Nesse momento, a porta do quarto se abriu. - Fabiano, trouxe suas roupas. - A voz de Clara soou, seguida por um grito. - Ah! Fabiano, Luiza, o que vocês estão fazendo? Miguel, que estava esperando de longe, ficou chocado ao ouvir isso. Ele empurrou algumas das socialites e viu a cena dentro do quarto. Luiza estava caída em cima de Fabiano, que tinha apenas uma toalha enrolada em volta do corpo. Com um único olhar, seus olhos se encheram de raiva, e seu olhar cortante perfurou Luiza. Luiza se sentiu um pouco perturbada, prestes a dizer alguma coisa, quando Bruna correu e agarrou suas roupas. - Luiza, o que você está fazendo aqui? Eu disse para você ir ao quarto no final do corredor para encontrar a Clara, por que você veio para o quarto do Fabiano e está com ele, com ele...Bruna parecia incapaz de continuar, como se estivesse com dificuldade para falar. As socialites ao redor já estavam expressando desdém. - Olhem só, essa é a filha da família Medeiros, seduzindo homens na fes
Luiza sentiu um frio extremo no coração.Isso provava que, uma vez que as pessoas colocassem seus óculos coloridos, era muito difícil mudar suas impressões.Miguel, do lado de fora, ouvindo o que ela dizia, sentiu que algo não batia e levantou o pé para entrar, quando um grupo de homens se aproximou.- Miguel, o que você está fazendo aqui? - Perguntou Yago, se aproximando e olhando para dentro. - O que aconteceu aqui? Por que está tão movimentado?Theo, também entre os homens, viu Luiza de pé, isolada dentro da casa, e, do outro lado dela, um grupo de mulheres.Ele podia sentir que ela estava sendo isolada.O rosto de Theo escureceu; ele entrou e se posicionou ao lado de Luiza.- O que está acontecendo?Quando Bruna viu Theo chegando, seus olhos brilharam, e ela começou a contar a história com ainda mais exagero.Depois de ouvir, Theo olhou para Fabiano.- Foi isso que aconteceu?Fabiano, ao vê-lo, ficou visivelmente irritado e respondeu com uma expressão fechada:- O que isso tem a ve
Após dizer isso, lançou um olhar para Clara, no meio da multidão.Ela estava ali, pálida.Luiza sabia que isso tinha relação direta com ela.A verdade era que Clara jamais vestiria algo que Luiza tivesse desenhado; encomendar roupas do estúdio foi uma armadilha desde o início.Mas a inteligência de Clara residia em sempre fazer com que outros agissem por ela, se mantendo escondida por trás, sem ser afetada pelas consequências.Naquele momento, ainda poderia sair ilesa, mas Bruna, não.Sua face foi ficando cada vez mais pálida ao sentir os olhares de surpresa e choque ao seu redor, se sentindo completamente desonrada.Furiosa, sua primeira reação foi tentar bater em Luiza.Então, um vaso de cacto voou pelo ar, atingindo ela bem na testa, com os espinhos se cravando em sua pele, sangue escorrendo.Bruna soltou um grito e, ao se virar, viu uma mão bem definida.Era a mão de Miguel.O vaso de cacto era algo que ele havia pegado casualmente no corredor.Ao ver o olhar indiferente de Miguel,
Ele teve dificuldades para aceitar.Sempre considerou Clara uma mulher inteligente e sensata, mas jamais esperava que ela agisse assim para destruir Luiza.Se o plano desta noite desse certo, Luiza ficaria infame nos círculos sociais daqui por diante.E a relação entre ele e Luiza, a partir de agora, estaria comprometida.- Eu não fiz nada! - Clara disse com uma expressão de pena, lágrimas embaçando os olhos. - Eu realmente não fiz nada, não sei por que isso aconteceu. Era para ser apenas uma festa de aniversário tranquila, e acabou se transformando nisso. Nem tive a chance de tocar piano ou dançar com Miguel. Ele simplesmente levou Luiza embora.Ela pretendia acusar Luiza de seduzir Miguel.Mas isso fez com que Fabiano percebesse outra coisa.Não era como Clara havia dito; Luiza não seduziu Miguel. Na verdade, era Miguel quem demonstrava mais interesse nela.De repente, se sentiu um tolo, olhando para Clara, chocado, dando um passo para trás.Por conhecer e gostar dela, acreditou em t
- Já lhe disse que não foi isso, fui lá sem convite e então encontrei Theo, que me levou para dentro.Miguel não disse nada, mas seus movimentos ao aplicar o medicamento se tornaram visivelmente mais gentis, uma ternura que nem ele percebeu.- Um homem como ele não é adequado para você.- Ele é muito bom. - Luiza não gostava de ouvir falarem mal de Theo e o defendeu. - Com o que aconteceu esta noite, ele ficou ao meu lado. Quando entrou no quarto, questionou Bruna e acreditou em mim completamente.- Isso é porque ele quer te conquistar! - Os movimentos de Miguel se tornaram mais bruscos novamente.Luiza gritou de dor e franziu a testa.Miguel olhou para a ferida dela, viu que não era nada sério, e sua expressão voltou ao normal, dizendo calmamente:- Ninguém é bom sem um motivo para alguém.- Acho que você simplesmente não gosta dele.- Não gostar dele é anormal? - Miguel murmurou. - Com uma cara de quem não é confiável, sabendo que você é casada e ainda assim dando em cima, se isso nã
- Já nos divorciamos. - Ela não pôde deixar de contestar.Miguel olhou para ela.- Divorciada ou não, você ainda é minha mulher.Essa frase, autoritária porém incontestável.Luiza ficou atônita, sem compreender o que ele realmente queria dizer.Será que isso significava que ele ainda tinha sentimentos por ela?Perdida em seus pensamentos, a voz de Fabiano ecoou do andar de baixo:- Miguel, estou à sua procura, desça.Fabiano se dirigiu até o pátio e parou no primeiro andar, chamando em voz alta.Ao ouvir sua voz, o semblante antes sereno de Miguel endureceu; ele soltou Luiza.- Descanse um pouco.Luiza, sentindo a tensão no ar, temeu que algo ruim estivesse prestes a acontecer e segurou a bainha da camisa dele.- O que você vai fazer?- Não se preocupe, apenas descanse.Miguel soltou sua mão e a cobriu com o cobertor.Então, saiu.Os olhos de Luiza ainda estavam úmidos, temendo pelo que poderia acontecer, ela correu para a varanda, apesar da dor nos pés.Miguel saiu ao pátio e acertou
Luiza estava aterrorizada, as lágrimas de medo se misturando em seus olhos.Recuava suavemente.Ele avançava, passo a passo.O coração de Luiza batia forte, ecoando na quietude da meia-noite.Incapaz de encará-lo, se virou para fugir em direção ao closet, mas foi bruscamente puxada por Miguel, caindo ao lado no sofá.O sofá, macio, amorteceu sua queda, evitando que se machucasse, mas ela ficou irritada, se sentando e o repreendendo:- Miguel, o que você está fazendo?- Estou defendendo você, e ainda assim protege ele? - O rosto de Miguel estava sombrio ao extremo.Luiza temia aquele olhar, temendo que ele pudesse se tornar violento, tentou correr para trás do sofá.Mas Miguel a agarrou.Puxando ela de volta, fitou ela nos olhos, como se quisesse devorá-la.Lágrimas enchiam os olhos de Luiza, e ela gritou:- Você é louco!- Sou louco? - Ele apertava seu queixo, fitando ela com olhos sombrios. - Esta noite, fui armado pela Bruna e intervi para te defender, quebrando a Bruna por você, tro
Ela lutava desesperadamente para afastar as mãos de Miguel.- Como você sabe que fui eu que a maltratei? E não que ela consentiu? - Miguel respondeu com preguiça, envolvendo a cintura de Luiza com os braços, e ordenou de forma autoritária. - Diga a ele, foi por sua vontade, não foi?Luiza ficou vermelha de vergonha, se recusando a falar.Um vislumbre de raiva passou pelos olhos de Miguel, que pressionou o corpo dela contra o encosto do sofá, eliminando qualquer distância entre eles.Luiza se assustou, sua respiração ficou ofegante.Ele tinha percebido.Luiza estava morta de medo.- Você ficou louco? Ele ainda está na linha... - Ela estava indignada e envergonhada, desorientada pela proximidade dele.- Por favor, não faça isso... - Sua voz estava chorosa.Miguel sussurrou em seu ouvido, com um olhar intenso.- Diga a ele, foi por sua vontade?- Não. - Ela se recusou a dizer, como poderia enfrentar os outros depois disso?Mas ela não falava, e Miguel continuava a provocá-la.Luiza sentiu