Luiza disse de repente: — Na verdade, quando estávamos nas Américas, eu também me apaixonei... Miguel ficou surpreso, olhando para ela com seriedade. — Você se apaixonou? Ela assentiu com a cabeça. — Naquela época, menti para você, e isso me fazia sentir um pouco culpada... Ele ficou em silêncio por um momento. — Eu era meio louco naquela época, não era? — Bem louco. Você amava de forma intensa, e foi assim que percebi que você realmente me amava... — Ao lembrar daquele período, ela suspirou. — Nós dois sempre nos amamos. Ela apenas se decepcionou mais tarde, perdeu a fé no amor, mas sabia que ainda sentia algo por ele. Porque, no fundo, sempre soube que o motivo de não terem ficado juntos não era a falta de amor. Ele acenou com a cabeça, sem dizer mais nada, abaixando os olhos para olhar para ela. Sob a luz, os olhos e o rosto dele pareciam encantadores. Era um olhar mútuo e sutil. Luiza não teve coragem de encará-lo e desviou o olhar. Miguel apertou os o
No dia seguinte, uma notícia bombástica abalou as Américas: "O principal suspeito no caso de tráfico de armas, Theo, havia se suicidado na prisão!" No entanto, o mais estranho era que, naquela mesma noite, houve uma queda de energia na prisão que durou uma hora. Os sistemas de vigilância pararam de funcionar, os guardas, por algum descuido, acabaram adormecendo, e Theo, de alguma forma, encontrou uma corrente de ferro e se enforcou no estrado da cama. Os rumores afirmavam que ele temia ser julgado e, por isso, tirou a própria vida. Mas qualquer pessoa com um pouco de discernimento sabia que essa não era a verdade. Theo havia sido assassinado. Quem estava por trás do assassinato subornou toda a prisão para garantir que ele fosse morto naquela noite. Assim, ele se tornaria o bode expiatório do caso de tráfico de armas, encerrando o caso em silêncio. Quanto ao que realmente aconteceu naquela noite, ninguém sabia... Naquele momento, na mansão da família Amorim, todos estavam
Felipinho olhava para Maria chorando, com os olhos cheios de compaixão, enquanto Luiza o abraçava. Felipinho perguntou: — Mamãe, nós também vamos voltar para as Américas? Luiza estava prestes a responder, mas o celular de Melissa tocou. Do outro lado da linha, o Grupo Santos Internacional informou que Theo havia morrido e que a crise do Grupo Pires também tinha sido resolvida. Era hora de voltar e eliminar os aliados de Theo que ainda permaneciam no Grupo Santos Internacional. Melissa assentiu e, após desligar o telefone, disse à Sra. Dalila: — Acho que também teremos que voltar para as Américas. Maria começou a chorar ainda mais. Seu pai tinha partido, e agora a tia Luiza e o Felipinho também estavam indo embora. No futuro, ela estaria novamente sozinha... A Sra. Dalila não conseguia ficar indiferente diante da cena. Melissa se aproximou e sussurrou algumas palavras no ouvido dela. Os olhos da Sra. Dalila brilharam. Ela se agachou perto da Maria e disse baixinh
Agora que o mal-entendido entre os pais foi resolvido, ninguém mais se opunha a eles. Além disso, aquele lugar também era onde Luiza havia vivido desde pequena, algo que lhe era próximo e familiar. — Por que não vamos morar nas Américas? — Perguntou Luiza. Afinal, ela ainda tinha sua avó por lá. — A segurança nas Américas não é das melhores, você sabe disso, não sabe? Quantos tiroteios em escolas já aconteceram? Eu não me sinto tranquilo em deixar o Felipinho vivendo por lá. — Miguel a olhou, com a voz baixa. — Desde o caso do sequestro no Centro de Desenvolvimento Infantil, comecei a pensar que o mundo lá fora é perigoso demais. É melhor ficarmos em Valenciana do Rio. Primeiro, porque lá sempre será o nosso lar. Segundo, porque a segurança lá é muito melhor. Pelo menos, quando o Felipinho for à escola, não teremos que nos preocupar com terroristas. Nas Américas, não adianta só nos preocuparmos, isso não resolve nada... Miguel não estava errado. Luiza compreendia. Provavelmen
Alice também era da família Nunes. Ela nunca prejudicou diretamente a família, mas cometeu algumas loucuras por amor ao Miguel... Por isso, quando Miguel decidiu demiti-la, foi a Sra. Nunes quem primeiro se opôs. — Se ela continuar no Grupo Sunland, isso vai gerar desconforto entre mim e a Luiza. Ela não deveria permanecer lá. — E a gratidão que você tem por ela? — Questionou a Sra. Nunes. Miguel respondeu com firmeza: — Vovó, toda a gratidão que eu sentia por ela desapareceu no instante em que ela nos enganou. Por outro lado, era bom que Alice tivesse tomado essa atitude, porque, se não tivesse enganado a todos, os laços entre eles nunca teriam sido completamente rompidos. — Ela só cometeu um erro porque te ama. — Insistiu a Sra. Nunes, determinada a defender Alice. A voz de Miguel permaneceu calma, mas firme: — Vovó, amar alguém não é errado, mas isso não dá o direito de prejudicar os outros. Alice é sua neta, então a senhora sempre estará ao lado dela, pensando no
Depois de terminar de falar, ela continuou: — Miguel, estou velha. Já não tenho energia para lidar com muitas coisas. Agora, só espero que o grupo possa ser bem administrado. Caso contrário, seria uma desonra para o seu avô... A Sra. Nunes fez parecer que a situação era bastante preocupante. Miguel ouviu em silêncio e fez uma sugestão: — Vovó, a senhora deveria criar um fundo fiduciário. No futuro, a Isabelly e Alice poderiam viver com os rendimentos desse fundo. Assim, não só garantiríamos que o grupo continuasse funcionando, como também asseguraríamos que elas tivessem uma vida confortável pelo resto da vida. Afinal, ela era sua avó, e Miguel temia que todo o dinheiro dela pudesse ser perdido em algum golpe. Porém, ele sabia que, se o fundo fiduciário fosse criado, Isabelly e Alice certamente ficariam furiosas. Luiza, que estava ao lado, também acreditava que Alice certamente ficaria furiosa. O plano original de Alice era conquistar Miguel, se tornar a esposa do presi
Yago estava conversando com Helena. Recentemente, todos os assuntos relacionados a Helena estavam sob sua responsabilidade. — Miguel, está me procurando? — Sim. — Miguel respondeu, iniciando com uma pergunta sobre a condição de Helena. Yago olhou para Helena, deitada no leito do hospital. Ela parecia relativamente bem. Ele disse: — A tia está estável. Hoje ela até tomou um pouco de sopa. Helena já não conseguia mais comer direito. Provavelmente, dentro de duas semanas ou, no máximo, um mês, ela partiria. — Ela pode falar ao telefone? Se puder, passe o telefone para ela. — Pediu Miguel. Yago pegou o celular e se aproximou: — Tia Helena, é o Miguel. Na unidade de terapia intensiva, apenas médicos e enfermeiros podiam entrar livremente. Helena olhou para ele. Sem forças para pegar o telefone, disse com voz fraca: — Yago, ative o viva-voz para mim. Yago apertou o botão do viva-voz. A voz de Miguel saiu pelo telefone: — Mãe, como está se sentindo hoje? Miguel t
— Você tem um filho? — Helena não entendeu e ficou completamente confusa. — Sim, há quatro anos, depois que a Luiza se separou de mim, ela deu à luz. Hoje ele já tem três anos. É um menino, se chama Felipinho. Helena ficou paralisada por um instante, seus olhos brilhando de emoção. — É verdade? Miguel, você tem um filho? — Sim, e ele se parece muito comigo. — Por que você não me contou? — Antes, eu não sabia se você iria aceitar. O Yago tem fotos dele. Se quiser, pode pedir ao Yago para te mostrar. Helena imediatamente olhou para Yago. — O Miguel tem um filho? — Sim. — As fotos, onde estão? — Helena perguntou com urgência. Yago pegou o celular e mostrou as fotos de Felipinho para Helena. Na foto, o menino parecia uma escultura perfeita, com um rosto tão bonito que era praticamente idêntico ao de Miguel quando criança. Helena tinha certeza de que aquele era o filho de Miguel. Seus olhos começaram a se encher de lágrimas. Aquele era o neto que ela esperou por