Luiza estava aterrorizada, as lágrimas de medo se misturando em seus olhos.Recuava suavemente.Ele avançava, passo a passo.O coração de Luiza batia forte, ecoando na quietude da meia-noite.Incapaz de encará-lo, se virou para fugir em direção ao closet, mas foi bruscamente puxada por Miguel, caindo ao lado no sofá.O sofá, macio, amorteceu sua queda, evitando que se machucasse, mas ela ficou irritada, se sentando e o repreendendo:- Miguel, o que você está fazendo?- Estou defendendo você, e ainda assim protege ele? - O rosto de Miguel estava sombrio ao extremo.Luiza temia aquele olhar, temendo que ele pudesse se tornar violento, tentou correr para trás do sofá.Mas Miguel a agarrou.Puxando ela de volta, fitou ela nos olhos, como se quisesse devorá-la.Lágrimas enchiam os olhos de Luiza, e ela gritou:- Você é louco!- Sou louco? - Ele apertava seu queixo, fitando ela com olhos sombrios. - Esta noite, fui armado pela Bruna e intervi para te defender, quebrando a Bruna por você, tro
Ela lutava desesperadamente para afastar as mãos de Miguel.- Como você sabe que fui eu que a maltratei? E não que ela consentiu? - Miguel respondeu com preguiça, envolvendo a cintura de Luiza com os braços, e ordenou de forma autoritária. - Diga a ele, foi por sua vontade, não foi?Luiza ficou vermelha de vergonha, se recusando a falar.Um vislumbre de raiva passou pelos olhos de Miguel, que pressionou o corpo dela contra o encosto do sofá, eliminando qualquer distância entre eles.Luiza se assustou, sua respiração ficou ofegante.Ele tinha percebido.Luiza estava morta de medo.- Você ficou louco? Ele ainda está na linha... - Ela estava indignada e envergonhada, desorientada pela proximidade dele.- Por favor, não faça isso... - Sua voz estava chorosa.Miguel sussurrou em seu ouvido, com um olhar intenso.- Diga a ele, foi por sua vontade?- Não. - Ela se recusou a dizer, como poderia enfrentar os outros depois disso?Mas ela não falava, e Miguel continuava a provocá-la.Luiza sentiu
- Divorciadas também podem ser empregadas.Luiza quase cuspiu um gole de sangue velho.- Miguel, você está doente? Trazer sua ex-esposa de volta para trabalhar como empregada, o que você vai fazer quando sua nova esposa chegar? Como você acha que ela vai se sentir?- O que ela pensa não é da sua conta. Apenas faça seu trabalho seriamente e pague suas dívidas. - Dito isso, ele se levantou e saiu.Luiza queria matá-lo.Se sentou de volta no sofá, incapaz de evitar se sentir um pouco impotente e desanimada.Como ela poderia acabar com um homem tão desprezível?Não só não lhe deu um centavo no divórcio, como também queria pegar de volta até a bolsa.Altas horas da noite.Miguel abriu a porta do quarto e entrou.A mulher na cama dormia profundamente, com as pernas longas estendidas sobre o cobertor, sem perceber que a barra do vestido havia subido até a cintura.- Sempre chutando o cobertor.Miguel balançou a cabeça, acendeu um abajur fraco, abriu o tubo de pomada sob a luz e aplicou cuidad
Ao pensar novamente, percebeu que não tinha escolha. Devendo 4 milhões, com a capacidade atual do estúdio de ganhar dinheiro, essa dívida não seria fácil de pagar. No entanto, desde que começasse a colaborar com o Grupo NAS, o dinheiro poderia ser rapidamente devolvido. Assim, ela recuperou sua confiança, pegou um terno preto, o combinou com uma gravata e saiu.- Aqui estão suas roupas. - Disse Luiza, querendo ir embora logo após colocá-las no lugar.Miguel:- Me ajude a vestir.- Desde quando uma empregada precisa ajudar você a se vestir? - Ela se lembrou de que ele nunca permitiu que empregadas se aproximassem tanto.Miguel falou calmamente:- Você é diferente, ganha trinta mil por mês, é uma empregada de luxo, claro que tem mais trabalho a fazer.Luiza não tinha resposta, se aproximou com o rosto frio, abrindo o robe de dormir dele. Um peito definido foi revelado. Linhas musculares fortes e bem definidas, usando apenas uma cueca branca, com a linha do abdômen claramente sensual.
Luiza acenou com a cabeça. Colocou a colher de sopa de lado e levantou a mão para fazer o nó da gravata dele.Fez um nó de Windsor cheio e perfeito, elegante.- Pronto. - Luiza terminou e admirou por um momento, sorrindo.Miguel olhou para o rosto dela, se sentou para tomar o café da manhã e ordenou:- De agora em diante, chegue em casa pontualmente às 8 da noite.Luiza ficou surpresa, olhando para ele.- Por quê?- Por quê? - Ele levantou uma sobrancelha. - Você é uma empregada, não precisa voltar para trabalhar?Luiza se sentiu extremamente frustrada, mas ainda assim tentou negociar com ele.- É minha obrigação trabalhar, mas, como sabe, sou designer e muitas vezes tenho que fazer hora extra.- Faça hora extra em casa. - Miguel rebateu com uma frase. - Não é só desenhar? Onde não pode fazer isso?Luiza ficou sem palavras. Ela queria encontrar algo para retrucar, mas devia a ele 4 milhões, então não tinha muito por onde se firmar.No final, ela estava visivelmente aborrecida.Após o c
Luiza parou diante dela, examinando o vestido que trouxe. Até então, ela só o tinha visto por fotos, sem conseguir identificar claramente o corte. Mas, agora, o vendo pessoalmente, era evidente que o corte foi feito com uma faca. Luiza sorriu e disse:- Desculpe, Srta. Clara, mas os vestidos que saem do nosso ateliê, a menos que apresentem um defeito de qualidade, não são passíveis de troca ou devolução.- Isso não é um defeito de qualidade? - Clara apontou para o corte no vestido.Luiza chamou sua assistente, que apresentou um vídeo do vestido sendo embalado antes do envio.- Srta. Clara, por favor, veja, antes de enviarmos qualquer peça, gravamos um vídeo da embalagem. Se não fosse por você dizer que não tinha nada para vestir ontem à noite, eu nem teria me incomodado em ir até lá. Considerando que o vestido custou várias centenas de milhares, pensei em arrumá-lo para você. Mas, se você diz que nosso vestido é defeituoso, discordo.Após assistir ao vídeo, Clara ficou pálida.- Se
Luiza foi até lá e segurou a mão do Sr. Souza.Sr. Souza disse, com um tom zombeteiro:- Lulu, aquelas mulheres sem-vergonha estão dilapidando o dinheiro do seu marido. Você precisa se afirmar, enviar notificações judiciais quando necessário e recuperar o que é seu. Metade desse patrimônio lhe pertence; se você não tem um advogado, converse com o vovô, eu arranjo um para você.O rosto de Clara empalideceu, assumindo a cor de um fantasma, e seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar.Sr. Souza a ignorou e disse para Luiza:- Vamos ao seu escritório para conversarmos. Não permita que essas pessoas insignificantes afetem seu ânimo.- Claro. - Luiza, apoiando o Sr. Souza, subiu com ele. - Vovô, tenha cuidado com as escadas.Tendo 80 anos, Luiza temia que ele pudesse cair.No entanto, Sr. Souza caminhou com segurança, apoiado por ela até o escritório.Clara, vindo lá de baixo, correu até eles e, com os olhos vermelhos de chorar, se ajoelhou diante do Sr. Souza:- Sr. Souza, estou grávida
- Não! - Luiza voltou a si e correu para preparar o café.Ela havia sido apenas intimidada pela presença do Sr. Souza, verdadeiramente impressionante, uma figura dominante da geração anterior.- Vovô, seu café! - Luiza levou o café até seu avô.O Sr. Souza pegou, saboreou um gole lentamente e perguntou:- Eu estava bonito agora há pouco?Luiza, pensando ter entendido errado, levantou a cabeça olhando para ele, surpresa.- Agora há pouco, quando dei uma lição na amante, eu estava bonito?O Sr. Souza perguntou com uma tranquilidade impressionante.Luiza, sinceramente, respondeu:- Estava bonito!- Na verdade, você não deveria ter ficado assustada com ela. Aquele filho pode não ser do Miguel. - O Sr. Souza a lembrou.Luiza refletiu por um momento:- Se não é, por que ela arrisca enganar a todos? Não teme ser desmascarada no fim e acabar sem nada?- O que você sabe? - O Sr. Souza pegou um pirulito da mesa dela para comer. - Ela planeja te derrubar primeiro, assumindo o lugar aos poucos. Qu