ter esquecido o momento constrangedor da manhã, e acenou para ela.- Lulu, você também está aqui?O humor de Luiza amargou. Clara segurou sua mão, dizendo suavemente:- L
Miguel fingiu não ouvir, deu um passo largo para fora e encontrou Luiza à porta do clube.Ela estava sentada na calçada, perdida em pensamentos, fixando o olhar no canteiro de flores.Miguel se aproximou.Luiza ergueu o olhar.Então, seu pulso foi agarrado por Miguel, que, sem proferir uma palavra, a levou consigo.Luiza, atônita, indagou:- Miguel, o que está fazendo?- Vamos para casa. - Respondeu ele, sucintamente, acomodando ela no carro luxuoso e partindo em direção à casa ancestral.Durante todo o trajeto, Luiza se manteve calada.Chegando à casa ancestral, ambos permaneceram em silêncio. Luiza pegou suas roupas, se dirigiu ao banheiro para tomar banho e o fez em silêncio.Após o banho, ela avistou Miguel atendendo a uma chamada.Provavelmente era Clara, pois Miguel disse ao telefone:- Não vou mais.Luiza, com o coração apertado, fingiu não ouvir e se aconchegou sob os cobertores para dormir.Tudo aquilo já não lhe dizia respeito.Ela deveria tratá-lo como um estranho, sem se im
Miguel não respondeu, se limitou a dizer:- Você ficará bem como a Sra. Souza, ninguém a incomodará.Luiza sorriu:- Mas eu não estou interessada.Miguel franziu a testa, olhando ela.Permaneceram em silêncio, se encarando na escuridão.O olhar de Miguel era profundo.Luiza, sempre sentindo que havia algo dele dentro dela, não resistiu e perguntou:- Posso fazer a ela uma pergunta, senhor?- O que é?- Se eu lhe desse uma chance, você estaria disposto a terminar tudo com a Clara? - Era seu último pedido.Miguel a olhou, silencioso por um instante:- Não posso.Luiza sorriu, com um olhar de autoironia,- Então, é isso. O tipo de vida que vou levar daqui para frente não necessita da sua interferência.Mesmo que não conseguisse se divorciar, ela não o amaria mais.Talvez ele sentisse um pouco de pena dela, mas, provavelmente, não era amor, era hábito, um objeto para satisfazer seus desejos sexuais, afinal, ela era bonita e obediente, quem não se arrependeria?- Quanto ao divórcio, como já
Luiza sentiu um aperto no coração.- Sogra, como soube?- Ela me ligou de manhã. - Helena exibia um sorriso que não conseguia esconder.Luiza finalmente compreendeu a razão da felicidade de sua sogra: soube que Clara estava grávida. Sem demonstrar muita emoção, apenas acenou com a cabeça.A gravidez da Clara era um fato incontestável, e Luiza nada tinha a dizer sobre isso.- É filho do Miguel? - Indagou Helena.- Sogra, melhor perguntar à Clara.De fato, Luiza não sabia; Clara afirmava ser de Miguel, mas este nunca confirmou a paternidade.- Deve ser dele. - Afirmou Helena. - Foi o que ela me disse de manhã.Essa afirmação deixava evidente o quanto a sogra desejava que o filho fosse de Miguel.Luiza, deprimida, olhava pela janela.Sabia que não deveria se importar; dois anos antes, seu pai manipulou Miguel, e a família Souza a rejeitava, especialmente a sogra, que, tendo perdido o marido jovem e criado Miguel com esforço, o via como o herdeiro do grupo, ele, então, se casou com a filha
Luiza perguntou:- Então, qual é a história da rivalidade entre a família Medeiros e a família Souza? - Se referindo à ameaça que seu pai fez a Miguel.Helena respondeu:- Uma vez resolvido este assunto, a família Souza não buscará mais vingança contra a família Medeiros, e nossas famílias poderão ser amigas novamente.Luiza ficou aliviada.Contanto que se divorciasse de Miguel, seu pai poderia ser libertado, e a família Souza não guardaria rancor contra a família Medeiros no futuro.Um sorriso, que por dias não iluminava seu rosto, fez sua expressão se suavizar, e seu humor melhorou consideravelmente.- Sogra, estou disposta a me divorciar, contanto que consiga libertar meu pai. Concordo imediatamente em me divorciar e prometo não incomodar Miguel nunca mais.Ela falava sinceramente; alguém disposto a libertar seu pai seria como remover a corda apertada em seu pescoço, libertando ela para sempre.Ao ver Luiza cooperativa, Helena sorriu gentilmente e disse:- Então está decidido.- Mas
Ao perceber que Luiza se mostrava compreensiva, Helena não pôde esconder sua satisfação. Depois de levá-la até a Quinta do Lago, presenteou ela com duas caixas de trufas.- Lulu, percebo que sua saúde não está em seu melhor estado. Estas trufas são para você se fortalecer.- Obrigada, sogra. - Agradeceu Luiza, com um sorriso ao aceitar o presente.Helena, então, fez uma ressalva:- Em relação ao nosso acordo, espero que permaneça entre nós, sem que uma terceira pessoa venha a saber.- Claro. - Concordou Luiza.Após a conversa, Helena partiu de carro.Luiza, segurando os presentes, permaneceu no quintal, sentindo as sombras em seu coração se dissiparem gradativamente.Contanto que Miguel solicitasse o divórcio, seu pai poderia ser libertado.Ela se motivou em silêncio, determinada a tornar isso realidade.Ao entrar na vila, foi recebida por Lívia, que perguntou:- Senhora, já retornou. Deseja tomar o café da manhã?- Ainda não tomei.Respondeu Luiza, com um sorriso, se sentindo revigora